"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 27 de julho de 2011

VOCÊS SABIAM QUE A FIR (FORÇA DE INTERVENÇÃO RÁPIDA) NÃO TEM FORÇA PERANTE OS HOMENS DA RENAMO?

Segundo os relatos divulgados com o canal de Moçambique a partir de Nampula, 13 homens da FIR perderam a vida no confronto com os poucos homens da Renamo que fizeram frente as estas Forças que todos nós sabíamos que são intocáveis.  O governo esconde este facto, o que pode criar revoltas dos familiares dos que perderam a vida. Leia a seguir
Relatos dos confrontos com homens da Renamo
Pelo menos 13 agentes da FIR podem ter morrido em Marínguè
“O Governo está a esconder o que realmente aconteceu e isto pode criar revolta na força e nas famílias dos que perderam a vida” - Agentes da FIR em Marínguè
Aunício da Silva
Sobre o incidente registado a 22 de Abril findo na vila distrital de Marínguè, opondo agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) e membros das forças da Renamo que cuidam até agora da então base central durante a Guerra Civil que durou 16 anos, ainda há dados não revelados. A partir de Nampula, a Reportagem do Canal de Moçambique falou com agentes da FIR afectos às unidades de Marínguè. Agentes bem identificados pediram-nos anonimato, por alegadamente temer represálias, e revelaram que no dia da refrega alguns dos colegas morreram. “No dia dos confrontos, 13 dos nossos colegas perderam a vida nos confrontos que tivemos com os poucos homens da Renamo, que fizeram frente à FIR”, disse uma das fontes.
“Nunca esperávamos, como faziam-nos acreditar os nossos chefes, que existisse alguém em Moçambique que desafiasse a FIR”, e com estes acontecimentos “ficámos claros que a Renamo é forte e que pode destruir muita coisa”, observou um dos nossos interlocutores.
Disseram-nos outros ainda que “o Governo está a esconder o que realmente aconteceu e isto pode criar revolta na força e nas famílias dos que perderam a vida”.
Visita de Guebuza a Marínguè
O Presidente da República, Armando Guebuza, encontra-se em “Presidência aberta” e agora também designada por “inclusiva” à província de Sofala desde passada segunda-feira. Iniciou a visita pelo distrito de Búzi, a Sul da província, e na terça-feira escalou o distrito de Marínguè, a Norte. Pelo que nos disseram as fontes, “o devia fazer comício em Nhamacala, a trinta e cinco quilómetros da vila do distrito de Marínguè, temendo-se revolta dos agentes da Renamo e da população” e “se ele for a vila de Marínguè vai ser por terra”. “A não aterragem na ‘Pista Afonso Dhlakama’ não é da vontade do PR, mas foi assim aconselhado depois da visita efectuada pelo general na reserva Alberto Chipande e o comandante Binda”, revelaram os nossos interlocutores.
O que realmente aconteceu?
A história começa com uma provável desobediência a hábitos militares. A vila de Marínguè dispõe de duas pistas de aterragem de aeronaves de pequena escala. Uma delas foi construída aquando da colonização, cuja dimensão não excede oitocentos metros. A segunda foi construída aquando da guerra dos dezasseis anos e é obra da Renamo, por isso foi baptizada com o nome “Afonso Dhlakama”. Esta pista dispõe de uma dimensão de cerca de mil e quinhentos metros.
A picada de acesso à ex-base e residência de Dhlakama em Marínguè, parte da pista com o nome do líder da Renamo.
Todavia, nos tempos do então Presidente da República de Moçambique, Joaquim Chissano, a utilização daquela pista estava sujeita a uma prévia autorização por parte dos militares da Renamo sedeados na Base de Marínguè. Com o advento da mudança na máquina governativa moçambicana ao seu mais alto nível, este gesto foi banido.
Aliás o Governo de Guebuza “nunca tinha usado” a tal pista, contam os agentes da FIR.
No presente ano, pretendendo o Presidente da República, Armando Guebuza, visitar o distrito de Marínguè, ordenou a limpeza da pista “Afonso Dhlakama” com vista à aterragem dos helicópteros que o transportam, incluindo a sua comitiva. O Governo local procedeu como era hábito, mas desta vez viu negado o pedido pela parte da Renamo, alegadamente porque “o vosso presidente Guebuza é muito arrogante e luta para acabar com a Renamo”.
Imbuídos da tal “arrogância”, não tardou uma ordem central: “Com ou sem autorização devia ser limpa a pista”. O que chegou a começar. Foram para lá jovens da OJM (Organização da Juventude Moçambicana), organização da Frelimo. “Quando aqueles militares da Renamo se aperceberam vieram nos chamar atenção e quando nós fomos falar ao comandante distrital da PRM, ele veio com outros colegas e material bélico para disparar contra a base da Renamo”, conta-nos uma das nossas fontes da FIR em Marínguè. “Por isso e em resposta eles abriram fogo contra nós, morrendo assim 13 dos nossos colegas e muitos outros contraíram ferimentos”. “Com isso, nós recuámos para a vila, abandonando o blindado e os corpos dos nossos colegas”. “Quanto aos feridos alguns foram para a cidade da Beira, para receber tratamentos hospitalares”, outros ainda “foram, por iniciativa própria, para a cidade de Quelimane”, onde estão internados.
Daí em diante as atenções viraram para Marínguè, tendo a Frelimo enviado, para levantar moral nos agentes da FIR, o general na reserva, Alberto Chipande, e um outro comandante denominado apenas por Binda. As mesmas fontes disseram-nos que “a situação aqui (em Marínguè) está fértil para os homens da Renamo e para a população em geral e se medidas não forem tomadas algo de pior poderá acontecer em Marínguè e em todo o país”.
Esses mesmas fontes disseram-nos também que “mais de quinze camiões equipados com material bélico de alto nível e respectivos agentes foram enviado a Marínguè a partir de Maputo dias mais tarde do incidente”.
Canal de Moçambique – 11.05.2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

DOES GOD ALLOW PAIN AND SUFFERING?

