"Nessas coisas de política é evidente que está à deriva!"

EUREKA por Laurindos Macuácua

Cartas ao Presidente da República (42)

Pouco tempo depois de o Presidente da República terminar o informe sobre o estado geral da Nação, pseudo-analistas políticos já pululavam nos meios de comunicação social - pagos pelo bolso popular - para enaltecer o tal “informe”.

Sinceramente, duvido do discernimento de quem vê mérito naquele “informe ” .

Não. Não somos todos hipócritas. Há muito que o rei vai nu e eu não vou fingir que o não vejo .

Como é que o Presidente afirma , de boca cheia , que já que a Junta Militar da Renamo não quer ouvir , não quer negociar, as Forças de Defesa Nacional não têm outro remédios e não actuar.

E eu que pensei que já estavam a actuar e só não conseguem nada porque não têm cabedal suficiente, ainda mais com a situação de Cabo Delgado! Vão actuar? Como? Com que m eios? Com a situação calamitosa em Cabo Delgado, sinceramente não sei como é que o Presidente ainda consegue tempo para dar larga à sua infinita capacidade de dizer disparates em público.

Para se auto ridicularizar. Há muito que o Presidente da República vem pedindo demissão do cargo que ocupa.

A s suas palavras, mesmo as do “informe” desta semana, equivalem a isso. Porquê, “coitado”, não há-de ser merecedor de deferimento?

Julgo que é oportuno e conveniente para que possa gastar o seu tempo naquilo que mais gosta.

Nessas coisas de política é evidente que está à deriva! Sessenta anos é idade suficiente para alguém ter juízo, mas há quem, com a mesma idade, ainda apresenta características de um adolescente brincalhão, indiferente ao que diz e faz.

Há quem acredita, piamente, no trocadilho de palavras.

DN – 18.12.2020