Por: Dias Valas
Só num País de impunidade extrema é que podem morrer uns milhares de pessoas, deslocadas e desemparadas outras centenas de milhar e.... e.... tudo ficar tal e qual.
Um ciclone que havia sido previsto com semanas de antecedência, mas, por ironia mordaz, que morde mesmo, as autoridades falam como se fosse algo que lhes encontrou de surpresa. Como se tivesse sido um fenómeno que surgiu com o repentismo dos habituais Breaking News.
O Presidente da República chegou inclusivamente a sentir-se mais impelido a ir ver troncos femeninos meio desnudados, com seios ponteagudos a vista, na companhia do vizinho Rei hiper Poligámo, do que ficar a comandar pessoalmente as acções de mitigação do "desastre humanitário".
Para nos escandalizar ainda mais, há ainda uns escrevinhadores, defensores oficiais e oficiosos do regime que ousaram perguntar: mas o que o PR podia ter feito?...E à moda do português da pérola do índico, o Moçambiquês, fazer a pergunta deste jeito: afinal era para o Presidente entrar dentro do ciclone e lutar com ele?
Quer dizer, sabiam da proximidade do ciclone, sabiam dos prejuízos que podia causar, sabiam aonde o mesmo iria embater com toda fúria, mas comportaram-se como se nada disso fosse verdade.
O que me vem à cabeça é que existe uma ignorância congénita no nosso Governo; existe ainda mentalidade do tempo paleolítico no nosso Conselho de Ministros; existe, em fim, uma mentalidade obscurantista e idólatra no nosso Presidente.
Como é possível perante todos os factos cientificamente comprovados de proximidade de um ciclone nada fazeram? Apenas umas mensagens inócuas de ocasião como "saiam das zonas baixas para zonas altas"..... "evitem permanecer nos locais propensos a inundações"...apenas isso, mas nunca tomaram a sério este assunto.
Nunca acreditaram que pudesse ocorrer de facto o ciclone nas dimensões que a ciência meteorológica informou. Não crêem nisso. É coisa de "teorias da mão externa"....."coisas dos brancos". Em suma, temos um Governo de terno e gravata, mas com mente anacrónica: espiritualmente ainda estão no tempo da caça e recolecção.
Todos os anos, todas as épocas, o discurso e a prática em relação as calamidades naturais é sempre de um Governo "surpreendido" pela natureza. Deus mandou dominar sobre a terra e não ser dominado por ela. O nosso Governo comporta-se como os animais e os bichos, exclusivamente dependentes dos extintos e não do cérebro e do raciocínio.
Viver pelo instinto. Governar caoticamente. Lidar com a natureza como algo fatal, incontornável, inelutável. Bem a modo da expressão do perfeito comodismo africano: paciência.
O chineses devastaram em menos de 10 anos, segundo o último Inventário Florestal Nacional , cerca de 26% das nossas florestas. Que deve fazer o povo: ter paciência.
Foi entregue a uma tríade da máfia Económica internacional, terrenos correspondentes a duas províncias, a um execrável projecto denominado Prosava. Que deve fazer o povo: Paciência.
Os recursos marinhos estão a ser "aspirados" por piratas com ligações com a nomenclatura actual da Frelimo. Que fazer? Paciência!
Os recursos minerais a ser assaltados por "garimpeiros" de média e alta gama, isto é, uns com licença e outros sem papéis, mas todos com mesmo objectivo: evaporar toda riqueza do País. Que fazer? Paciência.
Num País em que se o povo já tivesse saído da babalaze da falsa ideologia dos comunistas tardios, neste momento já deviam começar a abarrotar as cadeias, cujos principais inquilinos viriam primeiro do Conselho de Ministros e depois da extensão do Governo nas Províncias e distritos. Está mais do que na hora de prender a Frelimo. É esta organização, a principal culpada por toda esta tragédia que se abateu sobre os Moçambicanos.
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