"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Itai Meque “ajoelha” aos professores e pede votos
Mesmo antes de conhecer o candidato da Frelimo
· O pedido foi feito esta quarta-feira numa reunião pública
Afinal a campanha eleitoral já começou? A lei diz que não, mas pelos vistos, o Governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, nem sequer se importa com a lei, mas sim agradar ao partido.

Porque o espectáculo que deu nesta quarta-feira, na reunião havida com professores no pavilhão do Benfica em Quelimane, até parecia que a campanha eleitoral já estava ao rubro.
Alias, os que tem vindo acompanhar os últimos acontecimentos políticos nesta parcela do país, sabem como Quelimane está animar.

Pior ainda, numa altura em que apenas o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é que apresentou oficialmente o seu candidato, ai as coisas pioram.
E ontem quarta-feira, Itai Meque, Governador da Zambézia, não conseguiu se conter no meio dos professores. Quase que ajoelhava para fazer pedido aos professores.
Nesta sua aparição, Itai começou por dizer que nunca pediu nada aos professores, daí que o que iria pedir, seria algo especial. Alguns já imaginavam o que era, mas esperavam que fosse o próprio a dizer. Dito e feito, o Governador
Meque, abriu o jogo e disse: “Temos que receber o comando para sabermos quem o candidato do glorioso, vitorioso do partido Frelimo,
daí que quero todos professores organizados para trabalharmos”. Foi assim que Itai Meque começou a campanha eleitoral diante dos professores.
Mais adiante foi dizendo que “não há ninguém mais senão o candidato do seu partido, dai que ele não está pedir dinheiro, porque se assim for, será corrupção, por isso peço aos professores que se organizem, estejam unidos nas escolas já que há alunos com idade eleitoral”-disse a fonte.
Mesmo não conhecendo que será o candidato, o Governador da Frelimo, aliás é assim que ele disse diante dos professores, diz que quando a campanha começar ele irá andar de camisete do candidato do seu partido, daí que não resta nada aos professores senão união para uma causa que ele chama de justa.
Professores respondem “sim”
Sabendo que não são muitos que desafiam o sistema, os professores presentes responderam positivamente ao governador, como forma de salvaguardarem o pão deles que sustenta os seus filhos.
Um dos professores em nome dos colegas subiu ao pódio e disse ao governador que estavam juntos, um exercício que só visto.
Nos bastidores ficou a conversa onde os professores disseram claramente que nada podiam fazer, temendo represálias, mas que no dia 7 de Dezembro data marcada para a realização das eleições intercalares no município de Quelimane, o governador não estará nas cabines de voto, dai que ali, tudo se decide.
Acabou o pacto Itai vs Araújo?
Estas imagens ficarão sempre registadas e estão guardadas.
Sempre que possível traremos para os estimados leitores.
Aquando do lançamento do jornal Diário da Zambézia, edição mensal número 1 versão impressa, vimos uma conversa intensa entre Itai Meque, governador da Zambézia e Manuel de Araújo, então candidato do MDM para o município de Quelimane.
Houve tchin-tchin, conversa do tipo “és meu filho e és meu pai”, enfim. Uma relação que quando hoje se vê, pode não se acreditar ao avaliar por aquilo que foi publicado nos órgãos de informação na semana passada em volta dos negócios do Manuel de Araújo.
E nestes dias, parece que isso tudo foi água abaixo. Até quando?
Só depois do dia 7 de Dezembro e até lá…?

Fonte: DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 29.09.2011

Professores de “Namialo” sem salários há oito meses


Devido à situação, um dos professores foi recentemente desalojado, juntamente com a sua esposa e filhos, da casa onde residia em regime de arrendamento.
Sete professores contratados no princípio deste ano, em regime de substituição, afectos à Escola Secundária de Namialo, no distrito de Meconta, província de Nampula, estão a enfrentar situações dramáticas, na sequência de não estarem a auferir os seus ordenados desde a sua contratação, há oito meses. Devido à situação, um dos professores foi recentemente desalojado, juntamente com a sua esposa e filhos, da casa onde residia em regime de arrendamento, há cerca de seis meses, por falta de pagamento.
Outro professor corre igual risco. O mesmo exibiu à nossa reportagem uma carta, recebida na última sexta-feira, do proprietário da casa onde reside dando-lhe um ultimato para, em uma semana, efectuar o pagamento dos meses em atraso. Na mesma, refere-se que, caso isso não aconteça, deverá abandonar o imóvel e todos os bens, e que só depois de efectuar o pagamento da renda de todos os meses em atraso poderá reavê-los.

