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Até ao final do primeiro semestre deste ano, mais de mil e quatrocentas alunas estavam grávidas em todo o país, anunciou o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano no decorrer da Reunião sobre os Casamentos Prematuros e Gravidezes Precoces, realizada recentemente em Maputo.
A maioria das grávidas é das províncias de Cabo Delgado (448), Zambézia (127) e Tete (126).
Judite Sambo, chefe do Departamento do Género na Direcção de Assuntos Transversais, apontou como factores das gravidezes precoces os ritos de iniciação, as condições culturais e socio-económicas dos pais e encarregados de educação, incluindo a desinformação a cerca da gravidez e métodos anticonceptivos.
Segundo Judite Sambo, ao casar precocemente, as raparigas abandonam a escola e passam a assumir o papel de mulheres e esposas, sendo forçadas a manter relações sexuais com homens geralmente mais velhos que não são escolhidos por elas.
As jovens em casamentos prematuros dependem economicamente dos maridos e não têm educação ou formação profissional de qualquer tipo. Ficam expostas a riscos maiores, tais como abuso sexual e violência doméstica”, destacou a fonte.
Fez saber que o MINEDH aprovou este ano a sua Nova Estratégia de Género com vista a garantir o sucesso escolar de raparigas, garantido o seu acesso e retenção na escola até que pelo menos concluam um nível.
Com a estratégia espera-se ainda eliminar o fosso de género na educação e incrementar-se a qualidade e a relevância do ensino com vista à adopção de valores, atitudes e comportamentos que levem à igualdade de género.