"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sábado, 31 de outubro de 2020

Realizadores de filmes pornográficos que vestem a farda da PRM…

 

31/10/2020

 

A guerra e as mudanças sociais recentes em Moçambique(1986-1992): cenários para o futuro por Colin Darch(1992)

Este trabalho apresenta duas teses sobre a atual situação econômica e militar de Moçambique. De forma esquemática a primeira defende que a prolongada luta política e ideológica entre o regime moçambicano, declaradamente marxista e a África do Sul, especialmente a partir de 1980, atingiu seu ponto culminante em outubro de 1986, tendo por resultado um revés decisivo para o projeto radical do governo da Frelimo. De acordo com essa perspectiva, o governo moçambicano nunca mais conseguiu se recuperar após esse revés, que mudou a agenda política do país para sempre.

A segunda tese defende que Moçambique neste momento se apresenta face a uma outra conjuntura, segundo a qual a natureza da guerra contra a Renamo está mudando de uma estratégia principalmente de destruição das zonas rurais para um avanço também sobre as cidades. Essa alteração começa a ameaçar o tecido social urbano, assim como o rural. Um colapso total da coesão social - semelhante ao que acabou de ocorrer na Libéria e na Somália parece ser, se não provável, ao menos possível.

Na última seção deste trabalho, retornamos a esse e outros cenários. Obviamente, temos que lembrar que, no que diz respeito à segunda proposição, trata-se de uma tentativa de compreender uma situação atualmente não definida.

Leia aqui Download A_guerra_e_as_mudancas_oficiais_recentes_Darch

Insurgentes atacam Palma e Muidumbe, simultaneamente

 

31/10/2020

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

 

STV-Jornal da Noite 30.10.2020(video)

Não editado pela STV-SOICO

As contas do DDR

 

30/10/2020

 

Até prova em contrário, esta casa entende que a Junta Militar é uma criação da Renamo, estratégia que teria sido pensada ainda na era-Dhlakama, no seguimento da enorme onda de desconfianças que ainda prevalece entre esta e o governo-Frelimo.

XÍCARA DE CAFÉ por Salvador Raimundo

EM 92, imediatamente após a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, Itália, entre Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, este anunciou aos seus guerrilheiros, entrincheirados nas matas moçambicanas, o fim da guerra civil.

A resposta foi de levantar os cabelos. Aqui e em todo o mundo. A partir da voz de comando transmitida desde Roma, a guerrilha foi de um comportamento extremamente inesperado, contrastando a propaganda que dava a ideia de uma organização militar desorganizada e sem comando válido.

A partir desse gesto, o mundo percebeu que a Renamo não é nenhuma organização imatura, sem responsabilidade, precisamente por ter cometido uma proeza só ao alcance das grandes e reconhecidas agremiações.

Isto vem a propósito do concluo, ou não, da actual liderança da Renamo no surgimento e manutenção da Junta Militar, presidida por Mariano Nhongo.

Até prova em contrário, esta casa entende que a Junta Militar é uma criação da Renamo, estratégia que teria sido pensada ainda na era-Dhlakama, no seguimento da enorme onda de desconfianças que ainda prevalece entre esta e o governo-Frelimo.

 Foi assim quando da implementação do Acordo Geral de Paz, durante o processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração (DDR) da guerrilha, onde se assistiu a uma estratégia que consistia no esconder de homens e equipamento militar, da ONUMOZ e do governo.

Curiosamente, no DDR renovado se assiste quase a mesmíssima asneira. Disse quase? Pois, claro !

Então, a Junta Militar surge na necessidade de garantir uma retaguarda segura, em caso de incumprimento do DDR. É difícil perceber que uma organização que foi capaz de, em 92, parar tudo e em simultâneo e a partir da voz de comando emitida em Roma, hoje possa consentir que Nhongo se rebelde, contra os objectivos supremos do partido.

Outrossim, é muito provável que Afonso Dhlakama tenha deixado instruções contundentes aos seus imediatos, adivinhando os vários cenários que viriam, e pelo pleno domínio que dizia ter do arqui-rival.

Em outubro de 2017, reagindo à invasão a Mocímboa da Praia, Dhlakama disse que através dos seus homens, soube tratar-se de um problema interno da Frelimo.