sábado, 24 de setembro de 2011

As várias versões de uma história

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Forças Armadas de Defesa de Moçambique
O país celebra amanhã quarenta e seis anos dos acontecimentos que marcaram o início da luta armada de libertação contra a opressão colonial.
O 25 de Setembro, dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, carrega um valor simbólico, independentemente dos questionamentos à volta da veracidade do início da luta que trouxe a independência nacional, proclamada a 25 de Junho de 1975 
Reza a história oficial que a luta armada de libertação nacional iniciou na noite de 25 de Setembro de 1964 e, no primeiro ataque, foram mortas, pelo menos, duas pessoas, nomeadamente, o chefe do posto administrativo colonial de Chai e o sentinela que guarnecia a residência do chefe do posto. Alberto Joaquim Chipande, o autor do primeiro tiro, tem vindo a reafirmar o que os manuais ensinam. Excertos do relatório escrito por Chipande sobre o primeiro combate resume-se no seguinte:
“O polícia veio e estacionou à porta da casa do chefe de posto, sentado numa cadeira. Era branco. Eu aproximei-me do polícia para o atacar. O meu tiro era o sinal para os outros camaradas atacarem. O ataque teve lugar às 21h00. Quando ouviu os tiros, o chefe de posto abriu a porta e saiu - foi morto por um tiro. Para além dele, seis outros portugueses foram mortos no primeiro ataque. A explicação dada pelas autoridades portuguesas foi ‘morte por acidente’. Retirámos. No dia seguinte fomos perseguidos por algumas tropas — mas nesse momento já estávamos longe e não nos encontraram (…)”.
Como que a contrastar com os escritos de Chipande, o jornalista Guilherme de Melo, autor da obra “Moçambique – Dez anos de paz”, escreve que “O chefe do posto à data do ataque chamava-se Felgueiras e na hora do ataque não estava no posto, pois tinha ido ao Messalo com 2 polícias e vários sipaios. Só ficou no posto um polícia branco e alguns sipaios. Também lá moravam funcionários do posto, o Pinheiro e o Brandão, mais a família Alves. O enfermeiro chamava-se Tivane. O cozinheiro era o Amade. O Felgueiras pediu ao governador para sair e foi temporariamente substituí-lo o Dias  de Macomia. Talvez uma semana depois foi o Fonseca lá colocado que levou a mulher. Vindo de Portugal estava com eles o cunhado deste que foi quem, 3 semanas depois, foi morto quando passava junto ao Rio Messalo vindo do Monte Oliveiras. Vinham 3 pessoas no Jeep e ele ia no meio. As outras duas nada apanharam e ele levou um tiro entre os olhos, vindo a falecer já depois de evacuado. Assim não foi o cunhado do chefe do posto da altura que foi morto, mas o cunhado do que o veio substituir”.
É assim que, quarenta e sete anos depois, a história do primeiro tiro ainda carece de esclarecimentos por não haver consenso sobre ela, a julgar também pela pesquisa levada a cabo pelo Arquivo de Património Cultural (ARPAC), como também de alguns generais que estiveram em frentes de combate. Aliás, de acordo com a pesquisa do ARPAC, baseada em 35 entrevistas a pessoas “idosas e nativas de Chai” durante o ataque dos guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique, “nenhuma pessoa foi morta”.
Dentre as 35 pessoas entrevistadas pelo ARPAC, figura o então cozinheiro do chefe do posto de Chai, identificado pelo único nome de Amade, o qual afirmou, igualmente, que o seu patrão não morreu naquele ataque. “Uma semana depois do ataque, houve sim uma morte. Tratou-se do cunhado do chefe do posto que, quando regressava do rio Messalo à busca de água de viatura, caiu numa emboscada”, refere o documento do ARPAC. Esta é parte das versões que retira a legitimidade histórica da efeméride. Por outro lado, ao contrário do que reza a história oficial da Frelimo, o primeiro tiro da luta pela independência não foi disparado,nem em 25 de Setembro de 1964, nem no posto administrativo de Chai, nem pela então Frente de Libertação. Relatos de alguns investigadores revelam que a primeira acção militar contra o regime colonial português foi da iniciativa da MANU (União Nacional Africana de Moçambique) e deu-se em Agosto daquele ano contra a Missão Católica de Nangololo. Por outro lado, a 24 de Setembro de 1964 foi reportado um ataque a Cóbuè, na província do Niassa, bem como outras operações ao longo da margem norte do lago com o mesmo nome, que incluiram o disparo de vários tiros contra uma lancha da Marinha de Guerra portuguesa, no dia seguinte.
A versão dos generais da Frelimo
Por esta e por muitas outras, alguns antigos combatentes estão a dar no duro para trazer aos moçambicanos muitos acontecimentos que eram desconhecidos ou foram deliberadamente adulterados.
Entrevistado pelo “O País” a propósito do autor do primeiro tiro e onde se deu, o General Eduardo da Silva Nihia, que operou na frente da Zambézia revelou:
“Foi em todas as frentes. O que aconteceu é que Cabo Delgado é ali perto da Tanzania. Logo que os companheiros de Cabo Delgado, Chipande e outros, dispararam, a informação foi imediatamente levada a Tanzania onde estava o nosso Estado-Maior, comunicando que a luta iniciou. Comunicou-se que o primeiro tiro foi em Chai e a nossa informação não foi levada a Tanzania. A primeira informação é que fica. Por essa razão ficou registado que a luta começou em Moçambique no distrito de Chai. Isso é que veio ao ar”.
Mais adiante, insistimos em querer saber de facto onde se deu o primeiro tiro e a resposta foi a seguinte: 
“... Não bastava que chegássemos e disséssemos que ali se disparou, ali também, não haveria seriedade. Para dizer que para chegar à Zambézia era preciso passar pelo território malawiano, enquanto Cabo Delgado e Niassa era só atravessar o rio e entrar em Tanzania. A falta de informação foi só na Zambézia, em Tete também fracassou. Na altura, Tete para abastecer precisava passar de Malawi. Mas o grupo de Tete encontrou um contra tempo, a posição do governo malawiano, de que não devíamos passar de Malawi. É por isso que a informação que fica é a que diz que a luta começou em Chai.
Por seu turno, o General Bonifácio Massamba Gruveta, homem que abriu a frente da Zambézia, durante luta de libertação nacional, perante uma palestra aos estudantes da Universidade Pedagógica em Quelimane, terá confessado o seguinte, quando indagado em torno das questões acima colocadas:
“Não acredito, mesmo onde quer que seja, que a luta de libertação nacional tenha iniciado em Cabo Delgado. Para o vosso conhecimento, a guerra teve início no dia 24 de Setembro e nada disso que vocês andam a ouvir”. Mas mesmo assim, ainda tinha ficado a questão de onde de facto terá iniciado a luta de libertação nacional, que conduziu o país à independência a 25 de Junho de 1975. “Naquilo que sei, o primeiro tiro foi disparado em Lugela (Tacuane) e mais nada”.
E quem deu o primeiro tiro?  “Não se enganem, eu pessoalmente não concordo e não vejo Chipande como sendo autor do primeiro tiro que deu início à luta de libertação nacional”- disse o General Gruveta, para depois acrescentar que “o que houve foi sim a falta de comunicação, entre as frentes, mas, como Chipande estava em Cabo Delgado, saltou logo para Tanzania e disse que disparou o primeiro tiro”-frisou.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“Bachir é um traficante de drogas significativo”

