Deslocados que fugiram de Pangane
A última incursão terrorista na sede e nas aldeias do posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, fez com que aquele posto administrativo praticamente ficasse sem ninguém.
As populações que ainda resistiam aos ataques deslocaram-se para vários pontos, dos quais a ilha Matemo, no distrito do Ibo.
Entretanto, relatos daquela região (Matemo) descrevem uma realidade simplesmente difícil para os refugiados que acabam de chegar à ilha. Fala-se de falta de tudo. Dizem que não há nada mesmo. Não há comida, água, condições sanitárias e muito menos espaço para acomodação e alojamento.
É um sofrimento total, segundo descrevem os recém chegados.
Maior parte dos refugiados que chegou a Matemo é proveniente de Pangane, uma das aldeias severamente fustigadas nos últimos ataques ao posto administrativo de Mucojo.
Parte da descrição foi-nos dada por Momade (31 anos), Ngamo (39) e mãe de quatro filhos. Disseram que não há qualquer tipo de apoio. Nenhuma autoridade está a apoiar. Estão todos entregues ao Deus dará.
Outra preocupação apresentada tem a ver com o facto de as saídas estarem proibidas, no âmbito das tentativas de controlar incursões terroristas. Em Matemo há também refugiados de Crimize, que foram socorridas para Matemo depois de cinco dias de quase isolamento.
As mesmas fontes disseram que as necessidades alimentares e abrigo estão a registar-se, igualmente na ilha Makalowe, que acolhe considerável número de refugiados.
Segundo contaram, várias pessoas continuam desaparecidas depois dos últimos ataques a Mucojo, não se sabendo se terão sido raptadas ou se terão conseguido escapar e esconder-se em algum canto.
MEDIA FAX – 08.10.2020
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