Logo, a Renamo possui uma Inteligência Militar à dimensão da agremiação, de contrário não teria empurrado a tropa governamental para o Acordo Geral de Paz.

Em síntese, a Renamo não tem que abandonar o diálogo tripartido. De contrário, isso poderá confirmar a tese, segundo a qual, a Junta Militar é mesmo uma sua criação.

De resto, o diz-não-diz pode ajudar o seu provável envolvimento.

Cabe às forças governamentais descobrir, no terreno, tudo que pretende que seja a Renamo a indicar – efectivo, bases, armamento e equipamento de que a Junta dispõe. Mas também cabe à Renamo, por ter andado a demonstrar vontade de contribuir para o aniquilamento da Junta Militar. Mesmo a fechar. Isto não passa de uma arrumação.

EXPRESSO – 30.10.2020

 

"O senhor Presidente só chefia o Governo, mas não é a encarnação dos interesses da sociedade. Não tem o direito de decidir pelo nosso futuro sem nos consultar. "

EUREKA por Laurindos Macuácua

Cartas ao Presidente da República (35)

Na quarta-feira, o Presidente disse que o diálogo com a Junta Militar da Renamo já começou, mas negou entrar em detalhes para explicar ao povo o que efectivamente está a acontecer.

Há aqui um grande equívoco. E a Frelimo chafurda nesse equívoco desde 1975. Confunde sempre interesses de Estado com os da Frelimo. Ou melhor, para o “glorioso” Estado e Frelimo são indissociáveis.

Mesmo que a Frelimo queira e lute para isso, Estado e Governo jamais serão meramente denominações diferentes para uma mesma realidade. O senhor Presidente só chefia o Governo, mas não é a encarnação dos interesses da sociedade. Não tem o direito de decidir pelo nosso futuro sem nos consultar.

Em nenhum momento lhe demos mandato para isso. Portanto, temos o direito de saber o que está a ser discutido com a Junta Militar da Renamo. Aliás, exigimos que nos informe! Este processo de diálogo, Presidente, deve ser aberto, transparente e inclusivo.

Nós não temos só de ouvir de si o que está a acontecer. Temos de participar. O bem- estar de Moçambique diz respeito a todos os moçambicanos e não somente a Frelimo. Temos de participar nesse diálogo para evitarmos o surgimento de futuras dissidências e vagas de instabilidade político-militar no País.

Desde sempre deixamos a Frelimo tratar dos nossos assuntos. Em que é que isso deu? Paz precária, assente sobre rancores e frustrações. É por isso que à mínima oportunidade que têm, esses frustrados subvertem os alicerces débeis de tal paz precária.

A discussão de assuntos de Estado, Presidente, e que dizem respeito a todos os cidadãos moçambicanos, não pode continuar a ser um privilégio de quem detém o poder e de quem apresenta uma contestação. Por outro lado, o Presidente diz que a Renamo não devia se distanciar deste diálogo porque os argumentos que têm sido colocados referem-se directamente à “perdiz”.

Até comparou isso como entrar em casa do vizinho sem o consentimento deste. E, por sua vez, a Renamo, na voz do seu secretário-geral José Manteiga, diz que o partido ainda não foi oficialmente informado sobre o tal diálogo.

Ademais: a parte mais interessada, a Junta Militar, apesar de mostrar-se disponível para dialogar, diz não ter sido ainda informada de nada. E como se isto fosse pouco, exige honestidade da parte do Governo se é que, de facto, quer pacificar o País.

 Mariano Nhongo, o líder desse grupo, diz que em 2019, as negociações fracassaram devido às inverdades do Governo.

Como vê, Presidente, temos aqui todos os ingredientes para o fracasso deste diálogo. Se queremos tratar assuntos sérios, de Moçambique, o que custa sermos transparentes? Qual é afinal, a verdadeira agenda da Frelimo- até pergunto isto como se não soubesse-?

DN – 30.10.2020

 

FELIPE NYUSI QUER CESSAR A GUERRA NO CENTRO PARA SE CONCENTRAR NA LUTA CONTRA OS REBELDES DO NORTE. SERÁ QUE CONSEGUIRÁ?

