12/08/2020
Nuno Rogeiro
Facebook 11ag2020
O REINO DO SANGUE
Combates intensos continuam em torno e dentro de Mocimboa da Praia.
Grupos de combate do Daesh infiltraram-se em vários bairros (quadriláteros vermelhos) e lançaram o que as FDS descrevem como «ofensiva inesperada de dentro para fora», apanhando várias unidades de surpresa.
Há (pelo menos) cerca de 20 mortos entre os militares e polícias.
O Daesh pôs a circular imagens horríveis de 12 jovens recrutas das FDS, ceifados na flor da idade. Espero que ninguém as publique. Fez também divulgar (por Telegram) um comunicado reclamando a morte de 200 homens das forças moçambicanas, o que parece ser uma rotunda mentira.
E reivindica a destruição, por fogo de RPG-22, de uma embarcação do tipo DV15, da marinha, alvejada a partir do porto de MdP. O que se confirma.
Confirmado ainda o roubo de muito equipamento militar às FDS (últimas fotos).
A intervenção de helicópteros e novos tipos de munições dos militares moçambicanos obrigaram o EIPAC a retirar com muitos mortos e feridos, deixando também muitos no terreno, mas a situação continua instável, e a vila-sede pode cair nas mãos dos Jihadistas. Em muitos aspectos, é hoje «terra de ninguém».
A verdade é que as FDS tiveram sérios problemas de escassez de equipamento, enquanto que o Daesh recebeu reforços das suas «bases mães», via marítima e pela Tanzânia. Esta começou a tomar a sério a ameaça, e lançou anteontem a sua Brigada Sul contra esconderijos do Daesh nas matas da margem norte do Rovuma.
Não nos esqueçamos de que o Daesh anunciou a sua presença na Tanzânia em 2016 (foto), antes de se declarar na RDC, na Puntlândia e em Moçambique
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