15/04/2020
Por Edwin Hounnou
No combate contra os bandidos do Al-Shabab que, em Cabo Delgado, matam, decapitam e esquartejam as suas vítimas, demonstra que alguma coisa não anda bem. A resistência e persistência no combate aos bandidos é ausente e quase nula. Combate-se às escuras e sob pressão do factor surpresa. Os soldados estão aí e não se pode acreditar que estejam mal preparados para acções combativas. Os comandantes, muitos com a academia feita, estão lá entrincheirados.
O mesmo se pode dizer da Polícia munida de modernos carros de assalto e com boa logística. As forças armadas não resistem à mais pequena tentativa da aproximação do inimigo. Fogem, deixando as populações entregues à sua sorte, infraestruturas públicas e privadas, incluindo bancos e cadeias ao alcance do inimigo. Gostaríamos de entender por que linha se cozem as Forcas de Defesa e Segurança, FDS.
Vivemos momentos difíceis de terrorismo que ultrapassa os limites de um simples caso de Polícia. É chegado o momento de pensarmos no futuro. As FDS herdaram a heróica tradição, ou deveriam ter herdado, a bravura e o heroísmo das Forças Populares de Libertação de Moçambique, que libertaram a pátria do jugo colonial e das Forças Armadas de Moçambique que garantiram a independência nacional, sacudindo as investidas das forças rodesianas de Ian Smith e do odioso regime do Apartheid da Áfricado Sul. Agora, é tudo “moleza e mais moleza”.
As FDS são vulgarizadas, desalojadas das suas posições por bandidos que o Governo chama “sem rosto” de quem não se conhece a causa por que lutam nem as pretensões que perseguem. Os bandidos até se dão à arrogância de mandar avisar que vão atacar o objecto tal e com a data marcada e tudo.
Talvez seja por isso que algumas “estruturas” se retiram a tempo para longe do barulho, deixando as populações sozinhas. Quando assim acontece, não resta mais nada ao povo senão receber os bandidos com euforia situacional para não ser confundido como sendo “inimigo”. Por onde andam os chefes? Por onde se metem as forças governamentais quando os bandidos tomam bancos, comandos da Polícia e hasteiam a sua bandeira no mastro onde se costuma içar a bandeira nacional?
Somos humilhados como povo e como Estado. Ninguém se levanta para colocar um “basta” nesta palhaçada toda? Todos ficamos a assistir os bandidos a passearem a sua classe. Alguns puxa-sacos, de forma desenvergonhada, levantam teorias de que numa guerra de guerrilha é compreensível que sejam ocupadas e destruídas infraestruturas, as forças governamentais humilhadas e espezinhadas.
Com este tipo de pensar, não falta muito para aconselhar ao Presidente da República para entender como algo normal que os jihadistas invadam e ocupem o Palácio da Ponta Vermelha por se tratar de guerra de guerrilha. Em Mocímboa da Praia e em Quissanga, os palácios onde moram os administradores foram vandalizados, os bancos não escaparam e edifícios das administrações incendiados e certas pessoas, por motivos estomacais, que escrevem que isso seja normal.
O mesmo se pode dizer da Polícia munida de modernos carros de assalto e com boa logística. As forças armadas não resistem à mais pequena tentativa da aproximação do inimigo. Fogem, deixando as populações entregues à sua sorte, infraestruturas públicas e privadas, incluindo bancos e cadeias ao alcance do inimigo. Gostaríamos de entender por que linha se cozem as Forcas de Defesa e Segurança, FDS.
Vivemos momentos difíceis de terrorismo que ultrapassa os limites de um simples caso de Polícia. É chegado o momento de pensarmos no futuro. As FDS herdaram a heróica tradição, ou deveriam ter herdado, a bravura e o heroísmo das Forças Populares de Libertação de Moçambique, que libertaram a pátria do jugo colonial e das Forças Armadas de Moçambique que garantiram a independência nacional, sacudindo as investidas das forças rodesianas de Ian Smith e do odioso regime do Apartheid da Áfricado Sul. Agora, é tudo “moleza e mais moleza”.
As FDS são vulgarizadas, desalojadas das suas posições por bandidos que o Governo chama “sem rosto” de quem não se conhece a causa por que lutam nem as pretensões que perseguem. Os bandidos até se dão à arrogância de mandar avisar que vão atacar o objecto tal e com a data marcada e tudo.
Talvez seja por isso que algumas “estruturas” se retiram a tempo para longe do barulho, deixando as populações sozinhas. Quando assim acontece, não resta mais nada ao povo senão receber os bandidos com euforia situacional para não ser confundido como sendo “inimigo”. Por onde andam os chefes? Por onde se metem as forças governamentais quando os bandidos tomam bancos, comandos da Polícia e hasteiam a sua bandeira no mastro onde se costuma içar a bandeira nacional?
