20/04/2020
Sem terminar obras desde 2013
A teia é grande, começa dos administradores, directores, UGEAs e Fiscais
São cerca de 59 obras inacabadas, desde 2013 até esta parte. Os empreiteiros adjudicados, maior parte deles, se não quase todos, receberam os valores em quase 100 por cento, num esquema fraudulento que envolve os directores provinciais, administradores Chefes das Unidades Gestora de Aquisições(UGEA) e fiscais das obras.
A teia é grande. Envolve graúdos, olhando pelos valores que o Estado desembolsou para estas obras. São bens públicos que se fossem concluídos dentro dos prazos, a população da Zambézia, não teria muitas queixas em termos de serviços básicos como saúde e educação.
A nova governação sob tutela da Secretária do Estado na Zambézia(SdE), tenta manter ordem, mas há dúvidas quando a eficácia desta vontade que Judite Mussácula tem para ver o bem estar da população da Zambézia.
Veja de seguida a explicação: Quem são os empreiteiros?
São em maior parte, membros e simpatizantes do partido Frelimo. Alguns destes, tem estado activo nas campanhas eleitorais daquele partido. Doam bens ao partido, participam em reuniões e por ai fora. Para eles, muitas vezes, ganhar obra não é resultado de ser bom empreiteiro, mas sim, ser um bom camarada. Vezes há que os donos da obra, recebem chamadas de um graúdo para adjudicar a obra a empresa X ou Y. Já que as decisões, diga-se muitas vezes senão todas para nomear um director ou administrador, saem do partido, não há como não entregar a obra a estes empreiteiros, prejudicando, se calhar aquele que deveria dar seguimento.
Não são poucas obras. A lista que o Diário da Zambézia tem em seu poder, mostra gente da praça e de proa que levou dinheiro do Estado, comprou viaturas, algumas vezes até para amantes, mas o trabalho que é exigido conforme o contrato, nada.
Aliás, os governantes que passaram por aqui, desde Francisco Itai Meque, Joaquim Veríssimo, Abdul Razak, sabem deste assunto. Este último tentou fazer o mesmo exercício que a SdE está tentar fazer e mais ainda, Razak tentou levar os casos à Justiça, mas não deram em nada.
Alguns dos donos da empresas fartaram-se de rir na cara dele, porque sabem de onde está a proteção.
A decisão do Estado
A dilapidação ao Estado continua e o esquema é o mesmo. E, na última sexta-feira(17), a SdE chamou os empreiteiros para juntos encontrarem uma saída no que tange a este imbróglio da não conclusão de obras. Alguns iam murmurando e se calhar rindo no interior como quem diz “não vai conseguir, a malta come com gente grande”.
São cerca de 59 obras inacabadas, desde 2013 até esta parte. Os empreiteiros adjudicados, maior parte deles, se não quase todos, receberam os valores em quase 100 por cento, num esquema fraudulento que envolve os directores provinciais, administradores Chefes das Unidades Gestora de Aquisições(UGEA) e fiscais das obras.
A teia é grande. Envolve graúdos, olhando pelos valores que o Estado desembolsou para estas obras. São bens públicos que se fossem concluídos dentro dos prazos, a população da Zambézia, não teria muitas queixas em termos de serviços básicos como saúde e educação.
A nova governação sob tutela da Secretária do Estado na Zambézia(SdE), tenta manter ordem, mas há dúvidas quando a eficácia desta vontade que Judite Mussácula tem para ver o bem estar da população da Zambézia.
Veja de seguida a explicação: Quem são os empreiteiros?
São em maior parte, membros e simpatizantes do partido Frelimo. Alguns destes, tem estado activo nas campanhas eleitorais daquele partido. Doam bens ao partido, participam em reuniões e por ai fora. Para eles, muitas vezes, ganhar obra não é resultado de ser bom empreiteiro, mas sim, ser um bom camarada. Vezes há que os donos da obra, recebem chamadas de um graúdo para adjudicar a obra a empresa X ou Y. Já que as decisões, diga-se muitas vezes senão todas para nomear um director ou administrador, saem do partido, não há como não entregar a obra a estes empreiteiros, prejudicando, se calhar aquele que deveria dar seguimento.
