"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 29 de abril de 2020

Auto avaliação dos 100 dias de Nyusi foi frustrante

29/04/2020



Funcionários do STAE desviam material informático utilizado nas últimas eleições em Nampula

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Ataques: Instabilidade agrava riscos associados aos projetos de gás natural, considera o Banco de Moçambique

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Organizações endereçam carta a PR sobre desaparecimento de jornalista

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Insurgentes interrompem cerimónia fúnebre e decapitam quatro pessoas em Meluco

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100 dias de serviços abaixo do mínimo, onde nem sequer foram cumpridas promessas de 2015, e sem futuro melhor

29/04/2020



Líder da Renamo “recomenda a prorrogação do Estado de Emergência” mas permitindo actividade do sector informal em Moçambique

Líder da Renamo “recomenda a prorrogação do Estado de Emergência” mas permitindo actividade do sector informal em Moçambique
Escrito por Redação  em 27 Abril 2020
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Foto de Adérito CaldeiraOssufo Momade manifestou nesta segunda-feira (27) o apoio do maior partido da oposição à prorrogação do Estado de Emergência em Moçambique, contudo demandou a revogação da “proibição da actividade do sector informal”, a redução do IVA e também a criação de “incentivos financeiros e morais para os funcionários expostos ao risco de contaminação”. Furtando-se às perguntas dos jornalistas o líder do partido Renamo denunciou novos sequestros e assassinatos alegadamente protagonizados por esquadrões da morte do Governo.
Numa Declaração onde se furou às perguntas dos jornalistas se vai usufruir das regalias de líder dos partido de oposição Momade começou por denunciar o aproveitamento político do Estado de Emergência pelo partido. “Não concordamos que se aproveite um momento de dor e tão dificil, para fazer propaganda político-partidária forçada, envolvendo multidões, numa clara violação às medidas impostas pelo Estado de Emergência, como aconteceu recentemente, num dos mercados da cidade de Nampula, envolvendo membros do partido no poder”.
“Para além do tormento causado por esta pandemia, estamos preocupados com o resurgimento dos esquadrões da morte que continuam a semear luto e dor no seio das populações”, afirmou o líder da Renamo que revelou o sequestro e assassinato de membros do partido Renamo: “No dia 23 de Abril corrente, cerca das 21 horas, Alberto Cussara Massica, membro do Conselho Provincial da Renamo e sua esposa, Dora Wilson, delegada Politica da Localidade de Mapaia, Posto Administrativo de Sussundenga, quando saiam do seu estabelecimento comercial foram intercetados por um grupo de homens que se faziam transportar numa viatura de marca Toyota Land Cruzer, tendo de seguida os sequestrado e assassinado”.
“Na Província de Sofala, há relatos segundo as quais, em Chibabava, as Forças de Defesa e Segurança queimam casas das populações e são encontrados corpos sem vida nas matas. Igualmente, no distrito de Nhamatanha há desaparecimento misterioso de pessoas que nunca voltam ao convivio familiar. No distrito de Gorondosa regista-se também desaparecimento de pessoas e o Comando Distrital da PRM tem na sua posse uma suposta lista de membros da Renamo que são hostilizados como forma de obrigá-los a filiar-se ao Partido Frelimo”, denunciou.
O presidente do partido Renamo declarou que o silencio o Presidente Filipe Nyusi confirma “que não tem poder nem voz no seio das Forças de Defesa e Segurança” e ainda “está a pôr em causa os Acordos que assinamos nos dias 1 e 6 de Agosto de 2019 que preconizam reconciliação nacional e paz”.
Relativamente ao Estado de Emergência para prevenir a propagação do novo coronavírus em Moçambique o líder do maior partido da oposição disse concordar com a sua prorrogação contudo revogando “a medida de proibição da actividade do sector informal e neste aspecto, defendemos que devem ser adoptadas medidas de distanciamento social, como estão fazendo alguns países africanos e do sudeste asiático, mas nunca impedir os humildes moçambicanos de ganhar o seu pão que depende de um magro rendimento que é conquistado numa base diária”.
Momade sugeriu ainda a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), a suspensão “do pagamento de taxas das portagens enquanto durar o período de restrições e do Estado de Emergência” e, dentre várias medidas mobilizar “todos os meios circulantes ociosos, como viaturas, instrumentos e equipamentos de comunicação de massas, megafones e outros, que se encontram no Instituto de Comunicação Social, Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e outras instituições equiparadas, para sensibilizar a população sobre as medidas de prevenção e, outrossim, sobre como manter os rendimentos familiares num ambiente em momento de crise”.

