"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
Presidente de Moçambique pode ser envolvido no julgamento em Londres
31/08/2020
Presidente de Moçambique pode ser envolvido no julgamento em Londres
O Credit Suisse ameaça arrolar o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, no julgamento que opõe o banco de investimento ao Estado africano no Tribunal Superior de Londres no caso das 'dívidas ocultas', que deverá ser julgado no próximo ano.
Num documento submetido ao tribunal, o Credit Suisse admite adicionar o chefe de Estado ao processo como réu ”para responder pelas suas irregularidades”.
Os advogados do banco terão solicitado às autoridades moçambicanas, numa carta de 11 de maio, a confirmação de que o chefe de Estado não reivindica ou se reunia à imunidade relativamente a este caso, mas até julho ainda não tinham recebido resposta.
A Procuradoria-Geral de Moçambique iniciou este caso na justiça britânica para tentar anular a dívida de 622 milhões de dólares (552,6 milhões de euros) da empresa estatal Proindicus ao Credit Suisse e pedir uma indemnização que cubra todas as perdas resultantes do escândalo das ‘dívidas ocultas’.
Em causa estão as ‘dívidas ocultas’ do Estado moçambicano de cerca de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) contraídas entre 2013 e 2014 em forma de crédito junto das filiais britânicas dos bancos de investimentos Credit Suisse e VTB em nome das empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM.
O negócio acentuou a uma crise financeira pública e levou Moçambique a entrar em incumprimento no pagamento aos credores internacionais.
No caso de o Credit Suisse ser considerado culpado, o Presidente Nyusi, justifica o banco na argumentação de defesa atualizada, depositada no tribunal no início de julho, pode ser suscetível a pagar uma “indemnização ou contribuição”.
Na base da potencial responsabilidade está, nomeadamente, a referência a um pagamento de um milhão de dólares feito em 2014 pela Privinvest a uma empresa estabelecida nos Emirados Árabes Unidos com as referências ‘Nys’, ‘New man’, ‘Nuy’ ou ‘New guy’, que os advogados do banco sugerem que se trataria de Nyusi, na altura ministro da Defesa, devido à semelhança com o nome.
Outro indício é o depoimento do libanês Jean Boustani, negociador da empresa Privinvest, durante um julgamento nos Estados Unidos da América (EUA) ligado ao caso das ‘dívidas ocultas’, alegando que terá reservado seis milhões de dólares para financiar a campanha eleitoral do atual Presidente da República moçambicano.
Boustani, acusado pela Procuradoria federal dos EUA de conspirações para cometer fraude de transferências, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro, foi considerado inocente.
O Credit Suisse atribui também um “papel substantivo do Presidente Nyusi na consideração e aprovação das transações Proindicus e Ematum” e que, tendo assumindo que pagamentos foram feitos a outros membros e funcionários do Governo, “seriam necessários pagamentos a ele para que as transações ocorressem”.
Os advogados do banco alegam que, se realmente for provado que o negócio foi ilícito, como invoca a queixa, “o Presidente Nyusi participou nela através (pelo menos) por alegada aceitação de suborno e violação dos deveres da lei moçambicana”, podendo ser “responsável como co-conspirador”.
Na semana passada soube-se que o antigo Presidente da República Armando Guebuza foi arrolado no processo como pessoa relevante para ajudar a esclarecer o caso.
Na lista de ‘Terceiros’ [Third Parties] encontram-se o filho mais velho, Armando Ndambi Guebuza, o antigo diretor dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) Gregório Leão, o antigo diretor de Inteligência Económica do SISE António Carlos do Rosário, o antigo ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang e a ex-diretora nacional do Tesouro de Moçambique Isaltina Lucas.
O tribunal pretende igualmente ouvir Teófilo Nhangumele e Bruno Langa, duas pessoas próximas de Armando Ndambi Guebuza.
À exceção de Armando Guebuza e de Isaltina Lucas, todas as personalidades que o Tribunal Superior de Justiça de Londres pretende ouvir estão detidos em Moçambique acusados de envolvimento no escândalo das ‘dívidas ocultas’.
Iskandar Safa, proprietário da Privinvest, passou também a estar referido no processo como assistente.
O julgamento no Tribunal Comercial do Tribunal Superior de Londres só está previsto começar em 2021.
