"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
domingo, 31 de maio de 2020
Ataques: PR moçambicano diz que cabecilhas podem ter sido abatidos
31/05/2020
O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse ontem que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) podem ter abatido cabecilhas dos grupos armados que têm atacado a província de Cabo Delgado, reservando a confirmação para aquelas forças.
"As últimas batalhas foram enormes, foram muito produtivas. Temos informações de terem sido abatidos quadros superiores dessa força que podemos considerar que são a liderança, mas sobre isso as FDS irão em momento próprio confirmar", referiu ontem em declarações à Televisão de Moçambique (TVM).
Nyusi falava na vila de Mueda, distrito de Cabo Delgado (distrito onde nasceu), para onde se deslocou para uma reunião com diversas patentes militares, os ministros da Defesa e Interior.
O local foi o escolhido para analisar a situação na província, depois de grupos armados classificados como terroristas e de afiliação ao movimento 'jihadista' Estado Islâmico terem atacado desde quinta-feira Macomia, a principal vila do centro da província.
O ataque aconteceu depois de uma intensificação dos ataques desde março e que levou à ocupação de outras vilas como Mocímboa da Praia, Quissanga e Muidumbe, com relatos de dezenas de mortes entre civis, insurgentes e militares.
"Primeiro, o esforço [das autoridades] sempre é compreender quem é o inimigo e como está a operar" além de aferir da situação da população e forças no terreno, referiu Nyusi.
Dos vários encontros que já manteve em Cabo Delgado desde sexta-feira, o chefe de Estado disse ter ficado claro que "a moral das FDS está boa".
"Estamos a aprender como lidar com essa força e estamos a encorajar [a maneira] como as FDS estão a abordá-la", concluiu.
Segundo referiu à Lusa uma fonte em contacto com residentes em Macomia, o grupo armado que desde quinta-feira ataca a vila parecia estar hoje a preparar uma retirada, carregando viaturas com o saque de estabelecimentos comerciais.
Quase toda a população da localidade fugiu para o mato, mas há quem vá arriscando voltar à vila procurar mantimentos.
Macomia é o principal ponto de encontro a meio da estrada asfaltada que liga o norte ao sul da província, tem uma agência bancária, vários serviços, estabelecimentos comerciais e é sede de um distrito com cerca de 100 mil habitantes.
Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataques de grupos armados rebeldes desde outubro de 2017, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.
Desde há um ano o grupo ‘jihadista' Estado Islâmico passou a reivindicar alguns dos ataques.
Em dois anos e meio de conflito estima-se que já tenham morrido, no mínimo, 550 pessoas e que cerca de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a refugiar-se em lugares mais seguros, perdendo casa, hortas e outros bens.
O Governo moçambicano tem relatado algumas respostas pelas FDS contra os grupos armados, reiterando que está a reprimir a violência, mas a invasão e ocupação de povoações têm-se intensificado desde o início do ano.
LUSA – 31.05.2020
Chegada de deslocados de Cabo Delgado a Namialo dificulta controlo da COVID-19
31/05/2020
São deslocados de uma guerra não declarada, mas que está a mexer com o tecido social em Cabo Delgado. Mais de 600 pessoas estão na vila de Namialo, na província de Nampula, onde procuram segurança, depois de terem sentido na pele os horrores do terrorismo. Falta abrigo, comida e até água para aqueles concidadãos.
A 95 km da cidade de Nampula situa-se a vila de Namialo, no distrito de Meconta. Trata-se do terceiro distrito para quem sai de Cabo Delgado para Nampula por via rodoviária e curiosamente, esse é o destino de muitos “deslocados de guerra” por ter uma comunidade de antigos combatentes da etnia maconde.
O silêncio, a calma, a paz e o sossego é tudo quanto precisavam mas mais de 600 pessoas que deixaram os distritos do norte de Cabo Delgado, onde há dois anos e meio vive-se um clima de uma guerra não declarada.
A movimentação da população em massa começou em princípios de Abril passado, depois de intensos ataques nas vilas de Mocímboa da Praia, Muidumbe, Macomia e Quissanga, por parte dos terroristas.
Teresa Maurício, 30 anos de idade. Grávida de sete meses, mãe de três filhos. Consegiu sair de Muidumbe com a família, mas o que não consegue neste momento é apagar as memórios do que viveu em pleno dia da mulher moçambicana. “Entratam no dia sete de Abril e encotramo no mato até ao dia 11. Dia 12 saímos de casa. estive com os meus filhos esses dias todos no mato. Choveu e molhamos ali mesmo”.
Na aldeia onde viviam os terroristas mataram um professor. Tadeu Romão, 34 anos de idade, é marido de Teresa. Diz que o que se passa em Cabo Delgado só tem um nome:
“Nós população que saiu de lá famalos de guerra”.
Agora travam outra guerra para a sobrevivência! Arrendaram uma casa em Namialo a mil meticais, mas não sabem como pagar no final do mês porque nenhum deles trabalha.
A cada dia chegam mais deslocados. Numa das casas feita de material precário estão 19 pessoas. A situação é degradante. Os dias são particulamente difícieis. Comer é um desafio. Dormir, também. Na mesma casa cruzam-se pessoas de todas as idades que antes não se conheciam.
Vitória Modesto escapou de dois ataques, em Abril e Maio. “Entraram no dia sete de Abril, às 7 horas. Até deixei galinha dentro de casa, como era dia da mulher e fugi com os meus filhos para o mato e ficamos uma semana. Depois sai para a aldeia e preparei viagem para Mengueleua. Dia 11 de Maio aconteceu a mesma coisa em Mengueleua, às 4h00 entraram os al-Sabaab”.
Muitos dos deslocados são mulheres e crianças. Alguns não têm notícia dos parentes que se dispersaram pelas matas durante os ataques.
E o governo do posto administrativo de Namialo, em Nampula, diz que a chegada de deslocados de Cabo Delgado coloca um grande desafio na disponibilização de mantimentos e controlo da COVID-19.
