"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sábado, 31 de março de 2018

Moçambique é o Estado africano com situação mais crítica em termos de excesso de dívida pública


A conclusão é de um estudo das organizações alemães Misereor e Erlassjar

Duas organizações alemãs que defendem o alívio da dívida dos países mais pobres diz que Moçambique é o Estado africano com uma situação mais crítica em termos de excesso de dívida pública, para além de ter dos piores indicadores económicos no continente.
As organizações não-governamentais alemãs, Misereor e Erlassjar, afirmam em relatório divulgado esta semana que Moçambique era considerado um país africano modelo até à descoberta, há cerca de dois anos, das chamadas dívidas ocultas.
As mesmas constituem uma aliança alemã de 600 organizações da sociedade civil, igreja e políticas, e consideram que as dívidas das empresas ProIndicus, Mam e Ematum contribuiram para que Moçambique perdesse a capacidade de honrar o serviço da dívida, com as consequências daí decorrentes.
Alguns economistas dizem, entretanto, que as dívidas das três empresas apenas agravaram o problema do endividamento de Moçambique, já insustentável, dada a ausência de uma política de poupança interna, para além da fraca produção nacional.
Há duas semanas, em Londres, Inglaterra, o Governo não conseguiu convencer os credores a aceitarem as suas propostas de reestruturação da dívida, e dentro de dias o Executivo voltará a reunir-se com os mesmos credores, desta feita na capital americana, Washington.
Fonte: Voz da América – 30.03.2018

sexta-feira, 30 de março de 2018

Gasolina subiu para 75,18 meticais e gasóleo para 71,33 meticais no Norte de Moçambique