LUSA – 31.08.2020
FALAR E GUARDAR SEGREDO As capulanas de Nampula (Moçambique) por HELENA SANTOS ASSUNÇÃO(2018)
31/08/2020
FALAR E GUARDAR SEGREDO As capulanas de Nampula (Moçambique) por HELENA SANTOS ASSUNÇÃO(2018)
RESUMO
Esta dissertação pretende olhar para as capulanas – a versão moçambicana dos famosos “tecidos estampados africanos” – como objeto de estudo antropológico. Para além de símbolos atualmente associados à “mulher moçambicana” ou à “mulher macua”, as capulanas são objetos que fazem muita diferença e fazem-fazer muitas coisas. A intenção deste estudo é, portanto, descrever e pensar algumas das composições, interações, conexões, efeitos e diferenças que as capulanas fazem-fazer na vida das mulheres da província de Nampula, no norte de Moçambique. A partir de uma perspectiva voltada para as materialidades, discuto algumas questões relacionadas à produção e às origens das capulanas, e mais fortemente seus múltiplos usos, focando em dois eixos principais: como elas fazem-falar, ou fazem evitar-falar, e como elas guarda segredo, mantendo invisíveis (e indizíveis) momentos sensíveis, como a gravidez e o nascimento, os ritos de iniciação e os ritos funerários.
Sobre a queda do Governo do Malí e o que se sabe [Elementos de Autocrítica]
Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Hoje, vou comentar um pouco sobre que país é esse o Malí, quais são as questões e o que é nós sabemos até hoje. Vou avisando, que eu vos escrevo domingo dia [30] de Agosto pela tarde, doze [12] dias após o derrube do Governo maliano. Portanto, qualquer previsão, qualquer opinião definitiva pode ser muito perigosa, contudo o que eu vou fazer aqui é, traçar sobre como se chegou até ao golpe de Estado no Malí e não o que vai acontecer a seguir ao golpe de Estado.
O Malí, que país é esse; quais são as questões e onde se situa.
O Malí fica na África ocidental, numa faixa chamada ou uma área chamada Sahel. Sahel em árabe, quer dizer; margem, limite, que é justamente o limite entre o deserto do Sahara e a África Subsariana, e essa é uma região extremamente rica em termos culturais, e a riqueza cultural às vezes gera choques culturais. Esse é o primeiro ponto para nós discutirmos. O que acontece aqui, os países do Sahel estão entre os países mais pobres do Continente africano, também são os mais violentos, muitas vezes essa violência é incitada por essa questão da pobreza.
O Sahel é uma região de contacto entre culturas é, uma região em que todas as fronteiras políticas são artificiais, ou seja, são herança do colonialismo europeu, basicamente nesta região francófona [francesa]. O francês ironicamente às vezes é a única língua falada por todas as pessoas no país, no sentido de ser a língua franca, a língua universal, porque são tantos grupos, muitas vezes eles não se entendem cada um no seu idioma. O francês é o idioma da África ocidental, nesse aspecto muitas vezes dentro de cada país é único, que tem uma possibilidade maior de ser um a todos.
Logo, quanto mais o país for ao mesmo tempo; pobre, multicultural e multiétnico com fronteiras artificiais, maior é a possibilidade do país ser instável e no caso do Malí, isso se nota com clareza. Existe no Malí violência interétnica, existe no Malí choques entre extremistas religiosos e a população mais moderada. Dentro do próprio islamismo é um ponto importante isso, já está mencionado em vários Documentos, muitas vezes a primeira e a maior vítima do extremista muçulmano é o próprio muçulmano ou o moderado. O Malí passa exactamente por isso.
O Malí passa, também por movimento separatista e tem aí uma questão étnica envolvida. Repare! Existe uma região ao Norte do país chamada Azawad, onde há um movimento de origem árabe tuwaregue, que são populações mais ligadas ao deserto e ao Norte do Continente e que são contra desde 20[12] ao Governo de BamaKó [capital], que é um Governo ligado as etnias negras do Sul. Veja, que tudo é no plural.
O Governo não é de uma única etnia, o país não tem uma única etnia, tem inclusive uma diferença maior, por consequência das migrações trans-saharianas, uma das grandes rotas do comércio por meio do Sahara, passava pelo que hoje é Malí, pela cidade de Tubugto, que já foi importantíssima no passado, tem lá uma Biblioteca islâmica famosíssima.