EUA insistem, ignorando PGR moçambicana
 O Sr. Bachir permanece na lista de indivíduos e instituições proibidas de interacção com o sistema financeiro dos E.U.A. – declara Embaixada dos E.U.A. em Moçambique em comunicado distribuído ontem, 08 de Setembro de 2011.
 Maputo (Canalmoz) – A embaixada americana em Maputo distribuiu ontem à tarde à imprensa um segundo  comunicado na sequência das conclusões a que a Procuradoria Geral da República moçambicana, num comunicado distribuído sexta-feira 02 de Setembro de 2011, diz ter chegado após um inquérito ao caso do magnata Mahomed Bachir Sulemane, do Grupo MBS que detém vários interesses em Moçambique e se notabilizou com o Shopping de Maputo. Declarou a PGR que não encontrou evidências de que o MBS e mais propriamente Bachir Sulemane estão envolvidos em tráfico de drogas. Agora os EUA vêm reiterar mais uma vez que Mahomed Bachir Sulemane “é um traficante de drogas significativo”
“Em resposta a artigos recentes da imprensa sobre a designação pelo Departamento de Tesouro dos E.U.A. de Mohamed Bachir como um Barão de Drogas, incluindo informações erróneas sobre o processo, a Embaixada dos E.U.A. gostaria de reiterar que o Sr. Bachir é um traficante de drogas significativo.  O Sr. Bachir permanece na lista de indivíduos e instituições proibidas de interacção com o sistema financeiro dos E.U.A.”, começa assim um comunicado distribuído ontem à tarde à imprensa pela Embaixada Americana em Maputo.
“Vários pontos relacionados com o caso justificam um esclarecimento”, lê-se no comunicado que prossegue:
 “1. A Designação de Barão de Drogas tem dois níveis: o nível mais alto, a que o Sr. Bachir pertence, é reservado para indivíduos e instituições com envolvimento significativo no tráfico de narcóticos.  O segundo nível, com um número maior de designados, inclui indivíduos e organizações que fornecem, facilitam, recebem instruções de, ou recebem benefícios significativos de um Barão de Drogas do Nível 1.  Indivíduos do Segundo Nível podem ser retirados após confirmação que ligações com indivíduos do Nível 1 foram cortados.  Durante os dez anos da existência da lei, os únicos indivíduos retirados de qualquer uma das listas pertenceram ao Nível 2, depois de terem cortado as ligações com o traficante.  Nenhuma designação do Nível 1 foi alguma vez feita de forma errônea.  Existe uma enorme distinção entre indivíduos do Nivel 1 e do Nível 2.”
 “2. O processo para apelar a uma designação do Departamento do Tesouro é claro e aberto a qualquer pessoa em qualquer uma das listas.  Entendemos que o Sr. Bachir começou com o processo de apelação, e esperamos que ele forneça a informação solicitada sobre as suas actividades comerciais. Em muitos casos, designados do Nível 1 não fornecem a informação solicitada porque isso poderia revelar a verdadeira natureza dos seus negócios.  O processo de apelação é o único mecanismo reconhecido para um Barão de Drogas ser retirado da lista.”
 “3. Registamos o apuramento de violações aduaneiras, cambiais e de leis fiscais, que frequentemente são considerados fortes indicadores de contrabando e outras actividades ilegais, feitas pela Procuradoria Geral da República.  Não foi surpresa para nós que estas violações tenham sido descobertas, e esperamos que mais investigações possam apurar o que essas acções ilícitas escondiam.”
 “4. Os Estados Unidos e outras nações estão preocupadas com o crescente problema de Moçambique de tráfico de drogas. Relatórios e apreensões recentes destacam a necessidade de tomar esta questão a sério e dedicar recursos suficientes, e vontade política para acabar com esta prática perniciosa que ameaça a estabilidade duramente conquistada aqui em Moçambique.”
 “5. Por uma questão de política, o governo dos E.U.A. não partilha informação que leva a uma designação com qualquer governo estrangeiro, e a nossa postura relacionada com o Sr. Bachir não é exclusiva a Moçambique. Essa política, porém, não deve ser confundida com falta de informação para fazer uma designação. Temos plena confiança nos fundamentos para a designação do Sr. Bashir, examinados por sete agências do governo dos E.U.A.”
 “6. Cooperamos com Moçambique, numa variedade de áreas, incluindo segurança marítima, defesa, tráfico de pessoas, saúde e outras iniciativas que fortalecem a nossa parceria para lidar não só com o tráfico de drogas, mas também outros desafios transnacionais.  Os Estados Unidos valorizam a nossa relação construtiva e positiva com o governo de Moçambique. Esta designação foi dirigida a um indivíduo envolvido em actividades corruptas, não a um governo ou povo.” (Redacção)

sábado, 17 de setembro de 2011

Brasil: Discriminação racial é realidade multifacetada

Três eventos culturais serviram de cenário esta semana para a demonstração de dois graves problemas brasileiros: a discriminação e a desigualdade raciais. Lamentavelmente são estes racistas que o nosso governo ofereceu as nossas terras, para assim voltarmos ao jugo escravista colonial e desta brasileiro. Lógico que o governo moçambicano tem essa mentalidade de discriminar o norte e o centro, assim que para ele está tudo bem. Leia a seguir…..
Por Maria Cláudia Santos | Belo Horizonte
Três eventos culturais realizados no Brasil serviram de cenário esta semana para a demonstração de dois graves problemas brasileiros: a discriminação e a desigualdade raciais.
Um dos eventos literários mais importantes do país, no Rio de Janeiro, e o concurso Miss Universo, em São Paulo, foram marcados por contextos de racismo. Já na capital Brasília, um seminário apontou dados impressionantes sobre a diferença que existe entre o mundo dos negros e o dos brancos no Brasil.         
No episódio de racismo ocorrido durante a 15ª Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, o funcionário da "Editora Abril" acusado de discriminar um grupo de estudantes afro-descendentes foi indiciado esta semana. O crime ocorreu quando as jovens teriam pedido um convite para uma palestra. O funcionário da  editora teria negado a solicitação dizendo que as alunas não poderiam ir ao evento porque eram “negras de cabelo duro e faveladas”.  