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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 30 Março 2018
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Enquanto os privilegiados que vivem em Maputo vão murmurando que o preço dos combustíveis estão altos a gasolina que na capital custa 65,01 é vendida a 73,18 no distrito de Zumbo e chega aos 75,18 meticais no distrito de Mecula. O gasóleo, que aumentou para 61,16 na cidade “das acácias”, passou a custar 69,33 no distrito mais à leste da província de Tete e no distrito mais à Norte da província do Niassa é vendido a 71,33 meticais. Paradoxalmente os moçambicanos que vivem fora de Maputo, onde a Pobreza continua a aumentar, nunca receberam qualquer tipo de subsídio que durante anos beneficiou os “maputenses”.
A propalada “Unidade Nacional” que é defendida a muito custo pelos governantes não se traduz nos aspectos práticos da vida no nosso país, o custo dos combustíveis líquidos é apenas mais um.
Porém, por algum motivo o comunicado sobre os aumentos, ou reduções, apenas refere-se aos preços de venda nas circunscrições territoriais das cidades com terminais de distribuição, nomeadamente Maputo, Beira, Nacala e Pemba.
No resto do país o preço é acrescido de custos do transporte e embalagem quiçá violando a Constituição da República, que define como responsabilidade do Estado “a solução dos problemas fundamentais do povo e para a redução das desigualdades sociais e regionais”.
Na província de Gaza o preço da gasolina varia entre 66,78, na cidade do Xai-Xai, e os 69,11 meticais no distrito de Chicualacuala. O petróleo mais barato é vendido no Bilene a 50,78 enquanto em Chicualacuala atinge os 54,55 meticais. O preço do gasóleo varia entre 61,49, no Bilene, e os 65,26 em Chicualacuala.
Na chamada “terra da boa gente” a gasolina mais acessível encontra-se no distrito de Inharrime, a 67,18 meticais, e a mais exorbitante no distrito de Mabote a 71,16. Já o preço mais baixo do petróleo é de 52,14 meticais, no distrito de Zavala, o mais alto é de 56,60 no distrito de Mabote. Também em Inharrime vende-se o gasóleo mais barato da província de Inhambane, 63,33 meticais, e em Mabote o mais caro, 67,31 meticais por litro.
Em Milange gasolina custa 74,24 meticais, petróleo 59,68 meticais e o gasóleo 70,39 meticais
Em Sofala o preço da gasolina começa nos 65,01 meticais, na cidade da Beira, e atinge os 69,19 no distrito de Marromeu que também tem o preço mais alto do petróleo na província, 54,63 meticais, e do gasóleo, 65,34 meticais cada litro.
No distrito de Inchope encontram-se os preços mais baratos da gasolina, petróleo e gasóleo na província de Manica, 65,41 meticais, 50,85 meticais e 61,56 meticais o litro, respectivamente. Os custos mais caros são cobrados no distrito de Tambara gasolina 68,66 meticais, petróleo 54,10 meticais e gasóleo 64,81 meticais.
Na cidade de Tete e no distrito de Moatize encontram-se os preços mais acessíveis da província 70,40 meticais, 55,84 meticais e 66,55 meticais para gasolina, petróleo e gasóleo, respectivamente. Os custos mais elevados são cobrados no distrito de Zumbo onde a gasolina é vendida a 73,18 meticais, o petróleo a 58,62 meticais e o gasóleo a 69,33 meticais por litro.
Na Zambézia os combustíveis mais baratos, gasolina a 69,46 meticais, petróleo a 56,90 meticais e gasóleo a 65,62 meticais, estão disponíveis na cidade de Quelimane e nos distritos de Insassunge e Nicoadala. Os preços mais elevados são praticas no distrito de Milange onde a gasolina custa 74,24 meticais, o petróleo 59,68 meticais e o gasóleo 70,39 meticais cada litro.
Combustíveis mais caros de Moçambique vendidos no Niassa
Na cidade portuária de Nacala vende-se a gasolina, o petróleo e o gasóleo mais baratos da província de Nampula aos preços de 65,01 meticais, 50,45 meticais e 61,16 meticais, respectivamente. Os valores mais altos são cobrados no distrito de Moma onde a gasolina custa 68,44 meticais, o petróleo 53,88 meticais e o gasóleo 64,59 meticais.
Na província de Cabo Delgado os preços mais acessíveis são praticados na cidade de Pemba e no distrito de Mecúfi, gasolina a 65,01 meticais, petróleo a 50,45 meticais e o gasóleo a 61,16 meticais. Já no planalto de Mueda, onde começou a luta pela independência nacional, a gasolina é vendida 67,50 meticais, o petróleo a 52,94 e o litro de gasóleo custa 63,65 meticais.
Os combustíveis mais baratos na província do Niassa são vendidos nos distritos de Cuamba e Metarica a gasolina 69,01 meticais, o petróleo a 54,45 meticais e o gasóleo a 65,17 meticais. A gasolina mais cara do Niassa, e de Moçambique, é vendida a 75,18 meticais no distrito de Mecula, onde o petróleo custa 60,62 meticais e o gasóleo, igualmente o mais caro do país, custa 71,33 meticais.

EISA alerta que brigadas do STAE devem informar aos recenseados para regressarem e verificarem se os seus dados estão correctos


