Nervosismo continua a levar FDS a excessos
As Forças de Defesa e Segurança (FDS) continuam a exibir bastante nervosismo na abordagem de questões relacionadas com a manutenção da ordem e segurança públicas, em muitos distritos de Cabo Delgado.
É uma realidade que também está a ser imposta pelo avanço e ameaça cada vez mais presente dos terroristas que actuam a soldo de interesses não devidamente clarificados. Nisto, o resultado imediato que se vê no terreno é de Forças de Defesa e Segurança cada vez menos dialogantes e mais repressivas contra a população civil, afastando, deste modo, as populações da colaboração sempre necessária e fundamental para resultados positivos de combate aos grupos terroristas.
Esta é uma realidade que está a acontecer em vários cantos da província de Cabo Delgado, com particular destaque para os distritos que estão a enfrentar os progressivos ataques de grupos insurgentes.
A título de exemplo, na manhã de sábado, a população da sede do distritode Palma, norte da província de Cabo Delgado, farta das violações que entende estar a ser vítima, decidiu amontinar-se em frente ao quartel das Forças de Defesa e Segurança para cobrar explicações do que consideram “actuação brutal” das autoridades de defesa e segurança.
Em frente ao quartel, os populares disseram aos militares que estavam cansados de tanta humilhação, que inclui agressões físicas e raptos sem razões de fundo. Até para simples situações de falta de máscara “os militares entram nas casas e dão-te chamboco”.
A escaramuça, que fez com que os membros das Forças de Defesa e Segurança disparassem tiros para o ar, das 9 até 18 horas, obrigou os manifestantes a recuar, mas a repetirem a palavra de ordem, segundo a qual, “os militares devem dar outro tratamento aos cidadãos”.
A fonte de Palma assegurou que, apesar de tantos tiros disparados pelos militares, nenhum popular ficou ferido, “também porque assim que os tiros começaram, boa parte da população foi obrigada a fugir para as suas residências.
Dez decapitados em Miangalewa
Enquanto a população de Palma se revoltava contra os excessos das FDS, em Miangalewa, distrito de Muidumbe, a população local voltou a viver mais um momento de dor, com o ataque que iniciara de madrugada. Inicialmente, seis corpos foram achados, mas tempo depois mais quatro foram descobertos, colocando o número de vítimas em dez, num só dia e numa aldeia que tem estado na mira dos insurgentes nos últimos dias.
Fonte local disse que as vítimas foram decapitadas. As informações indicam que os insurgentes quando entraram não dispararam como tem sido hábito, isto para não chamar atenção às pessoas. Relata-se, por isso, que algumas vítimas encontraram a morte exactamente na altura que tentavam sair das matas na manhã de sábado.
Após o ataque de segunda-feira, muita população continua a deslocar-se para aldeias vizinhas como Litamanda, Chai, Muidumbe-sede, vila de Macomia entre outros locais. A fonte acrescentou que maior parte dos comerciantes de Miangalewa, um dos importantes pontos comerciais do distrito de Muidumbe, já abandonou a região, alguns deles refugiaram-se à cidade de Pemba.
Não houve reacção das FDS
Um residente da aldeia Litamanda afirmou que os insurgentes que, na segunda-feira da semana passada, ocuparam Miangalewa, ainda tentaram entrar na aldeia (Litamanda), mas voltaram pelo caminho.
Entretanto, mesmo assim avisaram que o tratamento tradicional feito (naquela zona) pelos líderes locais não os impede de atacar aquela aldeia que, também, dispõe de uma posição militar.
Apesar de ser uma aldeia próxima, as populações de Miangalewa lamentaram o facto de não ter havido qualquer resposta e socorro das FDS. Segundo ouvimos, as lamentações sobre a alegada falta de resposta e socorro por parte das FDS, também chegaram a Muidumbe sede, onde se montou uma posição militar depois do último ataque dos insurgentes.
