"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Chefe da bancada da Renamo na Assembleia Provincial de Sofala morto a tiro


31 de Outubro de 2016, 14:29

O chefe da bancada da Renamo na Assembleia Provincial de Sofala, Juma Ramos, foi morto a tiro por desconhecidos no Domingo, informou hoje a polícia.


Segundo o porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, Daniel Macuácuá, o deputado foi morto na sua "barraca", como são chamadas as pequenas mercearias informais que por vezes são construídas defronte das casas.

"Dirigiram-se à residência da vítima e assassinaram-na. Foram desdobradas forças no terreno, no sentido de esclarecer este caso", afirmou Macuácuá.

Na noite de Sábado, dois secretários de círculo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) no distrito de Dondo, província de Sofala, foram mortos e um ficou ferido numa acção que a polícia atribuiu ao braço armado da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).

Na última Quinta-feira, um dirigente da Renamo em Gúruè, província da Zambézia, centro de Moçambique, foi morto a tiro na sua residência, uma acção atribuída pelo partido aos "silenciadores da democracia", disse à Lusa fonte do movimento.

Um grupo armado disparou vários tiros que atingiram mortalmente Luciano Augusto, dirigente da Renamo, no quintal da sua residência, quando regressava do trabalho, disse Abdala Ibrahimo, delegado político provincial do maior partido da oposição.

Militantes dos dois principais partidos moçambicanos foram assassinados nos últimos meses no país, no contexto da actual violência militar entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da oposição.

Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado pela Renamo, que integrava a equipa do partido nas negociações com o Governo para a paz no país, foi recentemente encontrado morto em Maputo com sinais de balas no corpo.

Na Quarta-feira, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusaram no parlamento o Governo de ter criado esquadrões de morte contra membros da oposição, enquanto a bancada da Frelimo imputou ao braço armado do principal partido da oposição a autoria de assassínios dos seus militantes.

O ministro da Justiça de Moçambique, Isaque Chande, rejeitou as acusações de que o Governo instituiu esquadrões de morte contra militantes da oposição, assinalando que as autoridades perseguem apenas organizações criminosas.

As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos.

A Renamo, por sua vez, acusa as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.

O maior partido de oposição exige governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.

Apesar dos casos de violência, o Governo moçambicano e a Renamo mantêm o diálogo em Maputo, na presença de mediadores internacionais.

SAPO


Porto de Nacala é mais apetecível à fuga ao fisco, que segundo o CIP envolve a Frelimo


Escrito por Redação  em 31 Outubro 2016
Um total de 294 motorizadas, ilegalmente importadas da China, foram confiscada, no último fim-de-semana, no Porto de Nacala, província de Nampula, onde há poucos dias foram apreendidos 1.500 metros cúbicos de madeira prestes a ser importada daquele país asiático. Esta situação pode estar relacionada com as isenções aduaneiras de que o partido no poder, a Frelimo, goza à luz da Lei dos Partidos Políticos, o que lesa o Estado moçambicano em milhares de meticais, segundo o Centro de Integridade Pública (CIP).
Apesar de a inspecção estar a apertar o cerco contra os indivíduos a todo custo tentam enraizar práticas como esta, nesta última apreensão, a China volta a estar no meio do barulho, por ser o país de onde provinham as motorizadas que tinham como destino a cidade de Nampula.
Vicente Marcos, responsável pelo Gabinete de Comunicação e Imagem da Autoridade Tributaria Moçambique, disse que se trata de “situações de fuga ao fisco”, que de há tempos a esta parte tem a ser uma pratica recorrente com todos os efeitos nefastos dela decorrentes. O Estado teria um prejuízo de dois milhões de meticais.
Há poucos dias, pelo menos 50 contentores com 1.500 metros cúbicos de madeira, prontos para a serem exportados para China, foram confiscados no Porto da Beira, província Sofala, por apresentar uma espessura acima do recomendado, 18 centímetros, contra os 12,5 centímetros admitidos por Lei para exportação.
Em Setembro passado, as Alfândega de Moçambique em Nacala abortaram uma tentativa de fuga ao fisco avaliada em cerca de três milhões de meticais, na importação da Malásia e China de mais de 3 mil pneus de viaturas e de bicicletas e 360 motorizadas com falsas declarações.
Aliás, o partido no poder, a Frelimo, segundo o CIP, está envolvido na importação de diversas mercadorias pertencentes a grandes agentes comerciais das cidades de Nacala e da Beira com recurso a isenções aduaneiras de que goza à luz da Lei dos Partidos Políticos, o que lesa o Estado moçambicano em milhares de meticais. Da lista dos bens constam motorizadas, tecidos, pneus e congeladores, que entram no mercado através deste esquema, um verdadeiro hino à fuga ao fisco e à promiscuidade entre quem controla o Estado e quem devia pagar os impostos.
Ainda de acordo com o CIP, o esquema consiste na transmissão de isenções por parte do partido Frelimo aos agentes comerciais em troca de dinheiro. Ou seja, o comerciante compra a mercadoria no exterior e manda passar a factura em nome deste partido.
Quando a mercadoria chega a Moçambique, o partido dos “camaradas” solicita isenção dos direitos nas Alfândegas de Moçambique, como se a mercadoria fosse da sua pertença. Uma vez concedida a isenção, o partido recebe uma percentagem do dinheiro de direitos aduaneiros que o agente comercial deveria pagar. A outra parte fica com o próprio comerciante.

Após primeiro-ministro negar existência de “esquadrões de morte” desconhecidos assassinam mais um membro da Renamo na Zambézia


