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segunda-feira, 8 de maio de 2017

De olho no gás de Moçambique, Air France-KLM deverá restabelecer conexão aérea Paris - Maputo
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Destaques - Nacional
Escrito por Adérito Caldeira  em 05 Maio 2017
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Os governos de Moçambique e da França rubricaram nesta quarta-feira(03) um acordo de prestação de serviços aéreos que abre os céus nacionais a uma da maiores companhias aérea do mundo, a Air France-KLM, tendo no horizonte a exploração de gás natural na Bacia do Rovuma, onde a petrolífera francesa Total tem duas concessões. Ademais este acordo poderá dar um empurrão para que a aviação civil moçambicana deixe de estar na lista negra da União Europeia.
“O acordo que acabamos de assinar representa o culminar das negociações entre os dois países e visa o estabelecimento de ligações aéreas entre Moçambique e França”, afirmou Carlos Mesquita, o ministro dos Transportes e Comunicações, que precisou ao @Verdade que no âmbito deste acordo companhias aéreas do país europeu poderão voar para Maputo assim como os operadores da aviação civil moçambicana “devidamente registados” poderão voar para Paris.
“Para voar aqui dentro é outro tipo de licenciamento”, acrescentou o ministro Mesquita. Falando após a assinatura do acordo o embaixador da França, Bruno Clerc, afirmou “Não posso prever quando é que as ligações directas entre os nossos dois países poderão de novo ser estabelecidas, mas este acordo é uma etapa essencial nessa perspectiva”.
O desejo de restabelecer a ligação aérea entre as capitais da França e de Moçambique não é novo, em 2014 Frank Legre, vice-presidente do grupo de aviação franco-holandês, revelou que o grupo Air France-KLM estava em negociações com as autoridades moçambicanas para o efeito. A economia de Moçambique “está em crescimento rápido e a descoberta de depósitos de gás natural tornam o país atrativo”, afirmou Frank Legre a publicação financeira Bloomberg dois anos após a petrolífera Total adquirir uma posição de 40% nas áreas 3 e 6 da Bacia do Rovuma que eram propriedade maioritária da Petronas Gás, estatal petrolífera da Malásia.
Desde 2016 a Total passou a controlar 90% dessas concessões, que juntas possuem extensão de 15,2 mil quilómetros quadrados, estando os restantes 10% na mão do Estado moçambicano através da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, e tinha previsto iniciar as perfurações offshore durante o presente ano.
Acordo com a França poderá ser um empurrão para sair da lista negra Europeia
Entretanto o embaixador francês revelou que “as ligações directas com a França não dizem respeito apenas a Paris. Outras companhias francesas tais como a Air Austral, baseada na Ilha Reunião, estão desejosas de efectuar voos de Saint-Denis para Maputo. Espero que o acordo que hoje assinamos permita ajudar na realização desse projecto que poderia inscrever-se na vontade de desenvolver a conectividade aérea na região”.
“As companhias aéreas Air Austral, Air Madagáscar, Air Maurícias, Air Seychelles assinaram em Setembro de 2015 um acordo que cria a Alliance Vanille, que visa o melhoramento global da competitividade regional através do reforço da oferta turística, desenvolvimento do tráfego, facilitação dos negócios e acréscimo das trocas comerciais nesta região Oceano Indico. Nada proíbe imaginar que outras companhias, tais como a LAM, possam um dia participar nessa aliança”, acrescentou Bruno Clerc.
Desde 2011 que nenhum operador de aviação civil registado em Moçambique pode voar para o espaço aéreo Europeu “por serem consideradas perigosas e/ou não serem devidamente controladas pelas respectivas autoridades competentes”.
Contudo o @Verdade apurou que durante a semana passada as autoridades da aviação civil moçambicanas, na sequência da última auditoria realizada pela Organização Internacional de Aviação Civil(ICAO, sigla em inglês) ao Instituto de Aviação Civil de Moçambique, foram recebidos pelo Comité de Segurança Aérea da União Europeia tendo em vista a saída do nosso país da chamada “lista negra”, que será actualizada ainda durante este mês de Maio.
Aliás este acordo com a França poderá ser um empurrão para o levantamento do banimento pois o @Verdade revelou que a entrada na “lista negra” aconteceu na sequência de uma má sucedida parceria estratégica que em 2010 as Linhas Aéreas de Moçambique encetaram com a Air Seychelles, uma subsidiária da Air France.

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