Ou seja, há uma mescla no Mali entre os tuwaregue, que são parte das famílias de grupos e etnias, que habitam o deserto. Então, ali nós temos tuwaregue, um pouco árabes, berberes, e ao Sul as populações mais vinculadas aos grupos negros, tudo isso, está explicado na História de África. Lembrando, que Azawad é uma região que busca o separatismo já há algum tempo houve várias crises ao longo da década naquela região.
Segundo ponto. Essa é uma região em que a pobreza, a fragilidade do Estado, o Estado entendida aqui como país, Instituições, ou seja, a fragilidade dos poderes públicos favorece a violência, e a violência religiosa desde os grupos ligados ao «Estado Islâmico» e até a grupos ligados a «al-qaeda».Quer dizer, existe uma grande área de actuação aqui de um braço da «al-qaeda», chamado «al-qaeda do Magrebe islâmico», Magrebe sendo a África ocidental. E márgreb em árabe, quer dizer, tanto Oeste no sentido geográfico, quanto a direcção do sol poente. Então, falasse do Magrebe como; Marrocos, Argélia, também essa porção.
Certamente, essa violência religiosa está associada a [lógica] do extremismo, e ela agrava-se nesse quadro de instabilidade política, de batota eleitoral que, também tem muito no Malí, e isso já foi demonstrado/documentado com alguns dados mais recentes e para agravar o quadro/situação, desde a queda do Governo da Líbia do Coronel Muammar Kaddafi em 20[11] e a guerra civil em que a Líbia está ainda hoje, isso criou, ou seja, esses dois [2] factores juntos criaram uma rota de tráfico de armas.
De facto, muitas armas saíram da Líbia para os países vizinhos atravessando o deserto do Sahara, que é uma região quase que sem dono. O Sahara pertence a certos países no mapa, mas ninguém está lá patrulhando; logo a possibilidade de obtenção de armas, separatismo, questões interétnicas, questões de extremismo religioso e por último interesses externos.
Repare! O Malí é vizinho do Níger, vizinho da Argélia, que são três [3] países altamente essenciais para a França. E porquê é que esses países são essências para França? Porque a França tem ai muitos investimentos importantes em energia. Argélia, por exemplo é donde vem boa parte do Gaz francês, e da fronteira com Malí, com o Níger, do Níger, também vem o Urânio que alimenta as osinas nucleares francesas e o poder nuclear francês.
Lembrando, que a França é um dos países nucleares, e é um país que fez a opção muito pela energia nuclear tem havido, também investimentos noutras áreas mas, mais da metade da energia francesa aproximadamente [75%] da energia francesa, na verdade é nuclear e o Urânio vem de minas nesta região, existe uma Empresa francesa chamada Areva, que opera na região.
Repare! Que a presença do extremismo, a presença do separatismo, e de Estados fracos pode interferir directamente na dinâmica energética da França, além disso a Franca é um dos pilares da União Europeia [EU]. Por isso, a França tem tanto interesse naquela região e esse cinturão de pobreza, que infelizmente atinge ao Sahel, onde há muitos grupos extremistas actuando preocupa de maneira geral as potenciais globais [ocidentais], mais uma vez ai é uma região de influência francesa, mas também
há acção de Forças Especiais Americanas. Ou seja, são pequenos detalhes, que vamos juntando e que vão compondo o quadro.
Lembrando, não faz muito tempo, um grupo de soldados de Forças Especiais Americanas, caiu numa emboscada nessa área, e isso gerou bastante polémica, porque havia uma espécie de terceirização. Os soldados eram do Exército Americano, mas quem estava dando apoio eram grupos terceirizados. Diz-se, que houve falha de comunicação e muitos soldados americanos foram mortos nessa emboscada.
Do mesmo modo, tropas Especiais francesas estão em actuação nessa área faz muito tempo. Muitas vezes nós não pensamos na França como um poder interventor do tipo dos Estados Unidos. A França tem um perfil mais discreto, mas ela interfere muito no nosso Continente. Então, veja que a crise do Malí traz tudo isso.