  Unfortunately many people are mistaken by thinking that God  Does not exist. This unknown author of this text, I presume, he wrote this because he wanted to remind us that we should live like God’s creatures.  Look for Him for help and avoid pain and suffering. change your mind and stop complaining against God your Creator
This is one of the best explanations of why God allows pain and suffering that I have seen....

A man went to a barbershop to have his hair cut and his beard trimmed.
As the barber began to work, they began to have a good conversation.
They talked about so many things and various subjects.
When they eventually touched on the subject of God, the barber said:
"I don't believe that God exists."
"Why do you say that?" asked the customer. "Well, you just have to go out in the street to realize that God doesn't exist.
Tell me, if God exists, would there be so many sick people?
Would there be abandoned children?
If God existed, there would be neither suffering nor pain.
I can't imagine a loving God who would allow all of these things."
The customer thought for a moment, but didn't respond because he didn't want to start an argument.
The barber finished his job and the customer left the shop.
Just after he left the barbershop, he saw a man in the street with long, stringy, dirty hair and an untrimmed beard..
He looked dirty and unkempt. The customer turned back and entered the barber shop again and he said to the barber:
"You know what? Barbers do not exist."
"How can you say that?" asked the surprised barber.
"I am here, and I am a barber. And I just worked on you!"
"No!" the customer exclaimed. "Barbers don't exist because
if they did, there would be no people with dirty long hair and untrimmed beards, like that man outside."
"Ah, but barbers DO exist! That's what happens when people do not come to me."
"Exactly!" affirmed the customer. "That's the point! God, too, DOES exist!
That's what happens when people do not go to Him and don't look to Him for help.
That's why there's so much pain and suffering in the world."

domingo, 10 de julho de 2011

A BURCA E A EDUCAÇÃO – QUESTÃO SEM MOTIVOS DE SER




Necessidade de evitar e combater o Fundamentalismo Religioso?

Segundo o Artigo 24 da Constituição da República da Pátria Amada, todo o cidadão Moçambicano tem o direito a educação.  Esta é a defesa que alegam os nossos irmãos muçulmanos em defesa das meninas que viram o seu direito de estudar vedado por porem a BURCA. E segundo as fontes, eles defendem que o véu islâmico é um símbolo religioso que tem como objectivo evitar tentações de assedio sexual das mulheres ao mostrarem suas partes do corpo sensíveis. Mesmo, as freiras cristãs usam-no porque nada está legislado contra o seu uso no país, eles afirmam.

O Papel da Religião deve sempre distanciar-se do Fundamentalismo Religioso
A primeira coisa que os nossos irmãos muçulmanos devem ter em conta é que Moçambique não é um País nem Muçulmano nem Cristão, o que quer dizer que as práticas religiosas não devem nunca pôr em causa as normas que regem a boa convivência entre os Moçambique. Segundo, devem saberem que existem normas internas de cada ministério ou instituição que não estão na Constituição da República mas que se inspiram na Lei Mãe. Terceiro, a comparação que faz entre a burca e a véu das freiras, está muito desconectado, porque o véu das freiras mesmo as de clausura, deixam ver a cara da pessoa que mesmo uma criança pode distinguir a cara de uma da outra. Quarto, esqueceram-se de que ao obrigarem as meninas e as mulheres muçulmanas a porem a burca, estão a tirar o direito delas de se apresentarem e serem conhecidas como qualquer cidadão moçambicano se apresenta e é conhecido. Quinto, devem procurar distinguir as coisas, colocar cada coisa no seu respectivo lugar; deixa a religião jogar o seu papel como sempre fez e distanciem-se do fundamentalismo religioso. A religião tem e é uma autoridade moral muito acima de toda politica ou ideologia do mundo. Por isso, deixem que cada coisa cuide do seu papel sem criar problemas ou entraves ao bom funcionamento da outra.

Não pensem que por não serem muçulmanos, os outros moçambicanos não sabem nada sobre a religião islâmica. A origem da Burka, tem a ver com as tribos pagãs da Arábia Saudita e não religiosa como invocam. A cara da mulher em Moçambique nunca foi, não é e nem será parte intima do corpo, porque as pessoas são conhecidas a para além de tudo através da cara. E se a cara também tapam como se conhecerá a pessoa. Hoje em que todos suspeita a todos por causa do terrorismo no mundo, como é que um professor vai se sentir a vontade com alguém que está toda ela tapada? Julgo que ninguém duvida que os suicidas algumas vezes usam este sistema para matar os outros em nome da religião.

