22/02/2019
A petrolífera norte-americana Anadarko disse que as quatro pessoas feridas ontem durante um ataque armado à caravana da empresa em Cabo Delgado, não correm perigo de vida.
"Não correndo perigo de vida, quatro pessoas encontram-se a receber tratamento para ferimentos", refere um comunicado da empresa enviado ontem à Lusa.
O ataque ocorreu por volta das 16:50, quando a caravana seguia para o acampamento da multinacional em Afungi, explicou uma fonte que integrava a caravana, que permanece retida no local sob escolta das Forças Armadas de Defesa e Segurança por algum tempo.
O grupo, desconhecido e que integrava cerca de 15 homens, vestidos de preto, disparou contra a caravana, tendo ferido quatro pessoas, e obrigado os carros a seguirem caminhos diferentes, segundo a fonte.
No seu comunicado, a petrolífera acrescenta que está em contacto com as autoridades governamentais para assegurar medidas necessárias para a protecção dos colaboradores do projecto.
"A segurança, protecção e bem-estar das nossas pessoas é sempre a nossa principal prioridade", refere a empresa, acrescentando que continuam a acompanhar a situação e oportunamente trará mais elementos.
Este é o primeiro ataque conhecido a alvos de empresas envolvidas nos projectos de gás na bacia do Rovuma desde a eclosão, em Outubro de 2017, da violência armada em Cabo Delgado.
A onda de violência em Cabo Delgado eclodiu após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes desde há dois anos.
Depois de Mocímboa da Praia, ocorreram vários ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de grupo, sempre longe do asfalto e fora da zona de implantação das fábricas e outras infraestruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás natural.
A petrolífera Anadarko já havia anunciado à Lusa que as obras estavam a decorrer com "segurança reforçada", devido a proximidade dos ataques anteriores.
LUSA – 22.02.2019
NOTA: Posso acrescentar que "um carro da Gabriel Couto empresa que está a fazer o aerodromo fugiu, foi apanhado, o condutor foi desmembrado e o carro queimado". (Recebido por email)
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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