Na segunda-feira , Leila Lopes, a angolana vencedora do "Miss Universo 2011", foi alvo de ataques racistas de brasileiros em redes sociais, logo depois do concurso realizado pela primeira vez no Brasil, em São Paulo. Um usuário do "Facebook", do Rio de Janeiro, chegou a chamar Leila de “macaca”.
Os dois episódios ajudam a ilustrar a realidade que marca a vida do afro-descendente no Brasil, país de maioria populacional negra. A disparidade entre a vida do negro e do branco no território brasileiro ganhou provas científicas também esta semana em um seminário que debateu, na quarta-feira , o “Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2009 – 2010”, na Câmara dos Deputados, na capital Brasília.
O evento debateu o documento, desenvolvido pelo Laboratório de Estudos sobre Desigualdades Raciais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LAESER), considerado o mais completo já feito sobre o tema.  O responsável pelo estudo é o economista e sociólogo Marcelo Paixão, um dos mais importantes pensadores negros da actualidade, especialista em relações raciais.
O professor revelou no evento em Brasília dados preocupantes: os afro-descendentes têm menor chance de acesso ao sistema de saúde no Brasil. A taxa de não cobertura ao sistema chega a 27%, enquanto entre os brancos esse índice é de14%.  42% das mulheres negras tiveram acesso ao exame de pré-natal. Entre as brancas o percentual é bem maior, 71%. 
As crianças e adolescentes são mais dependentes da merenda escolar para sobreviver, 60,6%. Entre as brancas esse número cai para 48,1%. A população negra tem também menor probabilidade de acesso à previdência social. As crianças afro-descendentes têm menos chances de ingresso nas creches e instituições de ensino. Para o especialista, esses  números  confirmam que  a cor da pele é determinante para ser melhor ou pior tratado no Brasil:
“O fato é que a variável cor da pele, a aparência física é um critério de classificação social no Brasil e ela aumenta a probabilidade de uma pessoa de pele mais escura ou mais clara ter determinadas chances ou determinadas restrições sociais dentro, seja do aparelho do Estado, seja da dinâmica da vida social no seu conjunto.”
Outro dado preocupante com relação à desigualdade racial no Brasil é observado no campo da educação superior. A grande e esmagadora maioria dos jovens negros está fora das universidades brasileiras:
“A taxa de analfabetismo hoje no Brasil ainda é o dobro da população branca. O percentual de jovens negros frequentando a universidade é de apenas sete por cento. 93% dos jovens estão fora das universidades. É evidente que isso vai acabar se reflectindo no acesso ao poder político, na capacidade de produzir intelectuais ou lideranças que sejam capazes de verbalizar as demandas dessa colectividade, de mostrar no espaço público os efeitos negativos da discriminação, do racismo,” detalha o analista.
Excluídos da educação, os negros do Brasil ficam fora da política, como destaca o professor:
“A grande maioria dos deputados brasileiros são homens brancos com nível superior, pelo menos incompleto. Perto de 86 %. E isso reflecte o que é a sociedade brasileira, desigualdade de renda, desigualdades de acesso ao poder económico e que vão se caracterizar também no que tange ao poder político,” afirma.
“Não tem um nome hoje que podemos mencionar que possa talvez  ser candidato a  presidente da república. Mesmo para governo dos estados, é difícil lembrar de um afro descendente com chances de vitória. Isso é ruim porque perdemos vocação política,  pessoas que teriam talento para tanto, vão ficar com as carreiras bloqueadas,” completa.
O estudo debatido no seminário, em Brasília, mostrou que em todos os sectores da sociedade brasileira a disparidade entre a vida dos negros e brancos é evidente:
“Há uma lacuna de cobertura a população afro-descendente no Brasil e que vamos precisar fazer maiores esforços para produzirmos políticas que, sem a perda da dimensão universal, sejam capazes de compreender situações particulares que vão afectando cada grupo da população, entre eles o da população negra. É necessário saber que a pobreza é um factor importante na construção desse cenário, mas é importante mencionar que ele é produto também de práticas institucionais que acabam dando a população negra serviço de menor qualidade ou, muitas vezes, se quer, dando a essa população negra a qualquer coisa.”
Os dados são complexos, de respostas longas. As soluções também, mas passam por um passo inicial que deveria ser simples: “é a tal vontade política que vai ser o nosso combustível para começarmos a buscar as tentativas de superação desse quadro,” lembra o estudioso.
Mas, apesar do gravíssimo cenário, Marcelo Paixão acredita que o brasileiro possa estar sinalizando para mudanças, ainda que lentas.
“O que aconteceu no Brasil no período recente foi uma mudança na forma do brasileiro responder ao Censo qual é a sua cor ou raça. Até o ano de 1995, a população que se declarava branca no Brasil era em torno de 54%. No último censo de 2010, a população que se declara branca é de 48%. Uma mudança de sete pontos percentuais. Então, houve sim uma maior sensibilidade do brasileiro médio de se ver como uma pessoa que tem origens que não são apenas europeias. Esse processo de auto identidade suscita um foco diferente de o brasileiro reconhecer a sua ancestralidade. É interessante porque projecta como o cidadão no Brasil pode estar querendo se ver no futuro, num país mais equilibrado, do ponto de vista social,” finaliza.

DIZER POR DIZER... - Só 15 dias de aulas por mês!