O Presidente Kheitá do Malí, foi derrubado no dia [18] de Agosto corrente; a crise actual em tese se deu; o estopim se deu por uma questão de salários dos militares. Quer dizer, haveria um problema salarial envolvido nessa questão. Mas…, isso é um estopim. Houve suspeita de batota eleitoral, houve renúncia do Primeiro-ministro no ano passado, sequestro de opositores, coronavírus, a incapacidade do Governo de lidar com separatistas, com choques interétnicos, com os extremistas, todo isso, se juntou para, que o Presidente Kheitá tenha sido derrubado por uma «Junta Militar», que prometeu e garantiu, que não quer ficar no poder. Um Coronel do Exército maliano já deu uma entrevista, dizendo não essa a intenção dos militares. A intenção é organizar eleições e fazer uma transição pacífica. Mas…, assusta nós sabemos infelizmente, que uma vez que, o poder é derrubado de forma não Institucionais, derrubado de qualquer forma, fica aberta a porta para outras violações [derrubes].
Pode haver uma transição pacífica sim. O próprio Presidente renunciou sem nenhum banho de sangue, não foi um golpe violento, pode haver uma continuidade desse processo de forma pacífica. A oposição foi para rua, e o povo maravilhoso do Malí comemorou a queda do Governo, até onde se sabe.
França e Níger pediram uma Reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que já ocorreu com o cenário, que nós já esperávamos. Mas, é interessante saber tudo o que envolve o Malí como essa região fica fora do radar da grande mídia, mas que é extremamente importante para geopolítica e as relações locais e o contexto.
De resto, o Malí vive o seu segundo golpe de Estado em oito [8] anos e a região onde o Malí se situa é marcada por golpes militares.
Manuel Bernardo Gondola
Em Pemba [Cabo Delgado], aos 30 de Agosto 20[20]
Cabo Delgado: Detenção de suposto membro dos grupos armados pode ser "ponta do iceberg"
Cabo Delgado: Detenção de suposto membro dos grupos armados pode ser "ponta do iceberg"
Juntamente com o suspeito detido em Pemba, foram apreendidas armas e uniformes militares. SERNIC acredita que insurgentes "fazem adiantar o equipamento" para depois atacar.
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na província moçambicana de Cabo Delgado apresentou à imprensa, na quinta-feia (27.08), um suposto integrante do grupo de insurgentes que ataca aquela região do país desde 2017.
A neutralização do supeito pelo SERNIC, ocorreu no passado dia 12 de agosto, numa paragem de autocarros em Pemba.
Na posse do homem estavam duas pastas contendo cinco armas de fogo, 10 carregadores (sete dos quais contendo munições e três vazios), seis pares de fardamento militar, quatro camisolas militares e um par de botas, informou o SERNIC.
A encomenda contendo o material bélico saía do distrito de Mueda - a mais 300 quilómetros de Pemba e a cerca de 100 quilómetros de Mocímboa da Praia - e deveria ser entregue a uma cidadã em Pemba, relatou o indivíduo.
O diretor do Serviço Nacional de Investigação Criminal, em Cabo Delgado, Ntego Crisanto Ntego, não tem dúvidas: trata-se de uma operação que visava movimentar armamento para Pemba pelo grupo armado, que tem feito ataques naquela região de Moçambique.
"A história nos diz que os insurgentes, quando estão para entrar num território, primeiro fazem adiantar o equipamento e depois é que eles vêm [vestidos] à civil. Portanto, nós entendemos que isso fosse o 'modus operandi' dos insurgentes," descreveu.
Suspeito coloca a culpa em um primo militar
Detido em Pemba, o indivíduo justifica que foi apenas cumprir o pedido de um primo seu, que é militar e que terá solicitado para recuperar uma pasta esquecida por este num autocarro. A pasta deveria ser, depois, entregue à mãe do referido militar, residente no bairro do Alto Gingone, em Pemba. O indiciado diz que não conhecia o conteúdo da encomenda.
"Sendo meu primo, eu considerei isso [laços de parentesco]. Saí às 16 horas de casa para a estação, onde tive de esperar até às 18 horas - até a chegada do referido autocarro que transportava a pasta. Quando o Nagi [autocarro] chegou, dei sinal ao meu primo para perguntar como iríamos receber uma encomenda sem ter o número da pessoa que a transportava? Então, o meu primo fornece-me o número do cobrador e o acento onde tinham sentado antes de esquecer a pasta," relatou.
O homem diz ainda que, logo depois de receber as duas pastas do cobrador do autocarro, foi surpreendido pelos agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal que o detiveram em seguida.