Por Francisco Nota Moisés

Os que andam de armas nas mãos contra o regime da Frelimo no Norte entendem o caráter tirânico da Frelimo melhor do que aqueles que no centro ou algures em Moçambique fazem o mesmo.  A diferença pode ser devido ao facto de que os rebeldes nortenhos são alguns homens que não foram contaminados pelos vícios da Frelimo que cria a pobreza para a maioria regional enquanto acarinha uns poucos que querem se aproveitar do seu favoritismo. 

Enquanto que os chingondos nortenhos não conheceram o favoritismo e na verdade viram a Frelimo cometer actos de discriminações regionalistas e a mover uma guerra contra o Islão, eles não entretem ilusões sobre a capacidade da Frelimo de envolver-se em actos hediondos.  E daí que a Frelimo pode se esquecer de que poderá negociar com os rebeldes nortenhos.

Os chingondos do centro foram transformados em escravos no sistema da Frelimo. Alguns deles aprenderam a ser oportunistas do gangue no poder dominado por sulistas com macondes como executores das suas ordens.  Mas os sulistas parecem ter cometido o erro de fazer um maconde o presidente do seu regime na firme crença de que o chingondo cabo delgadense salvaguardaria os seus interesses. Dum modo geral, o macondinho salvaguarda os interesses dos mais poderosos da Frelimo que são predominantemente sulistas, mas atribui poderes políticos aos membros da sua tribo, enquanto que a maioria da sua tribo minoritária está excluída e navega na pobreza lá em Cabo Delgado. 

Dai que macondes estão também envolvidos na rebelião do Norte, embora a propaganda da Frelimo  tenta fazer entender que a revolta e só dos muanes e portanto exclusivamente islâmica ou dos muçulmanos e chega mesmo a alegar que a guerra civil no Norte é movida do estrangeiro pelo tal Daesh ou Estado islâmico que foi esmagado na Síria e no Iraque. Liga a rebeldia a Daesh como forma de poder angariar o apoio de fora e principalmente do Ocidente que tem o dinheiro  para dar a corruptos e opressores de países africanos como os de Moçambique.

Espero que Mariano Nhongo e a sua Junta Militar não sejam enganados pelo regime da Frelimo que demonstra ser inimigo da paz pelo facto de que os seus comprados Ossufo Momade, André Magibire, José Manteigas e uns outros aldrabam guerrilheiros da Renamo para se entregarem à Frelimo, que logo os persegue, rapta e assassina uma vez fora das suas bases e desarmados. E tal comportamento não fere e choca o tal Mirko Manzoni, que actua como agente da Frelimo e o outro tal Sanchez Gaspar que se proclama embaixador da União Europeia para a Frelimo que diz que o tratado que Ossufo Momade conseguiu com Felipe Nyusi não pode ser reaberto ou renegociado.

Mariano Nhongo é um homem inflexível e espero que não será comprado como o Afonso Dhlakama antes dele e o tal traidor Ossufo Momade, agora satrapa do regime de Maputo,  que esta nem respeita, mas que ainda quer entregar mais homens da Renamo para a Frelimo depois perseguir, raptar e matar. Quem está armado contra o regime da Frelimo cava a sua própria mrte, se se deixar enganar pelas manobras da Frelimo que quer abafar a revolta no Centro para se concentrar na luta contra os rebeldes nortenhos. E espero que Nhongo não cometerá o erro de cair na jogada da Frelimo que quer só lutar contra os seus amigos do Norte como ele, o próprio Nhongo, descreveu os rebeldes do Norte.

 

Carreiras de Tiro dispersam populares em Cabo Delgado

No principio da tarde de hoje (29), o Bairro de Chuiba na Cidade de Pemba assistiu a uma carreira de tiros executada por um helicóptero.

Somam-se mais de 20 bombardeamentos nas redondezas da Quinta familiar do Presidente Nyusi.

Na noite de ontem, povoados da Vila Sede de Macomia, concretamente no Cruzamento, Nanga, Nacate, viveram momentos de carreira de tiro no período da noite. Contudo, praticamente todo o cidadão comum e desprovido de informação sólida refugiou-se para as matas com seus pertences básicos.