Será que nas escolas Moçambicanas as muçulmanas são mais frágeis que só elas serão assediadas e que para evitar esta mal que é uma realidade nas escolas e não só e as outras não? Não será esta uma boa oportunidade para usar a religião e ajudar o estado a saber educar o seu povo e não consumir as coisas que vem de fora e que não ajuda a ninguém? Não será tempo oportuno para sensibilizar os nossos comerciantes “mwenyés” a deixar de importar e vender maniqués nas suas lojas. E esses mwényes são todos muçulmanos que obrigam as suas filhas e esposas a pôr a burka. No entanto, vendem coisas que não querem ver no corpo das suas esposas ou filhas…..não serão eles que promovem esses assédios, melhor as violações sexuais? Pelo que eu saiba, todas escolas da Pátria Amada têm uniforme escolar que maior parte dele é feito de calças e camisas para ambos sexos. Então porque não podem elas porem as calças e as camisas do uniforme da escola? Porque devem ser diferentes das outras crianças…..? se têm problemas de definir as partes intimas duma mulher peçam ao estado para que dê a conhecer para evitar esses equívocos.

Ao Estado Moçambicano, apelo que trate esta questão com muita atenção e delicadeza para evitar problemas graves num futuro próximo. É também uma chamada de atenção a uma reflexão dos nossos governantes a serem primeiros a colocar casa coisa no seu respectivo lugar, politica no momento da politica e a religião no seu momento. Digo isto porque o facto dos nossos governantes estarem sempre de uma Igreja a outra, de uma mesquita a outra, favorece algumas atitudes que depois o próprio governo amanha pode não conseguir controlar. A politica da Frelimo não devia obrigar os nossos governantes a deixarem a sua Igreja ou Religião para ir rezar noutra para responder as questões politicas e assim ganhar as pessoas a partir das Igrejas e mesquitas.

Eles são governantes e todos moçambicanos merecem o mesmo tratamento, no entanto, não se deve tirar a liberdade religiosa deles para satisfazer a politica. Se um cristão por exemplo passa todos os domingos visitando outras Igrejas…… quando estará na sua própria e rezar com os seus? E isso não condicionará algo indesejável e com quem se identificarão estes filhos de Deus que também têm direito de rezar na sua religião e não do outro.  Aprendamos a colocar as coisas no seu merecido lugar e não trocarmos. Não usemos a cabeça para andar e as pernas para pensar……mesmo na religião cristã, cada um tem uma própria perspectiva de Cristo que crê diferente do outro e assim não é bom que alguém esteja num ambiente de culto onde não se sente livre porque não se identifica….não se deve usar a religião para ganhar as pessoas politicamente ou seja para satisfazer os interesses/exigências politicas partidárias.
A questão das manifestações que os nossos irmãos muçulmanos preparam podem se evitar com diálogo.
Apelo a todos muçulmanos a não se deixarem enganar e levar com alguns fundamentalistas muçulmanos que têm o seu próprio interesse para pôr em causa a paz e a boa convivência que gozamos no nosso país. Não usem a religião para fazer guerras, porque os verdadeiros moçambicanos que sabem colocar cada coisa no seu saco, não querem guerra em nome da religião. Comecem a ver as coisas de outra maneira e parem de escravizar a mulheres. Elas também são criaturas de Deus que merecem viver livres e apresentarem se como as outras mulheres moçambicanas se apresentam.

Usemos a lei não somente naquilo que nos beneficia como na evocação do artigo 24 da Constituição, mas também em todos os casos mesmo que sejam contra nós. Ou usámo-la ou não mencionamos em nada. Elas têm direitos e também os deveres. Cada direito é acompanhado com um dever, o que quer dizer que o direito educação é acompanhado com muitos deveres que eles não apresentam…..

sexta-feira, 8 de julho de 2011

“Dirigentes devem amar a transparência”



- diz Dom Francisco Chimoio comentando a Carta Pastoral para o Canalmoz / Canal de Moçambique

“Penso que os nossos dirigentes devem aproveitar-se dos lugares que ocupam para fazer o bem possível. Permitir que os seus concidadãos possam confiar neles. Esta confiança só se pode ganhar com um bom trabalho, transparente…. É preciso ter amor à transparência” – Dom Francisco Chimoio, Arcebispo de Maputo