"Levaram-me ao posto deles [do SERNIC] e começaram a abrir. Depois de terem aberto as pastas e visto tudo o que havia lá dentro, perguntaram-me: 'Quem te mandou para ir receber a pasta?' ao que respondi que a pessoa que me mandou abrir a pasta é um militar de nome Amar Mateus. Dali, levaram-me e deixaram-me na 3ª Esquadra," acrescentou.
O suspeito foi apresentado ao juiz de instrução criminal, que legalizou e manteve a sua detenção.
Entrada de armas em Pemba
Ntego Crisanto receia que este não seja o primeiro caso de tentativa de entrada de armamento na capital de Cabo Delgado pelas mãos de suspeitos de pertencerem ao grupo de insurgentes.
"Estamos já com receio de que possam ter entrado outras armas e também pode não ter entrado outras armas. O que se coloca é que, por se tratar de arma e ele sendo arguido, pode mentir, dizer que quem me deu a arma é tal fulano enquanto não é verdade. O circuito que se usou até chegar em Pemba é muito estranho. Vale a pena se fosse um militar a receber as armas, mas estamos a falar de um civil," ponderou.
A instituição trabalha agora para apurar a proveniência real, o destino e a causa da movimentação do armamento.
DW – 30.08.2020
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
Cabo Delgado: “Os terroristas estão misturados com a população”, admite o ministro do Interior
28/08/2020
O ministro moçambicano do Interior, Amade Miquidade, diz que a luta contra os insurgentes em Cabo Delgado deve ser feita com muita prudência, "porque eles estão misturados com as populações, mas há estabilidade", e convida jornalistas a deslocarem-se àquela província, para avaliar a situação no terreno.
Cabo Delgado: “Os terroristas estão misturados com a população”, admite o ministro do Interior
“Os terroristas estão misturados com a população, e nós não podemos pôr em risco a vida e a tranquilidade da nossa população. É por isso que as acções das forças de defesa e segurança devem ser muito bem medidas para que provoquem o menor dano possível às comunidades”, afirmou aquele governante.
O ministro do Interior realçou que a população de Cabo Delgado “está a sofrer bastante com as acções dos terroristas, e nós não queremos agravar esse sofrimento”.
Contudo, Amade Miquidade, sem fazer qualquer referência a Mocímboa da Praia, considerou que apesar dos ataques, “há estabilidade em Cabo Delgado”, e os jornalistas podem ir testemunhar isso no terreno.
Jornalistas podem ir a Cabo Delgado
“O ministério do Interior convida a imprensa a ir a Cabo Delgado, para ‘in loco’ perceber o que está a acontecer. Todos nós sabemos que Cabo Delgado está a sofrer com ações dos terroristas, mas as forças de defesa e segurança tudo fazem para repor a segurança e tranquilidade naquela província”, realçou.
Miquidade avançou que uma situação de estabilidade se vive também na zona centro de Moçambique, apesar dos ataques da chamada Junta Militar da Renamo.
O analista Manuel Alves diz que esta questão de estabilidade é questionável, porque na escalada da violência em Cabo Delgado, a proteção das comunidades tem sido negligenciada, sendo por isso que “temos números elevados de mortos e deslocados por causa dos ataques da insurgência”.
Drama nos centros de acolhimento
Entretanto, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos considera que se vive um drama humanitário nos centros de acolhimento das pessoas que abandonaram as suas zonas de residência por causa dos ataques.
“Precisam de tudo”, diz Luís Bitone, Presidente da Comissão Moçambicana dos Direitos Humanos.
Para o Provedor de Justiça, Isaque Chande, nos centros de acolhimento de deslocados por causa da violência armada em Cabo Delgado, também “vive-se uma situação deplorável”, afirmando ser necessário o envolvimento de todos “para travar a agressão terrorista que Moçambique enfrenta”.
VOA – 28.08.2020
NOTA: Será que vamos ter jornalistas em Mocímboa da Praia?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Defesa de Armando Guebuza diz haver uma purga política no caso das Dívidas Ocultas
28/08/2020
O advogado da defesa de Guebuza diz que há uma purga política no caso das Dívidas Ocultas de Moçambique.
Defesa de Armando Guebuza diz haver uma purga política no caso das Dívidas Ocultas
Chivale reage dias depois do Tribunal Superior de Justiça do Reino Unido, através da sua secção comercial, emitir um despacho em que cita o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, como uma das oito personalidade moçambicanas com explicações a dar sobre o processo das chamadas Dívidas Ocultas.
