"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 16 de março de 2017

Com políticos distraídos e ingénuos protela-se Moçambique


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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Prepara--se um golpe contra a democracia em fogo brando, e muitos daque­le; que deveriam ver e contrariar uma estratégia de manutenção do poder por todos os meios estão como que distraídos: ou preocupa­dos com as suas agendas privadas. Dizem-se políticos, mas são mais "estomacalistas" que outra coisa.
O perigo espreita de forma recor­rente e, enquanto os que detém o poder se multiplicam em iniciativas tendentes a assegurar as suas pode­rosas vantagens, quem se deveria opor não esta nem aí para o assunto.
Estamos a braços com uma profunda crise política e financeira decorrente de sistemáticas frau­des eleitorais encobertas ou com cumplicidade activa de chance­larias internacionais. Caminhava-se para uma nova guerra ci­vil porque poderosos interesses privados nacionais supunham que eles estavam em  risco.
Uma maquina lubrificada de delinquir e saquear fundos públicos foi montada gozando de impuni­dade quase total. Com pleno conhecimento da maioria parlamen­tar, dos serviços de inteligência nacionais e internacionais, do BM/ FMI, foi permitido que dívidas ile­gais fossem contratadas. Agora que o caldo se entornou e já não há como segurar ou esconder dos moçambicanos a dimensão do escândalo, aparecem no horizonte tentativas de proteger os que dila­pidaram os cofres públicos e terão beneficiado de parte dos valores que foram buscar aos bancos inter­nacionais com garantia do Estado. Quem não consegue diferenciar coisa pública de privada e insiste que faria o mesmo outra vez deve julgar-se acima de qualquer crítica ou escrutínio. Ou talvez a máqui­na judicial montada está amarrada e impotente para acusar, julgar e responsabilizar infractores de vulto.
Quando um grupo restrito se apropria de um país e domina despoticamente tudo e até se jul­ga dono da vida das pessoas, não como esperar algo razoável ou es­tabilidade política e económica.
Sofre-se em larga medida por­que os "donos* de Moçambi­que não aceitam outra coisa que não seja o actual  'status'.
Vive-se um formalismo nojen­to em que quem governa finge que está tudo muito bem e recomenda-se, quando, na verda­de, se sabe que estão men­tindo  "com todos os dentes ".
Aceitar e nada fazer para que quem endividou o país de ma­neira ilegal seja desresponsabi­lizado das "realizações".
Quando gente rica se atre­ve a falar sem vergonha de que somos um país pobre, é a con­tinuação do verbo mentir”. Moçambique foi e está sendo empo­brecido por governantes incompe­tentes, a maioria dos quais já deve­ria ter sofrido um *impeachmentw.
Se, no Brasil, o Ministério Públi­co Federal está pedindo devolução de milhões de dólares ao ex-deputado federal Cunha, por crimes de colarinho branco, mas, entre nós aparecem "conceituados" intelec­tuais internacionais e nacionais sugerindo que se esqueçam os di­nheiros dilapidados em Moçambi­que, significa que vivemos no es­tado atípico, doente e em colapso.
Querer normalizar a governação vai exigir coragem e vigor institucio­nal acima do que se está fazendo.
Quando quem rouba fica impune, é como que culti­var e adubar a criminalidade.
Moralizar a governação, trazer re­conciliação, paz e desenvolvimen­to vai requerer muito mais do que baboseiras de gente que vê os seus "tachos** e benesses sumindo, por­que a era da "confiança política" está ferida de morte pela dinâmica sociopolítica (Noé  Nhantumbo)
CANALMOZ – 16.03.2017

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