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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Nas “Autárquicas a Frelimo queria que nós fôssemos a guerra” revela o novo presidente da Renamo que garante “nosso compromisso é a paz”


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Escrito por Adérito Caldeira  em 18 Janeiro 2019
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Foto de Fernando LimaOssufo Momade, o eleito presidente da Renamo, revelou após ser empossado que “Nessas últimas eleições Autárquicas a Frelimo queria que nós fôssemos a guerra e nós evitamos, porque esse não é o nosso programa”. O sucessor de Afonso Dhlakama garantiu o compromisso da nova liderança do maior partido da oposição “é de o povo moçambicano ter a paz”.
O prenúncio que o @Verdade fez a 7 de Maio foi confirmado na madrugada desta quinta-feira(17) por 410 delegados, dos 666 que votaram no VI Congresso da Resistência Nacional de Moçambique: o experiente militar e político, muçulmano de 58 anos de idade, natural do maior Círculo eleitoral de Moçambique é o sucessor de Afonso Dhlakama.
O tenente-general na reserva, ex-secretário-geral do partido, e antigo deputado da Assembleia da República(AR) suplantou Elias Dhlakama(irmão do falecido presidente) que recebeu 238 votos, Manuel Bissopo(ex-secretário-geral) teve sete, Juliano Picardo(deputado na AR) recolheu seis, e Hermínio Morais(candidato derrotado a edil de Maputo), acabou por se retirar da corrida e apoiar Momade.
Após tomar na Serra da Gorongosa, onde decorreu a reunião Magna desde terça-feira(15), o novo presidente da Renamo declarou: “Acabamos de ensinar ao país como os dirigentes do povo devem ser encontrados eles são eleitos por vontade popular”.
“Esta vitória não é de Ossufo Momade, é a vitória de cada um dos delegados a este Congresso, é a vitória de todos os membros e simpatizantes da nossa grande família Renamo, é a vitória do moçambicanos”, afirmou o novo líder que indicou como meta seguinte: “o nosso lema é Renamo unida rumo a vitória, por isso o que nos resta é continuar a marcha rumo a governação que vai iniciar em 2020”.
“O nosso adversário queria a guerra, mas nós como dirigentes queremos a paz”
Foto de Tom BowkerSem a retórica de Afonso Dhlakama, mas apoiando-se na deixa que o falecido líder tratava os jornalistas por “meu irmão”, Momade foi claro em relação ao processo de paz: “Nós neste momento estamos perante o Memorando de Entendimento e o nosso compromisso é a paz. O nosso compromisso é de o povo moçambicano ter a paz, vamos dar continuidade com esse compromisso porque é um compromisso que nós assumimos desde a primeira hora, e na altura em que nós fomos eleitos na Beira, prometemos ao país, e ao mundo, que iríamos dar continuidade sem tirarmos nenhuma vírgula aquilo que foi o compromisso assumido pelo nosso saudoso presidente”.
Questionado sobre o sentimento de alguns membros e simpatizantes que a Renamo deve ter uma postura mais agressiva relativamente ao partido que governa Moçambique desde 1975, principalmente tendo a repetição das fraudes eleitorais, o recém eleito presidente disse: “Meu irmão nós fomos ensinados, e essa lição está nas nossas cabeças, nós não vamos primar pela guerra nunca, porque nós assumimos aquele compromisso com o nosso presidente. Quando presidente diz não a guerra a única forma de encontrarmos e alcançarmos a paz é o diálogo é isso que nós vamos primar”.
“A guerra não vai nos ajudar, quem quer a guerra é o nosso adversário e nós evitamos isso. Nessas últimas eleições Autárquicas a Frelimo queria que nós fôssemos a guerra e nós evitamos, porque esse não é o nosso programa, não é aquilo que esta sala pensa”, revelou o novo líder e candidato da Renamo a Presidente de Moçambique que reiterou: “Se nós quiséssemos optar pela guerra não teríamos este Congresso, mas o nosso adversário queria a guerra, mas nós como dirigentes queremos a paz, aquilo que foi o compromisso do nosso líder”.
“Sabemos muito bem que para o Governo do dia estão muito preocupados em nos desarmar, mas nós não vamos aceitar” - Estado Maior General da Renamo
Foto de Tom BowkerNo entanto Ossufo Momade, que entre os agradecimentos pela eleição particularizou “ao meu irmão General Timothy Mackencie, chefe do Estado Maior General das forças da Resistência Nacional Moçambicana pela colaboração e espírito de fraternidade que sempre existiu entre nós” e não esqueceu dos generais, comandantes e soldados mas recebeu destes dois avisos: “nesse diálogo o SISE não deve ficar de fora”.
“Se a Frelimo quer paz que aceite tudo, e tudo mesmo que foi acordado entre o nosso saudoso presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama e o Presidente da República, não deixar de lado aproveitando a morte do nosso saudoso presidente tentar enganar o presidente actual(...)as consequências, os problemas não vão acabar. Sabemos muito bem que para o Governo do dia estão muito preocupados em nos desarmar, mas nós não vamos aceitar antes que se conclua tudo o que foi combinado com o nosso saudoso presidente” avisou o Estado Maior General da Renamo na sua mensagem de saudação ao novo líder.
“A Renamo deve ser una e indivisível” Elias Dhlakama
O segundo candidato mais votado no VI Congresso, Elias Dhlakama, não se deu por derrotado e em vez de saudar o novo presidente agradeceu a aqueles “que me confiaram, 35 por cento não é pouca coisa é muito”.
E o irmão do homem que liderou a Renamo durante 39 anos fez um alerta a Ossufo Momade: “talvez eu chamar a atenção do presidente do partido eleito que a Renamo deve ser una e indivisível(...) Que não haja caça as bruxas porque um apoiava a candidatura deste, foi um processo muito concorrido”.
“Ainda apelar que nos órgãos do partido que vão ser constituídos sejam inclusivos, sejam inclusivos porque senão a separação está iminente, o que nós não gostaríamos que acontecesse”, avisou ainda Elias Dhlakama.
* Com Tom Bowker (na Serra da Gorongosa)

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