Por Pedro Nacuo

Os pensadores ou sábios que temos, só(?) nos prejudicam, não tanto por o serem, mas porque pensam e sabem conforme as conveniências do momento. São tão volúveis como qualquer mortal e tão bajuladores como qualquer moçambicano que quer viver à sombra do poder, que não quer fazer esforço nem físico nem intelectual.
Acredito naqueles que dizem que temos muitos compatriotas que perderam(?) muito tempo a estudar para atingirem o actual nível de ignorância sobre os fenómenos e factos. Estamos, por assim dizer, cada vez mais carentes de quem pense independentemente dos factores que alienam a realidade objectiva, que se aproximem a algo científico. Agora interessa tomar a posição que se tem, para aconselhar (muitas vezes mal) a quem toma decisões, para agir de determinada maneira, mas em benefício de interesses não colectivos, mas sim mesquinhos.
Não é normal nesta coluna divagarmos muito, mas desta vez, antes de falarmos do ponto, que de facto são os salários via banco, precisamos de manifestar a nossa repulsa face à maneira como os interesses de grupos ou de pessoas são cada vez mais fortes do que os da Nação. A maneira como todos, tudo querem fazer para satisfazerem a alguém e não para fazerem conforme deviam ou se justificaria em pessoas mais informadas e teoricamente “academizadas”.
Os nossos assessores ou conselheiros parecem culpados da maioria dos problemas que enfrentamos, pois estão a desempenhar um papel igual a um empregado que deve ouvir do chefe e não de o aconselhar sobre vias razoáveis para a solução de problemas, que são muitos, num país como o nosso.
Acabam sendo mais uma pessoa, simplesmente isso, porque nunca aparecem a aconselhar ou a assessorar. Acabam sendo mais um problema que a sociedade, infelizmente, não pode transpor, porque ao contrário do que seria de desejar, os nossos chefes rodeiam-se de sobrinhos, que logicamente lhes custa dizer ao tio, a verdade, todos a virem das relações autóctones africanas em que o tio equipara-se a Deus!
Já todos fomos obrigados (formal ou informalmente) a aderir, numa época, à rede de telefonia móvel Mcel e desaconselhados a ficar com a 84. Não era decreto nenhum, mas na altura, ter um número da Vodacom, parecia estar a viver em Marínguè (como se isso fosse pecado). Conotava-se todo e qualquer detentor do cartão daquela firma. Mas num outro momento, conforme mudaram os interesses em função dos interessados, todos (outra vez não formal, mas informalmente) fugiram para a mesma Vodacom! Eis a razão porque qualquer bom moçambicano hoje detém dois números de companhias diferentes, porque na verdade foi enganado duas vezes.
O pretexto encontrado foi que a Mcel já era má, provavelmente por causa do congestionamento das suas linhas. O terceiro cartão vem ai, com a firma proveniente da Ásia de monções e a justificação vai ser que ela vai atingir os postos administrativos, conforme a preparação que estamos a ver aqui onde vivo.
Numa outra oportunidade, fomos obrigados (de novo informal e não formalmente) a abrir contas no Banco Internacional de Moçambique, porque os interesses na altura mandavam conforme os interessados do momento. Dizia-se e defendeu-se que era a melhor maneira de os salários chegarem aos seus beneficiários, sem interferências estranhas pelo caminho. O moçambicano que assim pensou, deve ser um assessor ou conselheiro de quem na altura decidiu em função dos seus interesses.
Noutra oportunidade ainda, vem (mais uma vez não por decreto, mas de forma informal, mas quase decisória) a oferecer-se a alternativa ao agora Millenium-Bim, ficando o BCI-Fomento, também elegível para acolher as contas-salário. Claro, os interesses haviam mudado conforme os interessados.
Tão obrigatórias são estas mudanças que todos em Moçambique devem receber os seus salários via banco. Assim determinaram os interesses e os conselheiros e assessores não desempenharam a sua missão ou os interesses falaram alto. Foi bom para a sociedade? Pode-se perguntar! Nas actuais condições de desenvolvimento do país, é viável? Pode-se perguntar!
Sem esperarmos pela resposta o cenário é o seguinte: as enchentes nos bancos caracterizam justamente o nível do subdesenvolvimento do nosso país. Ir ao banco para tirar dinheiro para caril, para ir retocar o cabelo, comprar uma recarga ou para tomar uma cerveja, não deve ser desenvolvimento. Ir ao banco por causa do salário não convém chamar a isso desenvolvimento, senão o seu contrário!
Hoje por hoje, segundo soubemos em Messumuco, distrito do Ibo, Papai e Hucula, distrito de Namuno, Mavala e Impiri, em Balama…não sabemos o que se passa em Luneque e Nkonga, no interior do distrito de Nangade, os professores, por exemplo, têm 15 dias de aulas, os outros 15 são para viajar para a capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, para os distritos do Norte da província, ou para Montepuez ou Chiúre, para os do Sul.
Eles vão levantar os seus salários, agora que são de facto nominais e unipessoais. Já não é o administrativo que uma vez por mês vai levantar o título que, às vezes, reconheça-se, acabava simulando um assalto. O administrativo não deve conhecer o código do seu colega, é segredo. São 15 dias porque sair de Nkonga, Hucula, Ncumpe, Messumuco, para Pemba ou Chiúre e Montepuez, conforme seja, significa no mínimo três dias. Três para lá três para cá!
Se chega no fim-de-semana, fica mais complicado. Se chega num fim-de-semana “prolongado”, ainda mais complicado. E se chega num fim-de-semana, depois prolongado e na segunda ou terça-feira não há rede no Millennium Bim, como não é em poucas vezes?!... E depois devem voltar, na mesma distância e chegarem extenuados ou até doentes da viagem, com o álcool que acompanha a viagem desnecessária…
O professor não mais tem a capacidade de dar aulas no dia seguinte ou alguns dias seguintes. A seguir é fim-de-semana, em que deve participar na recepção do administrador, que vai dirigir a reunião com todas as estruturas da aldeia e o professor faz parte do grupo (pois muitas vezes é a única autoridade moral e científica da aldeia) ou às vezes é secretário da célula do seu partido.
Então, os assessores e conselheiros contaram com esse professor? Ou por outra, há aulas no campo, sendo que a maioria dos nossos professores estão lá onde se encontra a maioria da população moçambicana? Ou os conhecimentos existentes só servem para um pensamento urbano, de um país desenvolvido, que não é o nosso?
Também por aqui podemos procurar a qualidade de educação, pelas condições em que trabalham os professores (bem ou mal formados) que são os responsáveis da actual e futura qualidade do desenvolvimento que almejamos. Vão dizer que estou a falar só de professor! Desta vez, sim. Disse, mesmo que tenha dito por dizer!
Fonte: Jornal Notícias - 17.09.2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A propósito de ser citado a dizer que Guebuza é “mafioso” e “corrupto”
Leonardo Simão diz que Chapman o pôs a dizer coisas “descabidas, maliciosas e tendenciosas”