Quando começou a se verificar o movimento massivo de chegada de deslocados, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e parceiros do Governo de Moçambique viram-se na contigência de prestar apoio aos afectados, disponibilizando quits de abrigo e produtos alimentícios.
“Estamos agora focalizados nesses 666, onde já abastecemos com alguns géneros alimentícios, vestuário, material de higiene e agora estão a receber quits de abrigo”, disse Adelina Mucala, chefe do Posto Administrativo de Namialo.
Neste momento de combate à COVID-19, e atendendo que Cabo Delgado tem maior número de casos a nível nacional, as autoridades do posto administrativo de Namialo dizem que observam as medidas de prevenção.
“O que fazemos, sempre que os nossos líderes nos comunicam que tem novas entradas, accionamos alguma equipa já formada, onde um dos integrantes é um técnico de saúde. Eles fazem o seu trabalho e temos feito visitas para aconselhamento e acompanhamento no que diz respeito ao CIVID-19. Passadas duas semanas fazemos outro tipo de assistência”, explicou a dirigente.
Entretanto, há muitos deslocados que não usam a máscara, para além do distanciamento social que praticamente não é observado dadas as condições em que as pessoas estão albergadas.
O PAÍS – 31.05.2020
Movimentações militares continuam pelo terceiro dia em Macomia
30/05/2020
Movimentações militares continuavam hoje pela manhã em Macomia, principal localidade do centro da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, disseram à Lusa duas fontes, depois da ocupação da vila por um grupo armado na quinta-feira.
Elementos armados foram avistados na vila ao mesmo tempo que membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas pareciam alagar o perímetro controlado naquela zona, referiu uma das fontes, com base no testemunho de hoje de residentes escondidos no mato.
Outra fonte relatou as mesmas movimentações, mas sem detalhes, e referiu que há falhas nas comunicações e no fornecimento de energia que se supõe estarem relacionadas com a destruição de infraestruturas.
Desde quinta-feira ficou difícil acompanhar a evolução da situação porque as comunicações por telemóvel são várias vezes cortadas.
Durante os contactos mantidos pela Lusa e por outras fontes, foi relatada uma fuga generalizada da população da vila para o mato e outros locais, a exemplo do que relatou o bispo de Pemba, capital da província de Cabo Delgado.
Luiz Lisboa, disse à Lusa na sexta-feira que os padres e outro pessoal da paróquia da Igreja Católica em Macomia deixaram a vila para locais seguros.
Uma fonte do Ministério da Defesa Nacional moçambicano disse à Lusa que a situação em Macomia estava a ser analisada pelo comando conjunto das FDS, que é dirigido pelo Ministério do Interior, mas até agora ainda não foi prestada nenhuma informação pelas autoridades.
A vila de Macomia é o principal ponto de encontro a meio da estrada asfaltada que liga o norte ao sul da província, tem uma agência bancária, vários serviços, estabelecimentos comerciais e é sede de um distrito com cerca de 100 mil habitantes.
Está situada a cerca de 200 quilómetros da capital provincial, Pemba.
Macomia foi há um ano a zona urbana mais atingida pelo ciclone Kenneth, um dos mais graves de sempre a atingir Moçambique, em abril de 2019, matando 45 pessoas no Norte do país.
Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataques de grupos armados rebeldes desde outubro de 2017, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.
Desde há um ano o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico passou a reivindicar alguns dos ataques.
Em dois anos e meio de conflito estima-se que já tenham morrido, no mínimo, 550 pessoas e que cerca de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a refugiar-se em lugares mais seguros, perdendo casa, hortas e outros bens.
O Governo moçambicano tem relatado algumas respostas pelas FDS contra os grupos armados, reiterando que está a reprimir a violência, mas a invasão e ocupação de povoações têm-se intensificado desde o início do ano.
LUSA – 30.05.2020
Saiba quem é Gustavo Mavie
30/05/2020
- Download Acordao do TA - AIM - Mavie
- Download PM Desapontado com AIM
- Download Denuncia Funcionarios AIM
- Download Comissao Inquerito - AIM
- Download Gabinfo Ordena Sindicancia
- Download Alberto vaquina manda Investigar AIM
NOTA: Só a Frelimo não sabia de nada. Os favores teem que ser pagos. Não é?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Moçambique: Insurgentes continuam a ocupar Macomia e içaram a bandeira do Estado Islâmico
29/05/2020
Moçambique: Insurgentes continuam a ocupar Macomia e içaram a bandeira do Estado Islâmico
O grupo de insurgentes, que invadiu, na madrugada, de quinta-feira, 28, Macomia, continuava, no inicio da noite, desta sexta-feira, 29, a ocupar aquela vila de Cabo Delgado, onde içou bandeiras do grupo Estado Islâmico.
Relatos da população, que continua escondida nas matas, apontavam para a existência de focos de combates ao escurecer, com disparos nos bairros de Nanga A e B.
Os insurgentes, segundo várias fontes locais, terão saqueado a agência bancaria do BCI e sabotado as torres de telecomunicações e a subestação de Macomia, deixando sem comunicação e energia elétrica os distritos mais a norte de Cabo Delgado.
“Tentei sair de manhã, quando eram 06:00 horas para espreitar a casa e procurar as minhas filhas, mas muitas pessoas na minha situação estavam a regressar e desaconselharam a prosseguir,” disse um morador local que pediu anonimato.
A Zitamar News, um publicação on-line de Maputo, reporta que helicópteros operados por militares privados sul-africano da DAG, voltaram hoje a sobrevoar a vila de Macomia para reforçar o combate contra os insurgentes.
Segundo a publicação, as forças moçambicanas de defesa e segurança foram reforçadas na tarde de hoje por tropas vindas de Pemba, a capital de Cabo Delgado.
Até ao momento não apuramos a dimensão dos danos causados pelo grupo, neste primeiro ataque a vila sede de Macomia, dado que vários moradores continuavam em esconderijos e sem comunicação.
VOA – 29.05.2020
Julgamento dos assassinos de Anastácio Matavele
29/05/2020
“Estavam a cumprir uma missão” - Flávio Menete, nas alegações finais
Contrariando a tese do Ministério Público, o advogado da família Matavele, Flávio Menete defendeu que o “esquadrão policial” que assassinou activista estava numa missão ao serviço Estado moçambicano, exigindo que este indemnize a família por perdas e danos.