Propagação da covid-19 aparentemente quebrada na Cidade e Província de Maputo

Propagação da covid-19 aparentemente quebrada na Cidade e Província de Maputo
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Destaques - Nacional
Escrito por Adérito Caldeira  em 27 Abril 2020
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Foto de Adérito CaldeiraA propagação do novo coronavírus está aparentemente quebrada na Cidade e Província de Maputo, há 4 dias que não há registo de novos casos positivos. Nesta segunda-feira (27), sem testar nenhum dos centenas de casos suspeitos existentes na Província de Cabo Delgado, não houve registo de novos doentes da covid-19 em Moçambique. Entretanto o @Verdade apurou que trabalhadores da petrolífera Total estão a ser diagnosticados com o novo coronavírus em outros países africanos.
Mesmo não cumprindo integralmente as medidas de prevenção da pandemia que flagela o mundo na Cidade e Província de Maputo a propagação do vírus está aparentemente quebrada. O último infectado pela covid-19 foi diagnosticado no passado dia 23 (um moçambicano com mais de 30 anos de idade a residir na Cidade da Matola), que se apurou ter contraído o vírus na única cadeia de transmissão activa em Moçambique e que continua a existir na Província de Cabo Delgado.
Por isso nesta segunda-feira (27), testando apenas 42 casos suspeitos na Cidade de Maputo e outros dois na Província de Nampula, nenhum novo doente foi diagnosticado em Moçambique que continua com um cumulativo de 76 infectados, dentre os quais nove ficaram curados.
Instituto Nacional de Saúde“Partiu uma delegação conjunta do Ministério da Saúde e do INS para Cabo Delgado que hoje teve como prioridade organizar uma testagem em massa em Afungi, ao fim desta manhã estiveram reunidos com as autoridades locais para organizar as operações. A prioridade para os casos suspeitos foi dada nas questões de biossegurança e isolamento, acreditamos que teremos um fluxo considerável de amostras de Cabo Delgado nas próximas horas” explicou o o Director Nacional para a Área de Inquérito e Monitoria de Saúde, Dr. Sérgio Chicumbe.
O epicentro da pandemia da covid-19 no nosso país são os três acampamentos da petrolífera Total na Península de Afungi, onde estão em convalescença domiciliar 47 infectados e a transmissão continua activa, havendo outros sete doentes na Cidade de Pemba.
O @Verdade apurou que não só em Moçambique foram diagnosticados trabalhadores da petrolífera francesa que lidera o projecto Mozambique LNG infectados pelo novo coronavírus, neste domingo 14 foram diagnosticados nas instalações da Total no Congo-Brazzaville.
De acordo com as autoridades de saúde moçambicanas pelo menos 2.500 trabalhadores deixaram os acampamentos da Total na Província de Cabo Delgado na semana em que foi identificado o “caso índex de Afungi”.
Pode ainda ser importante testar o trabalhadores de outra petrolífera a operar no nosso país pois na Guiné-Equatorial foram diagnosticados 30 infectados pela covid-19 nas instalações da ExxonMobil.

“Existe ainda muito movimento de pessoas” ministro da Saúde na véspera da renovação do Estado de Emergência em Moçambique