Maputo (Canalmoz) – O arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio, aceitou tecer comentários sobre o conteúdo da mais recente Carta Pastoral dos Bispos Católicos de Moçambique, na qual este grupo de prelados critica muitos aspectos da governação em Moçambique, com principal ênfase para a gestão dos mega-projectos. Os bispos entraram ao lado dos que defendem que o Governo devia rever os contratos com os mega-projectos para permitir mais ganhos para o País. Convidado a comentar a Carta, Dom Chimoio disse que esta (a carta pastoral) é um dos mecanismos através do qual a Igreja contribui para a construção do país.
“Devemos usar todos meios para que a paz, a justiça, o amor reine no meio de nós”, disse o bispo da capital moçambicana, aludindo a Carta Pastoral como um destes meios.
Mas Dom Chimoio foi mais ao fundo, comentado sobre o conteúdo da carta…
“Cada um deve ocupar o espaço que lhe compete. O ministro, no espaço de ministro, o presidente, no espaço de presidente, e cidadão simples, no espaço de cidadãos simples. Devemos usar os meios ao nosso alcance para permitir a paz e serenidade. É necessário que todos usem os meios ao seu alcance para que a justiça seja uma realidade tangível, para que o amor e a verdade sejam realmente algo que acompanham a todos nós”, disse o arcebispo de Maputo.
A Reportagem do Canalmoz – Diário Digital e do Canal de Moçambique – Semanário perguntou a Dom Chimoio o que acha da governação em Moçambique, ao que respondeu nos seguintes termos: “Penso que os nossos dirigentes devem aproveitar-se dos lugares que ocupam para fazer o bem possível. Permitir que os seus concidadãos possam confiar neles. Esta confiança só se pode ganhar com um bom trabalho, transparente…. É preciso ter amor à transparência”, disse o arcebispo, deixando em entrelinhas uma mensagem clara.
O arcebispo disse que a Carta Pastoral não é o único instrumento que a Igreja usa para manifestar suas preocupações junto do Governo. “Nos encontros que temos tido com os governantes, temos manifestado as nossas preocupações. Todos precisamos de ser ajudados. Nenhum de nós nasceu sabido. Temos tido a ocasião de dialogar e também deixar por escrito para que algumas coisas possam ser partilhadas com os outros”, afirmou ainda Dom Chimoio.
A terminar o prelado disse estar esperançado que as reclamações da Igreja sejam acolhidas por quem governa o País. “Creio que quando alguém fala, o outro escuta. Não vou pretender que depois do meu diálogo, tudo mude, mas todos moçambicanos precisam de ser respeitados, escutados e ter que encontrar instância que acolha a sua preocupação. Deve ser dada a todos oportunidade de exprimir-se e falar das suas dificuldades”. (Borges Nhamirre)

domingo, 3 de julho de 2011

Tudo depende de quem fala...

36 anos de independência
Noé Nhantumbo

Se há um déficit que os moçambicanos politicamente interessados poderiam ter colmatado é o da moçambicanidade. Não se vê esta sendo construída. O discurso oficial parece que parou no tempo e só fala de Unidade Nacional quando na prática se continua a fazer tudo para impedir que os moçambicanos se revejam como cidadãos do mesmo país e gozando dos mesmos direitos.