Escrito por Emildo Sambo  em 31 Outubro 2016
Mais um membro influente da Renamo, identificado pelo nome de Luciano Augusto, residente no distrito de Gúruè, província da Zambézia, foi assassinado a tiros, na última quinta-feira (27), na sua casa, por pessoas supostamente desconhecidas. É a quinta vítima do mesmo partido mortalmente crivada de balas, em pouco mais de um mês, devido ao que se considera tratar-se de “intolerância política” cujo estímulo é atribuído ao partido no poder.
O assassinato, que aconteceu horas depois de o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, ter desmentido a existência de presumíveis “esquadrões de morte”, alegadamente criados para abater os membros da oposição e aqueles que se mostram desalinhados do regime, parece sugerir que as declarações deste governante não são de todo verídicas.
Uma testemunha disse ao @Verdade que Luciano Augusto foi morto por volta das 19h00, a poucos metros da sua residência, “por indivíduos desconhecidos”. Há, segundo a nossa fonte, pessoas próximas ao malogrado que indicam que “os assassinos eram dois e trajados de uniforme policial”.
"Reiteramos o nosso distanciamento em torno das acusações sobre a criação de alegados esquadrões da morte e considero-as totalmente infundadas e desprovidas de qualquer sentido”, disse Carlos Agostinho do Rosário, em resposta às perguntas colocadas pelos chamados representante do povo.
As informações sobre este acontecimento descrito como macabro são creditória. Abdala Ibrahimo, delegado político provincial da Renamo na Zambézia, afirmou que o seu colega foi morto em casa e acabava de regressar do trabalho.
A 22 de Setembro passado, um outro membro da Assembleia Provincial (AP) de Tete e delegado político distrital da Renamo, identificado pelo nome de Armindo António Ncuche, de 55 anos de idade, foi também morto a tiros, por indivíduos ainda desconhecidos.
O assassinato aconteceu por volta das 13h30, na vila de Moatize. O finado estava a caminho de casa, após o término da quarta sessão daquele órgão que fiscaliza, controla o governo provincial e o aprova o seu programa. Volvido quase um mês, nada se sabe sobre o crime ocorrido duas semanas depois de gente desconhecida também ter tentado, em Quelimane, descarregar balas contra Ivone Soares, chefe da a bancada parlamentar deste partido e sobrinha do seu líder, Afonso Dhlakama.
A 08 de Outubro corrente, Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado, eleito pela Assembleia da República (AR) em representação da Renamo, e membro da Comissão Mista do Diálogo Político, foi baleado mortalmente por indivíduos não identificados, em plena manhã, na cidade de Maputo.
Dois membros do maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, foram assassinados à queima-roupa, na terça-feira (18), no distrito de Ribáuè, província de Nampula, por pessoas supostamente desconhecidas e que se puseram o fresco. Com este homicídio, já são quatro vítimas da mesma formação política em menos de um mês, o que sugere tratar-se de uma razia política contra a oposição.
Uma das vítimas é Flor Armando, de 45 anos de idade, delegado político distrital em Ribáuè e membro da Assembleia Provincial de Nampula. O outro finado chamava-se Zeca António Lavieque, de com 25 anos.
A Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), insatisfeitos com as explicações do Governo em relação aos assassinatos que supostamente visam apenas os membros dos partidos da oposição, consideraram que a lista dos alvos a abater não é aleatória. A clara identificação e definição de pessoas a matar é clara.

Império empresarial de Guebuza expande-se para aviação civil

Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Luís Nhachote  em 31 Outubro 2016
A Intelec Holdings, uma empresa que tem à testa Salim Abdula e criada por Armando Emílio Guebuza, em 1998, constituiu, em Setembro último, a companhia Linhas Aéreas do Zambeze. A mesma é detida pela KSA Moçambique e pela Intelec e pretende entrar na concorrência do mercado de transporte de passageiros e mercadorias, bem como a fotografia aérea e vôos de helicóptero. Os membros do Conselho de Adiministração da KSA são Salimo Abdula, Vincent Christoforos e Russell Ashley-Cooper, estes dois últimos executivos da “Legend Aviation”.
Relativamente ao objecto social, a sociedade destina-se à prestação de serviços de transporte aéreo de passageiros e de carga por intermedio de afretamento especial ou de serviço regular, exploração de quaisquer operações por aeronaves incluindo helicópteros dentro e fora do território da República de Moçambique e prestação de serviços de vigilância aérea, levantamentos cartográficos, apoio ás actividades agrícolas e florestais.
Destina-se ainda ao comércio de importação e venda de aviões e respectivas componentes integrantes ou acessórias. A sociedade, desde que devidamente autorizada pelas entidades competentes, pode também exercer quaisquer outras actividades subsidiárias ou conexas com o objecto principal. A sociedade pode participar no capital social de outras sociedades, e delas adquirir participações.
Da criação do império
Armando Emilio Guebuza fundou um império empresarial e parcerias em quase todos os sectores de actividade económica, no período de 1990/2003. Vai desde as pescas, hotelaria e turismo, industria gráfica, imobiliária, em institutos de beleza, assessoria, engenharia, correios e passando por muitas outras até desaguar na imprensa. Só faltava mesmo o sector da aviação.
No dia 5 de Junho de 1992, a AEG juntamente com Benjamim Faduco ( ex-director do «Noticias»), Bernado Mavanga (ex-director do «Noticias» ex- PCA e actual director da AIM) e a «RTK – Rádio Televisão Klint, Limitada» chancelaram a sociedade «Nova Tribuna, Limitada», que tem como objecto social, entre outros, a “industria gráfica e de publicidade, edicção de jornais...”. O capital social da «Nova Tribuna» foi de 3.000.000,00 MT (actuas 3.000,00 MTn).
No mesmo ano, a AEG, com Miguel Nhaca Guebuza (um sobrinho seu), Augusto Lucas e Henrique Joaquim Macuácua constituiram a «Venturim Limitada», uma empresa que tem como objecto social o ramo imobiliário bem como “importação e exportação, hotelaria e turismo e institutos de beleza”. O capital social da «Venturim» foi de 25.000.000,00 MT (25.000,00 MTn).
No mesmo ano junta-se a «Juma Comércio Internacional, Limitada» e a José Luis Sederico da Costa Virott, e constituem a «Mavimbe, Limitada», empresa vocacionada à “pesca de crustáceos, peixe e transformação industrial de pescado e mariscos”. O capital social da «Mavimbe» foi a módica quantia de 300.000.000,00 MT (300.000,00 MTn).
A «Mavimbe» alterou o pacto social, sócios e quotas por duas vezes. A primeira foi em 1996, onde a AEG aparece apenas com a «Juma Comércio Internacional, Limitada». Já em 1998, ( continua com a «Juma Comércio Internacional, Limitada») e entram para a sociedade «Mavimbe», Moisés Rafael Massinga e Jesus Joaquim Cuambe Gomes. (NR: As alterações de pactos sociais, sócios e quotas, ocorrem geralmente quando há aumento de capital, ou cedência de acções por um ou mais sócios).
Em 1995 – a AEG na época era chefe de Bancada da Frelimo na Assembleia da República – com Jesus Joaquim Camba Gomez e Augusto Caetano Ferreira de Carvalho oficializam a «Focus 21, Gestão e Desenvolvimento, Limitada» . Com um capital social de 10 milhões de meticais da velha Família (10.000,00 MTn). O objecto social desta empresa é, entre outros, “...captação de investimentos, desencadeamento de oportunidades de negócios, importação, exportação, criação de banco de dados...”.
Em 1996, a AEG faz parte do grupo que pariu a «MOVA- Montagem de Veículos Automóveis, SARL». Com um capital social de 200.000.000, 00 MT (actuais 200.000,00 MTn) AEG está nesta sociedade com a «Scanmo de Moçambique, Limitada», a «Scan Marine, Limitada», mais oito cidadãos onde se destaca Mariano de Araújo Matsinhe (Ex-ministro da Segurança) seu “camarada” do partido.
Juntamente com a «Electro Sul, Limitada» e a «MI- Empreendimento e Participações Financeiras, Limitada», AEG e estes formam a «INTELEC, Industria de Material Eléctrico, Limitada», empresa que tem como objecto social a “Produção de material eléctrico...”. A modesta quantia de 1.200.000,00 MT, actuais 1.200, 00 MTn, foi o capital social.
Em 1997, a AEG associa-se a «Electrosul, Limitada», a «Motec, Limitada» e novamente com a «MI- Empreendimento e Participações Financeiras, Limitada» e formam a «Electrotec, Limitada» com um capital social de 345.000.000,00 MT, ou actuais 345.000,00 MTn. Esta empresa tem com objecto social a prestação de serviços no “ramo da industria ligada a electricidade geral...” entre outros.
No ano a seguir com José Solomone Cossa (Ex PCA dos Aeroportos de Moçambique) e Ângelo Azarias Chichava (antigo Secretário de Estado da Aeronáutica Civil, já falecido) constituem a «INSPETEC- Sociedade da Inspecção de Engenhos Motorizados, Limitada» com um capital social de 10.000.000,00 MT, actuais 10.000, 00 MTn. O objecto social da «INSPETEC» é dentre outros a “inspecção técnica, certificação e vistoria de veículos automóveis e de embarcações...”.
Já em 1999, Armando Emílio Guebuza, constitui com António Correia Fernandes Sumbane (ex-Secretário-Geral da Presidência da República), Matias Zefanias Boa, Cadmiel Filial Mutemba (ex-ministro das Pescas) e Moisés Rafael Massinga, a «Águia- Empreendimentos e participações, Limitada».
O capital social da «Águia» foi de 10.000.000,00 MT (actuais 10.000,00 MTn) e o objecto social desta sociedade é, entre outros a “..prestação de serviços nas áreas industriais, comerciais, agrícolas e turísticas”. A outra empresa dos ramos das pescas a que AEG está associado é a «Maluandle, Limitada». Foi constituída em 1999.
Aqui está, pela terceira vez, associado com Moisés Rafael Massinga e pela segunda vez com Jesus Joaquim Camba Gomes. A simbólica quantia de 1.000.000.000,00 MT (actuais 1.000.000,00 MTn) foi quanto bastou para o capital social desta empresa que tem como objecto social, tal como a «Mavimbi» a “pesca de crustáceos, peixe e transformação industrial de pescado e mariscos..”.
No ano seguinte junta-se a Daúde Idrisse Gabriel Nhaca Guebuza (um outro sobrinho seu) e a Félix Júlio Massingue e constituem a «New Express, Limitada», que tem como capital social 20.000.000, 00 MT (ou seja, 20.000,00 MTn). O objecto social desta empresa é a “prestação de serviços na área de correspondência ao nível de todo o país...”.
A consagração via presidencial
Quando Guebuza ascendeu ao poder, uma das primeiras medidas foi a sua entrada na estrutura accionista da Vodacom, através da Intelec Holding que realizou os cinco porcento das acções da Vodacom Moçambique.
Ao longo da década que dirigiu o país, Guebuza chamou a si a decisão sobre os principais negócios do Estado e onde houve oportunidade, tratou de capitalizar a Focus 21, a Holding da sua família. Numa clara imitação do modelo angolano, Guebuza entregou a liderança dos negócios da família à sua filha Valentina.
Depois do anúncio da entrega do projecto de digitalização da rádio e televisão em Moçambique ao grupo Startimes, este foi parar na Focus 21 e Valentina se tornou a PCA da empresa. A operação foi avaliada em 220 milhões de euros.
Sem concurso público, a entrega deste projecto à empresa liderada por Valentina Guebuza, foi amplamente criticada por vários actores das forças vivas da sociedade. Astuto, afastou antigos parceiros e capitalizou parcerias com multinacionais, fazendo da Focus 21 o centro onde gravitava todo o investimento estrangeiro em infraestruturas de logística.
Para tal o seu nome não podia aparecer e hoje, com muita frequência, o registo de propriedade é feito usando-se a figura das Sociedade Anónimas, que omite a identidade dos accionistas, e privilegiando-se paraísos fiscais.
Era interessante ver-se a declaração patrimonial de Armando Guebuza...