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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 27 Abril 2020 (Actualizado em 28 Abril 2020)
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Foto da Presidencia da RepúblicaO balanço dos primeiros 26 dias do Estado de Emergência em Moçambique não é bom: “a suspensão das aulas, o cumprimento é bom, entretanto a permanência dos estudantes no domicílio, que é o objectivo fundamental não parece ter o impacto desejado”, avaliou o ministro Armindo Tiago que reportou ao Presidente Filipe Nyusi que “existe ainda muito movimento de pessoas ao nível das vias públicas e nas nossas estradas”. Diante destas constatações, e embora só exista transmissão activa do novo coronavírus na Província de Cabo Delgado, o Chefe de Estado deverá estender as medidas de prevenção da propagação da covid-19 para o mês de Maio.
Faltando menos de 3 dias para o término do primeiro Estado de Emergência de sempre na História de Moçambique o Chefe de Estado reuniu, nesta segunda-feira (27), a sua Comissão Técnico-Científica para Prevenção e Resposta da covid-19 para fazer o balanço das medidas de nível 3 que estão a ser implementadas desde o passado dia 1 de Abril.
O ministro da Saúde, que lidera a Comissão, começou por avaliar a decisão de suspensão de vistos de entrada e cancelamento dos que estavam emitidos, “o grau de implementação é bom mas ainda persiste algum fluxo de passageiros, particularmente de companhias como a Ethiopian, trazem passageiros que estão retidos no exterior mas, as vezes, trazem outros passageiros”. Um fluxo que só é baixo porque as principais companhias aéreas internacionais que voavam para Moçambique deixaram de o fazer.
O @Verdade apurou que os aeroportos de Maputo, Beira, Chimoio, Chingodzi, Quelimane, Nampula, Lichinga, Pemba e os aeródromos de Inhambane e Vilanculos foram deixados abertos ao tráfego nacional e internacional pelo Governo de Filipe Nyusi assim como os portos de Maputo, Beira, Quelimane e Nacala.
Aliás na revisão das medidas de execução administrativa do Estado de Emergência o Executivo reabriu, no dia 9 de Abril, o aeroporto de Nacala e os portos de Pemba e Mocímboa da Praia. Sobre o reforço das medidas de quarentena “nós achamos que em termos de implementação a classificação é suficiente, uma vez que persistem questões relacionadas com o cumprimento integral desta medida e o desafio é a necessidade de uma fiscalização que seja adequada.
Dos 518.350 cidadãos que entraram em Moçambique desde o início do rastreio de viajantes o @Verdade descortinou que foram colocados em quarentena 11.469 dos quais 970 ainda a cumpriam nesta segunda-feira (27). Ademais o sistema de rastreamento electrónico não está a funcionar na sua plenitude.
“Apesar das medidas decretadas existe ainda muito movimento de pessoas ao nível das vias públicas e nas nossas estradas”
Relativamente “a suspensão das aulas, o cumprimento é bom, entretanto a permanência dos estudantes no domicílio, que é o objectivo fundamental não parece ter o impacto desejado”, declarou o ministro Armindo Tiago destacando que sobre a suspensão da realização de eventos “o cumprimento também é bom em termos de implementação mas persistem desafios no que concerne a cerimónias fúnebres, onde na maior parte dos casos o número de participantes é maior”.
Avaliando a obrigatoriedade da aplicação de medidas de prevenção da covid-19 em todas instituições públicas e privadas o titular da Saúde anotou que embora a implementação seja boa, “continuamos a observar que existe uma elevada carga de trabalho presencial e foi salientada a necessidade de melhorar o uso das máscaras”.
Grafismo de Nuno Teixeira
O ministro Armindo Tiago revelou ainda ao Presidente Nyusi que a medida que menos está a ser cumprida pelos cidadãos em Moçambique é relativa a limitação da circulação interna, “aqui a classificação do grau de implementação é insuficiente. Apesar das medidas decretadas existe ainda muito movimento de pessoas ao nível das vias públicas e nas nossas estradas. Aqui o desafio provavelmente há-de ser uma deficiente sensibilidade cívica do cidadão em termos de cumprimento integral”.
Para além dos milhões de cidadãos que é possível continuar a ver nas ruas um pouco por todo o país dados da Trans African Concessions, concessionária da Estrada Nacional nº 4, indicam que o tráfego entre a Cidade de Maputo e Matola reduziu apenas 33 por cento, das 42 a 45 mil viaturas que diariamente cruzavam a portagem registou-se uma diminuição para 32 a 33 mil viaturas cada um dos 26 dias do Estado de Emergência.
Nyusi submete decisão sobre Estado de Emergência ao crivo da Comissão Política do partido Frelimo
Esperava-se que ainda nesta segunda-feira (27) o Presidente da República anunciasse a prorrogação do Estado de Emergência por mais um mês, contudo Filipe Nyusi tem ainda de submeter as constatações da sua Comissão Técnico-Científica para Prevenção e Resposta da covid-19 ao crivo da Comissão Política do partido Frelimo que deverá chancelar a renovação das medidas de prevenção ficando a dúvida sobre se serão mantidas no nível 3 ou agravadas para o nível 4.
Instituto Nacional de Saúde
Recorde-se que um dos mais importantes membros da Comissão Técnico-Científica para Prevenção e Resposta da covid-19, o director-geral do Instituto Nacional de Saúde antecipou ao @Verdade que depois do dia 30 de Abril “não iremos voltar à vida normal” em Moçambique.
“Vejam o que acontece em muitos países depois de medidas de nível 3 ou são implementadas medidas de nível 4 ou continua-se a implementar medidas de nível 3. Em alguns países após várias semanas de medidas de nível 3 foram implementadas medidas um pouco mais ligeiras mas a vida não volta ao normal. Estou em crer que nós aqui em Moçambique nós não vamos voltar à vida normal a partir do dia 30 de Abril”, argumentou o Dr. Ilesh Vinodrai Jani.