Escrito por Adérito Caldeira  em 30 Março 2018
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O Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA), que está a observar o recenseamento eleitoral de raiz para as eleições Autárquicas de Outubro próximo, recomenda ao Secretariado Técnico de Administrações Eleitoral a melhoria do tempo de resposta aos problemas técnicos e alerta para a necessidade das brigadas informarem aos eleitores recenseados sobre a necessidade de regressarem aos postos para verificarem se os seus dados estão correctos.
Uma equipa de observadores do EISA, nacionais e estrangeiros, visitou durante a primeira semana do recenseamento eleitoral, que decorre até 17 de Maio próximo em todos os distritos com autarquias locais, e constatou que cerca de 20 por cento dos 112 postos que monitoraram em sete províncias abriram tardiamente devido a problemas com o equipamento informático que também originaram algumas interrupções do registo.
“Em todos os postos observados havia filas de cidadãos para se recensearem, indepedentemente da hora da visita pelas equipas de observação, e estas filas variavam entre 30 e 120 pessoas. Em geral, foi observado um certo equilíbrio entre homens e mulheres entre os recenseandos, embora tenha havido uma predominância de jovens e idosos, em termos de grupos etários, que pode ser explicado pelo facto de o período de observação ter coincidido com dias e horas de trabalho”, refere o documento com as constatações preliminares do EISA.
Os observadores assinalaram o bom domínio dos procedimentos do recenseamento assim como do equipamento informático, por parte dos brigadistas do STAE, no entanto notaram inconsistências “no processo de recolha e registo dos dados dos eleitores, nomeadamente a verificação oral e inserção dos dados relativos ao local de residência, o que levou a CNE a emitir uma instrução sobre a obrigatoriedade de preenchimento de todos os campos referentes ao local de residência”.
“Houve também inconsistência nas mensagens que as brigadas transmitiam aos cidadãos no acto da entrega dos cartões de eleitor. A maioria das brigadas apenas instou os eleitores a comparecerem no dia 10 de Outubro para votarem no mesmo local ou não transmitiu nenhuma mensagem. Poucas brigadas aproveitaram a ocasião para informarem os eleitores sobre o período de exibição pública e verificação das listas que decorrerá de 19 a 22 de Maio”, observa o EISA.
O Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África verificou ainda que cerca de 35 por cento dos postos de recenseamento “não eram acessíveis a cidadãos portadores de deficiência ou com dificuldades de locomoção, por se localizarem em lugares elevados e sem rampas de acesso ou por se localizarem em terreno desnivelado. Em vários postos de recenseamento, não foi dada prioridade aos idosos e aos portadores de deficiência”.
O documento do EISA apresentou algumas recomendações que podem ser implementadas ainda no decurso deste recenseamento mas também deixou outras que podem ser implementadas no processo similar que vai acontecer no próximo ano em todo o país.
“Formatar o sistema de forma a tornar de preenchimento obrigatório todos os campos sobre os dados do local de residência” e “Melhorar o processo de formação sobre o método de captura das impressões digitais”, são as recomendações mais relevantes do Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África.

Director e Jornalista do Jornal Txopela espancado



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Zito_Ossumane_TxopelaUm cidadão cujo nome não apuramos invadiu na tarde desta sexta-feira os escritórios do Jornal Txopela e agrediu fisicamente o Director Editorial deste Semanário.
Zito do Rosário Ossumane foi vítima de agressões físicas e psicológicas na redacção que dirige a cerca de 5 anos.
Até ao momento são desconhecidas as motivações que levaram ao jovem de aparentemente 30 anos de idade a desferir golpes violentos contra o activista e jornalista.
O caso já foi comunicado ao Comando Provincial da PRM na Zambézia, ao Misa Moçambique e diversos órgãos internacionais de defesa de liberdades fundamentais.
O escritório cuja gestão é assegurada pela Afro Media Company, empresa proprietária do Jornal Txopela, alberga outros projectos de comunicação com destaque para dois jornais, radio e representação de um canal de televisão nacional.
Esta acção ocorre uma semana depois de um jornalista pertencente ao mesmo órgão ter sido detido deliberadamente pela Polícia da República de Moçambique quando exercia as suas funções num dos postos de recenseamento eleitoral situado no quinto posto administrativo urbano da cidade de Quelimane.
O Conselho de Administração da Afro Media Company já acionou aos advogados da empresa e órgãos da administração da justiça. Zito Ossumane embora com ferimentos encontra-se fora de perigo.
Após a agressão o jovem esteve empenhado na captura de imagens do escritório através de um telemóvel.

FELIZ PÁSCOA A TODOS

EKEKHAYI YOWANE vem por este meio felicitar a todos os seus leitores e seguidores pela Páscoa do Senhor.
FELIZ PÁSCOA  A TODOS, que o Senhor nosso Salvador ressuscite no coraçäo  de cada um de nós e sejamos portadores do seu amor misericordioso ao nosso mundo que nos tocou viver.
Aleluia.

