08/04/2020
Estado Islâmico reivindica recente ataque a Muidumbe
O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque armado ao distrito de Muidumbe, Norte de Moçambique, relatado por várias fontes locais na terça-feira à Lusa.
Numa mensagem divulgada pelos seus canais de comunicação, o EI diz que os seus elementos “atacaram um posto do exército moçambicano” em Muidumbe, “entraram em confronto usando uma variedade de armas” e o resultado “foi a morte e o ferimento de múltiplos elementos, enquanto os que permaneceram vivos escaparam”.
O EI anunciou ainda a apreensão de um veículo, armas e munições.
Residentes na região disseram hoje à Lusa que houve uma fuga generalizada dos habitantes após os ataques de segunda e terça-feira.
“Eu estou em Mueda e há muita gente que fugiu para aqui, saindo das aldeias de Ntchinga, Xitaxi e Muatide (aldeias de Muidumbe) e Namacande (sede de Muidumbe)”, disse em contacto telefónico um dos residentes em fuga, sob anonimato.
“Mesmo aqui em Mueda, há pessoas a fugir porque circulam informações de que eles estão a caminho daqui”, declarou outro residente.
Mueda é uma vila e sede de distrito na zona poente de Cabo Delgado, mais afastada da região costeira, a mais massacrada pelos grupos armados.
Um outro residente de Namacande disse estar na mata desde o ataque de segunda-feira, relatando que o grupo armado “queimou casas, infraestruturas, o banco, bombas [de combustível] e o edifício da administração”.
“Não sei se morreram pessoas porque fugi para a mata”, declarou.
Outros relatos ouvidos na terça-feira pela Lusa davam conta de os membros do grupo armado terem dito à população que todos deviam aderir ao islamismo, destruindo uma igreja católica e levando com eles quatro pessoas.
Em contacto com a Lusa, o bispo de Pemba, Luiz Fernando Lisboa, disse ter a mesma informação relativa a uma igreja incendiada e relatos de que a população estava a fugir para o mato.
Segundo as mesmas fontes, o terror ter-se-á espalhado por várias povoações em redor de Muidumbe e ouviram-se confrontos na segunda e terça-feira.
Diferentes fontes locais disseram à Lusa que a par dos ataques no distrito de Muidumbe, houve também na segunda-feira uma incursão armada contra Bilibiza, mais de 100 quilómetros a sul e a cerca de 50 de Pemba, capital provincial.
Bilibiza é uma povoação onde está situada uma escola agrária atacada em janeiro e de onde parte da população fugiu.
A Lusa contactou o porta-voz da Polícia moçambicana em Cabo Delgado, Augusto Guta, que não confirmou nem desmentiu a informação, sendo que nenhuma outra fonte das forças de defesa e segurança moçambicanas se pronunciou sobre o caso.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) não realizou o habitual encontro semanal às quartas-feiras com a comunicação social e no boletim de ocorrências semanal hoje divulgado não faz referência à situação em Cabo Delgado.
A província tem sido alvo de ataques de grupos armados que organizações internacionais classificam como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fez, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
No final de Março, as vilas de Mocímboa e Quissanga foram invadidas pelo grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
Na ocasião, num vídeo distribuído na internet, um alegado militante ‘jihadista’ justificou os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na região.
LUSA – 08.04.2020
Numa mensagem divulgada pelos seus canais de comunicação, o EI diz que os seus elementos “atacaram um posto do exército moçambicano” em Muidumbe, “entraram em confronto usando uma variedade de armas” e o resultado “foi a morte e o ferimento de múltiplos elementos, enquanto os que permaneceram vivos escaparam”.
O EI anunciou ainda a apreensão de um veículo, armas e munições.
Residentes na região disseram hoje à Lusa que houve uma fuga generalizada dos habitantes após os ataques de segunda e terça-feira.
“Eu estou em Mueda e há muita gente que fugiu para aqui, saindo das aldeias de Ntchinga, Xitaxi e Muatide (aldeias de Muidumbe) e Namacande (sede de Muidumbe)”, disse em contacto telefónico um dos residentes em fuga, sob anonimato.
“Mesmo aqui em Mueda, há pessoas a fugir porque circulam informações de que eles estão a caminho daqui”, declarou outro residente.
Mueda é uma vila e sede de distrito na zona poente de Cabo Delgado, mais afastada da região costeira, a mais massacrada pelos grupos armados.
Um outro residente de Namacande disse estar na mata desde o ataque de segunda-feira, relatando que o grupo armado “queimou casas, infraestruturas, o banco, bombas [de combustível] e o edifício da administração”.
“Não sei se morreram pessoas porque fugi para a mata”, declarou.
Outros relatos ouvidos na terça-feira pela Lusa davam conta de os membros do grupo armado terem dito à população que todos deviam aderir ao islamismo, destruindo uma igreja católica e levando com eles quatro pessoas.
Em contacto com a Lusa, o bispo de Pemba, Luiz Fernando Lisboa, disse ter a mesma informação relativa a uma igreja incendiada e relatos de que a população estava a fugir para o mato.
Segundo as mesmas fontes, o terror ter-se-á espalhado por várias povoações em redor de Muidumbe e ouviram-se confrontos na segunda e terça-feira.
Diferentes fontes locais disseram à Lusa que a par dos ataques no distrito de Muidumbe, houve também na segunda-feira uma incursão armada contra Bilibiza, mais de 100 quilómetros a sul e a cerca de 50 de Pemba, capital provincial.
Bilibiza é uma povoação onde está situada uma escola agrária atacada em janeiro e de onde parte da população fugiu.
A Lusa contactou o porta-voz da Polícia moçambicana em Cabo Delgado, Augusto Guta, que não confirmou nem desmentiu a informação, sendo que nenhuma outra fonte das forças de defesa e segurança moçambicanas se pronunciou sobre o caso.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) não realizou o habitual encontro semanal às quartas-feiras com a comunicação social e no boletim de ocorrências semanal hoje divulgado não faz referência à situação em Cabo Delgado.
A província tem sido alvo de ataques de grupos armados que organizações internacionais classificam como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fez, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
No final de Março, as vilas de Mocímboa e Quissanga foram invadidas pelo grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
Na ocasião, num vídeo distribuído na internet, um alegado militante ‘jihadista’ justificou os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na região.
LUSA – 08.04.2020
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