"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 15 de maio de 2017

Nós e a Kroll

segunda-feira, 15 de maio de 2017


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Nós e a Kroll
No actual trajecto penoso do endividamento oculto há uma percepção colectiva que vem alimentando um equívoco: o de olharmos para a Kroll com desconfiança. Isso é um grande erro.
No regabofe da dívida atuneira e afins, a Kroll aparece para nos ajudar a perceber quem orquestrou e partilhou do banquete e quem se sentou na mesa de honra. A Kroll não participou da jantarada. Por isso, devia ser olhada com simpatia. Até porque seu atraso recente teve a ver com sua preocupação em aprofundar um capítulo essencial do relatório: onde foi o dinheiro?
É preciso que se compreenda que a qualidade e profundidade do seu relatório não depende dela: depende dos Termos de Referência (TORs). E estes foram sancionados pela Frelimo. Aliás, os TORs foram acordados pelo Governo, a Suécia e o FMI em segredo e longe do parlamento.
Mas até é provável que a Kroll tenha tentado ir mais longe, furando as balizas delimitadas pelos TORs mas,, se for o caso, isso vai ser rechaçado.
No seu press release, ontem, a PGR anunciou que se prepara para analisar a conformidade do relatório da Kroll com os TORs. Ou seja, se a Kroll tiver cavado mais fundo que os TORs prevêem, o material dessa extração vai ser retirado do documento.
Ontem também, o FMI e a Embaixada da Suécia anunciaram que esperam que a PGR divulgue, primeiro, um resumo do relatório para os moçambicanos. E depois sua versão integral. Mas isso responde parcialmente às expectativas da sociedade.
O que se exige é que o Governo Sueco e o FMI sigam as boas práticas internacionais: publicação do relatório tendo como um dos anexos os TORs.

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