12/04/2020
Por Francisco Nota Moisés
GRATÍSSIMO AO SENHOR UMBHALANE, Nkulu wa Kumudzi
Sim, fiquei grato e maravilhado pela a sua apreciação dos meus artigos de opinião baseada na história da Frelimo. Concordo mais do que inteiramente, se assim pode se dizer, que os moçambicanos entendem que nao e preciso falar dos factos que resultam nas situações de guerras civis em Moçambique. Toda a gente os conhece. Frelimo é culpata de tuto, como diriam os italianos
E o senhor resumiu-me muito bem quando no meu artigo COM QUE TROPA SENHOR VAI TRAVAR AS SUAS GUERRAS falei de guerras civis no Moçambique actual da Frelimo. Possível que muitos, aldrabados ou seja acreditando na propaganda dos frelimistas, não entendam que existem duas guerras civis por dois grupos diferentes: a dos rebeldes do Norte com alguns dos rebeldes motivados pela sua fé religiosa e muitos por causa das injustiças dos frelimistas contra a maioria da população para o benefício de poucos gatunos e barrigudos e os seus corrompedores estrangeiros e a guerra no centro por renamistas revoltados contra o seu chefe Ossufo Momade e a Frelimo.
Basta ver o que os rebeldes do Norte e Mariano Nhongo dizem porque lutam. Eles realçam a mesma coisa. Destacam a exploração dos recursos que os frelimistas permitem aos estrangeiros fazerem sem beneficiar o povo.
Possível que na sua mente limitada, o gorducho Felipe Nyusi pensou que ao aldrabar ou comprar Ossufo Momade para assinar um acordo escrito por ela que apresentado ao gorducho renamista para assinar estava a resolver o problema. Ele fugia do problema com o seu recurso a uma manobra de aldrabices com um gorducho doentio. Francamente, com o peso que Momade tem, ele não pode estar de boa saúde e não pode aturar as matas. Daí que fugiu da Gorongosa para ir viver num hotel em Maputo onde gastou 18,000,000 de meticais para aumentar mais o seu corpo.
Estive a conversar com um amigo moçambicano há poucos dias atrás quando falamos e nos riamos da piada da situação actual de Moçambique e falamos do Momade e de Nhongo.
Sobre o Momade, o meu amigo disse: “aquele, com o seu grande peso, não é um soldado. Ele debate-se com o seu corpo massivo. Aquele não pode correr por um minuto sem desmaiar e mesmo morrer.”
Quanto a Mariano Nhongo, o individuo disse: “Aquele é um soldado mesmo. Basta ver o corpo dele.”
Felipe Nyusi e a sua Frelimo que se aproximam ao fim da corda do seu poder ilegal vivem num mundo de fantasias sem se aperceberem da realidade dos moçambicanos que já disseram bastam do inferno da Frelimo e sonham doutros Moçambique, doutros presentes, doutros futuros, doutros condicionais, doutras realidades, doutras fantasias. Daí que aqueles gorduchos e barrigudos forçados a ser os seus homens armados e dados armas sem treino militar não querem lutar com medo das carraças dos rebeldes. Eles querem viver e não sacrificar as suas vidas para alguns gatunos gozarem.
Muitos fogem ao ouvir que os rebeldes sem aproximam deles. Outros preferem os rebeldes matá-los para não defenderem a Frelimo e sem eles dispararem contra os rebeldes como aconteceu recentemente em Mocímboa da Praia.
Os que fogem sabem que não podem se chamar soldados da Frelimo mais e que se a Frelimo os apanhar vai fuzilá-los por cobardia como ela fez com 1,500 soldados que fugiram de Mutarara para o Malawi quando em 1986 a Renamo atacou o quartel de Mutarara (construído pelos portugueses) em Tete. Para além daqueles que fugiram para o Malawi depois de deitarem as suas armas durante a sua fuga precipitada, um grande número de soldados morreram. Outros que tentaram fugir na ponte sobre o Zambeze para a Vila de Sena em Sofala viram-se impossibilitados de lá chegarem visto que outros rebeldes da Renamo disparavam contra eles do lado de lado da Vila de Sena.
Estive então na base de Chire com o General Meque, comandante chefe da Renamo na Zambézia e de Mutarara ouvíamos estrondos de armas pesadas. E o General Meque, falando a mim, disse: as nossas forças estão atacar as forças comunistas em Mutarara na província de Tete que tinham um outro General, comandante chefe. Afonso Dhlakama pessoalmente dirigiu aquela operação para fustigar os soldados da Frelimo. Encontrei-me em Morrumbala alguns dias depois.