Acompanhe, na íntegra, a reação de Alexandre Chivale, numa entrevista a partir da capital moçambicana, Maputo.
VOA: Como seu advogado de defesa, que informações é que tem deste processo.
Alexandre Chivale (AC): Tudo o que nós sabemos sobre este facto de que faz referência é através das redes sociais. Desde sexta-feira (21) que temos visto a circular o documento e, da análise que fiz, sem muita perícia, parece-me ser um despacho sanador, ou despacho qualquer de um processo.
E, portanto, repito, o conhecimento que temos é por via das redes sociais e por aquilo que se tem dito nalguma imprensa, pelo menos desde segunda-feira. Mais do que isso, nem da Procuradoria-Geral da República, que é quem desencadeou este processo cível, tão pouco do Tribunal de Londres.
VOA: Efetivamente, o que é que se pretende com o despacho em causa?
AC: Isso teria que perguntar a sua excelência Procuradora-Geral da República. Ela é que sabe.É um processo que iniciou por ordens da nossa procuradoria.
Para dizer se é estranho ou não, era preciso perceber o que é que está em causa. Nós vimos analisando esse documento e, efetivamente, ele é citado com outras empresas e outras figuras, como terceiro na causa.
Erradamente, alguma imprensa, não diria erradamente, mas com alguma malícia, tem estado a dizer que ele (Armando Guebuza) é réu, mas não é o que está ali.
Repito, estamos a fazer esta análise, com base naquilo que as redes sociais e nos documentos que nos dão, mas, porque até aqui, a nossa Procuradoria-Geral ainda não apareceu a dizer que não era válido (o despacho do tribunal londrino), aliás, sendo parte interessada no processo, como representante do Estado moçambicano, está a par de tudo o que está a lá e, se até aquinão nos mimoseoucom aqueles famosos comunicados de desmentidos, significa que assume que é tal (verídico).
VOA: E se a notificação chegar, qual será a vossa posição…
AC: Não sei o que iriam precisar que ele esclarecesse. A nossa análise, quando nós chamamos de terceiro, num processo, significa alguém a quem uma determinada demanda ou decisão há de ter uma influência na sua esfera jurídica.
Alguma imprensa tem estado a dizer que o Tribunal de Londres quer ouvir. Não sei, talvez essas pessoas estejam melhor informadas, aliás, como a nossa Procuradoria-Geral da República nos habituou a colocar as coisas na imprensa, nomeadamente no Jornal Notícias, antes de nós sabermos, pode ser que estes jornais saibam com base neste modus operandi da Procuradoria de uns tempos para cá, o que é estranho, mas, pronto, o que lá está, é o que lá está.
Há teóricos que dizem que ele vai ter que explicar, mas, se o problema é esse, de ter que explicar alguma coisa, é estranho que os membros do antigo Comando Conjunto Operativo não estejam lá presentes.
E é preciso dizer isto aqui, de uma forma tão clara: A decisão contratar as dívidas, de implementar o Sistema Integrado de Monitoria da Zona Económica Exclusiva, cujo vetor empresarial foram as três empresas, EMATUM, MAM e ProIndicus, foi da responsabilidade do chamado Comando Conjunto das Forças de Defesa e Segurança, um órgão que integra os Ministros da Defesa, do Interior, o Director dos Serviços de Inteligência, o Chefe de Estado-maior General, o Comandante Geral da Polícia e outros quadros das Forças de Defesa e Segurança que são convidados, uns permanentes, e outros, nem por isso.
Quem coordena, tanto o Comando Operativo, como o Comando Conjunto é o ministro da Defesa. Portanto, em 2013, quando essas decisões foram tomadas, o Comando Operativo é que olhou primeiro para as diversas saídas.
Se estamos a dizer que há que explicar o que for que seja, onde está o antigo Ministro da Defesa (Filipe Nyusi), onde está o antigo Ministro do Interior, o Chefe de Estado-Maior e o Comandante Geral. Essas pessoas, o normal era lá estarem.
Por isso é que nós dizemos que, tanto no processo que corre cá em Moçambique, aliás, na atuação da Procuradoria-Geral da República há um esforço para proteger uns e prejudicar outros.
