"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sábado, 12 de dezembro de 2020

 

Em que é que o Governo anda ocupado?

Existe limite para tudo. E o Governo da Frelimo já atingiu o seu. O Governo parece atabalhoado. Parece não possuir nenhuma estratégia para combater os “jihadistas” que devastam a província de Cabo Delgado.

E ao povo moçambicano nega dar qualquer informação sobre o que está a acontecer no terreno. Tudo o que o povo sabe sobre Cabo Delgado é por via da imprensa internacional ou de alguns jornais nacionais que o Presidente da República diz estarem ao serviço de terroristas.

É muito fácil atacar os outros do que fazer uma introspecção! Esta falta de comunicação sobre o que está a acontecer em Cabo Delgado é preocupante, sobretudo quando lemos na imprensa internacional que o Governo na recente cimeira da SADC só foi apresentar “uma lista de compras”. O Governo não tem estratégia para combater o inimigo? Quem lidera, afinal, o Governo da Frelimo? O que ele pensa do que está a acontecer?

E nós devíamos calar e não perguntar nada com medo de sermos considerados anti-patriotas pelo Governo da Frelimo? Anti-patriota é quem compactua com esta mediocridade!

Nós, no nosso modesto entender, achamos que não custa nada, à semelhança do que acontece no contexto da pandemia, fazer-se um ponto de situação semanal para a imprensa sobre o que está a acontecer em Cabo Delgado.

A atitude do Presidente da República, sabe-se lá o que lhe dizem os seus assessores, revela que pouco se importa em respeitar o seu dever de comunicar com a nação sobre assuntos graves. Revela que a vacatura de Presidente da República ainda não foi ocupada. Precisamos de um Presidente! Se ainda não temos, de facto, um Presidente da República, pelo menos devíamos ter um chefe de Estado Maior General.

É duro ser moçambicano. É duro sermos órfãos de ambos. Se o tivéssemos, talvez seria este a mostrar aos moçambicanos que existe alguém que os respeita. O ministro da Defesa parece-nos perplexo. Não entende exactamente, das poucas vezes que assoma para falar de Cabo Delgado, o que dizer. Fala de ganhos das Forças de Defesa e Segurança que no terreno não existem.

A comunicação parece desnecessária, mas não é. Ajuda o povo a compreender o que está a acontecer no teatro de operações. Evita especulações. Aumenta a solidariedade e a confiança no Governo.

Claro que haverá derrotas e revezes a comunicar, mas isso é normal. Esconder o que está a acontecer em Cabo Delgado só para um Governo que não sabe porquê está a governar ou o que é isso de governar.

Se os governantes não estão atarefados na busca de soluções para a questão de Cabo-Delgado, então, o que é que lhes ocupa? De que é que eles se ocupam, afinal? Haverá, na actualidade moçambicana, questão mais importante do que a guerra em Cabo Delgado? Que negócio é esse tão rentável que ocupa os governantes da Frelimo? (Laurindos Macuácua)

DN – 11.12.2020

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