In http://pinnaclenews.net/carreiras-de-tiro-dispersam-poulares/

 

Ministro do Interior e Comandante da PRM contrariam-se sobre o número de terroristas abatidos. Onde "mora" a verdade?

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https://www.cartamz.com/index.php/politica/item/6441-ministro-do-interior-e-comandante-da-prm-contrariam-se-sobre-numero-de-terroristas-abatidos-onde-mora-a-verdade

NOTA: O descontrole é tão grande que já nem as "mentiras" combinam. Em quem confiar?

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE

 

Carta ao leitor: Moçambique abraça o contrabando transnacional de madeira

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https://www.cartamz.com/index.php/politica/item/6439-carta-ao-leitor-mocambique-abraca-o-contrabando-transnacional-de-madeira

 

Semanário Zambeze nº 928 de 29.10.2020

Zambeze 928 29.10.2020Leia aqui

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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

 

Renamo diz que "não tem nada a negociar" com Junta Militar do partido

A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, declarou hoje que "não tem nada a negociar" com a Junta Militar, mas enalteceu a trégua anunciada domingo pelo Presidente, Filipe Nyusi, nas ações contra aqueles dissidentes armados.

"Queremos dizer aqui e agora que, fora da nossa agenda, não temos nada a negociar com a autoproclamada Junta Militar", afirmou o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), José Manteigas, em conferencia de imprensa.

As declarações de José Manteigas seguem-se aos apelos na quarta-feira do ministro do Interior, Amade Miquidade, para que a Renamo ajude a persuadir a Junta Militar a aderir ao acordo de paz e ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).

"Considerando que as armas, as munições e o uniforme usados pela Junta Militar são da Renamo e que há uma umbilical ligação à Renamo, tem esta o dever patriótico, e no interesse da paz, de fornecer [ao Governo] toda a informação relativa à junta", afirmou Miquidade, falando na Assembleia da República.

Na conferência de imprensa de hoje, sem indicar nomes, o porta-voz do principal partido da oposição declarou que há pessoas que querem "empurrar" o partido para uma agenda que não é a sua.

José Manteigas felicitou a declaração de uma trégua de uma semana pelo Presidente da República nas ações contra a Junta Militar da Renamo, defendendo que o gesto pode ajudar a "resgatar a paz".

"O presidente Ossufo Momade e o seu partido, a Renamo, encorajam o Presidente da República a prosseguir com esta iniciativa que, em última análise, acreditamos, visa resgatar a paz e a reconciliação", afirmou o porta-voz da Renamo.

A trégua declarada por Filipe Nyusi corresponde aos sucessivos apelos do líder da Renamo "no sentido de chamar à razão os integrantes da Junta Militar".

"O nosso compromisso é firme quanto a este desiderato, razão pela qual, o nosso Presidente, general Ossufo Momade, está a dirigir o processo de DDR com toda a responsabilidade e serenidade", declarou.

A Renamo, prosseguiu, é "apologista da democracia quer internamente quer no contexto estadual e o nosso fim último é a defesa do nosso povo".

A Junta Militar da Renamo é um movimento de guerrilheiros dissidentes do principal partido da oposição de Moçambique que contesta o líder eleito no congresso de 2019, Ossufo Momade, e o acordo de paz assinado entre a Renamo e o Governo moçambicano em agosto de 2019.

O grupo surgiu em junho de 2019 e ameaçou pegar nas armas caso não fosse ouvido, sendo desde então o principal suspeito da morte de cerca de 30 pessoas em ataques contra autocarros, aldeias e elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no centro do país.

Ao mesmo tempo, o grupo tem recusado vários apelos ao diálogo, inclusive patrocinados pelas Nações Unidas e União Europeia, entre outros parceiros.

O líder da junta, Mariano Nhongo disse na segunda-feira à Lusa que estava disposto a encetar diálogo proposto pelo Presidente da República, no âmbito da trégua de uma semana que Filipe Nyusi declarou no domingo.

