29/04/2020
Auto avaliação dos 100 dias de Nyusi foi frustrante
A organização não governamental moçambicamoçambicana CDD – Centro para a Democracia e Desenvolvimento considera “frustrante” a auto avaliação que o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, fez dos primeiros 100 dias do seu exercício neste segundo mandato presidencial.
Ademais, o CDD refere que Nyusi foi longe demais porque até certo ponto terá ofendido os moçambicanos, alegadamente por dar mais primazia à lamentação pelas dificuldades encontradas na recolha de receitas, ao invés de deplorar a crise humanitária que afecta perto de 200.000 pessoas em Cabo Delgado por causa da violência armada ali prevalecente. Sobre a pandemia da covid-19, esperava-se que o Presidente da República falasse não só das medidas tomadas para a prevenção da doença e para a protecção da economia e das famílias vulneráveis, mas também dos resultados concretos que essas medidas estão a produzir, entende o CDD.
Para a agremiação dirigida por Adriano Nuvunga, Filipe Nyusi apresentou uma lista de pequenas realizações feitas nos 100 dias de governação, ignorando por completo as grandes questões do momento e frustrando as expectativas de milhões de moçambicanos.
“Tratar um conflito que já matou mais de 700 pessoas, originou milhares de deslocados e representa a maior ameaça à soberania e integridade territorial como um desafio que condiciona a colecta de receitas e mobilidade de pessoas e bens é, no mínimo, falta de consideração com as pessoas afectadas”, avalia o CDD.
Para esta ONG, no seu discurso à Nação, com direito a transmissão em directo por diversos canais de tv e de rádio de Moçambique, Nyusi “ignorou por completo a crise humanitária que afecta perto de 200.000 pessoas em Cabo Delgado, uma situação agravada pela falta de assistência humanitária, tanto nos distritos afectados pelos ataques, como na cidade de Pemba, onde chegam milhares de deslocados à procura de segurança”.
“Mais uma vez, Filipe Nyusi voltou a ignorar o massacre que ocorreu nos 100 dias da sua governação: o assassinato de 52 jovens na aldeia de Xitaxi, distrito de Muidumbe. Os jovens foram executados por ‘insurgentes’ supostamente por terem recusado integrar as fileiras do grupo no dia 7 de Abril”, refere a fonte.
Vertente económica
Na vertente económica, a apreciação do CDD ao discurso do PR comenta que a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) disse que a maioria das empresas está a operar abaixo de 25% do seu potencial e que pelo menos 364 suspenderam as actividades, ameaçando mais de 10 mil postos de trabalho, principalmente no sector de hotelaria e restauração.
Ademais, o CDD refere que Nyusi foi longe demais porque até certo ponto terá ofendido os moçambicanos, alegadamente por dar mais primazia à lamentação pelas dificuldades encontradas na recolha de receitas, ao invés de deplorar a crise humanitária que afecta perto de 200.000 pessoas em Cabo Delgado por causa da violência armada ali prevalecente. Sobre a pandemia da covid-19, esperava-se que o Presidente da República falasse não só das medidas tomadas para a prevenção da doença e para a protecção da economia e das famílias vulneráveis, mas também dos resultados concretos que essas medidas estão a produzir, entende o CDD.
Para a agremiação dirigida por Adriano Nuvunga, Filipe Nyusi apresentou uma lista de pequenas realizações feitas nos 100 dias de governação, ignorando por completo as grandes questões do momento e frustrando as expectativas de milhões de moçambicanos.
“Tratar um conflito que já matou mais de 700 pessoas, originou milhares de deslocados e representa a maior ameaça à soberania e integridade territorial como um desafio que condiciona a colecta de receitas e mobilidade de pessoas e bens é, no mínimo, falta de consideração com as pessoas afectadas”, avalia o CDD.
Para esta ONG, no seu discurso à Nação, com direito a transmissão em directo por diversos canais de tv e de rádio de Moçambique, Nyusi “ignorou por completo a crise humanitária que afecta perto de 200.000 pessoas em Cabo Delgado, uma situação agravada pela falta de assistência humanitária, tanto nos distritos afectados pelos ataques, como na cidade de Pemba, onde chegam milhares de deslocados à procura de segurança”.
“Mais uma vez, Filipe Nyusi voltou a ignorar o massacre que ocorreu nos 100 dias da sua governação: o assassinato de 52 jovens na aldeia de Xitaxi, distrito de Muidumbe. Os jovens foram executados por ‘insurgentes’ supostamente por terem recusado integrar as fileiras do grupo no dia 7 de Abril”, refere a fonte.
Vertente económica
Na vertente económica, a apreciação do CDD ao discurso do PR comenta que a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) disse que a maioria das empresas está a operar abaixo de 25% do seu potencial e que pelo menos 364 suspenderam as actividades, ameaçando mais de 10 mil postos de trabalho, principalmente no sector de hotelaria e restauração.
“Entretanto, o Presidente da República anunciou que nos 100 dias de governação foram criados 48.323 empregos, uma média de 483 empregos por dia. Claramente que o número de empregos anunciado está longe de reflectir a realidade, tal como os 38 ‘estabelecimentos industriais’ que Nyusi disse terem sido criados durante os 100 dias de governação”.
Para o CDD, no fim da auto avaliação presidencial “ficou claro que além dos ataques terroristas em Cabo Delgado e da pandemia da covid-19, há um terceiro grande problema que marcou os primeiros 100 dias da sua governação: a falta de uma visão estratégica para Moçambique”.
Filipe Nyusi disse, na sua oração, esta segunda-feira à noite, que, apesar do distanciamento social face à covid-19, o país continua “firme e focado”, considerando que “as coisas continuam a acontecer”.
Filipe Jacinto Nyusi, começou o segundo mandato presidencial em 15 de Janeiro deste 2020, depois das eleições gerais de Outubro de 2019 muito contestadas tanto dentro como fora do país, alegadamente por terem sido caracterizadas por uma frauda jamais vista desde que se introduziu o multipartidarismo em Moçambique, na esteira do Acordo geral de Paz assinado em Roma (Itália), em Outubro de 1992 entre o Governo da Frelimo e a RENAMO.
CM – 29.04.2020