 Maputo (Canalmoz) - Depois de ter anunciado à Imprensa que não queria pronunciar-se sobre os conteúdos dos telegramas da embaixada americana em Maputo, caçados pelo Wikileaks, em que Leonardo Simão aparece a duvidar da competência de Armando Guebuza (presidente do partido Frelimo e agora no seu segundo e último mandato constitucional como presidente da República) o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Joaquim Chissano veio no semanário “Domingo” e no “Notícias” esta semana, em forma de publicidade – “Comunicado de Imprensa” – alegar que lhe atribuíram “afirmações atentatórias à dignidade e moral de dirigentes e instituições moçambicanas”.
Num telegrama revelado pelo Wikileaks há dias, Leonardo Simão é citado pelo então (2009) número um da missão diplomática dos Estados Unidos da América em Maputo, Todd Chapman – agora em missão no Afeganistão – a afirmar que Guebuza usa métodos mafiosos e práticas corruptas.
Nesse telegrama “Confidencial” que Todd Chapman expediu para o Departamento de Estado em Washington a 28 de Maio de 2009, o então Encarregado de Negócios americano em Maputo, Todd Chapman, cita Leonardo Simão, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação durante a presidência de Joaquim Chissano, a dizer ser sua “convicção que o presidente Guebuza está directamente envolvido em actividades corruptas e dirige o partido como a máfia”.
Em coluna publicitária na página 32 do semanário “Domingo” e no “Notícias” da última segunda-feira, Leonardo Simão aparece a escrever textualmente o seguinte:
“Alguns órgãos de informações moçambicana têm vindo a publicar notícias/artigos, aparentemente obtidos da Wikileaks, nos quais me são atribuídas afirmações atentatórias à dignidade e moral de dirigentes e instituições moçambicanas.”
“Ao longo dos anos que servi o Governo, a minha conduta com os parceiros internacionais foi sempre guiada pela necessidade de promoção de boas relações entre Moçambique e esses parceiros. Como cidadão nacional de pleno direito e com responsabilidades na sociedade moçambicana, continuo hoje a ser guiado pelos mesmos princípios, e objectivos, razão pela qual considero descabidas, maliciosas e tendenciosas tais afirmações”, prossegue Leonardo Simão.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e actual director da Fundação Joaquim Chissano acrescenta no mesmo anúncio publicitário que “por este meio, venho repudiar as referidas afirmações que além de caluniosas, pretendem criar conflitos de denegrir a minha imagem.”
“Por isso, que fique bem claro que em nenhum momento pronunciei tais afirmações, sendo as mesmas, da responsabilidade de quem com as mesmas, pretende atingir objectivos obscuros à custa do meu nome”.
O autor do comunicado assina: “Maputo, 09 de Setembro de 2011, Dr. Leonardo Santos Simão (antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação)”.
Na mesma edição, o semanário “Domingo”, de 11 de Setembro, afirma na sua rubrica ‘Bula Bula’ que “o Wikileaks continua a quebrar a loiça em casa nossa”. Escreve ainda que “o Wikileaks continua a fazer das suas publicando relatos que deveriam ficar-se pelos arcanjos da diplomacia”. Admite desse modo que Leonardo Simão terá de facto em algum momento dito o que consta do telegrama que Todd Chapman escreveu para o Departamento de Estado, CIA e DIA.
Lembra ainda o “Domingo” que o empresário Ahmad Camal também é citado a dizer certas coisas no mesmo telegrama de Chapman em que Leonardo Simão é referido.
Nesse telegrama Camal é mencionado como tendo dito que há “necessidade urgente de reformas” no seio do partido Frelimo e que “altos dirigentes da Frelimo – incluindo ministros no desempenho de funções – possuem fortes laços com os narcotraficantes e indivíduos envolvidos na lavagem de dinheiro”.
Camal falando ao Canalmoz/Canal de Moçambique, a propósito dos telegramas de Chapman caçados pelo Wikileaks e libertados há dias, disse que não se lembra de ter dito o que Chapman lhe atribui no telegrama, mas confirmou que efectivamente acredita que em Moçambique não há vontade política para combater o narcotráfico como é citado a dizer no telegrama de Todd Chapman. (Redacção)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A MAFIA SEMEIA TERROR NO SEIO DOS CAMARADAS

Um país governado por corruptos e mafiosos que só pensam em encher cada vez mais o seu bolso em detrimento do povo como o nosso, tudo é posto em causa e obriga entidades muito respeitadas a tomarem decisões que em condições normais não tomariam.  Falando do caso BACHIR (MBS) podemos dizer que o PGR apresentou um relatório que em circunstancias do uso livre da sua razão não produziria. Segundo o PGR diz que Bachir não é barão de droga os EUA reafirmam terem provas do seu narcotráfico embora não queiram dar as informações por estas fazerem parte do segredo da Estado norte-americano.  A quem confiar, a quem acreditar nesta situação?
Se se lembram, no mês de Julho se a memoria não me engana, enquanto o Chefe do Estado denunciava pelas bandas de Tete os tagarelas que o rodeiam, em Maputo, o Procurador Geral da República, Dr. Augusto Paulino, confessava, a falar na Academia da Policia, que ser bom Juiz, Procurador ou Polícia, “pode custar caro”.
“Juízes ou procuradores activos no exercício das suas funções têm três destinos díspares: ou acabam na Política, o que é um mal menor, mas um mal; ou acabam se aliando ao crime organizado, o que é pior; ou acabam no cemitério, o que é péssimo”, disse sem margem para grandes dúvidas o Procurador Geral da República ao auditório de Estudantes da Academia de Ciências Policiais (ACIPOL) de Maputo. Estaria ele apenas a “tagarelar”?
As palavras de Augusto Paulino podem ter muitas leituras. As palavras tem dessas coisas… Mas da mensagem do Procurador Geral da República não é difícil entender que ele estava a querer dizer aos estudantes da ACIPOL que o Estado está capturado pelo crime organizado. Quer dizer segundo ele, “o bom juiz ou procurador acaba no cemitério.
Não será este medo/terror semeado pelos mafiosos e corruptos da Frelimo que obrigou ao PGR a produzir aquele relatório que não convence nem aos EUA que põe em causa a figura da Procuratória nem ao povo Moçambicano?
Segundo o relatório, a investigação contou com alguns países que um deles foi os EUA que no entanto põem em causa a esta investigação da PGR  e que não aceitam colaborar. Não será esta uma contradição? Julgo estar claro que o procurador agiu fora da sua liberdade. Tem medo de acabar no cemitério. Temos que esperar mais algum tempo para a verdade deste caso possa sair. Este caso não difere, ou melhor dito, é igual ao caso de trafico das crianças e órgãos humanos que ocorreu em Nampula, que o chefe do Estado e o seu elenco desmentia e defendia os traficantes. Só depois de alguns anos o estado veio ao público afirmar que sim há trafico de pessoas em Moçambique.
Quem defende um criminoso também é criminoso. Se eu sou ladrão nunca vou denunciar o meu amigo que também é ladrão porque senão ele também me denunciará...... onde vamos parar com esta acção dos camaradas. Bachir é patrocinador e membro da Frelimo e tem parcerias com gente grande nos seus negócios. Sendo assim, denunciar a ele estariam a pôr em causa a figura dessa gente grande. Se ele não é ou não está envolvido neste narcotráfico, porque a fuga ao fisco, e que tipo de fisco fugia. Não estaria a usar a fuga ao fisco como meio para traficar….?
“O bom Juiz ou procurador acaba no cemitério”, assim a estratégia da justiça Moçambicana é de ser mau juiz/procurador para não morrer. Este é o terror que se vive no seio dos camaradas.  Coragem nossa justiça, o povo está connosco e num futuro próximo ele fará justiça  a esses intocáveis.