Ministro da Defesa de Moçambique, Filipe Nyusi, tinha de ter conhecimento das dívidas secretas assim como o antigo Governador do banco central

Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 28 Outubro 2016
@VerdadeSe é um dos moçambicanos que confiou em Filipe Jacinto Nyusi para Presidente de Moçambique saiba que como ministro da Defesa, no Governo de Armando Guebuza, o actual Chefe de Estado foi um dos intervenientes nos empréstimos secretamente contraídos e que resultaram no agravamento da Dívida Pública do nosso País. “O Ministério da Defesa Nacional e os Serviços de Informação e Segurança do Estado são os donos (em porções iguais) de 100% dos interesses do Mutuário”, lê-se no contrato de empréstimo entre a empresa Proindicus SA e o banco Credit Suisse. Aliás, o contrato que o @Verdade teve acesso está assinado, por parte do Mutuário, por um funcionário do ministério que tutela as Forças Armadas de Defesa de Moçambique: Eugénio Henrique Zitha Matlaba. Outra verdade escondida nos contratos é que o Banco de Moçambique não só sabia que os empréstimos estavam a ser contraídos como emitiu um documento à favor.
Formalmente a Proindicus é uma Sociedade Anónima (SA) constituída a 21 de Dezembro de 2012, em Maputo, e tem como accionistas a Sociedade Anónima Monte Binga e os Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), ambos com 50% do capital da empresa.
António Carlos do Rosário foi o representante dos SISE que assinou o contrato de concessão do empréstimo do banco suíço, na qualidade de director da Proindicus SA.
Todavia o representante máximo da empresa estatal que em Fevereiro de 2013 assinou o acordo de crédito, como presidente da mesa de direcção da empresa, é Eugénio Henrique Zitha Matlaba.
@Verdade
@Verdade apurou que Matlaba - licenciado em Gestão pela Universidade Eduardo Mondlane, pós-graduado em Gestão de Empresas pelo Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa, mestre em Gestão de Empresas pelo Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa - é funcionário do Estado moçambicano há várias décadas onde exerceu, entre outros, os cargos de Director Nacional e Assessor do Ministro da Defesa.
Cargos similares aos exercidos por Henrique Gamito, no Ministério das Finanças, e que é co-assinante do contrato de empréstimo da Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM).
Tal como no processo de endividamento da EMATUM, o banco Credit Suisse foi aconselhado legalmente em Moçambique pela empresa de advogados Couto, Graça & Associados (CGA).
@Verdade
A CGA é uma sociedade que foi criada em 2011 da fusão de três outras empresas: H Gamito, Couto, Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados, Limitada; MGA - Advogados e Consultores, Limitada; e Furtado, Loforte & Associados, Limitada.
Porém, por estranho acaso, um dos sócios da empresa H Gamito, Couto, Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados era, até Dezembro de 2014, Hermenegildo Maria Cepeda Gamito que desde Abril de 2011 exerce o cargo de presidente do Conselho Constitucional. Os restantes sócios eram Fernando Amado Leite Couto e Pedro Pombo Gamboa Couto.
Documentos financeiros da Proindicus foram aprovados pelo banco central de Moçambique
Embora a CGA não revele a natureza do aconselhamento que prestou, a julgar pelos contrato que o @Verdade teve acesso, terá verificado a legitimidade das empresas Proindicus e EMATUM, assim como dos seus assinantes.
Ademais os advogados Couto, Graça & Associados terão tido acesso a “evidência que os documentos financeiros foram aprovados pelo banco central de Moçambique”, indica um dos anexos dos contratos entre as empresas que pediram os empréstimos e o banco suíço, contrariando a versão de Ernesto Gove, antigo Governador do Banco de Moçambique, que disse a jornalistas que a instituição que dirigiu durante uma década desconhecia os empréstimos contraídos secretamente e sem a autorização da Assembleia da República, como manda a Constituição do nosso País.
@Verdade
Outro documento de crucial importância para a clarificação destes empréstimos, que conduziram Moçambique para a crise económica e financeira actual, e responsabilização dos seus arquitectos é um certificado que indica Manuel Chang como o representante da República de Moçambique com plenos poderes para assinar as Garantias Soberanas.
De acordo com os contratos que o @Verdade teve acesso os conselheiros legais do banco Credit Suisse tiveram acesso a esse certificado.
@VerdadeVisto que em Moçambique, de acordo com a Constituição, o único órgão do Estado como poderes para “autorizar o Governo, definindo as condições gerais, a contrair ou a conceder empréstimos, a realizar outras operações de crédito, por período superior a um exercício económico e a estabelecer o limite máximo dos avales a conceder pelo Estado” é a Assembleia da República e sendo um facto que estes empréstimos não foram autorizados pela chamada “Casa do Povo” é lícito concluir que esse certificado possa ter sido assinado pelo superior hierárquico de Manuel Chang o então Presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza.
Recorde-se Chang assinou as Garantias Soberanas para os empréstimos contraídos pelas empresas Proindicus, EMATUM e MAM mesmo sabendo que ao exercer esses actos estava a violar várias Leis do nosso País.

