30/11/2018
Xícara de Café por Salvador Raimundo
AINDA nem sequer foram satisfeitas as exigências da Renamo quanto às alegadas fraudes eleitorais de 10 de outubro, e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) lança axas à fogueira, na questão de Marromeu.
Isto num momento crítico marcado exactamente pelo sururu eleitoral, com a Renamo a condicionar a retoma das negociações com o governo e, mais do que isso, a prometer o famigerado conflito pós-eleitoral, o mesmo que a retoma do bang-bang.
A Renamo está reunida em conselho nacional, tendo em vista o congresso que irá eleger o substituto de Dhlakama. Está claro que o assunto-eleições autárquicas não pode ser deixado de lado. O caso de Marromeu, em particular, só vem agudizar o já tenso quadro político da Renamo, onde a liderança raramente tem a última palavra aceite pelos demais.
Disso mesmo pode ter ficado a imagem de Ossufo Momade, da última vez que veio a público lançar uma série de condicionalismos para que a verdade eleitoral autárquica seja riposta. Poder-se-à dizer que o homem foi empurrado a proferir o que andou a proferir, convidando Nyusi, a comunidade internacional, sociedade civil, Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) e o secretário-geral das Nações Unidas, para intervirem na correcção da fraudulenta eleição autárquica de 10 de outubro.
A ameaça é real e os debates em Gorongosa podem estar a ser incendiários, de modo a que a resposta seja dada no campo das operações, não nos gabinetes. Dhlakama, de resto, já havia avisado que sem ele, os que ficarem não terão contemplação nem paciência suficientes para engolir sapos vivos da Frelimo.
Face a esta realidade, os órgãos da administração eleitoral, não só mantém o quadro de outubro, como no caso-Marromeu optam por acções incendiárias. Isto ameaça a reposição da crise político-militar.
Dos dois lados, Frelimo e Renamo, persiste a exibição da musculatura, com algum cinismo à mistura. Perante o vociferar da liderança interina da Renamo, o cinismo de Nyusi quando, raramente, diz esperar que do outro lado da barricada, haja vontade política para a retoma dos processos pendentes.
Na mesma ocasião, Nyusi se congratula com o facto de entre os novos quadros militares, estarem os oriundos da Renamo e que, no cerimonial, os mesmos se confundem com os demais, ou seja, unidos pelo mesmo ideal por intermédio das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Em nenhum momento, Filipe Nyusi, se dá ao prazer de responder às exigências da Renamo. Desse modo, a Frelimo não dá mão a torcer. A Renamo não parece interessada em baixar a guarda.
Diante desta dura realidade, onde um puxa a corda para o seu lado, só resta saber quem sai a melhor, quando a corda rebentar. Sabe-se, isso sim, é que o povinho acaba na miséria.
EXPRESSO – 30.11.2018
AINDA nem sequer foram satisfeitas as exigências da Renamo quanto às alegadas fraudes eleitorais de 10 de outubro, e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) lança axas à fogueira, na questão de Marromeu.
Isto num momento crítico marcado exactamente pelo sururu eleitoral, com a Renamo a condicionar a retoma das negociações com o governo e, mais do que isso, a prometer o famigerado conflito pós-eleitoral, o mesmo que a retoma do bang-bang.
A Renamo está reunida em conselho nacional, tendo em vista o congresso que irá eleger o substituto de Dhlakama. Está claro que o assunto-eleições autárquicas não pode ser deixado de lado. O caso de Marromeu, em particular, só vem agudizar o já tenso quadro político da Renamo, onde a liderança raramente tem a última palavra aceite pelos demais.
Disso mesmo pode ter ficado a imagem de Ossufo Momade, da última vez que veio a público lançar uma série de condicionalismos para que a verdade eleitoral autárquica seja riposta. Poder-se-à dizer que o homem foi empurrado a proferir o que andou a proferir, convidando Nyusi, a comunidade internacional, sociedade civil, Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) e o secretário-geral das Nações Unidas, para intervirem na correcção da fraudulenta eleição autárquica de 10 de outubro.
A ameaça é real e os debates em Gorongosa podem estar a ser incendiários, de modo a que a resposta seja dada no campo das operações, não nos gabinetes. Dhlakama, de resto, já havia avisado que sem ele, os que ficarem não terão contemplação nem paciência suficientes para engolir sapos vivos da Frelimo.
Face a esta realidade, os órgãos da administração eleitoral, não só mantém o quadro de outubro, como no caso-Marromeu optam por acções incendiárias. Isto ameaça a reposição da crise político-militar.
Dos dois lados, Frelimo e Renamo, persiste a exibição da musculatura, com algum cinismo à mistura. Perante o vociferar da liderança interina da Renamo, o cinismo de Nyusi quando, raramente, diz esperar que do outro lado da barricada, haja vontade política para a retoma dos processos pendentes.
Na mesma ocasião, Nyusi se congratula com o facto de entre os novos quadros militares, estarem os oriundos da Renamo e que, no cerimonial, os mesmos se confundem com os demais, ou seja, unidos pelo mesmo ideal por intermédio das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Em nenhum momento, Filipe Nyusi, se dá ao prazer de responder às exigências da Renamo. Desse modo, a Frelimo não dá mão a torcer. A Renamo não parece interessada em baixar a guarda.
Diante desta dura realidade, onde um puxa a corda para o seu lado, só resta saber quem sai a melhor, quando a corda rebentar. Sabe-se, isso sim, é que o povinho acaba na miséria.
EXPRESSO – 30.11.2018
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