Terrorismo e drama humano em Cabo Delgado

Já são cerca de 515 mil refugiados

O drama humano em resultado da intensificação de ataques terroristas nos distritos das regiões centro e norte de Cabo Delgado está a complicar-se de forma bastante acelerada, com o aumento exponencial do número de refugiados internos.

Números actualizados indicam que contrariamente aos 480 mil refugiados que faziam parte das estatísticas há sensivelmente duas semanas, neste momento são contabilizadas 515 mil pessoas que foram obrigadas a abandonar as suas zonas de residência e origem, por conta da intensificação de ataques terroristas.

Maior parte dos refugiados é proveniente, segundo se sabe, dos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia, Palma, Quissanga, Ibo, Nangade e Muidumbe.

Citada, nesta terça-feira, pela rádio pública nacional, a coordenadora dos escritórios do Programa Mundial de Alimentação (PMA) em Cabo Delgado, Cristina Graziane, reconheceu que o aumento exponencial do número de refugiados está a reduzir a capacidade de assistência da organização da qual faz parte.

A dirigente daquele organismo das Nações Unidas deu a conhecer que será importante que, nos próximos tempos, a sua organização, assim como outros organismos de apoio humanitário procurem mecanismos de mobilizar mais recursos e aumentar as suas capacidades para garantir que a assistência não seja interrompida, ou reduzida do ponto de vista de quantidades alocadas aos beneficiários.

“Do lado do PMA, assistência a mais de 500 mil pessoas, acho que não temos recursos. Então acho que rapidamente temos de procurar mobilizar mais recursos e aumentar a nossa capacidade” – disse ela, citada pela Rádio Moçambique.

O Governo provincial de Cabo Delgado também aponta desafios na necessidade de reforçar as capacidades de intervenção, tendo em conta que o número de deslocados não pára de aumentar, apesar de o número de chegadas diárias ter reduzido.

Maioritariamente refugiada em Pemba, Pemba Metuge, os refugiados dos ataques terroristas estão espalhadas por outras províncias, das quais Niassa, Nampula e Zambézia.

MEDIA FAX -18.11.2020