08/04/2020
Uma das peças-chave no escândalo das dívidas ocultas
A antiga vice-ministra da Economia e Finanças, Maria Isaltina Lucas, também referenciada como “três beijos” na planilha de Privinvest, a empresa que está por detrás do calote das chamadas dívidas ocultas, foi nomeada assessora do Primeiro-Ministro (PM), Carlos Agostinho do Rosário, deixando escandalizado alguns sectores que acompanham de perto a maior fraude económica/financeira que empurrou o país para um descrédito nos mercados internacionais.
A título ilustrativo, o Fórum de Monitoria e Orçamento (FMO), agora liderado pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma organização da sociedade civil dirigido peloprofessor Adriano Nuvunga, manifestou-se escandalizado com a indicação de Isaltina Lucas como assessora do PM, lembrando o envolvimento da visada na contratação das chamadas dívidas ocultas.
Isaltina Lucas esteve no Parlamento esta segunda-feira a acompanhar o PM na discussão do Plano Quinquenal do Governo (PQG). O Gabinete do Primeiro-Ministro ignorou todos os pedidos de esclarecimento feitos pelo mediaFAX.
Entretanto, o interventivo deputado da Renamo, António Muchanga, criticou a presença de Isaltina Lucas na equipa de assessores do PM. “Estamos a ver aqui a senhora três beijos”, apontou Muchanga, numa clara referência a Isaltina Lucas. Isaltina Lucas era referenciada por “três beijos” na planilha de pagamentos da Privinvest, onde consta que terá recebido USD3 milhões, mas o FBI só identificou pagamentos totalizando USD2.470 mil .
A folha de pagamentos de subornos da Privinvest foi apresentada por um agente do FBI, durante o julgamento em Brooklyn (Nova Iorque), de Jean Boustani, o executivo da empresa naval propriedade do franco-libanês, Iskandar Safa, figura próxima do círculo restrito da família Guebuza. Isaltina Lucas foi directora nacional do Tesouro no período em que a administração Guebuza deu garantias estatais, ao arrepio das normas, entre 2013 e 2014, de empréstimos no valor de 2,2 mil milhões de dólares a favor de três empresas (Ematum, Proindicus e MAM).
Detidos Isaltina Lucas, que não é arguida no processo das dívidas ocultas que conta com duas dezenas de arguidos (19 estão detidos), deu pareceres favoráveis à emissão de garantias de Estado para as três empresas. Porém, apesar de não ser arguida no “caso dívidas ocultas”, estána lista de 16 figuras que a Procuradoria Geral da República (PGR) enviou ao Tribunal Administrativo (TA), pedindo que fossem responsabilizados financeiramente pelo escândalo.
Até hoje, o TA ainda não se pronunciou sobre o caso. Isaltina Lucas foi nomeada vice-ministra da Economia e Finanças em Março de 2016, mas foi exonerada três anos depois, em Fevereiro de 2019, numa altura em que várias pessoas estavam a ser detidas por envolvimento no escândalo das dívidas ocultas.
Entre os detidos estão o filho mais velho do presidente Guebuza, Ndambi Guebuza, o ex-director do SISE, Gregório Leão e António Carlos do Rosário, ex-director de inteligência económica da secreta moçambicana e PCA das três empresas do calote. Para o FMO, a nomeação de Isaltina Lucas mostra que o actual governo “está envolvido no maior escândalo financeiro de Moçambique e não tem interesse em resolver o problema”.
MEDIA FAX – 08.04.2020
A título ilustrativo, o Fórum de Monitoria e Orçamento (FMO), agora liderado pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma organização da sociedade civil dirigido peloprofessor Adriano Nuvunga, manifestou-se escandalizado com a indicação de Isaltina Lucas como assessora do PM, lembrando o envolvimento da visada na contratação das chamadas dívidas ocultas.
Isaltina Lucas esteve no Parlamento esta segunda-feira a acompanhar o PM na discussão do Plano Quinquenal do Governo (PQG). O Gabinete do Primeiro-Ministro ignorou todos os pedidos de esclarecimento feitos pelo mediaFAX.
Entretanto, o interventivo deputado da Renamo, António Muchanga, criticou a presença de Isaltina Lucas na equipa de assessores do PM. “Estamos a ver aqui a senhora três beijos”, apontou Muchanga, numa clara referência a Isaltina Lucas. Isaltina Lucas era referenciada por “três beijos” na planilha de pagamentos da Privinvest, onde consta que terá recebido USD3 milhões, mas o FBI só identificou pagamentos totalizando USD2.470 mil .
A folha de pagamentos de subornos da Privinvest foi apresentada por um agente do FBI, durante o julgamento em Brooklyn (Nova Iorque), de Jean Boustani, o executivo da empresa naval propriedade do franco-libanês, Iskandar Safa, figura próxima do círculo restrito da família Guebuza. Isaltina Lucas foi directora nacional do Tesouro no período em que a administração Guebuza deu garantias estatais, ao arrepio das normas, entre 2013 e 2014, de empréstimos no valor de 2,2 mil milhões de dólares a favor de três empresas (Ematum, Proindicus e MAM).
Detidos Isaltina Lucas, que não é arguida no processo das dívidas ocultas que conta com duas dezenas de arguidos (19 estão detidos), deu pareceres favoráveis à emissão de garantias de Estado para as três empresas. Porém, apesar de não ser arguida no “caso dívidas ocultas”, estána lista de 16 figuras que a Procuradoria Geral da República (PGR) enviou ao Tribunal Administrativo (TA), pedindo que fossem responsabilizados financeiramente pelo escândalo.
Até hoje, o TA ainda não se pronunciou sobre o caso. Isaltina Lucas foi nomeada vice-ministra da Economia e Finanças em Março de 2016, mas foi exonerada três anos depois, em Fevereiro de 2019, numa altura em que várias pessoas estavam a ser detidas por envolvimento no escândalo das dívidas ocultas.
Entre os detidos estão o filho mais velho do presidente Guebuza, Ndambi Guebuza, o ex-director do SISE, Gregório Leão e António Carlos do Rosário, ex-director de inteligência económica da secreta moçambicana e PCA das três empresas do calote. Para o FMO, a nomeação de Isaltina Lucas mostra que o actual governo “está envolvido no maior escândalo financeiro de Moçambique e não tem interesse em resolver o problema”.
MEDIA FAX – 08.04.2020
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