BELA CRÓNICA DE MIA COUTO - LEIA

Subject: Cronica de Mia Couto

Date: 2011/8/6

EDITORIAL: Mas que conto mais (des)encantado!

Era uma vez, nas longínquas terras africanas, existia um reino para lá do comum. Algumas pessoas chamavam-no “Pérola do Índico” e outras simplesmente “Pátria de Heróis”. Mas havia uns que preferiam designá-lo “Guebuzistão”. Pouco importa o nome, bem poderia ser “Pátria Amada” ou “Pátria Qualquer Coisa”, mas tinha de ter um Rei.

O Soberano, de nome desconhecido, tinha quatro paixões (só não se sabe se é nesta ordem), designadamente helicóptero, piripiri, cachimbo eampliar o seu património (financeiro) pessoal para lá de insuportável, adquirindo participações nas poucas empresas que movimentavam a economia daquele reino. Mas há quem fala de uma quinta paixão: adoravaser bajulado.

Como todo o Rei, ele tinha os seus funcionários – verdadeiros mestres em reproduzir o discurso da sua majestade – que fingiam estar a preocupados com o bem-estar do povo, quando, na verdade, acomodavam a corrupção e o nepotismo.

Diga-se, o reino parecia um covil de abutres com as unhas cravadas na garganta dos súbditos que eram forçados a viver à intempérie, sem transporte, um sistema de saúde condigno e uma educação decente.

Apesar de as estatísticas mostrarem, vezes sem conta, o crescimento da economia local, os súbditos continuavam a morrer de fome, miséria (i) merecida e doenças curáveis. Mas o Rei cinicamente continuava a repetir até à náusea – qual um robô programado – qualquer coisa como: “Estamos no bom caminho, rumo à prosperidade”.

Quando o povo pedia pão e água, o Rei e os seus sequazes serviam
excessivamente NADA, quando não eram overdoses de promessas e
discursos cheios de nada e de nenhuma coisa.

Nas suas habituais brincadeiras e com o apoio dos seus títeres,
começou por falar de “Revolução Verde” que morreu antes de nascer, inventou a história de “Jatropha” que continua sem pernas para andar e, mais tarde, forjou uma tal de “Cesta Básica” que ninguém chegou a ver.

Aliás, para entreter e domesticar o povo, compôs uma canção intitulada “Auto-estima” e decidiu dividir o reino em três gerações. Engendrou ainda uma guerra que denominou “Combate à Pobreza Absoluta” e, até então, ninguém sabe em que estágio se encontra a luta. Mas uma coisa é certa: ninguém deu o primeiro tiro, até porque os soldados de ontem não têm motivos para lutar, uma vez que levam uma vida abastada.

Cansado de receber o atestado de estupidez que era passado a todos os súbditos daquele reino, um jovem desconhecido decidiu rebelar-se. Sem escudo, apenas com uma azagaia, dispôs-se a fazer frente à monarquia e todos os meios de repreensão modernos ao seu dispor. Chamaram o rapaz à razão, mas ele fez orelhas moucas.

Inebriado pelo apoio que recebia do povo, o jovem seguia, sem escudo (apenas com azagaia), desferindo violentos golpes ao regime. Num certo dia, quando se preparava para arremessar mais uma lança, caiu nas mãos dos carrascos. Foi encarcerado.

Motivo: levava consigo uma erva que naquele reino era proibida.
Paradoxalmente, prenderam no por transportar apenas quatro gramas de uma planta proibida, mas ninguém prende os guardiões do Rei que exportam impune e sistematicamente FLORESTAS DE MADEIRA PROIBIDA para o reino de Bruce Lee.

Contudo, há quem acredite que foi mesmo por causa do instrumento decombate. Dois dias depois, o rapaz foi liberto, mas não se sabe se ele viverá feliz para sempre.

PS: Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

População recusa-se a gritar “viva Guebuza”…

No distrito de Matutuine
…Enquanto isso gritou efusivamente “viva Moçambique”
Administrador do Distrito de Matutuine ao explicar a ocorrência alegou que a população se recusou a gritar “viva Guebuza” porque “tem fome”
Bernardo Álvaro
No distrito de Matutuine, durante um comício popular dirigido pelo secretário permanente (SP) do Governo da província de Maputo, Mário Omia, a população presente recusou-se a levantar as mãos e gritar “viva Guebuza”, quando tal lhe foi solicitado pelo chefe do governo local. O administrador distrital de Matutuine, Avelino Muchine, gritou “viva Guebuza”, antes de iniciar a sua intervenção no comício, mas os populares mantiveram-se calados. Repetiu algumas vezes, “viva Guebuza”, “viva Guebuza”.
“Guebuza hoyéeee” mas a população manteve-se muda, sem dar eco aos desafios do administrador.
A situação criou mal-estar no seio dos dirigentes e pessoas presentes no local que não imaginavam que tal pudesse suceder.
A recusa da população em dar vivas ao presidente da República e do partido Frelimo, Armando Emílio Guebuza, embaraçou sobretudo Avelino Muchine. Não chegou sequer a discursar. Para justificar o comportamento dos populares disse: “Entendo que estejam com fome e vejo que não posso teimar em prosseguir”, disse o chefe do Governo de Matutuine dando assim por terminada a sua intervenção.
“Viva Moçambique” gritado efusivamente
Na verdade o silêncio da população nada tinha a ver com a fome, como se veio a provar adiante. No prosseguimento do comício, depois do administrador ainda interveio o secretário permanente da província de Maputo.
Este gritou, “viva Moçambique” antes de iniciar a sua intervenção e a população respondeu efusivamente: “viva Moçambique”.
A atitude da população fez com que o interveniente principal, Mário Omia, que é secretário permanente da província de Maputo, não fizesse referência ao nome de Armando Guebuza, como tem sido habitual em todas as intervenções em situações semelhantes.
Na sua intervenção, o SP Mário Omia, a propósito da fraca presença da população no comício alusivo ao 7 de Setembro, atacou o administrador de Matutuine, acusando-o implicitamente de não estar a trabalhar. Assim tentou dar a volta ao assunto.
Visivelmente irritado com a fraca presença de cidadãos, o secretário permanente do Governo da província de Maputo afirmou que “as autoridades do Governo e outras devem trabalhar para trazerem a população aqui”.
Ataque à Imprensa
Para além do ataque ao administrador de Matutuine, Avelino Muchine, o secretário permanente de Maputo, atacou também a Imprensa. Afirmou que devia terminar o comício porque as câmaras televisivas e os gravadores foram retirados do pódio onde se encontrava a discursar.
Era afinal certa Imprensa a esconder a grande notícia do dia que era precisamente a recusa da população de entrar em vivas contra a sua vontade.
“Não posso falar mais nada, porque também as câmaras e os gravadores foram retirados”, disse Omia, para se desembaraçar da vergonha por que a população o fez passar, a ele e a todos os dirigentes governamentais presentes naquele comício alusivo ao 7 de Setembro que se assinalou a semana passada com mais um feriado nacional.