Não sei se, com base nisso, a Procuradoria-Geral da República está, efetivamente, o seu ónus constitucional, que é de defender a legalidade. Por aquilo que é a atuação que nós vemos, não está.
Aqui é o chamado combate à corrupção, entre aspas, que mais não é, se não uma verdadeira caça às bruxas.
Não é, também, senão um ajuste de contas políticas…portanto, temos razões de sobra para repetir que estamos perante um processo de purga política, um processo em que há uma verdadeira judicialização da política e politização da justiça.
VOA – 28.08.2020
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
A FRELIMO SOZINHA DEPOIS DA DERROTA DOS SEUS MILITARES EM MOCÍMBOA DA PRAIA E MESMO QUANDO NO CENTRO A GUERRILHA DO MARIANO NHONGO INTERROMPE O CORREDOR BEIRA-MUTARE PARA O ZIMBABWE
27/08/2020
Por Francisco Nota Moisés
Os recentes acontecimentos agouram mal para o regime terrorista de Felipe Nyusi da Frelimo. No artigo meu colocado no dia 18 Agosto do ano corrente no Moçambique para Todos fiz uma diagnóstica sobre a possibilidade do guerreiro Nyusi obter ajuda militar em tropas da SADC para reviver e restaurar o seu poder que foi duramente abalado em Cabo Delgado pelos corajosos combatentes do Norte. Um dos apoiantes entusiásticos do regime maputense em Portugal, que via uma ajuda em tropas e material bélico ir para Cabo delgado para sustentar o regime maputense e o indivíduo ainda espalha a fantasia de que e o Daesh que luta em Cabo Delgado, disse que a SADC informou a Frelimo que não será capaz de ajudar na guerra contra os combatentes do Norte.
É interessante que a informação sobre a recusa de ajudar o sitiado regime terrorista de Maputo veio ironicamente da pessoa que já via tropas da SADC a ir aterrar, batalhar e escangalhar os rebeldes para reviver o controle de Cabo Delgado pelos khmers rouges da Frelimo.
O indivíduo ainda acrescenta que a Frelimo deverá agora bater outras portas. Bater a outras portas? Que outras portas? Não há outras portas de países, senão de todos os países, que quererão evitar esfrangalhar-se em acções militares contra uma guerrilha, mesmo se os tais guerrilheiros são uns maltrapilhos vestidos de uniformes capturados a soldadesca terrorista da Frelimo e andam descalços ou de chinelos por falta de botas. Qualquer país que se envolver nas guerras actuais em Moçambique, se jamais haverá um tal país, deverá saber que o fará para sofrer baixas, alimentar a guerrilha do Norte com mais material bélico e uniformes.
Tal foi o que acontece em qualquer país onde exércitos regulares enfrentaram guerrilhas como na China, no Vietname, Cambodia, Afeganistao, Somália, Moçambique, Congo e tantos outros países.
Em Cabo Delgado a soldadesca terrorista da Frelimo foi profundamente sacudida ao ponto do regime maputense agora estar a berrar apelos para ajudas militares. As suas últimas derrotas que se soldaram na conquista de Mocimboa da Praia pelos rebeldes foram extensas e profundas. Há pouca esperança que os terroristas da Frelimo poderão retornar a posição, o que será quase que impossível com Allah manifestamente ao lado dos combatentes que fez com as armas dos militares da Frelimo se encravassem durante a tomada de Mocímboa da Praia ao grito de Allahu Akbar pelos rebeldes.
A Frelimo sofreu uma derrota cataclísmica em Mocímboa da Praia visto que ela não poderá mais utilizar aquele porto e ponto estratégico para receber fornecimentos para a sua soldadesca terrorista derrotada em Cabo Delgado.
Na guerra do centro, de que o regime pol potista do Nyusi não fala muito, senão quando para fazer propaganda, os rebeldes da Junta Militar continuam a obter sucessos contra a soldadesca nyusista para além das suas operações já afetarem o vizinho Zimbabwe. De acordo com uma informação veiculada pela Agência ALLAFRICA.COM, as actividades das forças do General Mariano Nhongo já interromperam o Corredor Beira-Mutare.
Mesmo face a esta situação, o regime do Mnangagwa do Harare não está disposto a intervir no Centro para não falar do Norte que está logisticamente muito longe do seu país por várias razões entre elas a situação econômica caótica do Zimbabwe e as sanções que afetam o fornecimento do material bélico por parte dos países ocidentais cujas sanções flagelam o regime de Harare para não falarmos de que os militares zimbabweanos ainda não se esqueceram de que a Renamo os chamboqueou a bem chambocar no passado.