ESTE ARTIGO FOI ESCRITO NO ÂMBITO DO PROJECTO DE MEDIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA DA VITA/Afronline( de Itália) E O JORNAL @VERDADE

ZECA CALIATE, VOZ DA VERDADE - OS CANALHAS QUE CONTINUAM A GLORIFICAR O SAMORA ´´ASSASSÍNO`` MACHEL, COMO SENDO O VERDADEIRO LIBERTADOR DA PÁTRIA, SÃO OS MESMOS QUE HOJE, 24 ANOS APÓS UMA TRÉGUA SABOTADA, COLOCAM O PAÍS EM COLAPSO


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Fotografia_(12)Eles não falam da miséria que incutem ás famílias Moçambicanas, mas quando são solicitados para se pernunciarem sobre o retardado do Samora ´´kichwa ya maji``Machel, fazem-no de uma forma tão artificial e bajuladora, que só continuam a enganar aos mais ignorantes sobre o tema.   Aquele ser abominável que tive o infortunio de o conhecer e conviver, no campo de treinos militar de Kongwa no então Tanganyika em Março de 1965, já lá vão 51 anos, não passava de um miserável completamente estasiado no seu poderoso fumo de recalcamentos e maldade, que fez questão de semear nas mentes de milhões de Moçambicanos, durante o infeliz tempo que passou no mundo dos mortais.
Tenho enúmeros episódios para contar sobre a vida de Samora Machel, mas hoje vou apenas relembrar algumas verdades continuamente omitidas no seio da boçalidade Frelimista sobre Samora. Esse homem que sempre se vangloriou de ter combatido ferózmente o colonialismo Português, na verdade só o fazia em seus sonhos, porque o verdadeiro trabalho de HOMEM, deixava-o para os valentes, enquanto ele se mantinham em Nachingwea a brincar com as meninas e ´´ALGUNS MENINOS``.  Aquele ser de fraca figura, nunca se fez presente em nenhum combate contra às tropas Portuguesas, e nem sequer sabia como se organizava uma simples emboscada...um verdadeiro inútil manipulador.
Os dez anos que tive de vivência na Frelimo, deram-me muita experiência e calo de vida, pois lidei com todo o tipo de pessoas dos vários cantos de Moçambique, onde retirei boas e más lições de vida.  Nessa minha longa caminhada, fui obrigado a conviver com dois matadores Moçambicanos vindos de partes distintas do nosso País, que viriam a criar a aliança Makonde-Shangane da matança, um proveniente do Sul do rio Save, e o outro proveniente do planalto dos Makondes no Norte do País, onde ambos mantinham o mesmo modos operandi na criação de terror, são eles, Samora Moisés Machel, o aprendiz de enfermeiro, e Alberto ´´Ignorante`` Chipande. Alberto Chipande foi o primeiro e único comandante da Frelimo que eu tenha conhecimento, que teve a coragem de assassinar o seu próprio Pai, Joaquim Chipande, acusando-o de ser agente informador do Colono e isto tudo para dar uma prova de lealdade á hegemonia Sulista boçaloide Comunista.
Quando me deparo com um dos maiores delatores do nosso povo, Joaquim ´´TZOM`` Chissano, a falar para a STV, sobre o legado do maior criminoso da nossa história, só me dá vómitos. Não é que o traficante Chissano tem a ousadia de dizer que foi Samora a criar o Destacamento Feminino da Frelimo!!! Que grande MENTIRA...,pois foi Filipe Samuel Magaia, que autorizou a participação feminina nas Forças Populares de Libertação de Moçambique “FPLM”.   Samora Machel, quando tomou de assalto a Defesa do partido, após assassinar o  seu superior e chefe Filipe Magaia, a sua primeira grande accção no seio do Destacamento Feminino, foi violar e engravidar a chefe desse Destacamento, a camarada Josina Muthemba, que por sua vez era a ´´viúva`` e companheira de Magaia.  Hoje, o cínico Chissano, vai omitindo estes acontecimentos para entretenimento da carneirada Frelimista, esquecendo-se de dizer que o camarada Samora só assumiu a sua responsabilidade perante Josina, porque o ´´antigo`` Comité Central da Frelimo, assim o deliberou, pois o seu pai Sansão Muthemba, era um homem respeitado e de extrema confiança de Eduardo Mondlane. Mais tarde, Josina viria a ser envenenada pelo próprio Samora, perdendo a vida no hospital de Muhimbiri em Dar-és-Salaam.
Porque é que Chissano omite, que foi á União Soviética pela segunda vez em 1966 para aquele especial treino de assassinato de Mondlane, que viria a dar frutos em 1969!!?? Quando diz que a defesa e segurança da Frelimo foi separada antes da morte de Magaia....MENTIRA, a coisa só se concretizaria depois de Samora e Chissano assassinarem Magaia, para assim dar continuidade á sua ascensão meteórica dentro do partido até o tomarem na totalidade em 1969.
Após a matança de Mondlane, conseguiram afastar Uria Simango e todos os outros membros Chingondos de relevo, com poder de decisão no Comité Central, para assim deliberarem a sucessão de Mondlane sem oposição, e assim manter a hegemonia sulista.
Após a Independência, Samora deu primazia na criação de amizades com a mesma linha opressora e acelarou a sua perseguição aos seus inimigos ´´RESISTENTES``. Mas o que o viria a matar, vinha de dentro...provando da semente que ele próprio Samora, plantara uns anos antes.
Uma certa senhora fala dos valores e princípios que Samora implementou...quais???? DAQUELES DE QUE ACABEI DE ESCREVER!!??? De facto o homenzinho tinha um carisma imenso naquilo que sabia fazer melhor...mandar MATAR E SONHAR.
O maior contributo que Samora deixou na nossa sociedade foi de facto o separatismo nacional, opressão tribal e as demais, mono partidarismo, racismo, já para não falar nos campos de reeducação, nos julgamentos populares, nos fuzilamentos(a que até Chissano assistiu), nas guias de marcha e muito,... muito mais. ...Amnésias???...claro que não, apenas as manipulações do costume de um ser também ele abominável, calculista, frio e grande assassino do regime Frelimista.
Um momento de reflexão...será que os Moçambicanos se dão conta que a eleição do ´´Gomate wa Zaurinha`` por parte do ´´CC`` foi uma jogada de mestre dos sulistas??? Para os magazas era importante darem a vez aos Makondes fácilmente manipuláveis, com o intuito de os sabotar como estão a fazer agora, precisamente para que em 2019 ponham lá outro presidente do sul e acabar de uma vez com as pretenções Makondes. Lembram-se de ouvir dizer, que Nyusi seria um presidente de um só mandato??? Neste momento os clãs dentro da Frelimo guerreiam-se silênciosamente para se sabotarem uns aos outros, nesta guerra não declarada aos incansáveis RESISTENTES. Os Makondes neste momento lutam contra o tempo, e matar DHLAKAMA é primordial para que eles se mantenham no tôpo do partido dando um chega para lá aos sulistas que lhes querem fazer a cama.
Por isso os Esquadrões da Morte trabalham a todo vapôr, comandados por Alberto Chipande, Nyusi e a sua canalhada do costume como: Raimundo Pachinuapa, Salvador N'tumuke, Lagos Lidímu, entre outros.
Amigos, aqui temos três pilha galinhas a disputar o poleiro da capoeira boçal Frelimista... Guebas, Chissano e Chipande....atenção que já sabemos que todos são criminosos, mas tenham especial atenção no maior calculista de todos os tempos do nosso País, o grande traidor JOAQUIM CHISSANO.
PRESIDENTE DHLAKAMA, O QUE ESPERA PARA ACABAR DE UMA VEZ COM ESTA CANALHADA???? SE ERA LEGITIMAÇÃO PERANTE O MUNDO QUE PROCURAVA, AÍ A TEM, DEPOIS DE TODOS OS ACONTECIMENTOS DOS ULTIMOS TEMPOS...UMA VEZ RESISTENTE, RESISTENTE PARA SEMPRE.
Meus irmãos Moçambicanos, relembro-vos em consciência, a todos os resistentes a este regime sanguinário inconsequente, que enquanto as chefias radicais assassinas desse partido Frelimo não forem capturadas e encarceradas, o povo nao terá liberdade e sempre haverá alguém para enviar os ``cães de caça do regime`` para vos perseguir, agredir e eliminar.
FUNGULANI MASSO, lembrem-se bem, QUEM NÃO LUTA PERDE SEMPRE, A LUTA É CONTÍNUA.
Zeca Caliate, general Chingòndo, um dos sobreviventes da Teia do mal Frelimo.
Europa, 30 de Outubro de 2016 
(Recebido por email)
Vejam http://www.macua1.org/blog/caliate.htm
Brevemente mais notícias, aqui na sua VOZ DA VERDADE, que anteriormente não sabiam!
PS: Aqui está a minha caixa de correspondência, basta escrever para ZECA CALIATE, VOZ DA VERDADE, APARTADO Nº 11 LOJA CTT/PC PÓVOA DE SANTA IRIA - 2626-909 PÓVOA DE SANTA IRIA - PORTUGAL