Já o Ministério Público, não obstante a condenação inequívoca que pediu para os sete réus, defendeu que estes agiram por conta própria e que o crime visava o roubo porque, como afirmou um dos acusados, tratava-se “de um kota com muito dinheiro”.
Os réus arrolados pelo Ministério Público são Euclídio Mapulasse e Edson Silica, integrantes do “esquadrão assassino”, Tudelo Guirrugo, o comandante da companhia do GOE (Grupo de Operações Especiais), Alfredo Macuacua, comandante da sub-unidade da UIR (Unidade de Intervenção Rápida) em Gaza, Januário Rungo, Chefe do Estado-Maior (CEM) da sub-unidade da UIR, Justino Muchanga, chefe do arsenal da sub-unidade e Ricardo Manganhe, colaborador do Conselho Executivo do Chibuto, fornecedor da viatura utilizada no crime ainda em nome de Henriques Machava, o edil da Frelimo nesta cidade.
O autarca, acusado inicialmente, foi “despronunciado” à “última hora”. Para o chefe de pelotão Agapito Matavele, também integrante do “esquadrão”, foi constituído um processo autónomo por se encontrar foragido desde o dia do crime, a 7 de Outubro de 2019.
Flávio Menete, argumentando que o crime foi uma acção do Estado disse que, à excepção do réu Mapulasse, não foi instaurado procedimento disciplinar contra os réus, que estes continuaram a receber salários e até alteraram as suas remunerações por força de promoções havidas enquanto estavam em detenção, que não há dias de missão na polícia para afastar o argumento de que o crime foi cometido no dia da cidade do Xai-Xai, que as armas usadas não foram furtadas mas sim registadas no levantamento e na devolução, que não foram remetidas ao SERNIC (polícia de investigação criminal) como procedimento pós crime, que os réus estão a ser defendidos pelo advogado pago pela corporação policial.
Menete lembrou que o operacional Mapulasse, após o crime e quando procurou refúgio na casa da prima Esperança, “queria regressar ao quartel, queria receber cuidados de saúde no quartel”, rematando, “ao quartel regressam depois de cumprir missão”.
Em conclusão, o advogado da família Matavele disse que “o Estado deve assumir que cometeu erros de palmatória” pedindo “uma pena exemplar para os réus” e que deve ser “arbitrada a indemnização requerida nos autos”.
Sobre a actuação do Ministério Público, Menete disse haver interesses contrapostos na acção cível, pelo que o Estado, de acordo com o Estatuto dos Magistrados do Ministério Público, deveria ter solicitado à Ordem dos Advogados (OAM) a nomeação de um advogado para representar o Estado naquela acção.
O Ministério Público (MP) acusou os réus de Homicídio Qualificado e Associação para delinquir e ainda de Falsificação de assinaturas por servidor público no exercício das suas funções (apenas Rungo e Muchanga), considerando haver “suficiente prova indiciária’ e que se estava perante uma situação de “crime organizado”.
O procurador Leonardo Cumbe, descrevendo a execução do crime, disse que o “esquadrão” actuou como um grupo de (caçadores) “furtivos” porque “os réus estavam à caça do Sr. Matavele como se de um rinoceronte se tratasse”.
Já o Ministério Público, não obstante a condenação inequívoca que pediu para os sete réus, defendeu que estes agiram por conta própria e que o crime visava o roubo porque, como afirmou um dos acusados, tratava-se “de um kota com muito dinheiro”.
Os réus arrolados pelo Ministério Público são Euclídio Mapulasse e Edson Silica, integrantes do “esquadrão assassino”, Tudelo Guirrugo, o comandante da companhia do GOE (Grupo de Operações Especiais), Alfredo Macuacua, comandante da sub-unidade da UIR (Unidade de Intervenção Rápida) em Gaza, Januário Rungo, Chefe do Estado-Maior (CEM) da sub-unidade da UIR, Justino Muchanga, chefe do arsenal da sub-unidade e Ricardo Manganhe, colaborador do Conselho Executivo do Chibuto, fornecedor da viatura utilizada no crime ainda em nome de Henriques Machava, o edil da Frelimo nesta cidade.
O autarca, acusado inicialmente, foi “despronunciado” à “última hora”. Para o chefe de pelotão Agapito Matavele, também integrante do “esquadrão”, foi constituído um processo autónomo por se encontrar foragido desde o dia do crime, a 7 de Outubro de 2019.
Flávio Menete, argumentando que o crime foi uma acção do Estado disse que, à excepção do réu Mapulasse, não foi instaurado procedimento disciplinar contra os réus, que estes continuaram a receber salários e até alteraram as suas remunerações por força de promoções havidas enquanto estavam em detenção, que não há dias de missão na polícia para afastar o argumento de que o crime foi cometido no dia da cidade do Xai-Xai, que as armas usadas não foram furtadas mas sim registadas no levantamento e na devolução, que não foram remetidas ao SERNIC (polícia de investigação criminal) como procedimento pós crime, que os réus estão a ser defendidos pelo advogado pago pela corporação policial.
Menete lembrou que o operacional Mapulasse, após o crime e quando procurou refúgio na casa da prima Esperança, “queria regressar ao quartel, queria receber cuidados de saúde no quartel”, rematando, “ao quartel regressam depois de cumprir missão”.
Em conclusão, o advogado da família Matavele disse que “o Estado deve assumir que cometeu erros de palmatória” pedindo “uma pena exemplar para os réus” e que deve ser “arbitrada a indemnização requerida nos autos”.
Sobre a actuação do Ministério Público, Menete disse haver interesses contrapostos na acção cível, pelo que o Estado, de acordo com o Estatuto dos Magistrados do Ministério Público, deveria ter solicitado à Ordem dos Advogados (OAM) a nomeação de um advogado para representar o Estado naquela acção.