Infelizmente, o Malawi veio a entregar todos aqueles soldados a Joaquim Chissano na fronteira de Zobué em Tete segundo os jornais do Malawi que li depois do meu regresso da Zambézia. Disse-se depois que todos aqueles homens foram fuzilados por cobardia. Os frelimistas não brincam, camaradas. “A Frelimo mata, camaradas. A Frelimo liquida, camaradas. A Frelimo aniquila, camaradas,” como nos disse um camarada comandante da Frelimo em Dar Es Salaam em 1968 que nos avisou que estivemos a brincar com a Frelimo por causa da nossa revolta contra a liderança de Eduardo Mondlane e os seus colegas assassinos.
Aqui corrijo a figura que dei no meu artigo sobre o apoio do General Mariano Nhongo aos rebeldes do Norte quando por engano dei a figura de 150 em vez de 1.500 soldados que a Frelimo fuzilou por cobardia durante a operação da Renamo em Mutarara.
Mais uma vez, grato, senhor umBhalane.
Colocado como comentário:
umBhalane said:
Francisco Nota Moisés, Nkulu wa kumudzi Mbuya Cincino lembani tchizungu. Primeiro quero cumprimenta-lo, e dar-lhe os parabéns, por escrever artigos de opinião, artigos de fundo, com maior visibilidade e impacto na opinião publica que os comentários – é uma estratégia acertada. Elencou cirurgicamente alguns elementos relevantes da situação político-militar e social que, infelizmente, Moçambique atravessa desde praticamente a independência, 1975. De facto, logo em 1977 começou uma guerra civil que só “terminaria” 16 anos depois, na sequência de graves atrocidades cometidas sobre o Povo Moçambicano – deportação/perseguição testemunhas Jeová, perseguição citadinos (moradores das cidades/reaccionários), abusos e humilhação das confissões religiosas, assalto à propriedade privada, ausência total de respeito pelos direitos cívicos mais elementares. A Frelimo declarou guerra ao Povo Moçambicano logo que entrou em Moçambique, e destruiu todo um capital que esse mesmo Povo lho entregou, lho tinha outorgado, independentemente da sua origem/diversidade. Só se pode queixar dela própria, e dos seus traiçoeiros “amigos de esquerda”, quais abutres que só vêem “business” à sua frente, autênticas carraças que se alimentam do sangue moçambicano. Mas isso já é história adquirida, consolidada – TODOS cansamos de saber. Como muito bem escreve, e no plural, o regime da Frelimo tem, por agora, 2 guerras civis. A guerra civil com a RENAMO, mal resolvida, e a de Cabo Delgado, ironicamente a área onde começou?, oficialmente, a luta armada pela independência. Guerras civis que aparentemente só têm em comum serem travadas entre moçambicanos. As motivações políticas, o projecto de sociedade no sentido amplo da ideia, do enunciado, pese embora falta de informação, clareza, indiciam diferenças marcantes. Daí a concordância com a sua análise perspicaz – são, de facto, guerras civis, no plural. Distintas. E como falam os populares: “uma coisa é uma coisa, já outra coisa é outra coisa". Outro ponto importantíssimo que foca é a natureza corrupta do regime, e seu completo desfasamento com o Povo Moçambicano. “Não estão nem aí” A exclusão, marginalização, a pobreza absoluta a que o Povo foi relegado não tem paralelo, nem com tempo do colonialismo. A incompetência, o desleixo (deixa-andar), o amiguismo partidário (cabrito come, e só come, onde está amarrado), o ostracismo/marginalização da grande maioria do Povo, conduziram à indiferença letárgica, à quebra de auto-estima, à perca de identidade e convicção nacional, factores primordiais para a constituição de uma ampla frente unida, nacional. Por isso os militares DEBANDAM, nada os identifica com a situação político-militar de Moçambique da frelimo. Há outros Moçambique! Outros quereres. Outras vontades. Outras mitologias. Ninguém arrisca morrer por causas inglórias, já bem definidas. Ninguém quer morrer defendendo ladrões e corruptos. Ninguém quer morrer por este nefando e opressor REGIME. O REGIME da Frelimo roubou/usurpou Moçambique dos Moçambicanos. Os Moçambicanos não querem morrer pelo Moçambique da Frelimo, deles. Problema sua deles. Wangani.
10.04.2020
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