Samora Pergunta onde está Dlhakama a um prisioneiro (video)


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Interessante a resposta do prisioneiro quando Samora lhe pergunta quem é o seu Presidente.

“Teria sido bom se o encontro com Dhlakama tivesse acontecido”


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Mario_raffaelli++Mario Raffaelli na hora da despedida
Mario Raffaelli, coordenador da equipa dos mediadores internacionais nas negociações entre o Governo e a Renamo, confirmou, na passada sexta-feira, que foi à Gorongosa no dia 22 de Outubro, sábado, para se encontrar com Afonso Dhlakama. Mario Raffaelli declarou que saiu de lá por falta de segurança.
Fez estas declarações no encontro da sua despedida, depois do fracasso das negociações, que foram interrompidas, mais uma vez, para acertos entre as partes.
Mario Raffaelli confirmou tudo o que Afonso Dhlakama disse em entrevista ao “Canal de Moçambique” e pediu desculpas ao “Canal de Moçambique” por ter afirmado que as informações sobre a emboscada eram um boato.
“O que é verdade e o lado que eu reconheço é a entrevista de Dhlakama ao jornal, por isso eu pedia, se está algum jornalista do ‘Canal de Moçambique’, para que não se zanguem comigo.”
Afirmou: “Pela minha parte, não posso dizer nada sobre o que aconteceu a Dhlakama, porque a verdade é que, quando Dhlakama, na entrevista, aparece a esclarecer  que me ligou, falando comigo, explicou ‘Amigo Raffaelli, pare e regresse, porque eu tenho informações de que as tropas governamentais estão a movimentar-se’”.
Segundo Mario Raffaelli, a ida à Gorongosa por parte dos mediadores internacionais era uma tentativa de realizar um encontro com o presidente da Renamo.
Mario Raffaelli confirmou que o encontro estava previsto e considerou que “era uma boa coisa, se tivesse acontecido, mas, infelizmente, não aconteceu”. Leia as declarações
completas de Mario Raffaelli na edição do semanário “Canal de Moçambique” da próxima quarta-feira. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 31.10.2016

Realidade ou mito...?


Contenção de custo
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A contenção de custos pode ser e vai continuar a ser uma palavra na boca dos dirigentes, mas que na realidade ninguém faz a sua aplicação.
Um exemplo concreto de que isso não vai acontecer ou seja não haverá contenção nenhuma, foi nesta viagem que o chefe do Estado Filipe Jacinto Nyusi fez a província da Zambézia onde foi possível ver mais de cinquenta carros e na sua maioria com um único ocupante. Aliás este não foi único gasto desnecessário, foram produzidos reclames com imagem do chefe do Estado, sendo que um foi implantado na machamba onde Nyusi fez o lançamento da campanha, outro no mercado de venda de peixe e outro na vila sede do distrito e todos com o mesmo dizer, “bem-vindo a Mopeia senhor presidente”.
A questão que fica, porque tanta publicidade assim da imagem do PR, se todos dias fala-se de contenção de despesas.
Será que assim estamos a poupar ou a gastar desnecessariamente, que importância tem aqueles banneres todos produzidos que até foram afixados na machamba, mercado e vila sede. (António Munaíta)
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 31.10.2016