O Ministério Público (MP) acusou os réus de Homicídio Qualificado e Associação para delinquir e ainda de Falsificação de assinaturas por servidor público no exercício das suas funções (apenas Rungo e Muchanga), considerando haver “suficiente prova indiciária’ e que se estava perante uma situação de “crime organizado”.
O procurador Leonardo Cumbe, descrevendo a execução do crime, disse que o “esquadrão” actuou como um grupo de (caçadores) “furtivos” porque “os réus estavam à caça do Sr. Matavele como se de um rinoceronte se tratasse”.
A província de Gaza, e na zona de Massingir, é onde o flagelo da caça furtiva se faz sentir com maior incidência, havendo provas de envolvimento policial nesta actividade transfronteiriça. Sobre o envolvimento do Estado, o MP considera que o crime não foi cometido em missão de serviço porque os réus não estavam a trabalhar, pois estavam em situação de dispensa, quem os dispensou não tinha autoridade para o fazer, os réus reuniam-se fora do horário de trabalho, os polícias não utilizam armas fora das horas de serviço, os réus estavam à civil, dia 7 era um feriado municipal, logo a responsabilidade cabe aos réus e a responsabilidade de indemnizar cabe também aos réus.
“Seria um contrasenso o Estado mandar tirar a vida a um cidadão”, argumentou Cumbe. Noé Vasco Sitoe, o advogado de defesa do professor Ricardo Manganhe disse que não existe nenhuma prova do envolvimento do seu constituinte, mas que o julgamento serviu para “alimentar jornais” e “denegrir a imagem de Henriques Machava” (o edil de Chibuto).
“Onde está o partido (Frelimo), onde está o Estado? perguntou para depois atacar os advogados de assistência à família Matavele porque “quem paga são as ONG”. Sitoe disse que o professor Ricardo é acusado “apenas porque desligou o telefone” após o assassinato.
Elísio de Sousa, advogado dos polícias Mapulasse, Silica, Tudelo e Macuácua concordou com a tese do MP que os crimes não foram cometidos em nome do Estado, porque “o Estado não comete crimes”.
Argumentou que “o Estado nazi não era um Estado criminoso, o regime nazi a que era criminoso”. Também defendeu o ponto de vista que o crime “era uma tentativa de roubo” e que Agapito era quem deveria estar ali sentado” (no banco dos réus). Sobre Mapulasse e Silica, “que não são meninos bonitos”, considerou que “estavam num lugar errado, por motivos errados”.
De Sousa pediu à juíza ponderação nas sentenças, e defendeu que os réus por si defendidos, deveriam aguardar em liberdade o período que decorrerá obrigatoriamente entre a sentença e o desfecho do recurso. A juíza Ana Liquidão marcou a leitura da sentença para 18 de Junho corrente. (Fernando Lima, no Xai-Xai)
MEDIA FAX – 29.05.2020
Líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo volta a denunciar assassinatos no centro de Moçambique
29/05/2020
O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, voltou a denunciar, esta sexta-feira, 29, a intensificação de rapto e assassinato de suspeitos de ligação com o grupo de dissidentes, após suposta reativação de esquadrões de morte em finais de 2019.
Ouça aqui
Nhongo disse que várias pessoas, por suspeitas de apoiar o grupo, foram raptadas nas suas casas e nas ruas das aldeias de Nhamatanda (Sofala) e Gondola (Manica), zonas próximas das estradas com frequentes ataques armados, atribuídos pelas autoridades à autoproclamada Junta Militar da Renamo, e nalguns casos reivindicados pelo grupo.
“Por dia, de dia e noite, perdemos cinco a seis pessoas, por serem capturados e mortos, pessoas inocentes e que não sabem de nada” disse ao telefone o antigo estratega militar do líder histórico da Renamo, Afonso Dhlakama, aparentemente a partir das matas da Gorongosa.
Nas operações militares para sua captura, prosseguiu Mariano Nhongo, as forças estatais, além de raptar e matar, destroem palhotas e moageiras da população e roubam animais.
“As forças armadas do governo estão a violar os direitos da população” acusou Mariano Nhongo, que denunciou ao mesmo tempo casos de violação sexual de mulheres que vão à procura de água nos rios na Gorongosa.“Com esses raptos, assassinatos, queimar casas, arrancar coisas da população e violar mulheres, o governo esta a errar” acrescentou.
Por outro lado, Mariano Nhongo, reiterou que o grupo sob seu comando, não vai entregar as armas na segunda fase do processo de desarma
"Isto é mais ou menos “copy and past” da táctica que a Frelimo usou durante a luta de libertação nacional. Portanto, não é admissível que o partidão, conhecedor-até arrisco a dizer dono-dessa táctica esteja a sofrer baixas. O que é que mudo
29/05/2020
EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (15)
Tudo bem, senhor Presidente e camarada excelência Filipe Jacinto Nyusi? É o pobre Laurindos quem lhe saúda. Sabe, camarada, ontem, depois de ter ouvido as lamentações do ministro do Interior na Assembleia da República, não consegui pregar o olho.
Amade Miquidade disse que na sua acção, os “jihadistas” usam a população civil como “escudos humanos”. Adoptam tácticas de guerrilha, organizando-se em pequenas formações para protagonizarem ataques a alvos das populações e das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Ainda como ‘modus operandi’, disse o ministro, aliciam algumas lideranças locais e religiosas, usam locais de culto para concentração e perpetração de ataques e inserem-se na comunidade constituindo famílias que lhes dão guarida social, sob coacção.
Isto é mais ou menos “copy and past” da táctica que a Frelimo usou durante a luta de libertação nacional. Portanto, não é admissível que o partidão, conhecedor-até arrisco a dizer dono- dessa táctica esteja a sofrer baixas. O que é que mudou, Presidente?
Se ontem, na mesma província de Cabo Delgado onde hoje lhe viram as costas, a Frelimo era apoiada? Os camaradas não terão perdido apoio popular? O Presidente nunca se perguntou isso? Grande paradoxo! A batata quente que a Frelimo tem hoje às mãos é do mesmo tamanho e queima do mesmo jeito quanto à que colocou às mãos da administração portuguesa entre 19961 e 1974. E os que cozeram essa batata, que mais parecia um ferro em brasa, continuam, alguns, por aí e bem gordos, rechonchudos. Esqueceram-se da receita? Perderam a mão? Já não se recordam dos ingredientes que jogaram à panela ao lume? Ou não foram eles os cozinheiros, os chefs?!