É difícil ouvir falar do ‘outro lado da moeda’. Especialmente em política. Nem todos gostam que se discorde deles mesmo sabendo-se que dos políticos, pelo mundo afora, está a surgir um enorme má impressão e cresce um movimento de grande indignação.
A corrida para embelezar e glorificar feitos e factos, pessoas e “pessoas” é uma realidade que se pôde verificar aquando da comemoração no último dia 25 de Junho, este de 2011, dos 36 anos da proclamação da independência de Moçambique.
Mas os elogios e auto-elogios, as deposições de flores, a indumentária e as poses fotogénicas não são suficientes para explicar ‘o outro lado da moeda’.
Não há moçambicano algum que não aprecie o facto de sermos independentes e possuirmos uma bandeira, um hino... Não há contradição quanto à justeza da luta anti-colonial que culminou com aquele grandioso dia em 1975.
Estes 36 anos foram complicados e cheios de acontecimentos que transformaram tanto o país como seus habitantes.
Foram anos de luta acesa e por vezes muito violenta entre moçambicanos, uns procurando impor um regime político controverso e outros se negando a que isso acontecesse.
Não se pode construir um país sem conhecer o passado e dele aprender-se. E negar o passado ou pretender que ele não aconteceu é cegueira politicamente contraproducente. Na história dos países não há santos nem imaculados como alguns pretendem nos dizer que são.
Comemorar este 25 de Junho é da praxe e não poderia ser de outro modo.
O que constituiria novidade pela positiva seria ver os governantes e políticos em geral embarcarem numa abordagem sobre os outros moçambicanos, sobre aqueles que não estão na cripta dos heróis em Maputo.
Se há um déficit que os moçambicanos politicamente interessados poderiam ter colmatado é o da moçambicanidade.
Não se vê esta sendo construída.
O discurso oficial parece que parou no tempo e só fala de Unidade Nacional quando na prática se continua a fazer tudo para impedir que os moçambicanos se revejam como cidadãos do mesmo país e gozando dos mesmos direitos.
Onde está a tolerância e o respeito pela lei e pelos direitos humanos quando em pleno 2011 vemos na TV moçambicanos sendo escandalosamente espancados por agentes da PRM?
Onde está a inclusão e o combate pela abolição das assimetrias quando tudo é determinado em função do partido a que se pertença para aceder a emprego e progredir na carreira profissional?
Como e porquê são sempre os mesmos moçambicanos eleitos e anunciados como parceiros nas lucrativas e apetecíveis joint-ventures?
Porque é que os sócios de quem vem investir em Moçambique têm de ser sempre os mesmos senhores do governo ou uma holding do Partido Frelimo?
Se isto indicia corrupção, o que é que podemos pensar?
Saberão os senhores procuradores da República responder-nos ou vão continuar a quererem dizer aos moçambicanos que andam a trabalhar quando só nos sabem debitar estatísticas?
E os senhores deputados, estão na Assembleia por tacho ou com espírito de missão e de cidadania? Quando é que se resolvem a legislar para se acabar com os “sempre sócios” dos investidores estrangeiros que eles próprios autorizam a entrar no País na sua qualidade de membros do governo?
Os senhores deputados querem que o povo os continue a ver como chulos?
É chegado o momento de alguém nos explicar o que queria afinal Lázaro Nkavandame em termos de política económica?
Que preconizava Urias Simango em termos políticos? Qual era o ideal político de Joana Simeão? Que crime cometeu o Padre Mateus Pinho Gwengere?
36 anos é tempo suficiente para aqueles que participaram de momentos marcantes da história recente do país virem a público e explicarem os contornos menos conhecidos pela maioria.
Não é possível construir um país e promover patriotismo entre os cidadãos com relatos distorcidos da história nacional.
Os erros e crimes se aconteceram devem ser conhecidos por todos.
Se naquela altura a ideologia que guiava os combatentes era de tendência marcadamente marxista e alegadamente revolucionária, no quadro da qual se podia fuzilar sem obedecer a mecanismos legais, que nos digam e não nos escondam.
Digam-nos bem quem foi Filipe Samuel Magaia.
Julgando pelo que grande parte do núcleo dirigente da Frelimo faz nos dias de hoje no âmbito de suas actividades empresariais podemos afirmar sem medo que enveredaram completamente pelo capitalismo.
Longe de nós queremos qualificar essa opção ou criticar sua rectidão. Os tempos mudam e as pessoas mudam como alguém já disse. Tanto assim é que alguns dos denunciantes dos “contra-revolucionários e reaccionários” de ontem, comunistas ferrenhos e defensores implacáveis do stalinismo agora se apresentam como capitalistas envergando os melhores fatos Pierre Cardin e finos sapatos italianos.
Em Mapuo exibem a sua importância e passeiam a sua classe. Constituíram-se na burguesia que um dia repudiaram e até se converteram em “professores” de boas maneiras dos ex-guerrilheiros transformados em governantes e líderes empresariais.
Outros tornaram-se em mestres especializados em ensinar aos governantes como privatizar o parque industrial estatal em benefício próprio e muitas vezes sem nada pagar ao estado.
Hoje são accionistas de bancos e dominam os corredores da alta finança local.
É parte da história dos 36 anos que o “bula bula” não conta.
Claro que não convém falar de vermes do passado e trazer à superfície alguma da sujeira e atropelos cometidos pelos “engravatados” de hoje, os “pingos de chuva” de ontem que tanto povo andaram a enganar e a matar.
A história faz-se de factos e as coisas acontecem em determinado momento diferente de outro.
Não nos digam que só os outros é que erraram e que eram reaccionários.
Não sejam tão arrogantes e prepotentes como se este país fosse só vosso.
Comecem a entender que chegará o dia em que já não será mais possível esconder a história real deste país.
Ninguém quer acordar fantasmas e incendiar a planície com campanhas de procura do estilo “Inquisição”. Mas só sabendo o que aconteceu e como aconteceu é que se pode construir as fundações de uma verdadeira reconciliação.
Tanto do processo de libertação nacional como da luta fratricida posterior que uns teimam em denominar de ‘guerra de desestabilização’ há factos que tem de ser conhecidos pelos moçambicanos. É seu direito e sem isso os discursos reconciliatórios ficam estéreis e sem significado.
Os feitos tanto dos moçambicanos como do governo merecem apreço e admiração em algumas esferas mas deixam muito a desejar noutras.
Há um déficit enorme em termos de concretização de programas estruturantes e que levem os moçambicanos a gozarem de um nível de vida mais condigno e correspondente as potencialidades e possibilidades existentes. E reconhecer isso é o primeiro passo para o desenho de programas que tragam a diferença desejada por todos.
Moçambique pode mudar e melhorar para os seus filhos.
Estes merecem esse esforço da parte de todos. Incluamo-nos nos benefícios e também nos sacrifícios. Os filhos dos outros também são moçambicanos e merecem ser “empresários de sucesso”.
Canal de Moçambique – 29.06.2011

