29/04/2020
Raúl Domingos chave-mestra
NA semana passada, o PR recebeu Raúl Domingos, político com ‘ene’ anos da Renamo, com quem, segundo comunicado, abordou a actualidade política, económica e social de Moçambique.
Dias antes, Filipe Nyusi havia estado à conversa com Ossufo Momade, líder da Renamo, igualmente, em cima da mesa, a conjuntura nacional – comunicado.
Não é todos os dias que Filipe Nyusi abre portas aos políticos sem assento parlamentar, sobretudo por estas alturas de ‘aperto de agenda’, com crises em alta nas esferas económica, social e política.
Raúl Domingos é das raras vozes políticas “apetecíveis” de serem ouvidas por um Chefe de Estado, nomeadamente quando o assunto envolve a Renamo, partido que desde os anos 80 defende ainda como guerrilha, acabando número dois e braço direito de Afonso Dhlakama.
Logo, conhece os cantos à casa de tal modo que mesmo depois de lá ter saído, Domingos foi dos poucos que Dhlakama segredou sobre o retorno às matas, num encontro a dois, em Quelimane, província da Zambézia, vésperas de Sathungira, Serra da Gorongosa.
O frente-a-frente Nyusi-Domingos aconteceu poucas horas depois de um primeiro frente-a-frente Nyusi-Momade.
Tanto num como noutro encontro, entre os temas debatidos está a Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos elementos da Renamo, processo que tem alimentado clivagens entre o governo e o maior partido da oposição.
Entre o governo e a Renamo, a Junta Militar, de Mariano Nyongo.
Raúl Domingos conhece Ossufo Momade e Mariano Nyongo dos tempos da guerrilha, mais aquele que o líder da Junta Militar. O facto de Raúl Domingos gozar ainda de enorme simpatia nas hostes da Renamo e a influência que o homem ainda exerce sobre determinados sectores do partido, terão levado Filipe Nyusi a avançar para a colecta de contributos valiosos junto do antigo negociador chefe do acordo geral da paz, pela Renamo.
Porque regra geral os comunicados de imprensa emitidos após tais encontros não espelham exactamente o que a dois foi abordado e as conclusões daí resultantes, a dificuldade de apurar o clima em que a conversa decorreu.
Vale especular que Filipe Nyusi terá saído mais enriquecido com a auscultação, mais no segundo que na primeira experiência, a avaliar com a aparição de Momade em público a seguir ao encontro.
Ossufo Momade atirou-se, segunda-feira (27) pessoalmente a Filipe Nyusi, sobre alegada activação dos esquadrões da morte que em Manica e Sofala andaram a perseguir elementos da Renamo, ainda queimando residências e matando os militantes do partido.
Amade Miquidade, ministro do Interior, desmente Ossufo Momade.
Filipe Nyusi recuperou Junta Militar da Renamo, a responsabilidade pelo clima de tensão armada nas províncias de Manica e Sofala, depois de no empossamento do Conselho de Estado, na presença de Ossufo Momade, o PR ter omitido a identidade dos que andam a protagonizar ataques armados naquela região, na altura optando pelo termo “desconhecidos”.
Raúl Domingos pode ser a tal chave-mestra que tanto faltava ao presidente Nyusi, para abrir portas a consenso na clivagem no seio da Renamo, entre Momade e Nyongo, ainda o travão no processo DDR. Basta recuperar as palavras do PR, anteontem, quando atirou pedras contra a liderança da Renamo, no atraso do DDR.
Raúl Domingos fez dupla com Armando Guebuza nas negociações que levaram ao Acordo Geral de Paz.
Domingos integrou a Renamo nos anos 80 quando foi interceptado pela guerrilha, no troço Chimoio (Manica) e Beira (Sofala), tendo seguido todos os escalões até grangear confiança de Afonso Dhlakama.
EXPRESSO – 29.04.2020
Dias antes, Filipe Nyusi havia estado à conversa com Ossufo Momade, líder da Renamo, igualmente, em cima da mesa, a conjuntura nacional – comunicado.
Não é todos os dias que Filipe Nyusi abre portas aos políticos sem assento parlamentar, sobretudo por estas alturas de ‘aperto de agenda’, com crises em alta nas esferas económica, social e política.
Raúl Domingos é das raras vozes políticas “apetecíveis” de serem ouvidas por um Chefe de Estado, nomeadamente quando o assunto envolve a Renamo, partido que desde os anos 80 defende ainda como guerrilha, acabando número dois e braço direito de Afonso Dhlakama.
Logo, conhece os cantos à casa de tal modo que mesmo depois de lá ter saído, Domingos foi dos poucos que Dhlakama segredou sobre o retorno às matas, num encontro a dois, em Quelimane, província da Zambézia, vésperas de Sathungira, Serra da Gorongosa.
O frente-a-frente Nyusi-Domingos aconteceu poucas horas depois de um primeiro frente-a-frente Nyusi-Momade.
Tanto num como noutro encontro, entre os temas debatidos está a Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos elementos da Renamo, processo que tem alimentado clivagens entre o governo e o maior partido da oposição.
Entre o governo e a Renamo, a Junta Militar, de Mariano Nyongo.
Raúl Domingos conhece Ossufo Momade e Mariano Nyongo dos tempos da guerrilha, mais aquele que o líder da Junta Militar. O facto de Raúl Domingos gozar ainda de enorme simpatia nas hostes da Renamo e a influência que o homem ainda exerce sobre determinados sectores do partido, terão levado Filipe Nyusi a avançar para a colecta de contributos valiosos junto do antigo negociador chefe do acordo geral da paz, pela Renamo.
Porque regra geral os comunicados de imprensa emitidos após tais encontros não espelham exactamente o que a dois foi abordado e as conclusões daí resultantes, a dificuldade de apurar o clima em que a conversa decorreu.
Vale especular que Filipe Nyusi terá saído mais enriquecido com a auscultação, mais no segundo que na primeira experiência, a avaliar com a aparição de Momade em público a seguir ao encontro.
Ossufo Momade atirou-se, segunda-feira (27) pessoalmente a Filipe Nyusi, sobre alegada activação dos esquadrões da morte que em Manica e Sofala andaram a perseguir elementos da Renamo, ainda queimando residências e matando os militantes do partido.
Amade Miquidade, ministro do Interior, desmente Ossufo Momade.
Filipe Nyusi recuperou Junta Militar da Renamo, a responsabilidade pelo clima de tensão armada nas províncias de Manica e Sofala, depois de no empossamento do Conselho de Estado, na presença de Ossufo Momade, o PR ter omitido a identidade dos que andam a protagonizar ataques armados naquela região, na altura optando pelo termo “desconhecidos”.
Raúl Domingos pode ser a tal chave-mestra que tanto faltava ao presidente Nyusi, para abrir portas a consenso na clivagem no seio da Renamo, entre Momade e Nyongo, ainda o travão no processo DDR. Basta recuperar as palavras do PR, anteontem, quando atirou pedras contra a liderança da Renamo, no atraso do DDR.
Raúl Domingos fez dupla com Armando Guebuza nas negociações que levaram ao Acordo Geral de Paz.
Domingos integrou a Renamo nos anos 80 quando foi interceptado pela guerrilha, no troço Chimoio (Manica) e Beira (Sofala), tendo seguido todos os escalões até grangear confiança de Afonso Dhlakama.
EXPRESSO – 29.04.2020
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