"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 23 de agosto de 2016

CESSAÇÃO DE HOSTILIDADES: Renamo continua a condicionar


A RENAMO continua a condicionar a suspensão imediata das hostilidades militares à retirada das Forças de Defesa e Segurança (FDS) do perímetro onde alegadamente se encontra o seu líder, na Gorongosa.
O Governo considera inaceitável esta exigência, fundamentalmente por não haver garantias de que os homens armados deste partido vão deixar de prosseguir com os ataques visando alvos civis e indefesos.
Segundo o Executivo, é competência e atribuição das FDS garantir a ordem, segurança e tranquilidade dos moçambicanos em todo o território nacional, sendo que a sua presença em qualquer espaço geográfico do país não deve ser condicionada por nenhum partido político.
Os mediadores entregaram sexta-feira às delegações do Governo e da Renamo na comissão mista uma proposta para a observação de uma trégua, enquanto se procura, na mesa do diálogo, consensos definitivos sobre os quatro pontos da agenda acordada e que deverá nortear o encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
O "Notícias" apurou que o Governo concorda com o texto apresentado pelos mediadores sobre a declaração da suspensão imediata das hostilidades, mas defende que as Forças de Defesa e Segurança estacionadas na Gorongosa não irão se mexer das suas posições, a menos que a Renamo pare com as suas acções de matança.
O Executivo também concorda que os mediadores se desloquem à Gorongosa para se encontrarem com Afonso Dhlakama, como manifestou em sede de comissão, comprometendo-se a abrir um corredor de segurança para o efeito. Porém, a Renamo desaconselhou os mediadores a avançarem para Gorongosa, alegadamente porque não existem garantias da sua segurança.
A posição governamental de que as Forças de Defesa e Segurança não se retirem das actuais posições na Gorongosa fundamenta-se no facto de que a Renamo poderia, a mando do seu líder, aproveitar-se da situação para se reorganizar militarmente.
Ontem, no final de mais uma sessão de negociações na comissão mista, o chefe dos mediadores, Mario Raffaelli, disse que a proposta entregue às delegações toma em consideração o que foi discutido bilateralmente com as partes. Sem entrar em detalhes, acrescentou que da discussão havida ontem foram identificados alguns pontos que podem ser acolhidos pelas partes sem problemas, permanecendo, no entanto, outros que necessitam de aprofundamento.
A comissão mista retoma as discussões amanhã.

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