Não são poucas obras. A lista que o Diário da Zambézia tem em seu poder, mostra gente da praça e de proa que levou dinheiro do Estado, comprou viaturas, algumas vezes até para amantes, mas o trabalho que é exigido conforme o contrato, nada.
Aliás, os governantes que passaram por aqui, desde Francisco Itai Meque, Joaquim Veríssimo, Abdul Razak, sabem deste assunto. Este último tentou fazer o mesmo exercício que a SdE está tentar fazer e mais ainda, Razak tentou levar os casos à Justiça, mas não deram em nada.
Alguns dos donos da empresas fartaram-se de rir na cara dele, porque sabem de onde está a proteção.
A decisão do Estado
A dilapidação ao Estado continua e o esquema é o mesmo. E, na última sexta-feira(17), a SdE chamou os empreiteiros para juntos encontrarem uma saída no que tange a este imbróglio da não conclusão de obras. Alguns iam murmurando e se calhar rindo no interior como quem diz “não vai conseguir, a malta come com gente grande”.
Judite Mussácula mostrou-se indignada, quando foi lida a lista das obras e dos empreiteiros que não conseguem concluir. Em seguida, disse não entender como é que alguém recebe dinheiro quase 100 por cento mas não conclui a obra.
Questionou se como zambezianos isso lhes agrada. Claro que os empreiteiros presentes não estão nem aí para esse amor à terra. Ali conta mais o “eu” e mais nada. Alguns intervenientes explicaram a SdE que algumas empresas não receberam dinheiro e foram trabalhando com custos próprios e até então o Estado não desembolsou os valores do contrato.
A estes, a SdE diz que o Estado vai averiguar para entender o que terá acontecido para que não fossem pagos. Outros, aqueles que “mamaram” a mola sem justificação nenhuma, ficaram sem argumentos e começaram a sentir-se apertados quando a SdE sugeria a retirada dos Alvarás por falta de honestidade.
O bom senso nesta matéria prevaleceu e dai, o Estado determinou que os empreiteiros com estes pendentes, tem 4 meses, a partir desta segunda-feira(20) para concluírem as obras e entregarem ao Estado.
“Nós queremos que em 4 meses, as empresas terminem as obras” - disse a SdE para depois sublinhar que, “depois disso, caso não haja cumprimento, seguiremos a outras instâncias”- garantiu. São cerca de 900 milhões de meticais que estes empreiteiros levaram sem que tenha feito quase nada. Parte deste valor é dos doadores que estão a apertar o Estado, porque sentem-se burlados. E como a nova governação quer limpar essa macula, eis que tenta travar essa batalha.
Presidente da AEZA reconhece falhas
Questionado pelo Diário da Zambézia, O Presidente da Associação dos Empreiteiros na Zambézia, Alfredo Chapala, explicou que essa é questão que preocupa a sua organização, pelo facto de, alguns dos seus colegas não estarem o honrar com o compromisso no que diz respeito a conclusão das obras do estado.
Chapala lamentou ainda que ao ser assim, os 120 dias de prazo para conclusão das obras inacabadas, pode não ser suficientes olhando pela dimensão e sobretudo a parte que falta em algumas obras.
E como é a medida achada conveniente para o Estado, segundo o Presidente da AEZA, não há como infringir, deve sim, de acordo com o nosso entrevistado, haver esforço nos empreiteiros em causa para que junte as forças visando terminar as obras no período referenciado para granjear mais confiança.
Questionado o porquê de não conclusão das obras, o representante dos empreiteiros nesta parcela do país, disse ser uma questão que precisa aprofundar, sabido que o empreiteiro não decide as questões de pagamento no Estado, mas sim alguém o faz.
O assunto das obras do Estado não acabadas na Zambézia tem “barbas” branca e o DZ já noticiou por diversas vezes esse assunto. Quem deveria agir, neste caso o Ministério Público, sempre assobiou para o lado contrário, procurando o peixe miúdo e deixando o graúdo à solta.
Por exemplo, sabe-se que há empresas que receberam 100 por cento do valor para erguer Hospitais Distritais de Pebane e Mopeia, mas “zarparam” e o dono da Obra, neste caso a DPS conhece. (Joaquim Chibalo)
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 20.04.2020+
NOTA: Em todo o país serão biliões. Onde está o combate à corrupção?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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