LUSA  - 29.10.2020

 


 

Terroristas assassinam sargento da Guarda Fronteira em Palma

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A paz é um sonho

 

Por Edwin Hounnou 

Esta é a nossa realidade, à maneira marxista-leninista, que não tolera partilhar o mesmo espaço político e geográfico com as demais forças politicas concorrentes. O cerco é cada vez mais apertado ainda quando a força política que chega ao poder com uma certa legitimidade ou por via das armas, como é o nosso caso. A intolerância reduz o outro a nada e sufoca o outro. A exclusão fala mais alto quando se entra em contacto com as instituições públicas ou delas procura tirar benefícios. As portas não se abrem para quem não seja do partido no poder. As portas de sucesso não se abrem não pela falta de competências, mas, quando a falta de pertença ao partido governamental.

O cartão vermelho, símbolo da Frelimo, continua a ser a chave mágica que abre todas as portas de oportunidades de negócio, de um bom emprego, até de ficar rico qualquer esforço  e, como agora está ficando na moda, abocanhar todas as adjudicações directas de obras e prestações de serviços e fornecimento de bens ao Estado. Em todos aspectos - politico, social e económico – o partido no poder continua a manter a postura dos anos da independência, admitindo, apenas, níveis ínfimos de tolerância para agradar os “parceiros de cooperação" que gostariam de ver que, entre os moçambicanos, também uma aparente democracia multipartidária e, assim, permitir o fluxo de apoios financeiros. A exclusão nos actos públicos é um factor gritante que ainda ameaça a paz.

A Frelimo não permite nem mesmo aos partidos com assento parlamentar trabalharem em Inhambane, Gaza.  Em algumas províncias o espaço está parcialmente fechado. A Renamo e o MDM sabem do que estamos a falar. Ossufo Momade e Daviz Simango sempre sofrerem vexames e perseguições nas suas digressões pelas províncias.  Na Maxixe, operadores turísticos tiveram que devolver ao MDM o dinheiro de arrendamento de sala, alegando que terem sido alertados de que haviam de sofrer represálias caso  alojassem a oposição. Poucos dias depois, mesmo aconteceu com o presidente da Renamo viu suas actividades inviabilizadas por grupos da Frelimo. 

A OJM e OMM, organizações sociais da Frelimo, são especializadas na inviabilização das actividades dos partidos da oposição. Com quem, afinal, a Frelimo se quer reconciliar, se nem mesmo a Renamo, que tem armas, não lhe permite trabalhar com tranquilidade? A paz e reconciliação bafejam somente a Filipe Nyusi e Ossufo Momade, que se abraçam efusivamente, mas as perseguições contra quem pensa diferente continua. O G40 descaracteriza o pensar diferente e os esquadrões da morte ainda raptam e matam.

É absurdo falar da paz e reconciliação nacional enquanto houver um grupo de pessoas a se comportarem como se ainda estivéssemos nos primórdios da independência em que era expressamente proibida a existência da oposição. Em países democráticos, ninguém ganha tudo assim como ninguém perde  tudo. O perder tudo é uma fonte de conflitos que desaguam em guerras. Nenhuma boa governação resiste à alternância ao poder. Alternância e democracia são condimentos essenciais para a paz e reconciliação. O país vem sendo (des)governado pelo mesmo partido, há 45 anos, passando uma certidão de incompetência ao povo que aflui às urnas para escolher um outro tipo de governação. Não há alternâncias no comando do Estado enquanto a Frelimo continuar a fazer megafraudes eleitorais com ajuda e beneplácito da policia e dos órgãos eleitorais. 

Não pode haver paz nem reconciliação num país onde as eleições servem para legitimar os corruptos e bandidos e não pode trazer a paz e desenvolvimento nacional. A paz é sinónimo de desenvolvimento e não há paz sem desenvolvimento. A corrupção e a exclusão social ofuscam paz e mina o desenvolvimento socioeconómico. O que faz crescer um país e o torna rico não é, apenas, a abundância dos seus recursos mas a inteligência e visão do governo e o trabalho árduo do seu povo. Um governo corrupto é uma fonte permanente de conflitos. Um mau governo joga o povo para a fornalha.