PGR sem datas para lançamento do concurso público


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Contratação do auditor para as dívidas escondidas
A Procuradoria-Geral da República disse que houve violação da legislação orçamental, mas ainda não há acusados, alegadamente por falta de elementos.
A Procuradoria-Geral da República não quer indicar datas sobre o lançamento do concurso público para a contratação de um auditor internacional para investigar as chamadas “dívidas escondidas”.
O “Canalmoz”, na passada sexta-feira, 28 de Outubro, perguntou ao procurador-geral-adjunto e porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Taibo Mucobora, sobre quanto tempo mais a Procuradoria-Geral da República vai levar para lançar o concurso público.
Em resposta à nossa questão, Taibo Mucobora declarou: “Vai acontecer a breve trecho. Não posso precisar. O que posso dizer é que há acções que estão a ser desenvolvidas para que isto possa ocorrer no mais breve período de tempo possível”. Mucobora diz que é também do “interesse da Procuradoria-Geral da República que essa auditoria aconteça, porque as informações que forem trazidas vão ajudar o processo”.
A informação de que a Procuradoria-Geral da República vai lançar um concurso público foi dada pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante uma sessão de informações do Governo, na passada quarta-feira, dia 26, na Assembleia da República.
No dia 14 de Julho do corrente ano, Taibo Mucobora afirmou que houve violação da legislação orçamental durante a contratação das dívidas a favor das empresas privadas EMATUM, “ProIndicus” e MAM. “Há violação da legislação orçamental, no que diz respeito à inobservância dos limites e não observância dos procedimentos legais, e isto implica em ilícito criminal na forma de abuso de cargo ou função”, disse Taibo
Mucobora, em resposta à questão colocada pelo “Canalmoz” de saber em que estágio se encontra o caso das dívidas escondidas.
As declarações de Mucobora resultam de uma série de actividades, que incluíram audições a Armando Guebuza, ex-Presidente da República, a Manuel Chang, ex-ministro das Finanças, e ao presidente do Conselho de Administração das empresas que beneficiaram do dinheiro.
Depois dessas declarações, nada mais foi feito. Não há acusados, alegadamente por falta de elementos.
Tudo está dependente da auditoria internacional independente.
(André Mulungo)
CANALMOZ – 31.10.2016

MANUEL DE ARAÚJO RESPONDE A NYUSI



sábado, 29 de outubro de 2016

No caos, não há trono


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OLIVIA_MASSANGOPor Olívia Massango
PALAVRAS SEM ALGEMAS
Há mais de um ano que vivemos em lamentações, lamúrias, cochichos... quase que brincado de falar de crise, quer política ou económica, no país. Saudamo-nos assim e naturalizamos o estado negativo da vida. É a morte silenciosa da esperança, da crença na nossa capacidade de operar mudanças, aliás, bem diante de nós. Mas os óculos de betão ofertados pelos “iluminados” tornam impossível o vislumbrar de coisa alguma. E o cúmulo do ridículo é que os tantos cegos suam dia e noite para produzir os óculos transparentes dos poucos que bem captam a irrealidade que para todos projectam. Estes tantos são um sombreiro que, exposto ao sol, chuva e todas as tempestades, protege a quem o devia proteger. Uma inversão de papéis que a história deverá corrigir, no seu tempo. Pois, não há mal que dura para sempre, tal como o bem não é eterno.
Esta agonia a que está sujeito o povo moçambicano - com certeza - tem dias contados. Tiros e terror banalizando a vida e retraindo investimentos; preços levando os cidadãos a roçar a costura dos bolsos; o dinheiro tornando-se tangível apenas no espaço imaginário; as calamidades naturais denunciando a nossa precária previsibilidade e proactividade, etc., são o retrato da vida que nos impõem. Parecemos doentes em fase terminal clamando pela recuperação, com apenas a alma como ouvinte. E quando nos cansamos de lutar pela vida, pedimos a morte, já mortos.
Afinal, por quem nos toma a desgraça? Por fracos. Certamente! Porque desistimos de lutar. Desistimos de vencer.
Acreditar na mudança ainda não é uma loucura, mas o alto estado de lucidez que devemos firmemente activar para dizer basta. Sofrer não pode ser um destino imposto apenas, mas também uma escolha da qual temos de nos desancorar.
Chega de brincar de mudo, gritando para os surdos. O Presidente da República e todo o seu Governo devem saber que têm a obrigação de conhecer as nossas aflições e esmerarem-se por saná-las. Devem saber que não somos cobaias para nos testarem uma cirurgia a sangue frio, porque podemos gritar até atingir o irracional e, como os felinos acuados, garantirmos a nossa sobrevivência.
Que não se confunda a paciência e a confiança do povo com burrice. Porque, para suportar tamanha agonia na passividade, este povo devia ser declarado Herói. Uma heroicidade que pode ser usada como arma para iniciar as mudanças radicais de que precisamos para voltar a dar um bom rumo ao país.
Estamos dispostos a sofrer, mas por causas justas. Um sofrimento fundamentado no sonho colectivo de um povo que merece um futuro melhor, com a força da mudança, pela confiança no líder. Portanto, que o Presidente da República e seu Governo não se deleitem nas ondas calmas do mar, porque a passividade, fielmente imposta pela confiança na delegação do poder, pode desvanecer.
E… no caos, não há trono.
O PAÍS – 28.10.2016

Mediadores nas negociações de paz em Moçambique entregam proposta sobre descentralização


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Os mediadores internacionais nas negociações de paz em Moçambique pediram hoje ao Governo e à Renamo que apreciem um pacote de princípios sobre descentralização no país, durante a nova pausa nas conversações, que se prolonga até 10 de novembro.
"Não é um documento que apresenta uma lei, é um documento que apresenta os princípios que devem nortear a lei", esclareceu o coordenador da equipa de mediação internacional, Mario Raffaeli, durante a distribuição de um comunicado dos mediadores aos jornalistas, no final de mais um ciclo de negociações em Maputo.
Raffaeli, mediador indicado pela União Europeia, explicou que, neste ciclo de rondas negociações, foi utilizada uma estratégia de encontros bilaterais com as duas delegações, em lugar dos habituais encontros conjuntos.
"Em consequência, o resultado desses encontros bilaterais foi traduzido numa proposta feita pelos mediadores, que propõem a entrega de um pacote de princípios relativos a descentralização, assim como um 'road map' para enfrentar os outros pontos de agenda", avançou.
O documento dos mediadores deve ser analisado pelo Governo moçambicano e pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), durante o novo interregno nas conversações, e receber uma resposta formal das partes, no seu reatamento previsto para 10 de novembro, para que, no final do mês, seja enviado à Assembleia da República.
A descentralização é um dos pontos das negociações em curso entre o Governo e a Renamo, para a restauração da estabilidade política e militar no país.
Governo, Renamo e mediadores internacionais criaram uma subcomissão para a preparação de um novo pacote legislativo sobre descentralização e, entre os pontos em avaliação, além da possibilidade de uma revisão constitucional, cabe a este grupo rever as leis das assembleias provinciais e de bases da organização e funcionamento da administração pública, bem como uma proposta de lei das finanças provinciais.
O comunicado de hoje indica que a equipa de mediação internacional propôs, durante as últimas sessões, que seja feita "uma ligação entre a solução dos acordos políticos e a trégua", uma estratégia que, segundo o coordenador dos mediadores, vai "dinamizar o processo para a cessação das hostilidades militares".
"É mais fácil atingir um acordo se fizermos uma ligação entre os assuntos políticos e a cessação das hostilidades", acrescentou, observando que os líderes das duas delegações continuam a manifestar abertura para uma paz duradoura.
No que respeita ao assassínio, no início do mês, do membro da Renamo nas negociações de paz e conselheiro de Estado, Jeremias Pondeca, os mediadores internacionais entendem que "foi muito importante que este episódio tenha sido condenado por todos as componentes da sociedade, assim como das instituições do Estado", acrescentando que a presença do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, nas cerimónias fúnebres foi muito marcante.
"Ambas as delegações reiteram a vontade de continuar o diálogo pela paz", refere ainda o documento.
Além da exigência do maior partido de oposição de governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral e a cessação imediata dos confrontos, a agenda do atual processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação do Estado, e o desarmamento do braço armado da Renamo e sua reintegração na vida civil.
A região centro e norte de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança e denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
A Renamo acusa, por sua vez, as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.
EYAC/HB // JMR
Lusa – 28.10.2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Dirigente da Renamo assassinado no centro de Moçambique - partido


