A SEC, de acordo com o Wall Street Journal, está a investigar aos contornos da venda de 850 milhões de dólares norte-americanos em títulos de dívida de Moçambique colocados nos mercados internacionais pelos bancos VTB da Rússia, BNP Paribas da França e o Credit Suisse da Suíça.
Após Moçambique ter proposto, em Outubro, a reestruturação da dívida pública, o regulador do mercado financeiro norte-americano contactou os detentores de títulos dessa dívida solicitando os prospetos e as comunicações entre os investidores e os bancos.
Diante da vontade dos deputados do partido Frelimo na Assembleia da República em esconder as constatações da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) à dívida pública e da lentidão das investigações da Procuradoria-Geral da República esta investigação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA poderá aclarar o destino dado aos mais de 2 biliões de dólares norte-americanos em empréstimos contraídos entre 2013 e 2014 pelas empresas Proindicus, Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM) e Mozambique Asset Managment(MAM).
É que o dinheiro só foi emprestado porque o Estado moçambicano, na altura dirigido por Armando Guebuza, deu Garantias Soberanas – que violaram a Constituição da República pois não foram aprovadas pela Assembleia da República – mas foi repassado directamente, numa operação financeira pouco transparente, pelos bancos russo e suíço para o grupo Privinvest do empresário libanês/francês Iskandar Safa que terá fornecido apenas barcos de pesca e lanchas de patrulha.
“Nós não podíamos vir dizer, nem para os bancos e nem para quem quer que fosse, que a pesca não era a parte principal”
Todavia António Carlos do Rosário, o funcionário dos Serviços de Informação e Segurança do Estado(SISE, a secreta moçambicana) que é o presidente do conselho de administração das três empresas estatais, declarou à CPI que o propósito dos empréstimo nunca foi a pesca de atum mas alegadamente a protecção da costa marítima moçambicana.
“É claro que para nós não podíamos vir dizer, nem para os bancos e nem para quem quer que fosse, que a pesca não era a parte principal, não era para nós, o objectivo inicial é complementar, aumentar e reforçar aquilo que nós queríamos, que não conseguimos via Proindicus. Foi preciso criar uma outra empresa do zero, sem passivo nenhum, mas com um estudo de viabilidade própria e que nós conseguíssemos convencer os bancos. E conseguimos! Foi a primeira operação de emissão de títulos na República de Moçambique no mercado de capitais, em Setembro de 2013”, declarou do Rosário sobre a emissão dos títulos de dívida ora em investigação.
Os mentores dos empréstimos não enganaram apenas ao povo moçambicano e ao Fundo Monetário Internacional, ludibriaram um considerável número de investidores europeus e norte-americanos que compraram os títulos da dívida pública de Moçambique sem terem sido informados que além dos 850 milhões de dólares os bancos VTB e Credit Suisse haviam emprestado mais de 1,1 bilião de dólares com Garantias Soberanas ilegais do Estado moçambicano.
Além dos barcos de pesca e das lanchas de patrulha terão sido adquiridos equipamentos militares, afinal as empresas Proindicus e MAM são tuteladas pelo Ministério da Defesa de Moçambique e, de acordo com o depoimento de António Carlos do Rosário à CPI, a primeira empresa estatal prestou serviços de segurança aos comboios da mineradora Vale Moçambique .
@VERDADE - 29.12.2016
Diante da vontade dos deputados do partido Frelimo na Assembleia da República em esconder as constatações da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) à dívida pública e da lentidão das investigações da Procuradoria-Geral da República esta investigação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA poderá aclarar o destino dado aos mais de 2 biliões de dólares norte-americanos em empréstimos contraídos entre 2013 e 2014 pelas empresas Proindicus, Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM) e Mozambique Asset Managment(MAM).
É que o dinheiro só foi emprestado porque o Estado moçambicano, na altura dirigido por Armando Guebuza, deu Garantias Soberanas – que violaram a Constituição da República pois não foram aprovadas pela Assembleia da República – mas foi repassado directamente, numa operação financeira pouco transparente, pelos bancos russo e suíço para o grupo Privinvest do empresário libanês/francês Iskandar Safa que terá fornecido apenas barcos de pesca e lanchas de patrulha.
“Nós não podíamos vir dizer, nem para os bancos e nem para quem quer que fosse, que a pesca não era a parte principal”
Todavia António Carlos do Rosário, o funcionário dos Serviços de Informação e Segurança do Estado(SISE, a secreta moçambicana) que é o presidente do conselho de administração das três empresas estatais, declarou à CPI que o propósito dos empréstimo nunca foi a pesca de atum mas alegadamente a protecção da costa marítima moçambicana.
“É claro que para nós não podíamos vir dizer, nem para os bancos e nem para quem quer que fosse, que a pesca não era a parte principal, não era para nós, o objectivo inicial é complementar, aumentar e reforçar aquilo que nós queríamos, que não conseguimos via Proindicus. Foi preciso criar uma outra empresa do zero, sem passivo nenhum, mas com um estudo de viabilidade própria e que nós conseguíssemos convencer os bancos. E conseguimos! Foi a primeira operação de emissão de títulos na República de Moçambique no mercado de capitais, em Setembro de 2013”, declarou do Rosário sobre a emissão dos títulos de dívida ora em investigação.
Os mentores dos empréstimos não enganaram apenas ao povo moçambicano e ao Fundo Monetário Internacional, ludibriaram um considerável número de investidores europeus e norte-americanos que compraram os títulos da dívida pública de Moçambique sem terem sido informados que além dos 850 milhões de dólares os bancos VTB e Credit Suisse haviam emprestado mais de 1,1 bilião de dólares com Garantias Soberanas ilegais do Estado moçambicano.
Além dos barcos de pesca e das lanchas de patrulha terão sido adquiridos equipamentos militares, afinal as empresas Proindicus e MAM são tuteladas pelo Ministério da Defesa de Moçambique e, de acordo com o depoimento de António Carlos do Rosário à CPI, a primeira empresa estatal prestou serviços de segurança aos comboios da mineradora Vale Moçambique .
@VERDADE - 29.12.2016
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