Quem deu o tal do primeiro tiro, afinal? Parece que não foi o tio… Durante a guerra colonial, a Frelimo, em Cabo Delgado, controlava bases no mato e apoio logístico da vizinha Tanzânia. A Frelimo tinha apoio popular. Era amada. Arrastava multidões. De que lado estáhoje o povo, afinal?
Essa pergunta é para si, Presidente! Agora acho que já dá para perceber que não se ganha uma guerra subversiva sem o apoio do povo! Na guerra colonial, a Frelimo, de certa forma, ganhou politicamente porque conseguiu conquistar parte das mentes dos moçambicanos, uma victória que alienou pouco depois com a criação de campos de reeducação e uma repressão sobre opositores que levou a uma guerra civil.
Hoje, embora tenha instrumentos de segurança, instrumentos técnicos e equipamentos suficientes para lidar com os “jihadistas”, o Governo da Frelimo não é capaz de ganhar esta guerra. Até parece que realmente esqueceu tudo aquilo que tinha aprendido durante a guerra de guerrilha. A Frelimo precisa de se reinventar.
Os “jihadistas” parecem ter o apoio popular. O mesmo que a Frelimo teve um dia antes de se transformar em corrupta, mesquinha, opressora. É por isso que o ministro Miquidade diz haver dificuldades de saber quem é quem porque os insurgentes, de alguma forma, são a população de Cabo Delgado.
E a Frelimo tem consciência de que sem o apoio popular não vai ganhar esta guerra só com as armas. As minas de rubis, os palacetes espalhados um pouco por toda a província de Cabo Delgado, não são do povo. Pertencem aos generais da Frelimo, saídos da luta de libertação nacional.
Dá a ideia de que não lutaram para libertar o povo do jugo colonial português, para libertar o País.
Queriam ser eles a escravizarem o povo. E é isso o que hoje assistimos. É ou não é, Presidente?
DN – 29.05.2020
Tudo bem, senhor Presidente e camarada excelência Filipe Jacinto Nyusi? É o pobre Laurindos quem lhe saúda. Sabe, camarada, ontem, depois de ter ouvido as lamentações do ministro do Interior na Assembleia da República, não consegui pregar o olho.
Amade Miquidade disse que na sua acção, os “jihadistas” usam a população civil como “escudos humanos”. Adoptam tácticas de guerrilha, organizando-se em pequenas formações para protagonizarem ataques a alvos das populações e das Forças de Defesa e Segurança (FDS). Ainda como ‘modus operandi’, disse o ministro, aliciam algumas lideranças locais e religiosas, usam locais de culto para concentração e perpetração de ataques e inserem-se na comunidade constituindo famílias que lhes dão guarida social, sob coacção.
Isto é mais ou menos “copy and past” da táctica que a Frelimo usou durante a luta de libertação nacional. Portanto, não é admissível que o partidão, conhecedor-até arrisco a dizer dono- dessa táctica esteja a sofrer baixas. O que é que mudou, Presidente?
Se ontem, na mesma província de Cabo Delgado onde hoje lhe viram as costas, a Frelimo era apoiada? Os camaradas não terão perdido apoio popular? O Presidente nunca se perguntou isso? Grande paradoxo! A batata quente que a Frelimo tem hoje às mãos é do mesmo tamanho e queima do mesmo jeito quanto à que colocou às mãos da administração portuguesa entre 19961 e 1974. E os que cozeram essa batata, que mais parecia um ferro em brasa, continuam, alguns, por aí e bem gordos, rechonchudos. Esqueceram-se da receita? Perderam a mão? Já não se recordam dos ingredientes que jogaram à panela ao lume? Ou não foram eles os cozinheiros, os chefs?!
Quem deu o tal do primeiro tiro, afinal? Parece que não foi o tio… Durante a guerra colonial, a Frelimo, em Cabo Delgado, controlava bases no mato e apoio logístico da vizinha Tanzânia. A Frelimo tinha apoio popular. Era amada. Arrastava multidões. De que lado estáhoje o povo, afinal?
Essa pergunta é para si, Presidente! Agora acho que já dá para perceber que não se ganha uma guerra subversiva sem o apoio do povo! Na guerra colonial, a Frelimo, de certa forma, ganhou politicamente porque conseguiu conquistar parte das mentes dos moçambicanos, uma victória que alienou pouco depois com a criação de campos de reeducação e uma repressão sobre opositores que levou a uma guerra civil.
Hoje, embora tenha instrumentos de segurança, instrumentos técnicos e equipamentos suficientes para lidar com os “jihadistas”, o Governo da Frelimo não é capaz de ganhar esta guerra. Até parece que realmente esqueceu tudo aquilo que tinha aprendido durante a guerra de guerrilha. A Frelimo precisa de se reinventar.
Os “jihadistas” parecem ter o apoio popular. O mesmo que a Frelimo teve um dia antes de se transformar em corrupta, mesquinha, opressora. É por isso que o ministro Miquidade diz haver dificuldades de saber quem é quem porque os insurgentes, de alguma forma, são a população de Cabo Delgado.
E a Frelimo tem consciência de que sem o apoio popular não vai ganhar esta guerra só com as armas. As minas de rubis, os palacetes espalhados um pouco por toda a província de Cabo Delgado, não são do povo. Pertencem aos generais da Frelimo, saídos da luta de libertação nacional.
Dá a ideia de que não lutaram para libertar o povo do jugo colonial português, para libertar o País.
Queriam ser eles a escravizarem o povo. E é isso o que hoje assistimos. É ou não é, Presidente?
DN – 29.05.2020
Moçambique: Frelimo derrotada pelas mesmas táticas que usou
29/05/2020
O analista português Nuno Rogeiro apontou hoje que a Frelimo, poder em Moçambique, está a ser derrotada nos ataques armados em Cabo Delgado pelas mesmas táticas de guerrilha que usou contra o poder colonial, sinal de que perdeu o apoio popular.
