13/04/2020
Introdução
A 5 de Outubro de 2017, a sede do distrito de Mocímboa da Praia, na província nortenha de Cabo Delgado, foi atacada por indivíduos armados. Este ataque que não foi reivindicado, visou essencialmente instituições do Estado, nomeadamente da polícia local. Desde então, os ataques têm sido recorrentes, tendo depois de Mocímboa da Praia, se espalhado por vários distritos de Cabo Delgado, particularmente Palma, Nangade, Macomia, Muidumbe e Quissanga. A 23 e 24 de Março de 2020, registaram-se os ataques mais importantes de sempre, com ocupação momentânea das sedes dos distritos de Mocímboa da Praia e Quissanga, onde de acordo com vários vídeos e imagens que circularam pelas redes sociais e por certa imprensa local, os atacantes içaram uma bandeira semelhante à do Estado Islâmico. Nos ataques a estes dois distritos, para além de instituições do Estado entre elas, os palácios dos administradores e quartéis das forças governamentais, foram também visadas instituições privadas como bancos. Entretanto, cerca de dois anos e meio após o ataque de 5 de Outubro de 2017, para as autoridades moçambicanas, o mistério em torno da identidade e motivações deste grupo persistem. Sabe-se, porém, que os atacantes, conhecidos localmente por “Al Sha-baab”, por “insurgentes” ou “malfeitores” segundo o governo, têm decapitado suas vítimas, lembrando um pouco a actuação de grupos terroristas radicais islâmicos como Boko Haram e Estado Islâmico. Sabe-se também que o “Al Shabaab” tem reivindicado publicamente, a implantação da lei islâmica em Moçambique. Entretanto, se o governo moçambicano tem afirmado que se trata de indivíduos “sem rosto” e que por esta razão tem dificuldades em encontrar resposta ao problema, ao mesmo tempo tem avançado várias hipóteses sobre quem são e o que os atacantes pretendem.
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