A situação permanente de conflitos e de guerras por que passamos se deve ao tipo de governos que têm dirigido os destinos do nosso país  e não à qualidade dos nossos vizinhos, como costumam propagar os comissários do regime frelimista. A descoberta de imensos atiçam a corrupção e amaldiçoam o futuro das gerações vindouras do nosso país. Os parceiros de cooperação juntam-se a “feiticeiros" que gastam 30 milhões de dólares com as importações de papel higiênico, como revelou o ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, na semana finda. Isso é muito vantajoso para os corruptos.

Vozes estranhas ecoam no nosso horizonte político sugerindo que o Acordo de Paz Definitiva não pode ser renegociado. Essas vozes estão a insultar a nossa dignidade.  A renegociação ou não de um acordo deveria ser um assunto, estritamente, interno, que dissesse respeito aos moçambicanos, mas lemos e vemos individualidades a fazerem pronunciamentos a esse respeito que roçam a diplomacia. A única coisa que não pode ser renegociada é a Lei de Deus. Todo o resto é renegociável. Seria bom que essas brilhantes vozes da diplomacia internacional aconselhassem aos seus “bradas" para pararem com os raptos, exclusão socioeconômica de gente que não seja do partido no poder. São as injustiças que ameaçam a paz e não as armas nem o que denunciamos.

Os raptos de membros da Renamo recentemente reintegrados no âmbito da DDR, nas províncias de Manica e Sofala, prosseguem. Valeu a pena entregar as armas, para depois virem a ser apanhados e degolados  como se fossem animais selvagens? Parece ser um equívoco dizer que a paz que o acordo preconiza seja abrangente para todos ou se limita somente a bafejar aos seus signatários, designadamente, Filipe Nyusi e Ossufo Momade, pois a incerteza sobre o amanhã ainda paira nas mentes dos que abraçaram a causa da Renamo ou com ela se identifica. Ninguém se bateu por esse tipo de paz e a guerra não é nenhum destino traçado por Deus atravessado no caminho do povo moçambicano.

O pensamento único é coisa que se cultiva em sistemas comunistas e pensar diferente constitui, como ficou provado entre nós, um crime que pode custar a vida. 

O ser diferente, agir diferente e pensar diferente constituem um sério perigo. As eleições fraudulentas servem para dar continuidade da mentira. Os acordos visam a realização de eleições e não a estabelecer uma paz efectiva, desenvolvimento e paz. Depois de cada ciclo eleitoral, as armas voltam a semear a morte. A causa das guerras por que passamos se assentam no monopólio do poder por indivíduos para se  enriquecerem de maneira ilícita, promovendo um único partido em detrimento das demais forças políticas, contra as quais se mobiliza a polícia, os tribunais e os órgãos eleitorais.

Estamos a caminhar para um estado falhado e isso não se deve por culpa do colono de ontem, mas por causa do colono de hoje que partidariza o estado o que lhe permite acumular riqueza de maneira ilícita.  O novo colono julga que chegou a sua vez de, também, comer. O sistema colonial punia, com agravo, os seus corruptos e ladrões enquanto os novos colonos se juntam para saquear o nosso Estado e se defenderem uns aos outros quando as coisas não lhes correm bem. A dança dos loucos das dívidas ocultas  elucida como funciona a máfia. Até a Procuradoria-Geral da República, um defensor do Estado, foi mobilizada para defender os gatunos e saqueadores do nosso futuro, desviando fundos públicos que tanta falta fazem para os sectores sociais e económicos.

CANAL DE MOÇAMBIQUE – 28.10.2020

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 

Semanário Canal de Moçambique nº 587 de 28.10.2020

Cmc 587 28.10Leia aqui

Download Cmc 587 28.10.2020

 


Filipe Nyusi diz que diálogo com a autoproclamada Junta Militar da Renamo já começou

 

28/10/2020

"Isto é batota" -Afirma Mariano Nhongo

 

28/10/2020

Pemba sem espaço para mais deslocados do norte de Moçambique

 

28/10/2020

Análise: Pode o gás ajudar a desenvolver Moçambique?

 

O Presidente Executivo da Câmara de Petróleo e Gás de Moçambique, Florival Mucave, considera que o país está a entrar numa nova era de crescimento económico generalizado e de estabilidade, mercê da gestão estratégica dos seus recursos de gás natural.