"Esse é um dos paradoxos que é realçado no livro" que será lançado a 02 de junho, "O Cabo do Medo", afirmou o autor, em entrevista à Lusa.
Nuno Rogeiro considera que, na província de Cabo Delgado (norte de Moçambique) -- palco de ataques 'jihadistas' associados ao Estado Islâmico -, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) "está neste momento com uma batata quente nas mãos muito parecida com aquela que a administração portuguesa tinha entre [19]61 e 74".
A província de Cabo Delgado, para onde estão previstos megaprojetos de gás natural, tem sido palco de vários ataques de terroristas, cujos ato estão a ser reivindicados pelo Estado Islâmico desde junho de 2019. Os ataques já causaram mais de meio milhar de mortos e 162 mil desalojados.
A seguir à Guiné-Bissau, foi em Cabo Delgado que Portugal mais enfrentou resistência durante a guerra colonial, com bases no mato controladas pela Frelimo e apoio logístico da vizinha Tanzânia.
Entre Palma, para onde está prevista a exploração de gás, e Pemba, capital provincial, os grupos de combatentes islâmicos têm atacados localidades e decapitado opositores, num cenário de ausência do poder central que só a partir de abril começou a atuar com mais meios no terreno.
"As coisas resumem-se mais ou menos ao mesmo: de que lado está o povo?", comentou Nuno Rogeiro, salientando que "não se ganha uma guerra subversiva contra o povo".
Na guerra colonial, a "Frelimo, de certa forma, ganhou politicamente porque conseguiu conquistar parte das mentes dos moçambicanos", uma vitória que alienou pouco depois com a criação de campos de reeducação e uma repressão sobre opositores que levou a uma guerra civil.
Hoje, apesar de Maputo ter "instrumentos de segurança, instrumentos técnicos e equipamentos suficientes" para lidar com os combatentes islâmicos na província mais a norte do país, a Frelimo "dá a ideia que realmente esqueceu tudo aquilo que tinha aprendido durante a guerra de guerrilha" e "está hoje numa situação em que parece não compreender a mente do guerrilheiro".
"Um dos grandes problemas das forças de segurança neste momento é distinguir quem é quem", para diminuir os riscos de baixas civis, alertou Nuno Rogeiro, considerando que Moçambique "tem de ser mais sofisticado, tem de ter mais meios, mais equipamento e ser mais inteligentes na maneira de lidar com esta crise".
"O exército moçambicano e a polícia moçambicana estavam transformados em forças de ordem pública" e mostraram que "não eram capazes de combater uma guerra de guerrilha", considerou o analista.
"Dentro da Frelimo há a consciência de que não se vai ganhar só com as armas não só porque essas armas não existem, mas também porque é impossível" vencer sem o apoio da população, alertou o analista.
No seu livro, editado pela D. Quixote, Nuno Rogeiro explica o nascimento daquilo que considera ser o Estado Islâmico Província da África Central (EIPAC), que se aproveita do descontentamento popular para tentar controlar a província.
O objetivo do Estado Islâmico é tornar "Cabo Delgado num estado independente de Moçambique", aproveitando o crónico abandono do território por parte de Maputo.
O "Daesh é um caçador de novos talentos e encontrou-os em Moçambique", um país que consideram ser o mais favorável à instalação de um califado no leste de África.
"Eles tentaram tomar Pemba e falharam", mas "acham que podem viver durante uns anos naquela zona central entre Quissanga até Palma", sustentou, acrescentando: "É um dos seus sonhos, poderem viver numa situação de caos e impor a sua lei fora dos grandes centros urbanos".
Trata-se de "um conflito que Moçambique não estava à espera, mas há elementos de esperança", disse, apontando a decisão das empresas de exploração de gás natural de se manterem no local.
Os grupos nascem de descontentamento local, mas são orientados e formados a partir de bases de extremismo islâmico na vizinha República Democrática do Congo, o que "transforma o problema Moçambique num problema regional".
A "indústria de liquefação de gás natural torna este combate mais confortável para Moçambique porque dá visibilidade" e assegura canais de apoios, explicou.
Por outro lado, se "Cabo Delgado fosse uma zona sem qualquer interesse estratégico talvez não tivesse a atenção do Daesh".
Mas, para combater este fenómeno, é necessário atacar a raiz do descontentamento, aumentando o peso do Estado na zona e tratando a população com justiça, assegurando a "repartição dos rendimentos que virão do gás natural", avisou.
"Cabo Delgado é a província mais pobre, mas a que tem mais riqueza", salientou.
MACOMIA - A BATALHA ESTÁ RENHIDA...
29/05/2020
A BATALHA ESTÁ RENHIDA AINDA OUVE-SE DISPAROS EM MACOMIA ATÉ ESTA ALTURA, E AGÊNCIAS DE MILENIUM BIM E BCI, QUEIMADOS, E ESTAÇÃO DE REDES DA TMCEL E MOVITEL DESTRUÍDOS!!
Bom dia bifes de pemba. Tenho novidades de Macomia. Insurgentes mataram civis. Destruiram antenas da Movitel e Mcel, Há muitas coisas k foram destruidos por Insurgentes. Não tenho fotos por enquanto, ak ninguem sai pra fora medo outras pessoas fugiram pra as mata. Sim destruíram muito Bci, Bim, estão queimados, estação electrica , Instituto Industrial, Mercado e EPC de Macomia sede.
Os insurgentes não conseguiram tomar toda Vila, mas aparte dos insurgentes morreram muito os helicóptoros dos Mercenarios do sul Africano fizeram bom trabalho até agora eles estão a preseguir insurgentes. Até agora consego ouvir desparos. E parece a força k tava em Mc da praia moveu se pra ak Macomia.
Qndo parar desparos vou te enviar vídeos e mais imagens pra ti.
Recebido a 40 minutos pelo telemóvel.