sábado, 2 de julho de 2011

1. Tagarelas e incompetentes

Maputo (Canalmoz) – O Presidente da República, em mais uma sessão de “Presidência Aberta”, agora também chamada de “Inclusiva”, voltou no inicio desta semana a concentrar o seu discurso nos críticos da sua governação. Guebuza já havia chamado àqueles que têm ideias contrárias às suas, de “Apóstolos de Desgraça”, e se cansou de os acusar de estarem “sentados sobre o muro da preguiça” ou mesmo de cumprirem “agendas externas”. Esta semana não perdeu a oportunidade, em Tete, de atribuir-lhes mais uns cognomes: “Tagarelas” e “detractores”.
Fomos ao dicionário da Língua Portuguesa ver o que quer dizer “tagarela” e encontrámos: “falador, palrador, linguareiro”. Em suma, aquele que fala muito e pouco faz.
Nada melhor podíamos ter encontrado para percebermos que Guebuza anda mesmo distraído.
Aos que estão cientes de que ele é um presidente que noutros países já teria vergonha de continuar no cargo, chama-lhes precisamente o que cabe que nem uma luva aos que o rodeiam.
Não vê que os seus ministros, que ele próprio nomeou, ao longo dos anos vêm tagarelando, prometendo o que nunca executam?
Não vê que o sonho da ‘Revolução Verde’ é um fiasco?
Não percebe que a conversa do biocombustível produzido a partir de Jetropha até já faz fugir do gabinete um administrador, de um dos distritos de Niassa, a quem um agricultor, que se deixou levar na treta dos grandes visionários, todos os dias procura para saber o que vai fazer com o que produziu?
Não compreende que, quem criou a força policial BAC – Brigada Anti-Crime (lembram-se?) dizendo-nos que iriam acabar com o crime em motorizadas mas quase todos seus elementos acabaram mortos, não passa de um tagarela?
Não vê que o combate à pobreza, pelo que se percebe dos dados do Instituto Nacional de Estatística, não passa de tagarelice quando se comprova que hoje há mais pobres em Moçambique do que em 2003?
E que dizer da “cesta básica” que ia ser e agora acaba de ser abortada?
O Senhor Presidente não se apercebe do cesto que básicos que instalou à sua volta e está a empurrar o país para o abismo?
São umas atrás das outras as promessas não cumpridas…
Um “tagarela” é uma pessoa que fala muito e pouco acerta.
Quem falou muito e não acertou uma?
Será que o Senhor Armando Guebuza perdeu já tantas faculdades que não consegue perceber que ele e o seu governo não acertam uma?
Será possível os moçambicanos continuarem a acreditar em mais algum projecto deste governo?
Só apenas uma elite restrita de dirigentes e apaniguados da ala dos confrades pode continuar a fazer de conta que o País está no bom caminho.
Quem já viu todas as fífias do governo, desde que o presidente deixou de ser Joaquim Chissano, logo também ele apelidado de “deixa andar”, só se for curto de cabeça pode acreditar que soprando no apito se consegue fazer aproximarem-se os anjinhos do céu.
Posto isto e visto quem são os verdadeiros tagarelas deste nosso belo Moçambique, de facto temos de concordar com o Senhor Presidente da República. Ele tem razão ao dedicar o seu discurso aos tagarelas…
São tagarelas aqueles que prometeram revolução verde que até hoje ainda não se efectivou.
São tagarelas aqueles que prometeram combater a criminalidade e hoje a situação está como está.
São tagarelas aqueles que prometeram fomentar o cultivo de jatropha para a produção de biocombustíveis. Hoje continuamos a depender do petróleo do médio oriente e do Norte da África e não há melhor nome que se lhes possa dar.
São tagarelas aqueles que ainda mais recentemente, com pompa e circunstância, prometeram a ‘cesta básica’ aos carenciados e hoje vem anunciar que já não vai haver mais nada para ninguém. Será justo andar a prometer coisas às pessoas, criar nelas perspectivas de virem a receber algo para matar a miséria a que estão sujeitas e depois anunciar que já não vai haver ajuda para ninguém? Isto não é atentar a miséria?
Quem diz que vai acabar com a pobreza e depois não consegue cumprir com nada e acaba dizendo que cada um se deve desenrascar e tratar da sua própria pobreza, tem de cuidar melhor do seu discurso, para não ser também visto como um tagarela.
Terá faltado ainda ao Senhor Armando Guebuza acrescentar que para além de tagarelas, à sua volta está também cheio de incompetentes? Era chocar demasiado os “patos”? Talvez! Há “patos” para tudo!...

2. Bom juiz ou procurador acaba no cemitério

Enquanto o Chefe do Estado denunciava pelas bandas de Tete os tagarelas que o rodeiam, em Maputo, o Procurador Geral da República, Dr. Augusto Paulino, confessava, a falar na Academia da Policia, que ser bom Juiz, Procurador ou Polícia, “pode custar caro”.
“Juízes ou procuradores activos no exercício das suas funções têm três destinos díspares: ou acabam na Política, o que é um mal menor, mas um mal; ou acabam se aliando ao crime organizado, o que é pior; ou acabam no cemitério, o que é péssimo”, disse sem margem para grandes dúvidas o Procurador Geral da República ao auditório de Estudantes da Academia de Ciências Policiais (ACIPOL) de Maputo. Estaria ele apenas a “tagarelar”?
As palavras de Augusto Paulino podem ter muitas leituras. As palavras tem dessas coisas… Mas da mensagem do Procurador Geral da República não é difícil entender que ele estava a querer dizer aos alunos da ACIPOL que o Estado está capturado pelo crime organizado.
E ao se admirar com tantos prédios num país que tem um governo que até se preocupa com “cestas básicas” – tal a fome que por ai vai – só deixa crer que ele próprio sabe bem onde nos meteu este governo.
Quando o Procurador Geral da República admite que os criminosos estão mais preparados do que o Estado, e em vez de andar preocupado com soluções de indiscutível urgência o chefe de Estado anda preocupado com os “tagarelas”, o que podemos imaginar se começarmos a pensar em cumplicidades?
O mais alto guardião da legalidade, Dr. Augusto Paulino, disse e assumiu que o crime organizado impera em Moçambique. Disse e assume que há tráfico de seres humanos em Moçambique – embora nunca tenhamos assistido a um julgamento e condenação. Disse que há lavagem de capitais no sector imobiliário, embora nunca tenha sido julgado um caso do género. Disse que há tráfico de drogas em Moçambique, embora todos os casos despoletados ainda não tenham conhecido desfecho.
Pobres tagarelas!... (Canalmoz / Canal de Moçambique)