Personalidade Lusófona do ano para o MIL dedica prémio a Quelimane



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MILO autarca moçambicano Manuel de Araújo, distinguido como Personalidade do Ano da Lusofonia pelo Movimento Internacional Lusófono (MIL), dedicou o galardão aos habitantes de Quelimane, município a que preside e que quer pôr novamente no mapa nacional.
“Para mim, este prémio representa o esforço que os munícipes de Quelimane têm estado a realizar para colocar a cidade no mapa, não só da nossa província e de Moçambique, mas também no mundo”, sublinhou hoje, em declarações à agência Lusa.
O prémio, que já vai na nona edição, foi entregue quarta-feira pelo presidente do MIL, Renato Epifânio, numa cerimónia que decorreu na Sociedade Portuguesa de Geografia, em Lisboa, e em que Manuel de Araújo lembrou os esforços da população de Quelimane (centro leste de Moçambique) para retomar a “prosperidade do passado”.
Segundo Manuel de Araújo, eleito presidente do município nas listas do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, oposição política ao Governo de Maputo), Quelimane, capital da província da Zambézia com cerca de 450 mil habitantes, “foi uma cidade extremamente próspera que, entre 1972 e 1964, produzia cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do então território português.
“Hoje, está com cerca de 10%. Imagine-se a diferença e o impacto que isso trouxe. Havia grandes empresas, que empregavam cerca de 80 a 90% da mão de obra”, recordou.
“Após 16 anos de guerra civil (em Moçambique, terminou em 1992) e com as nacionalizações, as principais empresas saíram e deixaram um grande nível de desemprego. Temos estado a envidar esforços no sentido de recuperar o tecido económico e empresarial de Quelimane, cidade, e da Zambézia. E o prémio reflecte esse esforço que os munícipes têm estado a fazer para recuperar a economia, o modo de vida” do passado, sublinhou.
Manuel de Araújo foi a nona personalidade lusófona a ser distinguida pelo MIL, depois do embaixador brasileiro Lauro Moreira (2010), do bispo timorense Ximenes Belo (2011), do académico português Adriano Moreira (2012) e do antigo secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o guineense Domingos Simões Pereira (2013).
Os restantes galardões foram atribuídos ao antigo secretário da Academia Galega de Língua Portuguesa (AGLP), o espanhol Ângelo Cristobal (2014), ao diplomata brasileiro e antigo presidente do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP) Gilvan Muller de Oliveira (2015), ao pretendente ao trono português D. Duarte de Bragança (2016) e ao embaixador angolano Rui Mingas (2017).
O MIL é um movimento cultural e cívico que conta já com mais de 40 mil adesões, de todos os países da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), bem como representações na Galiza (Espanha), Goa, Macau e Malaca e em 32 outros Estados em todo o mundo.
O movimento visa o reforço dos laços entre os países lusófonos - a todos os níveis: cultural, social, económico e político -, procurando “cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
Paralelamente à distinção, o MIL lançou o número 21 da Nova Águia, “revista semestral de cultura para o século XXI”, dedicada ao ensaio e poesia, temas e autores semestral.
LUSA – 29.03.2018

Smokescreens, antes e depois… mas é assim: IREMOS ATÉ AO FIM!!



