"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Não há convivência pacífica na Beira


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Filipe Nyusi, Presidente da República, quando da sua recente visita à província de Sofala, disse, em comício popular, que, na Beira, há uma convivência salutar e pacífica entre o MDM, que governa o Município, e o governo provincial, dirigido pelo partido Frelimo, transmitindo, desse modo, a impressão da existência de um ambiente salutar entre as duas forças, politicamente, adversárias.
Porém, para um cidadão com uma atenção mediana pode, perfeitamente, se aperceber que isso não corresponde, nem de longe nem de perto, a verdade dos factos. Basta ver, sem tanto esforço nem esgrimir argumentos de peso, como o protocolo provincial arrumou a ordem de intervenção dos dignatários na abertura do IX Festival de Cultura, que teve lugar no campo de Ferroviário da Manga, que desmente essa convivência pacífica.
Não está claro como o edil, uma figura eleita pelo voto popular, em cerimónias públicas, é preterido para um lugar menos importante em relação ao chamado “administrador da Cidade da Beira”?
Isso acontece para ofuscar o edil, sem grande margem de errar para os que assim concluem. Em várias ocasiões orientadas pela governadora, que têm lugar na Cidade da Beira, onde participa o edil, este sempre aparece em lugar quase invisível.
É, claramente, secundarizado e dão à primazia aos directores provinciais, chefes não se sabe muito bem de quê e só depois aparece o edil. Isso é visível aos olhos de qualquer pessoa atenta que a governadora de Sofala tem tudo feito para apagar a figura pública do edil e, assim, criar condições para a Frelimo reconquistar este município que constitui uma espinha na garganta do partido Frelimo que “não vê game” desde 2003, como os jovens costumam falar.
É interessante verificar que o próprio governo central – dirigido por Filipe Nyusi = é relutante em entregar os serviços básicos da Saúde e de Educação ao município da Beira e, por extensão, a todos os municípios dirigidos pelo MDM, porque esses são incapazes, segundo argumentou a ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namachulua.
É do domínio público que tem sido a edilidade que constrói salas de aulas e centros de saúde, no território municipal, e os apetrecha em carteiras, ambulâncias com os respectivos motoristas, manutenção e reparação das viaturas e salários, sem nada exigir em recompensa. Muitos ainda se lembram, nos princípios do ano lectivo de 2016, como a governadora de Sofala ordenou uma “gazeta” generalizada dos professores das escolas primárias do Bairro de Vaz e de Macuti Miquejo, reabilitadas e equipadas pelo município, tudo porque Daviz Simango ia fazer a entrega dessas escolas aos alunos, professores e aos encarregados de educação.
Nessas escolas os meninos estudavam encurvados ao chão e sem qualquer tipo de higiene, pois as casas de banho não funcionavam nem água tinha fazia vários anos. Todos viram isso e o Presidente Filipe Nyusi não mentir aos beirenses nem aos moçambicanos que o seu partido e os dirigentes da Frelimo já não se preocupam com o outro, o diferente.
A diferença continua a preocupar fortemente o partido Frelimo “vanguardista das largas massas de operários e camponeses”, por isso ainda temos problemas no país.
O resto é mesmo resto, é música para fazer dormir o boi.
A discriminação e a exclusão continuam, para a Frelimo, as suas armas do arremesso.
Edwin Hounnou

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