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Um dirigente da Renamo em Gúruè, província da Zambézia, centro de Moçambique, foi morto a tiro na quinta-feira na sua residência, uma ação atribuída pelo partido aos "silenciadores da democracia", disse hoje à Lusa fonte do movimento.
Um grupo armado disparou vários tiros que atingiram mortalmente Luciano Augusto, dirigente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), no quintal da sua residência na noite de quinta-feira, quando regressava do trabalho, disse Abdala Ibrahimo, delegado político provincial do maior partido da oposição.
"Ele foi baleado mortalmente e ficámos indignados com este assassínio selvagem", declarou Abdala Ibrahimo, acrescentando que vozes opositoras à atual governação têm sido perseguidas pela "intolerância política" da ala governamental.
"Pensamos nós que não é solução para este país [o silenciamento da oposição]", disse Abdala Ibrahimo, acrescentando que a violência política está a amputar a democracia, e apelando aos "organizadores desta situação" para o respeito do direito à vida e das pessoas com ideologias politicas diferentes, sobretudo os membros da oposição.
Sem avançar números concretos, Ibrahimo, disse que dezenas de membros da oposição foram mortos nos povoados, distritos e em zonas rurais e urbanas, na sequência da violência político-militar que aflige o centro e norte de Moçambique, descrevendo que outros milhares pernoitam nas matas para fugirem da perseguição de que são alvos.
A Polícia na Zambézia ainda não se pronunciou sobre o homicidio do dirigente da Renamo na província.
Militantes dos dois principais partidos moçambicanos, Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) e Renamo, foram assassinados nos últimos meses no país, no contexto da atual violência militar entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da oposição.
Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado pela Renamo, que integrava a equipa do partido nas negociações com o Governo para a paz no país, foi recentemente encontrado morto em Maputo com sinais de balas no corpo.
Na quarta-feira, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusaram no parlamento o Governo de ter criado esquadrões de morte contra membros da oposição, enquanto a bancada da Frelimo imputou ao braço armado do principal partido da oposição a autoria de assassínios dos seus militantes.
O ministro da Justiça de Moçambique, Isaque Chande, rejeitou as acusações de que o Governo instituiu esquadrões de morte contra militantes da oposição, assinalando que as autoridades perseguem apenas organizações criminosas.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos.
A Renamo, por sua vez, acusa as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.
O maior partido de oposição exige governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.
Apesar dos casos de violência, o Governo moçambicano e a Renamo mantêm o diálogo em Maputo, na presença de mediadores internacionais.
AYAC // JMR
Lusa – 28.10.2016

Mario Raffaelli confirma tudo o que Dhlakama disse na entrevista ao Canal de Moçambique

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Mário Raffaeli-Também pediu desculpas ao Canal de MoçambiqueO chefe dos mediadores internacionais nas negociações entre o Governo e a Renamo, Mario Raffaelli acaba de confirmar há momentos no evento da sua despedida, que de facto esteve em Gorongosa no sábado passado e saiu de lá por falta de condições de segurança devido a tiroteios no local onde era suposto se encontrar com Afonso Dhlakama.
Raffaelli também pediu desculpas ao Canal de Moçambique por ter apelidado de boato a informação que o semanário avançou em primeira mão e por confirmação de Afonso Dhlakama. "Tem jornalista do Canal de Moçambique aqui? É que estava a ver que estão muito zangados comigo, mas não zanguem comigo. Transmite aos seus colegas para não zangarem comigo" disse Raffaelli em declarações à imprensa, mas falando diractamente para o nosso correspondente nas negociações.
Mas Raffaelli não explicou porque razão apelidou o evento de sábado como sendo boato. Confirmou que saiu de Gorongosa após ter sido informado por Afonso Dhlakama de que havia uma emboscada que estava a ser preparada.
"É verdade e nós confirmamos a entrevista do Dhlakama. Portanto não posso dizer mais nada sobre o que Dhlakama disse.
Mario Raffaelli disse que o encontro havia sido combinado com o presidente da República Filipe Nyusi e o presidente da Renamo e ambos tinham concordado.
"Eu, não decidi ir sozinho. Infelizmente não sei o que aconteceu" disse. Mais detalhes na próxima edição do Canal de Moçambique.
Canalmoz
In https://www.facebook.com/CanalMoz/?fref=ts
NOTA: E agora? O Sr. Filipe Nyusi continua calado? Grato Dr. Mario Raffaeli: Nunca é tarde para se dizer a verdade. Lembro que foi Unay Cambuma quem primeiro se referiu a esta situação.
Fernando Gil

EY: Será que o tonto de Viriato ainda virá a desmentir este acontecimento e a profetizar a queda da Renamo? Contra factos, os argumentos não dizem nada, razão pela qual depois de vários bombardeamentos na rede social, Mario Rafaelli apareceu a pedir desculpas e confirmar os factos. Unay não fala a toa como a G40 do Viriato e companhia... 