MEDIA FAX – 19.05.2020
As Forças de Defesa e Segurança (FDS) continuam a exibir bastante nervosismo na abordagem de questões relacionadas com a manutenção da ordem e segurança públicas, em muitos distritos de Cabo Delgado.
É uma realidade que também está a ser imposta pelo avanço e ameaça cada vez mais presente dos terroristas que actuam a soldo de interesses não devidamente clarificados. Nisto, o resultado imediato que se vê no terreno é de Forças de Defesa e Segurança cada vez menos dialogantes e mais repressivas contra a população civil, afastando, deste modo, as populações da colaboração sempre necessária e fundamental para resultados positivos de combate aos grupos terroristas.
Esta é uma realidade que está a acontecer em vários cantos da província de Cabo Delgado, com particular destaque para os distritos que estão a enfrentar os progressivos ataques de grupos insurgentes.
A título de exemplo, na manhã de sábado, a população da sede do distritode Palma, norte da província de Cabo Delgado, farta das violações que entende estar a ser vítima, decidiu amontinar-se em frente ao quartel das Forças de Defesa e Segurança para cobrar explicações do que consideram “actuação brutal” das autoridades de defesa e segurança.
Em frente ao quartel, os populares disseram aos militares que estavam cansados de tanta humilhação, que inclui agressões físicas e raptos sem razões de fundo. Até para simples situações de falta de máscara “os militares entram nas casas e dão-te chamboco”.
A escaramuça, que fez com que os membros das Forças de Defesa e Segurança disparassem tiros para o ar, das 9 até 18 horas, obrigou os manifestantes a recuar, mas a repetirem a palavra de ordem, segundo a qual, “os militares devem dar outro tratamento aos cidadãos”.
A fonte de Palma assegurou que, apesar de tantos tiros disparados pelos militares, nenhum popular ficou ferido, “também porque assim que os tiros começaram, boa parte da população foi obrigada a fugir para as suas residências.
Dez decapitados em Miangalewa
Enquanto a população de Palma se revoltava contra os excessos das FDS, em Miangalewa, distrito de Muidumbe, a população local voltou a viver mais um momento de dor, com o ataque que iniciara de madrugada. Inicialmente, seis corpos foram achados, mas tempo depois mais quatro foram descobertos, colocando o número de vítimas em dez, num só dia e numa aldeia que tem estado na mira dos insurgentes nos últimos dias.
Fonte local disse que as vítimas foram decapitadas. As informações indicam que os insurgentes quando entraram não dispararam como tem sido hábito, isto para não chamar atenção às pessoas. Relata-se, por isso, que algumas vítimas encontraram a morte exactamente na altura que tentavam sair das matas na manhã de sábado.
Após o ataque de segunda-feira, muita população continua a deslocar-se para aldeias vizinhas como Litamanda, Chai, Muidumbe-sede, vila de Macomia entre outros locais. A fonte acrescentou que maior parte dos comerciantes de Miangalewa, um dos importantes pontos comerciais do distrito de Muidumbe, já abandonou a região, alguns deles refugiaram-se à cidade de Pemba.
Não houve reacção das FDS
Um residente da aldeia Litamanda afirmou que os insurgentes que, na segunda-feira da semana passada, ocuparam Miangalewa, ainda tentaram entrar na aldeia (Litamanda), mas voltaram pelo caminho.
Entretanto, mesmo assim avisaram que o tratamento tradicional feito (naquela zona) pelos líderes locais não os impede de atacar aquela aldeia que, também, dispõe de uma posição militar.
Apesar de ser uma aldeia próxima, as populações de Miangalewa lamentaram o facto de não ter havido qualquer resposta e socorro das FDS. Segundo ouvimos, as lamentações sobre a alegada falta de resposta e socorro por parte das FDS, também chegaram a Muidumbe sede, onde se montou uma posição militar depois do último ataque dos insurgentes.
MEDIA FAX – 19.05.2020
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