O povo está farto e já não esconde

Saco na mão, mão no saco
O povo está farto e já não esconde

Maputo (Canalmoz) – Para quem alguma vez teve dúvidas está agora definitivamente claro que os senhores da Frelimo não querem combater corrupção nenhuma e que tudo o que tentam fazer-nos crer que seja a sua vontade política não passa de uma grande treta. A recusa em acelerar o passo para que o País disponha o mais urgentemente possível de uma Lei que permita a PGR deixar de se andar a queixar que não há lei para punir os devaneios dos dirigentes do Estado e a delapidação do que é de todos nós deixe de continuar impunemente, mostra bem que quem tem telhados de vidro anda a ver se adia as soluções.
O Parlamento não tem pressa. A Renamo propôs que se dê prioridade e se considere urgente a Assembleia da República tratar de produzir legislação adequada que o PGR no seu informe à AR disse há pouco que não existe no País, mas a Frelimo disse que não importa vamos andando assim.
Embora seja uma urgência para se estancar a “farra” que certos senhores andam a fazer impunemente com o dinheiro e bens dos contribuintes, da ala dos que têm o Estado nas mãos e por isso são os únicos que têm estado a delapidá-lo, a resposta foi o “deixa andar”.
A prática é o tira teimas. E aqui está a prova de que não há pressa de dotar o País de uma lei que acabe com a “farra”. O que se passou há dias na Assembleia quando negaram a urgência de se rever a Lei 1/79 é não só uma vergonha, mas o fim das ilusões de quem queria ainda acreditar que naquela casa há vontade política para se por termo aos abusos com o erário público.
Ficou claro que para alguns o Estado convém que continue a ser a sua cotada.
Se há, contudo, ainda alguém, na Frelimo, convicta e continuadamente interessado em preservar o bom nome da instituição, que fique também claro que mosca varejeira é mosca varejeira. E Homem que se queira diferente tem de mostrar que não se mistura com quem já está bem identificado com o submundo da porcaria.
Quem alguma vez se iludiu deixe-se de mais ilusões.
E mesmo ao nível da oposição, há quem já não deixe dúvidas. Pelo cantar dos pássaros sabe-se bem quem quer que as coisas mudem e quem se posiciona repetidamente apenas para se por a jeito de modo a que alguém lhe avance com o bife.
Na oposição está também claro quem tem rabos-de- palha. Sabe-se bem quem anda preocupado com o “deixa andar” e quem não quer que as coisas acelerem por forma a que o País passe a dispor de legislação suficiente para combater a corrupção.
De uma vez por todas: para quem realmente a honestidade não é uma palavra vã, entenda-se que os novos tempos estão a ficar difíceis e é preciso fazer-se qualquer coisa.
Enganar mais este povo não é coisa que poderá durar muito mais tempo.
De dia para dia os cidadãos que apenas querem levar uma vida decente estão a ver cada vez melhor que estamos com governantes entre os quais já poucos cultivam a decência.
Apesar dos persistentes abusos de confiança com recurso a fundos públicos, alegra-nos apercebermo-nos, pelo que vamos ouvindo nas ruas, que há cada dia mais cidadãos com os olhos bem abertos e com cada vez menos paciência para continuarem a engolir mais sapos vivos.
Quem se atrasar a compreender isto, um dia vai arrepender-se.
A paciência tem limites.
O povo está farto e já não esconde.
Estão a aparecer os primeiros sinais de que a Liberdade é para nunca mais se deixar fugir.
Um dia isto vai explodir sem dó nem piedade. Agora não é só no Norte de África e Médio Oriente que a paciência dos povos se está a esgotar perante dirigentes corruptos. Em Espanha, e não tarda pela Europa toda, as coisas também já se estão a por boas.
É urgente que quem continua a não compreender que o Povo está farto, reveja com a máxima urgência as suas ilusões.
Nós não nos sentiremos nem pouco mais ou menos responsáveis pelo que aconteça entre nós.
Estamos cansados de avisar que o púcaro tantas vezes vai à fonte até que se parte.
Em todos os países o Povo é bom.
Em todo o mundo os povos são pacíficos.
O povo moçambicano já se contentou com missangas.
O povo moçambicano já se contentou com óculos de lentes espelhadas.
Um dia disse chega.
Já vai longo o percurso de alguns de nós por jornais. Quem anda nisto há quase quatro décadas já viu pontes mais fortes ruírem.
Sabemos que tanto enriquecimento incomensurável só pode ser produto de batidas e de cola nas mãos.
Vimos os grandes ricos chegar das matas com os olhos eivados de sangue a pedir a pele dos capitalistas. Hoje vemo-los a pedir Paz.
Está claro que quem pede Paz sabe que ela está por um fio.
Quem começou por acumular com o que extorquiu a outros só pode saber o que sentia quando outros o extorquiam a ele e por que razão um dia se revoltou.
É sobeja e vulgarmente sabido que só uma classe média estável pode assegurar estabilidade a uma sociedade.
Nós não temos uma classe média. Temos meia dúzia de cidadãos que se podem considerar classe média, mas a nossa classe média é tão reduzida que qualquer ventania a pode varrer e de um dia para o outro quem a integra está de novo na fossa.
O pouco que temos de classe média está pendurado em crédito bancário.
Países muito mais estáveis estão à beira do abismo. Mesmo na Europa que se julgava inabalável.
Aqui as oportunidades são mais, mas a administração pública está a dar cabo delas, dificultando a vida aos cidadãos o mais que pode.
Quem está no Estado não está para servir ao mais alto nível, está para se encher.
Aqui vigora a política de saco na mão, mão no saco.
É perigoso. Dura enquanto dura. No dia em que acaba a paciência de quem andou de medo em esperança a deixar oscilar os seus sentimentos, os que têm o saco vão passar pelo que passou Mobutu, ontem, e Mubarak e Kadhafi, mais recentemente. Todos eles tinham muito poder, mas o poder dos que se cansaram deles foi suficiente, um dia, para os varrer do mapa.
Os seus acólitos normalmente também levam, mesmo que tenham andado alguns convencidos que andavam a servir a Pátria andando a lamber as botas dos oportunistas que não se cansavam de chamar aos outros profetas da desgraça.
O que acabamos de ver no Parlamento mostra bem que mesmo até na oposição já há quem receie uma lei objectivamente contra a corrupção, que não proteja os dirigentes.
A propensão de alguns senhores da oposição está também a ficar clara. Estão na oposição porque é a segunda linha para estarem com a mão no saco.
O erário público e o património do Estado não podem continuar mais sujeitos aos apetites de gente que não tem a convicção de que é preciso mesmo não se vacilar mais e é antes preciso avançar-se de cabeça para se por termo à “farra”.
Os doadores que sempre foram vistos como os salvadores, estão progressivamente a transformarem-se em parte do problema. São eles que agora enchem o prato dos chupistas, comilões, e não deixam que os cidadãos ponham termo ao repasto a que todos estamos a assistir.
Tem de haver alguém que dê um ‘coice’ a isto tudo para que acabe a festa.
Alguém consegue continuar a acreditar que disto para onde nos empurraram seremos ainda capazes de sair sem ser à força?  Gostávamos de ainda sermos capazes de nos deixar iludir.
A brincadeira tem de acabar. O país precisa de estabilidade, mas com corruptos ao mais alto nível não se vai a lado nenhum.
De que vale fazerem edifícios novos para instalar o tal gabinete de combate à corrupção sem que haja leis que permitam punir os grandes corruptos? Quem querem continuar a enganar?
(Canal de Moçambique/Canal Moz)

