A suspensão das hostilidades em todas as áreas onde elas ocorrem em Moçambique, incluindo Gorongosa, entrará em vigor com a chegada de observadores internacionais ao país, segundo uma proposta dos mediadores/facilitadores internacionais do diálogo para a restauração da paz.
Com efeito, uma cópia da proposta facultada hoje a imprensa, em Maputo, pelos mediadores/ facilitadores, após uma longa ronda de trabalho ocorrida quarta-feira (24), indica que a equipe de observadores internacionais deverá ser constituída por países vizinhos e amigos de Moçambique.
“A delegação do Presidente da República de Moçambique e do Presidente da Renamo, mandatadas pelas suas chefias, acordaram suspender todas as hostilidades e todas formas de violência em todo o país. A suspensão entrará em vigor com a chegada de observadores internacionais ao país, em todas as áreas onde ocorrem acções militares, incluindo Gorongosa”, refere a proposta dos mediadores/ facilitadores, cuja cópia a nossa fonte teve acesso.
As duas delegações concordaram ainda em se criar “um corredor desmilitarizado ou outra forma mais segura e eficaz para permitir que os mediadores/ facilitadores internacionais tenham encontros pessoais com o Presidente da Renamo, a partir do momento em que a suspensão das hostilidades for acordada”.
Segundo a mesma fonte, com a finalidade de implementar tecnicamente “o corredor desmilitarizado” e fornecer indicações sobre a deslocação de observadores internacionais nas áreas acordadas “é estabelecido um ‘working group’ (grupo de trabalho) especifico com a presença dos mediadores/ facilitadores internacionais”.
O documento sublinha que “’o working group’, uma vez que a suspensão das hostilidades e todo tipo de violência seja respeitada por ambas partes, poderá propor a comissão mista um calendário de etapas posteriores para se criar termos e condições de um cessar-fogo permanente”.
No entanto, as sessões da comissão mista foram interrompidas devendo ser retomadas a 12 de Setembro próximo.