Somos humilhados como povo e como Estado. Ninguém se levanta para colocar um “basta” nesta palhaçada toda? Todos ficamos a assistir os bandidos a passearem a sua classe. Alguns puxa-sacos, de forma desenvergonhada, levantam teorias de que numa guerra de guerrilha é compreensível que sejam ocupadas e destruídas infraestruturas, as forças governamentais humilhadas e espezinhadas.
Com este tipo de pensar, não falta muito para aconselhar ao Presidente da República para entender como algo normal que os jihadistas invadam e ocupem o Palácio da Ponta Vermelha por se tratar de guerra de guerrilha. Em Mocímboa da Praia e em Quissanga, os palácios onde moram os administradores foram vandalizados, os bancos não escaparam e edifícios das administrações incendiados e certas pessoas, por motivos estomacais, que escrevem que isso seja normal.
Vociferam contra os que reprovam a passividade das forças FDS dizendo que estão ultrapassados porque vivem fora do país. Em nenhum momento, os guerrilheiros da FRELIMO tomaram de assalto blindados da tropa portuguesa ou conseguiram destruir as infraestruturas da administração colonial. Os guerrilheiros da Renamo nunca tomaram tanques e blindados das FDS como está a acontecer agora, no entanto, essas duas forças moviam também guerras de guerrilha.
A passividade das FDS não se deve ao facto de se confrontarem com uma guerra de guerrilha. Deve haver uma outra razão muito profunda que escapa à mente desarmada de qualquer cidadão comum. Este argumento de que se trata de uma guerra de guerrilha é, de todo, falso e enganador. Precisamos de cavar mais a fundo.
O bispo de Pemba e Presidente do Conselho Episcopal de Moçambique, Dom Luiz Fernando Lisboa, em entrevista à Agência Lusa, no dia 26 de Março, quando da tomada da Vila da Mocímboa da Praia, disse que “não houve uma reacção forte das forças de defesa e segurança…
O dito reforço das forças de defesa e segurança chegou só depois de eles se terem retirado. Quer dizer, não chegou nenhum reforço. Não foram confrontados. Entraram e
saíram à hora que quiseram. Isto foi uma vergonha.
É uma verdadeira vergonha para Moçambique o que está a acontecer e que a nossa população esteja a ser humilhada dessa forma”. Não podia ser mais lúcido. Dom Luiz Fernando Lisboa é uma voz acima de qualquer suspeita. Não tem nenhum interesse político. O bispo sente-se bastante indignado com a passividade das forças governamentais.
O comandante-chefe, que é o chefe de Estado, deve explicar ao povo moçambicano sobre o que está a acontecer no seio das FDS. O silêncio e o medo não vence nenhuma batalha. Precisamos de saber o problema. O povo está muito preocupado.
Porquê os “grandes”, sempre que há ataques, não se encontram nas suas respectivas vilas? Eles sonham ou adivinham que vai ocorrer algum ataque, por isso se retiram ou tem sido mera coincidência?
Trata-se, do nosso lado, uma curiosidade não tão simples nem ingénua. Nós continuamos a acreditar que a aparente fragilidade das forcas governamentais não se deve à superioridade militar do inimigo. Correm, nas redes sociais, vídeos em que os militares, na frente de combate, se queixam da exiguidade ou fraca logística, tal como a falta de comida, cartucheiras e até coletes à prova de bala. O que faz um soldado em tais condições quando se depara com o inimigo? – Foge, logicamente.
A coragem e bravura de um soldado passa pelo estômago. Ninguém se bate, de forma heróica de estômago vazio. Deve providenciar a logística que faz falta ao soldado e por quê não o faz?
Enquanto esses problemas não forem resolvidos, continuaremos a passar pela vergonha de ver os nossos soldados humilhados por bandidos e malfeitores. Moçambique está na contingência de ter que solicitar apoio de amigos para travar o avanço do terrorismo. Gostaríamos de ver, antes de mais, as FDS a baterem-se para valer.
Seria uma burla pedir ajuda quando o dono da casa foge ao primeiro tiro.
O povo diz que só se deve ajudar a quem se ajuda a si próprio, o que não parece que seja o nosso caso. Nunca ouvimos falar sobre a responsabilização de algum chefe ou comandante pela apatia das forças armadas. Ninguém foi responsabilizado pelo assalto ou destruição de uma aldeia ou vila. Assistimos, uns mais ou menos preocupados, outros um tanto quanto serenos, ao avanço galopante dos terroristas.
É muito urgente que o erro seja corrigido antes que fiquemos com o país em fatias. A facilidade com que os terroristas operam, parece que o feiticeiro está dentro do regime do partido no poder. Há mais empresários a apoiar a Frelimo à altura de eleições do que a apoiar o Estado em épocas de turbulências.
Até agora não vimos nenhum dos ditos empresário de sucesso a disponibilizar parte do seu património para a luta contra o COVID-19. Se fossem eleições, os apoios teriam deixado a Frelimo sufocada. Os cofres do Estado estariam vazios, para providenciarem a manutenção dos predadores no poder.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 15.04.2020
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