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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Aumentar, ou não, preço da energia em Moçambique é o desafio imediato do Engenheiro que vai liderar a EDM


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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 24 Janeiro 2019
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Foto de António MuiangaDepois do economista que tentou revolucionar e organizar as contas da Electricidade de Moçambique(EDM), mas não resistiu interesses predadores da elite política do partido Frelimo, o Governo de Filipe Nyusi promoveu o Administrador Aly Sicola Impija para o cargo de PCA da estratégica, porém deficitária, Empresa Pública. Modernizar as infra-estruturas, alcançar o acesso universal de electricidade, tornar-se Hub regional e sustentável são desafios de Impija que terá de aumentar, ou não, o preço da energia para o povo em ano de Eleições Gerais.
Natural da Zambézia o engenheiro Impija substitui o economista Mateus Magala, que entre 2015 e 2018 interrompeu a tradição de serem engenheiros da casa a liderarem os destinos da EDM (Gildo Sibumbe, Augusto de Sousa Fernando e Manuel Cuambe).
Magala, que enfrentou os interesses internos e externos que tinham na eléctrica estatal a sua “vaca leiteira” e deve ser reconhecido por haver publicado pela primeira vez as contas auditadas da empresa, fica na memória dos moçambicanos como o PCA que em 3 anos aumentou por 3 vezes o preço da electricidade que esteve congelado desde 2011.
Sendo notável a melhoria da qualidade e fiabilidade da electricidade, particularmente em Maputo, Mateus Magala deixou uma EDM com melhores processos de gestão e administração todavia com um balanço pior do que aquele que herdou de Gildo Sibumbe.
A 31 de Dezembro de 2017 os activos da eléctrica nacional eram de 97,2 biliões de meticais enquanto o passivo ascendeu a 80,5 biliões, comparativamente a um activo de 60,7 biliões e passivo de 47,9 biliões de meticais em 2015. No entanto os resultados do penúltimo ano da administração de Magala ascenderam a 2,8 biliões de meticais negativos com embora as receitas tenham aumentado, naturalmente devido a revisão em alta das tarifas, para 27 biliões de meticais.
Enquanto Administrador-executivo de Planeamento e Desenvolvimento de Negócios Aly Sicola Impija, funcionário da EDM desde que se licenciou como engenheiro electrotécnico na Universidade Eduardo Mondlane em 1995, advogou um novo aumento da tarifa de energia que em 2018 era adquirida pela empresa a uma média de 10 cêntimos por quilowatt/hora(kWh) e vendida ao povo moçambicano a 8 cêntimos do dólar norte-americano.
Modernizar, acesso universal de electricidade, Hub regional e empresa sustentável sem aumentar tarifa são desafios de Impija
Mas mesmo em tempos de crise económica e financeira, e quiçá para atingir a meta de inflação no ano passado, o Executivo não assentiu às solicitações de revisão em alta da Electricidade de Moçambique pois o seu aumento influencia os custos em cadeia de diversos outros bens e serviços mesmo público.
Porém, no Informe que fez à Assembleia da República em Dezembro, o Presidente Filipe Nyusi sinalizou um incontornável aumento da electricidade. “Não podíamos manter, por exemplo, o custo da energia de uma maneira infinita senão depois seria ingovernável o sistema. Ninguém pode ser alfaiate que compre o tecido por 100, depois a linha e todas as despesa somem 200 e depois vender eternamente a camisa por 120, não há de ser possível e não é essa governação que optamos por fazer”.
Foto de António MuiangaPortanto entre manter e modernizar as envelhecidas infraestruturas da EDM, atingir o acesso universal de electricidade para todos moçambicanos e ainda tornar-se num Hub para a venda de energia aos países vizinhos o desafio imediato de Impija é tornar a Empresa Pública sustentável e para isso deveria aumentar as tarifas, contudo 2019 é ano de Eleições Gerais em Moçambique.
Grande parte dos 80,5 biliões de meticais do passivo Electricidade de Moçambique são dívidas correntes à banca, 31,4 biliões, e contas atrasadas com fornecedores principalmente de electricidade, 20,5 biliões de meticais.
Por isso após tomar posse nesta-quarta(23) Aly Sicola Impija indicou como prioridades “primeiro a diversificação da matriz energética, temos de ter centrais não só solares mas também a gás, a carvão, ou outras fontes, em diferentes locais, diversificar a matriz mas também os locais. Por outro lado temos que desenvolver projectos para transporte e distribuição, como são os casos, por exemplo, das Linha Chibabava e Vilanculos que começam este ano, a Linha Caia-Nacala começa a construção em Junho, entre outras linhas que estamos a desenvolver”.

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