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Roberto_tibana1Por Roberto Tibana
29-03-2018
Smokescreens (Cortinas de fumo…) é gíria referente a uma nuvem de fumo destinada a esconder atividades militares. Em operações de inteligência, subversão ou terrorismo refere-se a atividades irrelevantes destinadas a esconder as intenções ou atividades reais de alguém ou duma organização.
Antes do ataque ao Ericino de Salema houve muito disso nas redes sociais, incluindo em particular aqui no Facebook. Infelizmente, em certo momento o próprio Ericino de Salema viu-se embrulhado nisso, sem se dar conta, sem saber que tudo era um exercício orquestrado e bem coordenado para distrair as atenções de muitos (e eventualmente dele, como acabou acontecendo). Ele que afinal era o alvo direto real nesse dia.
Normalmente quando o verdadeiro alvo é ‘envelopado’ atrás de um ‘cortina de fumo’ perde concentração sobre si próprio, o seu foco e atenção é sobre essas atividades irrelevantes. O alvo fica assim psicológica, emocional, e mentalmente envolvido e absorvido. E torna-se presa fácil. Alguns desses debates desnecessariamente violentos e socialmente irrelevantes que às vezes algumas pessoas iniciam aqui no Facebook, são parte disso. E esta semana foi a papel químico, ou como nos manuais.
Começa tudo com provocações aparentemente inócuas, sem sentido, dirigidas a si ou a pessoas suas amigas ou de alguma maneira associadas a si. Os provocadores exprimem raciocínios aparentemente confusos, difíceis de entender mesmo pelas pessoas que lhes admiram, misturadas com violência verbal desmedida e insultos abertos, que indignam toda a gente. Aí os mais sensatos mas desprevenidos entram também a tentar entender e a tentar chamar os iniciadores da contenda à razão. Mas, debalde. Quase que incompreensivelmente eles próprios tornam-se alvos das diatribes do indivíduo que iniciou toda a “confusão”.
Normalmente os agentes que iniciam e estão no centro dessas operações jogam de verdadeiros teimosos, numa aparente luta contra todos, uns autênticos Rambos do Facebook, disparando para todos os lados aparentemente sem olhar. E fica tudo muito emocional. Alguns deles intelectualizam as suas intervenções, e têm aura suficiente para isso (aos olhos dos incautos!). Outros já nem conseguem fazer isso, são simplesmente brutais na linguagem e agem como boçais.
Nesses momentos é preciso ter cuidados especiais e discernimento rápido. Essas pessoas não são psicopatas, malucos, irracionais como aparentam. Estão num jogo bem calculado e coordenado e nele têm esse papel específico. Eles algumas vezes aparecem como os mais acérrimos críticos do regime, para no dia seguinte lhes vermos a partilhar sala com o próprio regime. São os “críticos autorizados”. Vão dizer tudo o que quiserem, mas eles próprios nunca vão receber a bala na cabeça ou o pé de cabra no fémur ou nas costelas. Porque tudo faz parte de um jogo. São as iscas que nos atraem para sermos pescados.
E de repente ouves BUUMMM… ou tu ou um teu amigo foi, raptado ou baleado!
E depois disso, vem mais. A desinformação sobre o que realmente se passou. A criação de motivos falsos. Até se usa o telefone que foi tirado a vítima pelos algozes para simular que a própria vítima exonera este ou aquele dos possíveis suspeitos, executores ou mandantes. Desta vez é para apagar os rastos, confundir as investigações, se alguém sério que resta ainda dentro do regime está fazendo algo sério par descobrir quem fez e porquê. É tudo para confundir a sociedade para ela não raciocinar corretamente e assim não conseguir ligar as agulhas.
A operação é muito pérfida! Pérfida mesmo! As redes de amigos ficam baralhadas. As organizações da sociedade civil e as associações profissionais são neutralizadas e a sua reação torna-se atabalhoada e sem nexo.
Está tudo ligado. Isto não é uma teoria de conspiração. O regime em que vivemos é perigoso. Eu não acredito nas condolências deles. Eu já instruí a minha família que QUANDO (porque para alguns de nós agora a questão não é SE, mas sim QUANDO) chegar a minha vez não lhes quero no meu funeral, não quero que tenham o prazer de vir cuspir sobre o meu corpo. E se tiver a sorte de sobreviver não quero sua visita. Eles conhecem-se! Isto é um problema do regime. Gente do regime longe de mim. Da mesma maneira que nos ostracizam e nos entregam aos seus algozes em vida, longe também em morte.
Não vale a pena tentarem enganar-nos que nós já vimos o jogo. O governo tem todos os meios para desarticular esses instrumentos monstruosos de morte que foram criados dentro das nossas forças de defesa e segurança. Desde mais de uma década que eu falo disto. As nossas forças de defesa e segurança foram tomadas por bandidos. O Estado não é nosso. Lágrimas de crocodilo, visitas e palavras de pesar já não nos enganam. Isto serve o vosso regime senhores, nós sabemos disso. Parem! Basta!
Só que sabemos que não vão parar porque gritamos parem. Está no vosso DNA político e social.
Mas é assim… ( o Salema gostava de iniciar as suas intervenções mais contundentes com esta expressão, e eu uso-a em sua homenagem, acrescentado mais)… é assim:
IREMOS ATÉ AO FIM!