Dividas Ocultas -Recapitulação breve de alguns episódios


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5 de abril - O Wall Street Journal noticia que há um empréstimo não divulgado de 622 milhões de dólares que foi proposto pelo Credit Suisse e VTB em 2013, e que no ano seguinte os investidores foram abordados para elevar o valor emprestado para 900 milhões.
14 de abril - O ministro das Finanças diz que não há empréstimos escondidos e que "houve alguma confusão" relativamente à Ematum. "Houve alguma confusão e acabou colocando Moçambique num barulho sem necessidade. Tudo aquilo que tem a garantia do Estado, está garantido. Nós assumimos tudo o que havia sido assumido pelo Governo. Essa é a tranquilidade que eu continuo a dar aos investidores", disse Maleiane no final de um encontro com Christine Lagarde, em Washginton, nas Reuniões da Primavera do FMI e Banco Mundial.
15 de abril - O FMI cancela a visita que tinha programado a Moçambique e anuncia que lhe foram revelados empréstimos escondidos de mais de mil milhões de dólares. "O empréstimo em causa ascende a mais de mil milhões de dólares (884 milhões de euros) e altera consideravelmente a nossa avaliação das perspetivas económicas de Moçambique", disse a diretora do Departamento Africano, Antoinette Sayeh.
19 de abril - O Financial Times noticia que o Governo de Moçambique autorizou um empréstimo de mais de 500 milhões de dólares a uma empresa pública.
19 de abril - Em Washington, o primeiro-ministro reconhece a existência de uma dívida superior a mil milhões de dólares. O FMI responde que isso é um "primeiro passo importante".
26 de abril - O Governo reconhece a existência de uma dívida fora das contas públicas de 1,4 mil milhões de dólares (1,25 mil milhões de euros), justificando razões de segurança de infraestruturas estratégicas do país. O porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saíde, confirmou hoje à imprensa a existência de garantias prestadas pelo Governo a empréstimos concedidos à Proindicus, em 2013 no valor de 622 milhões de dólares (553 milhões de euros), e à Mozambique Asset Management, no ano seguinte, de 535 milhões de dólares (476 milhões de euros), a que se soma um terceiro crédito envolvendo o Ministério do Interior. Trata-se de um crédito bilateral de 221 milhões de dólares (196 milhões de euros), contraído a favor do Ministério do Interior, entre 2009 e 2014, segundo o porta-voz do Conselho de Ministro, sem mais detalhes.
28 de abril - O primeiro-ministro moçambicano confirmou dívidas garantidas pelo Estado, entre 2013 e 2014, de 622 milhões de dólares a favor da Proindicus e de 535 milhões de dólares para a Mozambique Asset Management (MAM), lamentou hoje que o Governo não tenha dado conhecimento ao FMI e disse que os dados foram ocultados à Renamo por se tratar de assuntos de soberania e segurança do Estado: "Temos uma oposição na Assembleia da República que de dia faz parlamento e de noite ataques noutro sítio", afirmou Carlos Agostinho do Rosário, em conferência de imprensa, referindo-se à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), e ao conflito que assola a região centro do país entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do maior partido de oposição.
NOTA: Tudo se soube sempre vindo de fora. Porquê?

"Dá a entender que o comando governamental, e quiçá do partido, é bicéfalo"


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Eureka por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (29)
Tudo bem, Presidente?
Hoje resolvi dizer-lhe isto: o povo moçambicano está desapontado com todos os políticos ineficazes, que não resolvem os seus problemas, inclusive o Presidente Nyusi.
O povo moçambicano está cansado de ouvir o Presidente que só é Presidente graças ao seu voto a dizer que na sua cabeça só cabe a palavra paz, paz e paz, enquanto no terreno manda soar as Kalashnikovs.
Há aqui uma questão que o Presidente ainda não me respondeu. Vou insistir até onde puder: afinal quem manda na Frelimo?
É que na minha cabeça, e nas dos demais moçambicanos, não cabe que o Presidente que elegemos diga reiteradamente que só quer a paz, quando, por outro lado e sorrateiramente, manda as Forças de Defesa e Segurança atacar o mais directo interlocutor para a paz em Moçambique.
Dá a entender que o comando governamental, e quiçá do partido, é bicéfalo.
Enquanto o Presidente apregoa que é pela paz, um outro dirigente manda soltar o exército subserviente ao partido no poder- para que no terreno gore todas as tentativas com vista ao alcance da paz, pela via do diálogo.
Vem tudo isto à propósito das recentes declarações do líder da Renamo. Afonso Dhlakama acusou o exército de ter tentado atacar no último Sábado o local onde se iria encontrar com uma delegação de mediadores das negociações, inviabilizando a reunião secreta.
Dhlakama disse que, a pedido do Presidente Nyusi, se iria encontrar com Mario Raffaelli e Jonathan Powel, representante do ex-Primeiro-ministro britânico Tony Blair nas negociações de paz, algures em Gorongosa, mas uma movimentação do exército no local da reunião e confrontos com o braço armado da Renamo inviabilizaram o encontro.
Há aqui alguém que é falso. E essa pessoa, de certeza, não é Afonso Dhlakama- pelo menos desta vez. O que aguça mais a minha inquietação é o facto de Angelo Romano, representante da União Europeia na equipa de mediação internacional no
actual processo negocial de paz em Moçambique, se ter fechado em copas quando questionado se houve ou não essa tentativa de emboscada denunciada por Dhlakama.
Não há quem não sabe que quem cala consente!
Os moçambicanos estão cansados de ouvir sempre o mesmo estribilho de que quem quer a guerra é a Renamo. A Frelimo, afinal, o que quer? Paz é que não! E começo já a duvidar das suas palavras, Presidente, de que na sua cabeça só cabe a palavra paz.
É que o rearmamento das Forças de Defesa e Segurança não é de hoje.
Data de 2012 quando, à socapa, foram feitos empréstimos que fazem com que a economia moçambicana agonize. Maior bolo dos dois mil milhões de dólares ocultados da comunidade internacional foi canalizado à Ematum, Proindicus e MAM, todas empresas de segurança, o que dá a entender que nessa altura a via militar não havia sido colocada de lado.
E nessa altura, o ministro da Defesa e Segurança era Filipe Nyusi, ora Presidente da República. Obviamente que participou de tudo e sabe muito bem dessa agenda de guerra contra a Renamo.
Duvido muito que as negociações em curso possam ter sucesso. Não acredito num acordo de paz eficaz. Se estivéssemos em 2019, ano eleitoral, tudo seria diferente. Até sabem recensear Dhlakama no mato mesmo depois do prazo para o efeito ter-se esgotado.
A Frelimo está numa situação dilemática. Quer a paz e ao mesmo tempo move uma guerra não declarada. E isto só pode acentuar a desorganização e estagnação do partido, devido à falta de foco.
Quais é que são as soluções para esta economia em agonia? Qual é a principal mensagem da Frelimo, que é o Governo, para que se vença esta crise? Nós não elegemos um Presidente só para inaugurar um centro de abastecimento de água do FIPAG, no Intaka, ou um hospital provincial na Zambézia. Não queremos um corta-fitas.
Queremos um Presidente que saiba liderar, exemplarmente, este povo.
Pelo rumo que as coisas estão a tomar, creio eu que em 2019 se vai quintuplicar o número de eleitores que depois de votar, guarnecerá o seu voto para ter a certeza que foi para o candidato escolhido. Até porque, para simplificar, isto devia ser de lei. No pacote eleitoral incluir-se-ia mantas para que os eleitores possam, confortavelmente, agasalhar-se quando a ocasião o exigir, enquanto vigiam, noite adentro, o destino do seu voto.
DN – 28.10.2016