OS 7 MILHÕES E O DISTRITO



Faz alguns anos que o Estado Moçambicano descobriu que para diminuir a pobreza absoluta que assola o país era necessário tomar o Distrito como o Pólo de Desenvolvimento. Para levar acabo esta iniciativa, o Estado colocou os vulgos 7 milhões para ajudar a população a sair da miséria através de um empréstimo monetário para iniciativas de micro projectos. E também começou a enviar estudantes universitários para uma experiencia profissional para diminuir a mentalidade de que depois de terminar a faculdade tem que estar na cidade. Graças a Deus estas iniciativas estão a surtirem efeitos positivos. Esta iniciativa dos 7 milhões nem a oposição politica nem a população se opôs.

Passados alguns anos desde a sua implementação, muita coisa aconteceu. Claro coisa boa e coisa má como é natural. Alguns que tiveram a sorte tornaram se e outros estão a se tornarem pequenos empresários nos distritos. Outros com pouca iniciativa e com pouca sorte viram os seus projectos reduzidos a zero o que lhes levou a não honrarem o compromisso do empréstimo que era de devolver o valor emprestado.  Nisto acontece muito mais com as pessoas com projectos agrícolas. Uma vez que depende sempre de chuva que muitas vezes é caprichosa, muitos casos o esforço não é recompensado.
 Nisto também acontecem casos de corrupção relacionados com este valor, pois alguns são dados valores inferior que pediu mas nos papeis oficiais arquivados vem o valor mais alto e muitos outros casos.

Este foi um bom plano e bem pensado para medicar a miséria do nosso país. No entanto, dentro disto aparece pessoas de má fé para estragar e fazer parar tudo. Nos últimos meses ouve se falar que as pessoas que não devolveram este valor de empréstimo serão levados a cadeira de réus e dependendo das circunstâncias a prisão. Mas não se fala, ao menos nunca ouvi que algum administrador ou funcionário ligado a corrupção neste valor foi ou vai ser ouvido e dependendo das circunstâncias a prisão.

A questão que inquieta ao povo aqui é: porque somente os pobres que tentaram sair da miséria e que o projecto não deu certo vão ser levados a prisão e não os gulosos que levam montantes avultados do estado e nunca devolvem?  Será que podiam dizer a população, ou melhor, justificarem a questão do Grupo Mecula, que foi por algum tempo a maior frota de transporte terrestre do Norte do país, quanto dinheiro já devolveu até agora?

É muito melhor em alguns casos evitarmos coisas que depois podem nos trazer conflito ou ma estar, porque muitas vezes nos equivocamos em pensar que por não falar, o povo não sabe nada o que acontece entre os grandes do nosso estado Moçambicano.  Esta é uma coisa por reflectir antes de levar esses pobres a prisão, porque assim será aumentar a miséria das famílias e muita criançada  a abandonarem a escola porque devem procurar o seu sustento ou na machamba ou nas ruas.

O que podemos fazer é encontrar um meio termo para corrigir essas pessoas e dar uma boa educação cívica no uso deste bem comum, para que saibam que ao não devolverem prejudicam não só a eles mas também aos outros que iriam se beneficiar dele. Do outro lado, enquanto continuar a onda de corrupção as populações também vão desleixarem-se e alguns até farão de propósito, por saber que o chefe x, y, k….. roubou e nunca fizeram nada com ele.
Unamos os esforços para o nosso bem. Diminuamos a corrupção para que os outros não nos imitem duma ou de outra forma, porque é isto que faz parar o desenvolvimento do país.