segunda-feira, 26 de março de 2018

Nyusi tenta convencer a Frelimo a aceitar o consenso com a Renamo



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Sob forte contestação de alguns membros do seu partido
Ao mesmo tempo, Nyusi avisa a Renamo para não atrasar a revisão da Constituição da República com o que chamou “novas exigências”.
Numa corrida de contra-relógio, para garantir a realização das eleições e para acabar com a guerra, para mostrar trabalho à comunidade internacional, Filipe Nyusi está a travar uma grande batalha no seio do partido Frelimo, para fazer aprovar o consenso alcançado no diálogo com o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, no assunto da descentralização.
Alguns membros do partido Frelimo consideram que Filipe Nyusi está a avançar muito nas negociações e têm receio de que isso possa ser penalizador para este partido nos próximos processos eleitorais.
A eleição [pelas respectivas Assembleias] dos governadores e dos administradores é um acordo que esses membros da Frelimo discordantes não vêem com bons olhos.
Há também o modelo de eleição do presidente do Conselho Municipal, que a Frelimo pretende que seja por via de lista, e não de forma directa, como sempre aconteceu.
Afonso Dhakama diz que, neste caso, não houve consenso, mas imposição por parte daqueles que diz serem “os radicais da Frelimo”.
Filipe Nyusi aproveitou a II Sessão Ordinária do Comité Central do partido Frelimo, que decorreu durante o fim-de-semana, para tentar convencer os membros deste partido que discordam, para que aceitem o consenso com o presidente da Renamo. Para esse efeito, Nyusi recorre ao passado, dizendo que o seu partido já tomou decisões que não eram de consenso, mas o seu partido não ficou penalizado.
“Tenhamos coragem de avançar com as mudanças, assim como o fizemos no passado. Fomos corajosos, quando decidimos manter-nos no poder através de eleições, quando nós mesmos introduzimos o multipartidarismo, apesar de alguns de nós duvidarem da vitória da Frelimo e do seu candidato nas primeiras eleições presidenciais e legislativas”, disse Filipe Nyusi durante a abertura da sessão de três dias.
Nyusi acrescentou que também houve receio quando o seu partido decidiu criar autarquias nas cidades e em algumas vilas e criar Assembleias Provinciais.
“Nós tínhamos a consciência de que devíamos lutar para não perder municípios e províncias”, disse Nyusi e acrescentou: “Hoje, quando vestimos a coragem de aceitar outro modelo de descentralização, fazemo-lo, sabendo que tudo depende de nós, a Frelimo”.
Foi assim que Filipe Nyusi tentou convencer o seu partido para aceitar o consenso. Mas, por exemplo, Alberto Chipande, tio e mentor de Nyusi, continua a pensar que Nyusi está a ceder em demasia às exigências da Renamo.
A Renamo não deve atrasar o processo com novas exigências
Filipe Nyusi aproveitou também a sessão do Comité Central do seu partido para fazer um aviso à Renamo.
Neste momento, a Assembleia da República está a analisar a proposta de revisão da Constituição da República. Ainda não há datas para o debate da proposta, apesar de faltar pouco tempo para as eleições autárquicas. O “Canalmoz” sabe que a Renamo tem outras ideias para serem incorporadas na revisão da Constituição.
Falando durante a abertura da sessão, na sexta-feira, Nyusi deu a entender que há novas exigências do lado da Renamo. “É expectativa de todos os moçambicanos que a Renamo não atrase o processo, querendo introduzir novas exigências cuja substância é contrária à do consenso”, disse Filipe Nyusi.
No encerramento, Nyusi voltou a fazer um aviso à Renamo, dizendo que o processo do restabelecimento da paz deve prosseguir “sem que seja a preço de ameaças”. (André Mulungo)
CANALMOZ – 26.03.2018

“A Frelimo não perdeu. Não ganhou”

