19/10/2020
Pelo menos 20 pessoas morreram durante os mais recentes ataques de rebeldes em Cabo Delgado, norte de Moçambique, segundo um levantamento do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização não-governamental (ONG) moçambicana.
"Nas últimas semanas, aldeias do litoral do distrito de Macomia foram alvo de ataques terroristas, com o saldo a apontar para pelo menos 20 pessoas assassinadas, dezenas de casas queimadas e vários produtos roubados", refere-se no documento datado de domingo.
Segundo o CDD, de 30 de setembro a 08 de outubro, "um grupo de terroristas ocupou o posto administrativo de Mucojo [na costa de Cabo Delgado] e a partir deste ponto fez várias incursões nas aldeias de Naunde, Darumba, Manica, Rueia, Goludo, Pangane, Nambo, Messano, Runho, Muituiro e na Ilha Mais".
Entre as vítimas mortais há pelo menos dois membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, abatidos em Pangane, um dos pontos de comércio daquela zona costeira, acrescenta-se.
"Em Pangane, roubaram também barcos a motor, motores de embarcações e queimaram muitas casas. Os `al-Shabab` [nome que lhes é dado na região] usaram cinco barcos a motor para transportar os bens roubados e seguiram em direção a Mocímboa da Praia", contou um sobrevivente.
Mocímboa da Praia é outra vila costeira que desde agosto está sob controlo dos insurgentes e fica a cerca de 60 quilómetros do local de implantação dos projetos de exploração de gás natural da região, o maior investimento privado em África.
Após a ocupação da vila, os rebeldes têm também lançado ataques às ilhas vizinhas, no vasto arquipélago das Quirimbas, que se estende ao longo de toda a costa de Cabo Delgado.
A assistência humanitária na região não chega para as necessidades, notou o CDD, registando-se fome e eclosão de doenças diarreicas que já causaram a morte de pelo menos 10 pessoas em Matemo.
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