DERROTA PROFUNDA DA FRELIMO NO NORTE ESTONTEA OS SEUS CAUDILHOS QUE FALAM AS ATOAS
29/05/2020
Por Francisco Nota Moisés
O ministro do Interior disse hoje que os grupos que protagonizam ataques armados no norte do país usam uniforme do exército moçambicano e recorrem a “drones” para o reconhecimento dos seus alvos, mas estão a “perder terreno” (RFI ou Radio France Internationale], 27.5.2020).
Desculpem-me por ser frontal nas minhas palavras visto que as pessoas em questão sobre quem comento demonstram ter perdido o uso da razão Já não parecem racionar bem. Talvez seja que as derrotas que o regime terrorista sofre no Norte enlouqueceram os desgovernantes da Frelimo, os tais porcos segundo os rebeldes do Norte.
As suas mentiras, como sempre acontece com mentiras, não adicionam bem e fazem com que 1+3 seja 100 para os frelimistas e não 4 segundo a logica aritmética. Como querem estes indivíduos que as pessoas os tomem a serio quando fazem uma declaração como acima-citada. Será que se esqueceram que diziam que os rebeldes do Norte eram pessoas da idade de ferro que lutavam com catanas e outros objectos contundentes sem especificarem quais são os tais objectos contundentes.
Hoje os terroristas nos assustam quando nos dizem que os tais seus inimigos da idade da pedra passaram para um nível da sofisticao technologica moderna ao ponto de usaram armas superiores as da Frelimo e mesmo a operar drones. Assim?
O tal desministro do Interior não nos diz donde e que os rebeldes obtiveram drones. O desgovernante ainda afirma que os rebeldes estão a perder apesar de utilizarem drones. E ele nao diz como e que os rebeldes obtém uniformes como os das forcas da Frelimo. Obviamente os rebeldes capturam muito fardamento militar da Frelimo, mas infelizmente não botas, o que explica que muitos deles se calcem de chinelos. QUE ELES tenham drones, isto já me ultrapassa a cabeça.
Cabo Delgado: Grupo armado ataca vila de Macomia
29/05/2020
Residentes relataram disparos de armas pesadas na manhã desta quinta-feira, o que fez com que várias pessoas fugissem das suas casas.
A vila é o principal ponto de encontro a meio da estrada asfaltada que liga o norte ao sul da província, tem uma agência bancária, vários serviços e estabelecimentos comerciais.
"Eles estão aqui", referiu um morador à agência de notícias Lusa, ao descrever o som de disparos dentro da vila após o sol nascer, enquanto se preparava para fugir para o mato, tal como disse estar a fazer quase toda a população.
Outros residentes relataram também estar em fuga devido a disparos, havendo uma referência ao som de armas pesadas.
Povoações vizinhas
Os moradores contaram ter recebido avisos das povoações vizinhas de Litamanda e Chai, esta a 40 quilómetros a norte de Macomia, de que estavam sob ataque de homens armados desde as 04h locais.
As informações chegaram também aos familiares deslocados pelo conflito, naturais de Macomia e que se encontram atualmente na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, mas que ao longo do dia foram perdendo contacto com quem ainda ia mantendo telemóveis ativos no mato.
Apesar das tentativas, não foi possível obter esclarecimentos junto das autoridades.
Cabo Delgado está sob ataque de grupos armados rebeldes desde outubro de 2017, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.
LUSA – 29.05.2020
Metical perde terreno face ao Dólar e põe em risco sustentabilidade da dívida
29/05/2020
A moeda moçambicana, o Metical, regista forte depreciação face ao Dólar norte-americano. Os economistas dizem que a derrapagem pode colocar em risco a sustentabilidade da dívida pública.
No passado mês de Março, o Governo moçambicano já alertava para a uma depreciação do Metical face ao Dólar, como resultado da eclosão da COVID-19 no mundo.
Até ao dia esta quinta-feira, um dólar norte-americano estava para 68.56 meticais a compra e 69.92 meticais a venda, ao câmbio oficial do Banco de Moçambique (BM), consultado pelo “O País Económico”.
No início do ano, a moeda moçambicana já mostrava uma tendência de depreciação face às principais moedas de circulação no Mercado Cambial Interbancário (MCI), com destaque para a divisa norte-americana. O câmbio oficial, tanto na compra e venda, não era superior a 63 meticais/USD.
Alguns economistas abordados pela nossa reportagem associam a derrapagem do Metical às restrições no comércio externo devido à COVID-19, bem como medidas de política monetária adoptada pelo Banco Central.
Para o economista Agostinho Machava, a desvalorização da moeda nacional resulta de algumas medidas que Banco de Moçambique vem tomando já há algum tempo, numa actuação quase que frequente.
As medidas restritivas do regulador do sistema financeiro nacional, segundo o economista, “limitaram a circulação da moeda estrangeira no Mercado Cambial Interbancário, em particular o Dólar norte-americano”, apontou.
Por seu turno, o economista e director-executivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Eduardo Sengo, disse que a depreciação do Metical “não é uma surpresa”.
“No início do ano, um estudo da CTA já apontava que este ano, em termos de pressões para a depreciação do Metical seriam muito fortes. Isso porque a COVID-19, um dos canais de impacto em Moçambique foi o sector de exportação, onde as empresas têm limitações de fazer suas exportações porque os seus compradores têm as economias paradas, limitando a geração de moeda estrangeira no mercado”, explicou Eduardo Sengo.
A queda de preços das principais commodities de exportação também reduziu a quantidade de divisas, em particular, o Dólar norte-americano. “O alívio das medidas restritivas em alguns países parceiros agravou a situação cambial”, conclui o director-executivo da CTA.
DÍVIDA PÚBLICA
Com o Metical em queda, agrava o risco da sustentabilidade da dívida pública moçambicana, cujo rácio actual situa-se acima de 100% do Produto Interno Bruto (PIB), torna-se numa das mais altas da África.
Aliás, segundo os pressupostos do Cenário Fiscal a Médio Prazo, divulgados pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF), que cobrem o período de 2019 a 2021, indicam que 1% da depreciação na taxa de câmbio, representa um incremento em dois pontos percentuais no rácio da dívida externa no PIB.