Analistas ouvidos pela VOA discordam e dizem que esta figura que Mucave está a descrever não é de Moçambique.

Mucave, em artigo "Como Moçambique pode garantir todos os benefícios do petróleo e gás", distribuido pela Câmara Africana de Energia, diz que "ao gerir estrategicamente os seus vastos recursos de gás natural, monetizando-os e aproveitando-os para industrializar a nação e desenvolver o sector privado em todo o país, Moçambique está a entrar numa nova era de crescimento económico generalizado e de estabilidade".

"Não sabemos de que país ele está a falar, porque essa figura que ele está a descrever não é de Moçambique", afirmou, em reação, o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga.

Segundo Nuvunga, "Moçambique continua no fundo do poço com uma dívida insustentável, sem perspectivas nem de crescimento, nem de receitas para poder sair da situação em que se encontra"

Referiu que "aquilo que nos parece é que Moçambique vai continuar a endividar-se, digamos, numa dívida sem qualidade do ponto de vista de governação, uma dívida muito problemática para aquilo que são as contas públicas e o futuro do país".

O director do CDD diz não conhecer um documento que clarifique a gestão estratégica defendida por Mucave, acrescentando que existia o Plano Director do Gás, um documento já desactualizado".

Explosão social violenta.

Entretanto, para o economista Constantino Marrengula, Moçambique pode mudar, sendo que o desafio é conseguir crescer o máximo através do produto que resultar da exploração do petróleo e gás.

Por seu turno, o economista João Mosca considera haver uma certa etnização das empresas já constituidas para a distribuição de petróleo e gás e fazer a manutenção e recuperação de portos e outras infraestruturas, que pode não ser benéfica em termos daquilo que se espera da exploração destes recursos.

Outros analistas defendem que tem que haver reformas que não permitam apenas a acumulação do grande capital em desfavor da maioria dos moçambicanos carenciados, porque isso pode resultar numa explosão social violenta.

VOA – 27.10.2020

Advogado de Manuel Chang diz ser "chocante" a falta de decisão do Governo sul-africano

 

Rudi Krause não entende a demora do ministro da Justiça e Serviços Correcionais, Ronald Lamola, em decidir sobre a extradição do antigo ministro

O advogado do antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang disse à VOA que quase dois anos depois da prisão do seu cliente na África do Sul continua a não saber o que as autoridades tencionam fazer quanto aos pedidos de extradição apresentados pelos Estados Unidos e Moçambique.

Questionado sobre qual a situação de Manuel Chang, o advogado sul-africano respondeu estar na “mesma posição que você”.

“É chocante que o ministro da Justiça e Serviços correcionais ainda não tenha tomado uma decisão sobre o sr. Chang”, disse o advogado

Manuel Chang foi preso na África do Sul em dezembro de 2018 a pedido das autoridades americanas que o querem julgar pelo seu envolvimento no chamado caso das “dívidas ocultas” em que o Estado moçambicano perdeu cerca de dois mil milhões de dólares num negócio no qual alegadamente Chang teria sido subornado.

Os pagamentos teriam sido feitos através de bancos americanos em violação das leis dos Estados Unidos, o que levou a justiça americana a sair no encalce do antigo ministro e seus colaboradores.

O Estado mocambicano e o próprio Chang opuseram-se à extradição para os Estados Unidos e, segundo o Centro de Interidade Pública (CIP), o Governo de Maputo gastou mais de milhão e 500 mil dólares em advogados para tentar impedir a extradição de Chang para os Estados Unidos.

No ano passado, após uma longa batalha legal, o tribunal distrital de Kempton Park sentenciou que Manuel Chang era extraditável e o então ministro da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul, Michael Masutha, decidiu pela sua extradição para Moçambique, dias antes de deixar o Governo.

Após a posse de um novo Executivo, em julho o nóvel ministro da pasta, Ronald Lamola, revogou a decisão do seu antecessor e pediu ao Tribunal Supremo de Joanesburgo a revisão da decisão.

O tribunal devolveu o caso ao ministro Lamola para decisão final, o que até agora ainda não aconteceu.