26/03/2018



SOBRE A DERROTA ELEITORAL DA FRELIMO EM NAMPULA



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Centelha por Viriato Caetano Dias(viriatocaetanodias@gmail.com )
A fome foi, desde sempre, a razão de mudanças sociais, de progressos técnicos, de revoluções, de contrarrevoluções. Nada influiu mais na história da humanidade. Nenhuma doença, nenhuma guerra matou mais gente. Ainda hoje, nenhuma praga é tão letal e, ao mesmo tempo, tão evitável como a fome. Martín Caparrós – A Fome, 2016, p. 10.
Existem vários ângulos para analisar um determinado problema. Cada um, com a sua lupa e perícia, pode tirar ilações que lhe convier diante de uma ou mais situações complexas. A minha conclusão, que é alimentada pela frágil mas humilde hipótese, é a de que a Frelimo foi “penalizada” nas eleições intercalares de Nampula devido à dramática situação das fomes que afecta a maioria dos nampulenses. Essencialmente, eles reclamam de fome da habitação, do emprego, da saúde, da água, do saneamento, do transporte, etc. Para os mais “novos” eleitores de Nampula, para quem a Luta de Libertação Nacional é uma ficção, a Frelimo é uma “marca registada” da pobreza no país. Eles queixam-se (e, provavelmente, com alguma razão) de uma grande nulidade de pessoas que, à custa da manigância de falsos camaradas do partido, pretendem obter estatutos de dirigentes cuja competência e quinta-essência nunca conseguiram demonstrar. 
O eleitorado não quer dirigentes “amplificadores” cuja tarefa é reproduzir discursos triunfalistas, carregados de reprimíveis palavras de bajulações, mas sim gente capaz de coalescer valores e talentos de todos os moçambicanos. Se o caminho não for esse, de inclusão desses talentos, então eu não vejo futuro nenhum para o partido. O eleitorado não está alheio aos “problemas da dívida” que, na minha percepção, foram contraídas legitimamente para a defesa da nossa soberania, e das ininterruptas e infindáveis chantagens do líder narcisista da Renamo, Afonso Dhlakama. A questão central é a ausência de dirigentes com uma agudeza de visão. Como disse Martin Luther King: “Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização.” Mas para que isso aconteça, é necessário acabar com loas, que muitas vezes servem para beatificar incompetentes e corruptos.
Penso que o presidente do partido, Filipe Nyusi, cedo percebeu isso: que nem “fanatismos, nem localismos, nem tradicionalismos inventados”, muito menos absolutismos de ideias são capazes de vencer eleições. Segundo Nyusi, que falava à margem da II Sessão Ordinária do Comité Central, a Frelimo deve apostar na modernidade. Estas palavras, a meu ver, devem ser levadas muito a sério. Perante o exposto, urge questionar: como modernizar o partido quando ainda reina algumas mentes tacanhas?
Esses camaradas de mentes retrógradas, quando são questionados sobre uma determinada acção que prejudica o partido, dizem logo que “estão a seguir os ditames de Mondlane, o arquitecto da Unidade Nacional.” Meu Deus, quanta aberração! Às vezes fico com vontade de lhes perguntar de pronto se Mondlane era pela consumpção da moral! Faço aqui um veemente apelo para que o presidente Nyusi depure o mais rápido possível esses indivíduos que não falam a linguagem refinada da Frelimo, caso contrário arrisca-se a figurar, injustamente, no “grupo dos coveiros” dos partidos revolucionários. Eu explico em “quinhentas”. Teoricamente, diz-se que, quer nas organizações como nos partidos políticos, há sempre um primeiro elemento que cria, um segundo que mantém e um terceiro que destrói. Coragem, presidente!
Quando uma determinada organização é incapaz de enfrentar e resolver os problemas, só lhe resta, ou fugir como os ratos, ou pôr as mãos à cabeça como os macacos para não ver o perigo, ou atirar-se, de alma e coração, ao trabalho, sem olhar a horas nem a sacrifícios. Esta é a grande lição de inteligência do presidente portista Jorge Nuno Pinto da Costa que deve ser seguida por todos. É preciso corrigir os erros e recolocar o partido na linha da frente.
Zicomo (obrigado) e um abraço nhúngue ao amigo Fábio.  
WAMPHULA FAX – 26.03.2018