“Não ficámos embaraçados”, diz Avelino Muchine
Convidado pelo Canal de Moçambique a reagir ao posicionamento da população que se recusara a dar “viva a Guebuza”, o administrador de Matutuine, Avelino Muchine, minimizou a situação: “Não ficámos embaraçados”… “Em relação ao que viram, devo dizer que não corresponde à nossa realidade”, disse Avelino Muchine. “Não estamos embaraçados com isso. Pelo contrário.
Vimos isso como uma chamada de atenção que nos traz um desafio para as próximas ocasiões”, afirmou ainda o administrador.
Quanto à fraca aderência ao comício, Muchine disse que “as pessoas preferiram ir participar em casamentos ao invés do comício popular porque houve mistura de agendas”.
No mesmo dia foi realizado o registo matrimonial de 41 casais de antigos combatentes no distrito de Matutuine, com patrocínio do governo. O evento decorreu em espaço diferente, ou seja, a sete quilómetros (7 Kms) da vila de Belavista. O comício foi antes desse outro acto a que o administrador se refere para justificar a indiferença da população pelo comício em que os presentes se recusaram a dar “viva a Guebuza”.
Canal de Moçambique – 14.09.2011

Afonso Dhlakama, necessita de um hospital para o seu internamento

Segundo o artigo publicado pelo o O País  na sua edição do dia 14 de Setembro corrente, a população de Mutuále distrito de Malema, em Nampula, pede ao governo para procurar um hospital para internar Afonso Dhlakama, presidente da Renamo. O pedido foi feito durante um comício popular orientado pelo governador da província de Nampula, Felismino Tocoli, na tarde de domingo, no posto administrativo de Mutuále, no distrito de Malema, em Nampula.  

Se formos a ler toda a situação da máquina governativa poderemos concluir que isto não passa de uma farsa. Melhor dito, esta é uma pura montagem dos camaradas. “A Frelimo é que fez, a Frelimo é que faz, a Frelimo é que fará”, como de sempre, a Frelimo com os seus  primeiros secretários prepararam esses homens para falsamente  talvez em troca de um pão pronunciarem essas palavras.  O que deve ficar claro é que o povo de Nampula não é tonto para um dia acorrer em massa os comícios deste líder e depois vir falar uma coisa como essa.  Somente os tontos é que podem acreditam que  isso foi da iniciativa daqueles pobrezinhos usados.
A onda de insatisfação, descrédito, tristeza e fúria dos de baixo, isto é, do povo e mesmo no meio dos camaradas, nunca levaria ao mesmo povo a pedir ao seu desacreditado governo uma coisa igual. No é questão do povo macua ou de Nampula, mas sim de todo povo Moçambicano;  o  povo sabe o que quer e o que pede e já mostrou  isso e  uma dessas vezes foi nos dias 01 e 02 de Setembro de 2010.
O jornalismo deve ser algo independente e livre de interesses partidários, ou étnico-cultural, tão pouco regionalista. O jornalismo não deve entreter o povo, mas sim informar dando noticias de interesse do povo. Assim que apelo aos nossos jornalistas que antes de fazer publico em forma de noticia, devem reler e analisar as suas redacções para evitar ofender o povo. Na questão em causa o jornalista generaliza, o povo de Nampula quando foram pessoas compradas para se manifestarem assim. Se calhar, se tivesse entrevistado alguns presentes sobre o assunto teria ouvido uma versão contra os tais pronunciamentos. O povo de Nampula não pede isso, mas sim na reforma do governo, que seja um governo que não separa os povos, que não humilha, não usa o povo para os seus intentos e que não seja corrupto……. A seguir estão alguns comentários de algumas pessoas ao artigo feito noticia pelo jornal O País.
Os Redactores deste jornal são bandos de Bajuladores e não tem coerência com eles mesmo ao escrever que  esta máxima politica, está claro  que  quem está pedir não é o povo mas  sim a somos nos camaradas, o povo não tem tempo de pedir coisa do género. Se  fossem redactores de verdade escreveriam o que verdadeiramente o povo pede: escolas, hospitais, educação abrangente, estradas, emprego e habitação,  isso sim o povo pede desde muito.
 Mais uma vez  tenho a dizer que qualquer que aperta e critica abertamente a Frelimo será visto como doente. Antes era fuzilado e assim como fizeram com os Simango, Joana Simeão, Lázaro NKavandame Pr. Guenjere morreram. Eles eram denominados reaccionários. Hoje a Frelimo mudou de táctica e passou de chamar doentes aqueles que apontam a verdade e denunciam as manipulações da Frelimo. Assim, sempre vão procurar o que falar, nomes e tudo para rebaixar a personalidade e o carácter do Dhlakama. Contudo ficam a saber que o Dhalakama não está sozinho e mesmo que ele seja internado aí surgirá alguém que continuará denunciar o mau comportamento do governo moçambicano dirigido pela Frelimo.
Os que precisam de ser hospitalizados são o Felismino Tocoli e o seu subordinado Teodoro, pois eles é que são secos.
O Líder da Renamo Afonso Dhlakama é o homem mais forte de Moçambique. Ele é o homem com coragem e capacidade de denunciar o regionalismo económico que assola Moçambique promovido pela Frelimo desde a independência nacional. O norte e centro do País continuam ser regiões mais pobres.  A Frelimo nomeia os seus serventes secos para os representar nessas regiões. Esses governadores como o caso do Tocoli não representam o povo de Nampula mas sim um punhado de cobardes da Frelimo. O Tocoli e Teodoro deviam ser internados pois eles é são secos e doentes mentalmente que não conseguem sentir na carne e pele no que está acontecendo em Moçambique!!!!!!!!!!!!