16/04/2020
Nyusi pelo judiciário na questão-Cabo Delgado
APÓS prolongado silêncio face ao assunto-Cabo Delgado, o presidente Filipe Nyusi ressumiu, esta semana, o discurso virado à conjuntura nos sete distritos assolados pela crise de segurança na província.
Mesmo assim parco em palavras, pelo meio, Nyusi virou-se aos órgãos da justiça para a celeridade no trato do dossier Cabio Delgado, deixando boquiaberto os moçambicanos.
É que por estas alturas, na província de Cabo Delgado decorrem acções militares com o comando conjunto, auxiliado pela força aérea contratada na África do Sul, no encalço dos ‘Sem Rosto’.
Noutras ocasiões, ano passado, Filipe Nyusi referiu-se às cidades de Nampula e Maputo como ‘albergues’ dos que andam a financiar os terroristas em Cabo Delgado, sublinhando tratar-se de empresários, mas sem nunca mencionar as suas identidades.
Meses antes das eleições de outubro do ano passado, o governo recuou ‘in extremis’ quando estava prestes de emitir ordem de encerramento de mesquitas identificadas na cidade de Maputo.
Na época e em voz baixa, comentou-se que a Frelimo e seu candidato presidencial corriam o sério risco de perder apoio da comunidade muçulmana nas eleições que se avizinhavam. Esta semana, em Nampula, a comunidade islâmica recuou no tempo para recordar os mais distraídos, que muito antes da primeira incursão do grupo armado na vila de Mocímboa da Praia, na madrugada de 5 de outubro de 2017, as autoridades governamentais em Cabo Delgado foram alertadas para alguns sinais que iam acontecendo na província, nomeadamente em determinadas mesquitas.
Em causa, o recrutamento de jovens para bolsas de estudo fora do país, de onde nunca regressaram. Ninguém das autoridades reagiu para, pelo menos, apurar a veracidade das informações. Dito isto, a comunidade islâmica de Moçambique se distancia do discurso que tem sido propalado pelos terroristas de que pretendem instalar Sharia no país, com incidência para Cabo Delgado.
Por perceber o alcance do ‘convite’ de Nyusi aos órgãos da justiça no caso de Cabo Delgado.
Enquanto isso, Bernardino Rafael reconhece a contínua batalha em prol da defesa das populações e da soberania, mas anotando as dificuldades enfrentadas no terreno, face a um inimigo que não tem estado num único ponto fixo, pois não domina nenhum território no centro-norte da província, com excepção de Quissanga, onde existem algumas bolsas de resistência.
O distrito de Mueda alberga os helicópteros e mercenários sul-africanos recentemente contratados pelas autoridades moçambicanas, no auxílio ao aniquilamento dos terroristas que têm estado a resistir, como podem.
O comandante-geral da polícia moçambicana explica, às pressas, que os terroristas são compostos por jovens tanzanianos recrutados sob promessa de emprego em Cabo Delgado, ainda de moçambicanos.
Não passa muito tempo que os terroristas tornaram público terem, nas florestas, muitos nativos de Cabo Delgado, que reivindicam justiça contra uma justiça que só beneficia interesses minoritários, dos mais poderosos. Daí o motivo insurgência armada.
EXPRESSO – 16.04.2020
Mesmo assim parco em palavras, pelo meio, Nyusi virou-se aos órgãos da justiça para a celeridade no trato do dossier Cabio Delgado, deixando boquiaberto os moçambicanos.
É que por estas alturas, na província de Cabo Delgado decorrem acções militares com o comando conjunto, auxiliado pela força aérea contratada na África do Sul, no encalço dos ‘Sem Rosto’.
Noutras ocasiões, ano passado, Filipe Nyusi referiu-se às cidades de Nampula e Maputo como ‘albergues’ dos que andam a financiar os terroristas em Cabo Delgado, sublinhando tratar-se de empresários, mas sem nunca mencionar as suas identidades.
Meses antes das eleições de outubro do ano passado, o governo recuou ‘in extremis’ quando estava prestes de emitir ordem de encerramento de mesquitas identificadas na cidade de Maputo.
Na época e em voz baixa, comentou-se que a Frelimo e seu candidato presidencial corriam o sério risco de perder apoio da comunidade muçulmana nas eleições que se avizinhavam. Esta semana, em Nampula, a comunidade islâmica recuou no tempo para recordar os mais distraídos, que muito antes da primeira incursão do grupo armado na vila de Mocímboa da Praia, na madrugada de 5 de outubro de 2017, as autoridades governamentais em Cabo Delgado foram alertadas para alguns sinais que iam acontecendo na província, nomeadamente em determinadas mesquitas.
Em causa, o recrutamento de jovens para bolsas de estudo fora do país, de onde nunca regressaram. Ninguém das autoridades reagiu para, pelo menos, apurar a veracidade das informações. Dito isto, a comunidade islâmica de Moçambique se distancia do discurso que tem sido propalado pelos terroristas de que pretendem instalar Sharia no país, com incidência para Cabo Delgado.
Por perceber o alcance do ‘convite’ de Nyusi aos órgãos da justiça no caso de Cabo Delgado.
Enquanto isso, Bernardino Rafael reconhece a contínua batalha em prol da defesa das populações e da soberania, mas anotando as dificuldades enfrentadas no terreno, face a um inimigo que não tem estado num único ponto fixo, pois não domina nenhum território no centro-norte da província, com excepção de Quissanga, onde existem algumas bolsas de resistência.
O distrito de Mueda alberga os helicópteros e mercenários sul-africanos recentemente contratados pelas autoridades moçambicanas, no auxílio ao aniquilamento dos terroristas que têm estado a resistir, como podem.
O comandante-geral da polícia moçambicana explica, às pressas, que os terroristas são compostos por jovens tanzanianos recrutados sob promessa de emprego em Cabo Delgado, ainda de moçambicanos.
Não passa muito tempo que os terroristas tornaram público terem, nas florestas, muitos nativos de Cabo Delgado, que reivindicam justiça contra uma justiça que só beneficia interesses minoritários, dos mais poderosos. Daí o motivo insurgência armada.
EXPRESSO – 16.04.2020
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