De acordo ainda com o MEF, a variação mais sensível às flutuações na taxa de câmbio é a dívida pública, dado que em 2017, por exemplo, 84% do total da carteira foi contraída em moeda estrangeira.
“Um choque da taxa de câmbio pode ter efeitos adversos no consumo privado, no investimento e no sector real através de maiores custos de produção para os sectores que dependem da importação de matéria-prima. Por outro lado, as flutuações da taxa de câmbio podem influenciar negativamente os balanços das empresas públicas através de mudanças na valoração de passivos em outras moedas”, lê-se no relatório sobre os riscos fiscais a médio prazo do MEF, a que “O País” teve acesso.
E mais, a evolução do choque cambial fez com que o nível da dívida em 2016 atingisse 126,7% do Produto Interno Bruto. Este impacto de taxa de câmbio foi mais evidente com a depreciação do metical, quando a divisa moçambicana perdeu cerca de 63% do seu valor face ao dólar norte-americano, enquanto em 2017, a apreciação do metical face ao dólar foi equivalente a uma redução em 14 pontos percentuais do PIB na dívida externa.
Para minimizar a depreciação do Metical, os economistas entendem que o Banco de Moçambique deve adoptar medidas mais assertivas, atirando à polémica linha de crédito de 500 milhões de dólares disponibilizado para financiar a tesouraria das empresas.
Para os economistas, a linha de financiamento anunciada pelo Banco Central peca por aplicar taxas de juro comerciais e não bonificadas.
O PAÍS – 29.05.2020
quinta-feira, 28 de maio de 2020
Ministério Público moçambicano pede responsabilização exemplar no homicídio de observador eleitoral
28/05/2020
Ministério Público moçambicano pede responsabilização exemplar no homicídio de observador eleitoral
O Ministério Público moçambicano pediu hoje "a responsabilização exemplar" dos sete arguidos envolvidos no assassínio do observador eleitoral Anastácio Matavel, comparando a operação que resultou no homicídio como "uma caça a um rinoceronte".
Anastácio Matavel, diretor-executivo do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Gaza (Fonga) e formador de observadores eleitorais, foi morto a tiro no dia 07 de outubro do ano passado, oito dias antes da realização das eleições gerais.
No banco dos réus estão sentados seis polícias da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), unidade de elite moçambicana: Euclídio Mapulasse, Edson Silica, Alfredo Macuácuá, Tudelo Guirrugo, Justino Muchanga e Januário Rungo.
O sétimo arguido e único civil no caso é Ricardo Manganhe, um professor do secundário que confessou ser o proprietário da viatura usada no cometimento do crime e que a emprestou a um dos polícias arguidos.
O Ministério Público formulou hoje o pedido de condenação dos sete arguidos, durante as alegações finais do julgamento do homicídio de Anastácio Matavel, que decorre na cidade de Xai-Xai, a pouco mais de 200 quilómetros de Maputo.
“Os réus devem ser responsabilizados de forma exemplar para que se cumpra a função da prevenção geral e da prevenção especial da pena”, defendeu o magistrado do Ministério Público, Luís Leveque, durante a leitura das alegações finais.
Não há dúvidas de que os seis polícias e o professor presentes ao banco dos réus por envolvimento no crime consertaram e executaram de “forma macabra” o crime que matou Anastácio Matavel, acrescentou Leveque.
O Ministério Público considerou que o crime foi cometido “com requintes de crueldade”, tendo a vítima sido atingida por 13 tiros disparados de uma arma do tipo AK-47 e de uma pistola.
“Os réus estavam à caça do senhor Matavel como se de um rinoceronte se tratasse”, declarou, explicando, de seguida, que a comparação se deve ao facto de o julgamento estar a acontecer numa província que foi palco de intensa caça furtiva de animais bravios, incluindo o rinoceronte.
Luís Leveque avançou que a morte de Anástacio Matavel foi obra de “crime organizado, complexo e com opacidade”.
“Não há dúvidas de que estamos perante crime organizado. É aquilo que eu considero crime de quatro paredes”, metaforizou Leveque.
A medida da pena, prosseguiu, deve ser correspondente à medida da culpa dos sete arguidos.
Em relação às motivações do crime, o magistrado do Ministério Público referiu que ao longo do julgamento os arguidos que confessaram a sua participação no homicídio atiraram as culpas para um foragido e dois arguidos que morreram no despiste que se seguiu ao crime.
Tal como ao longo das fases anteriores do processo, o Ministério Público voltou a ilibar o Estado de qualquer responsabilidade no crime, nomeadamente em termos de responsabilidade civil.
Um dos dois advogados da família da vítima, Flávio Menete, antigo bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), também pediu a condenação exemplar dos arguidos, qualificando o crime como macabro.
“Por tudo quanto foi produzido ao longo deste julgamento, deve ser aplicada pena máxima e exemplar aos arguidos”, defendeu Flávio Menete.
Por seu turno, Elísio de Sousa, advogado de quatro dos seis polícias que estão em julgamento, defendeu a absolvição dos oficiais da Unidade de Intervenção Rápida acusados no crime e “ponderação” em relação a outros dois que estavam no carro usado pelos executores do homicídio.
Elísio de Sousa referiu que apenas o foragido Agapito Matavel e Nóbrega Chaúque, que morreu na sequência do capotamento da viatura usada no dia do crime, é que podiam explicar as razões do crime.
Agapito Matavel, alvo de um processo autónomo, e Nóbrega Chaúque são considerados pela acusação autores dos tiros que tiraram a vida a Anástacio Matavel.
Além de Nóbrega Chaúque, um outro polícia, Martins William, morreu no acidente.
Os advogados dos restantes três arguidos também pediram a absolvição dos mesmos.
A juíza da causa, Ana Liquidão, marcou a leitura da sentença para o dia 18 de junho.
O homicídio de Anastácio Matavel mereceu condenação no país e no estrangeiro, dado o caráter violento, em plena campanha eleitoral, à beira da votação geral moçambicana.
LUSA – 28.05.2020
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