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quinta-feira, 28 de maio de 2020

Redução do preço da energia para aliviar impacto da covid-19 em algum sector produtivo e clientes mais pobres da Electricidade de Moçambique


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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 27 Maio 2020
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Foto da Assembleia da RepúblicaO ministro dos Recursos Minerais e Energia anunciou na Assembleia da República a redução do preço da electricidade, até Dezembro, mas apenas para algum sector produtivo, “com potencia instalada até 200 kVa”, e para pouco mais de 2 mil clientes da Electricidade de Moçambique (EDM). A maioria dos moçambicanos, que paga a tarifa doméstica e geral, não vai ter nenhum alívio no custo da energia eléctrica.
Respondendo aos deputados da Assembleia da República o ministro Ernesto Max Tonela disse que “para atenuar os efeitos da pandemia sobre a economia e sobre as famílias mais desfavorecidas o Governo decidiu implementar medidas de alívio e de incentivo para a actividade económica no geral e para as áreas mais afectadas pelo surto em particular e entre estas medidas constam a redução do preço da energia eléctrica abrangendo a redução em 50 por cento da tarifa aplicável aos consumidores da categoria social por um período de seis meses a contar a contar de 1 de Junho próximo”.
O @Verdade apurou que beneficiam da tarifa social de electricidade apenas 2.458 moçambicanos, aqueles que gastam por mês até 125 kWh, no consumo meia dúzia lâmpadas de iluminação e nenhum electrodoméstico.
Questionado pelo @Verdade o ministro dos Recursos Minerais e Energia clarificou que nenhum alívio será concedido aos cerca de 1,8 milhões de clientes domésticos da EDM nem aos cerca de 5 mil grandes consumidores de média e alta tensão.
Tonela anunciou ainda, nesta quarta-feira (27), “o diferimento por um período de seis meses do pagamento da taxa fixa na factura de energia de empresas dos sectores industrial, comercial, agrícola, serviços, hotelaria, restauração, educação, instalações desportivas e culturais, enquadrados na tarifa geral, grandes consumidores de baixa tensão e média tensão, com potencia instalada até 200 kVa cuja facturação registou uma redução acima de 30 por cento por efeitos da pandemia”.
Ademais haverá “a redução em 10 por cento da factura de energia dos consumidores dos sectores da indústria, comercio, agrícola, serviços, hotelaria, restauração, educação, instalações desportivas e culturais, com potencia até 200 kVa enquadrados na tarifa geral de grandes consumidores de baixa tensão por um período de 6 meses a contar de 1 de Junho cuja facturação registou uma redução acima de 30 por cento por efeitos da pandemia”.
Sector produtivo pediu desconto de 50 por cento
O ministro Max Tonela explicou ao @Verdade que o condicionalismo à perda de facturação é porque nem todo sector produtivo está a perder dinheiro, “nós temos no sistema a abrangência tendo em conta o comportamento (dos clientes abrangidos), imagine uma fábrica de detergentes nesta altura está a fazer negócio”, tendo ainda clarificado que o processo de desconto não depende da submissão das contas das empresas.
Recorde-se que os empresários do sector industrial pediram uma redução de 50 por cento na taxa de electricidade por um período de 6 meses, de acordo com a Confederação das Associações a energia eléctrica que representa 12 por cento da estrutura totalizando uma factura mensal em torno de 5 milhões de meticais.
“Para as industria a energia é uma parte fundamental do seu processo produtivo e nesta altura a energia está com um preço mais alto do que as suas congéneres das África Austral, a energia sofreu um aumento muito forte nos últimos dois anos, e achamos que é muito importante para apoiar o trabalho das indústrias, para que possam continuar a funcionar e a manter os seus postos de trabalho é muito importante que a factura da energia seja reduzida e portanto aquilo que propomos também é que, para as indústrias em particular, seja considerada uma redução da factura de energia durante este período em que temos esta dificuldade que é de todos”, explicou a jornalistas no passado dia 7 de Maio Fernando Oliveira, administrador delegado da Sumol/Compal Moçambique.

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