11/06/2020
Um jornal chamado «Canal de Moçambique»(que desconheço e sobre o qual não teço por isso comentários) publica uma entrevista minha sobre Cabo Delgado e o livro «O Cabo do Medo».
Mas a verdade é que eu nunca dei nenhuma entrevista ao...Canal de Moçambique.
A pessoa que me contactou para uma entrevista chama-se Manuel Matola, tem credenciais firmadas (cf. foto do seu pedido via Facebook), e disse-me que era o correspondente da SABC (radiotelevisão pública da RAS), serviço em português, destacado em Lisboa, solicitando uma entrevista para esse órgão de informação.
Pude confirmar isso - a sua identidade e o pedido - com Pretória. Dei assim uma entrevista de mais de 30 minutos, com muito gosto, à SABC, Canal Africa, para os ouvintes de língua portuguesa.
Qual o meu espanto ao descobrir que o «Canal de Moçambique» transcreveu a mesma entrevista como tendo sido dada a si por mim.
Ou seja, em vez de as perguntas trazerem «SABC Canal África», ou «Manuel Matola, SABC», comportavam o mentiroso título «Canal de Moçambique». Não havendo ninguém do Canal de Moçambique a falar comigo, sob essa designação. Nem eu a responder ao mesmo.
Redonda falsidade, portanto.
O QUE CUSTAVA TEREM EXPLICADO AO PÚBLICO QUE ESTAVAM MERAMENTE A TRANSCREVER UMA ENTREVISTA DA SABC?
Trata-se assim de uma falsa entrevista. A tratar nos tribunais. E que justificaria a apreensão do «jornal».
Disto já dei nota à direcção do Canal Africa da SABC e à embaixada da RAS em Lisboa.
Para cúmulo, o mesmo jornal destaca uma frase falsa da minha entrevista à SADC.
Titula que eu teria dito: «Há Gente do Topo na Guerra em Cabo Delgado».
Não digo uma única vez esta frase. Podem confirmar. Não podia assim haver aspas, a não ser que o «jornal» queira incorrer numa outra queixa, por abuso de liberdade de imprensa.
E explico cuidadosamente à SABC – ainda por cima tratando-se de um órgão de informação de um país vizinho de Moçambique – que, apesar das suspeitas, não há uma única prova apresentável em juízo, que eu conheça, comprometendo alguma alta entidade moçambicana com a guerra de Cabo Delgado ou com o Daesh.
Portanto, não só a entrevista é falsa, por não ter sido dada ao Canal de Moçambique, como a transcrição não referenciada tem um título mentiroso.
Mais comentários?
RESPOSTA DO CANAL DE MOÇAMBIQUE:
PS: Não deixe de ouvir a entrevista gravada e compare com a entrevista publicada no CANAL DE MOÇAMBIQUE
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