VOA – 27.10.2020

 


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

Jornal Público nº 522 de 26.10.2020

Jornal Publico 522 26.10.2020Leia aqui

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Líder de guerrilheiros dissidentes disposto ao diálogo em Moçambique

Mariano_NhongoMariano Nhongo, dissidente da guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), disse hoje à Lusa estar disponível para "negociar com o Governo" uma solução para acabar com os ataques armados do seu grupo no centro do país.

"A Junta Militar está disposta a negociar com o Governo, mas só se for uma negociação de verdade", disse em declarações por telefone, em reação à trégua anunciada no sábado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Nhongo pediu a divulgação prévia de uma petição enviada há um ano ao Governo.

LUSA – 26.10.2020  

 

Projeto de gás da Total investiu 200 milhões de dólares em empresas moçambicanas

O projeto de exploração de gás natural da Total no norte de Moçambique investiu até hoje cerca de 200 milhões de dólares (170 milhões de euros) em empresas moçambicanas, anunciou a petrolífera francesa.

Aquele valor faz parte de um total de 850 milhões de dólares (cerca de 720 milhões de euros) gastos com empresas registadas em Moçambique, nas obras do complexo industrial e infraestruturas associadas em Afungi, província de Cabo Delgado.

Os números constam de um comunicado alusivo à divulgação de oportunidades de negócio para 2021 em dois seminários através de plataformas eletrónicas que na última semana reuniram cerca de 100 empresas moçambicanas.

"O nosso foco, em parceria com o Governo moçambicano, é aumentar a competitividade das companhias locais para maximizarmos as oportunidades para a participação local", referiu Thomas Rodriguez, gestor de conteúdo local da Total, citado no comunicado.

Um primeiro seminário havia sido realizado em julho perspetivando as aquisições a seis meses.

Falar das oportunidades para o ano de 2021 "permite uma maior preparação do empresariado", referiu Thomas Rodriguez, enfatizando que "o projeto vai continuar a dar preferência às empresas moçambicanas, mas elas deverão ser competitivas, preenchendo os requisitos do projeto em termos de planificação, qualidade, quantidade e custo".

"Sempre que pertinente, encorajamos as empresas locais a criarem as necessárias parcerias entre si ou com empresas estrangeiras, para fortalecer a sua capacidade competitiva para concorrerem com sucesso às oportunidades de negócio providenciadas pelo projeto", acrescentou.

As oportunidades de negócio foram apresentadas por quatro das empresas contratadas pelo projeto, a CCS JV, o principal consórcio contratado para engenharia, aquisições e construção em terra (onshore), a TechnipFMC e Van Oord, que formam o consórcio MTV para engenharia, aquisições, construção e instalação dos sistemas subaquáticos (offshore) e a Gabriel Couto, empresa portuguesa contratada para a construção do aeródromo de Afungi.

A procura centra-se, entre outros aspetos, no fornecimento de bens e serviços nas áreas de saúde e segurança no trabalho, construção, manutenção, alimentação, gestão de alojamentos, transporte (rodoviário e marítimo) e equipamentos elétricos e de escritório.

A petrolífera francesa mantém o ano de 2024 como prazo previsto para a primeira entrega de gás, esperando-se atingir a plena produção (13,12 milhões de toneladas/ano) em 2025.

O consórcio tem contratos de venda fechados sobretudo para mercados asiáticos (China, Japão, Índia, Tailândia e Indonésia), mas também europeus, através da Eletricidade de França, da Shell e da britânica Cêntrica.

A Total lidera o consórcio da Área 1 com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo outras participações à indiana ONGC Videsh (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).

O projeto avança apesar da violência armada na província de Cabo Delgado, a poucos quilómetros do recinto de obras e que está a provocar uma crise humanitária com 1.000 a 2.000 mortos e cerca de 300.000 deslocados.

LUSA – 26.10.2020

 

Ataques em Cabo Delgado: Discurso do Comandante da UIR leva à desvinculação de dezenas de soldados

Leia aqui

https://www.cartamz.com/index.php/politica/item/6399-ataques-em-cabo-delgado-discurso-do-comandante-da-uir-leva-a-desvinculacao-de-dezenas-de-soldados

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