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sábado, 22 de dezembro de 2018

Renamo diz que a paz efectiva é urgente mas a Frelimo “procura artimanhas” para não cumprir acordos


Escrito por Emildo Sambo  em 21 Dezembro 2018
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A Renamo considera que a “paz efectiva e definitiva” é urgente, mas é necessário “reconhecer os problemas reais do país” e encontrar as devidas soluções. Contudo, a Frelimo “procura artimanhas para não cumprir com os termos dos acordos por si assinados”.
O maior partido da oposição em Moçambique acusou ainda a Comunidade Internacional de ser cúmplice do suposto “roubo de votos, da violência eleitoral e da forja de resultados” que ocorrem de eleição em eleição.
Neste contexto, Ivone Soares, chefe da bancada parlamentar da Renamo, apelou a Comunidade Internacional “colocar os interesses de Moçambique na sua agenda de prioridades e não os interesses da Frelimo”.
A deputada afirmou que “é inaceitável” que a Comunidade Internacional fique calada diante da ocorrência das contrariedades as que se referiu.
“Aquilo que aconteceu na Matola, em Moatize, Tete, Alto-Molócuè, Nhamayabue, duas vezes em Marromeu e um pouco por todo o país foram atrocidades inaceitáveis nos países de cada um dos membros da Comunidade Internacional”.
Relativamente à afectação dos oficiais da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), facto que tem gerado desentendimento entre si e o Governo, Ivone Soares disse que o “Memorando de Entendimento sobre Assunto Militares” prevê a nomeação de 14 oficiais provenientes da “perdiz” e os três já nomeados interinamente pelo Ministério da Defesa Nacional (MDN).
Mas é novidade ouvir e ver o Governo e a Frelimo a darem para atrás em relação aos entendimentos assinados. “Não cumpriram o Acordo Geral de Paz de 1992. O que a Comunidade Internacional fez para que se respeitasse esse Acordo? Nada”, concluiu Ivone Soares, durante o encerramento da VIII Sessão Ordinária da VIII Legislatura da Assembleia da República (AR), na quinta-feira (20).
Segundo ela, o Executivo não respeitou o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares assinado em 2014 e, agora, também pretende não violar o “Memorando de Entendimento sobre as Questões Militares”.
Margarida Talapa, chefe da bancada parlamentar da Frelimo, defendeu que a Comunidade Internacional “não poderá fazer nada” sem que a Renamo entregue a lista completa e definitiva de todos os elementos que devem ser reintegrados nos sectores acordados.
Sobre este assunto, o Presidente da República, Filipe Nyusi, comentou que talvez tenha sido um erro o Governo nomear os oficiais da Renamo antes da entrega das listas exigidas. O assunto devia ter sido tratado ao mesmo tempo com as outras matérias ligadas ao processo sobre o Desarmamento, a Desmobilização e a Reintegração (DDR).
Ele sublinhou que “há pessoas que nem sequer sabem o que está a acontecer (...)” entre o Governo e a Renamo. Determinado político procuram tirar proveito das conversações e, por vezes, distorcem o seu sentido e alcance.

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