O Zimbabwe diz que pode só agir no contexto e juntamente com a SADC -- SADC esta que acaba de informar a Maputo que não tem meios militares como aviões e helicópteros para ajudá-la.
O regime da Frelimo está sozinho e tem de aguentar as situações de guerra que as suas políticas opressoras lhe criaram.
Em tempo: Confirma-se agora que Mocímboa da Praia continua nas mãos dos insurgentes desde o dia 12 de Agosto passado.
Ataques: Grupo que ocupou porto de Mocímboa da Praia continua na vila
27/08/2020
O grupo de atacantes que invadiu a 12 de agosto o porto de Mocímboa da Praia, norte moçambicano, continua na sede da vila, que está atualmente isolada, disseram hoje à Lusa fontes das Forças Armadas de Moçambique.
“Eles continuam em Mocímboa da Praia desde o assalto ao porto. Muitas forças nossas tiveram de recuar. Por exemplo, a minha unidade, uma das que estavam em Mocímboa, recuou até Mueda [a pouco mais 100 quilómetros de Mocímboa da Praia]”, declarou à Lusa uma fonte do exército que está no teatro de operações em Cabo Delgado, através de um contacto telefónico.
A invasão ao Porto de Mocímboa da Praia ocorreu na madrugada do dia 12 e os confrontos deixaram um número desconhecido de mortos, incluindo elementos da Força Marítima, segundo a fonte.
“Nós tivemos muitas baixas. Tenho notado que há esforços para que cheguem mais reforços, mas a situação está muito séria e complicada porque não dá para contar com o porto de Mocímboa da Praia”, declarou.
O ataque ao porto seguiu-se a vários outros que os insurgentes realizaram, entre 05 e 12 de agosto, às aldeias de Anga, Buji, Ausse e à vila sede e, segundo dados do Ministério da Defesa avançados no dia 11 de agosto, pelo menos 59 “terroristas” morreram em operações de resposta das forças governamentais.
Várias infraestruturas foram vandalizadas e, neste momento, as linhas de comunicação também estão interrompidas em Mocímboa da Praia.
Outra fonte do exército moçambicano em Maputo disse à Lusa que “está claro que, a partir de Mocímboa da Praia, eles vão voltar a atacar”.
“A estratégia deles é atacar e recuar para se abastecer. Eles também tiveram várias baixas nestes últimos ataques. Mas sabemos que eles vão voltar a atacar”, disse a fonte, que está ligada ao departamento central que regista ocorrências no exército moçambicano.
Na última semana, o bispo de Pemba, Luiz Fernando Lisboa, informou que a diocese de Pemba estava há dias a tentar, sem sucesso, contactar duas religiosas da congregação que estão em Mocímboa da Praia a prestar ajuda aos afetados pela violência armada.
“Continuamos sem saber sobre a situação delas e são agora três semanas. Estamos em contacto permanente com as Forças de Defesa e Segurança, mas ainda não temos qualquer informação sobre elas”, disse à Lusa o padre Latífo Fonseca Mateus, da diocese de Pemba.
Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.
A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, e foi, em 27 e 28 de junho, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes.
A Lusa contactou também o Departamento de Comunicação do Ministério da Defesa, que remeteu um “pronunciamento oficial” para o Comando Conjunto das Forças de Defesa e Segurança “logo que for oportuno”.
A violência armada já causou a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas em distritos de Cabo Delgado.
De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.
LUSA – 27.08.2020
NOTA: Uma vergonha!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Ilha Nhonge foi visada na última sexta-feira Refúgio seguro também já foi atacado
27/08/2020
- Sete residentes foram decapitados e, pelo menos, 10 terão sido raptadas
Depois de, por muito tempo, ter servido de refúgio seguro para centenas de pessoas, a ilha Nhonge, no distrito de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, também já foi atacada pelos terroristas.
O ataque a esta ilha teve lugar, segundo soube o mediaFAX de fontes locais, na sexta-feira da semana passada, com um saldo de sete mortos por decapitação. Nhonge, que em dia de maré baixa pode ser alcançada a pé, dista poucos quilómetros da aldeia Ulo.
Todas as vítimas mortais são do sexo masculino, segundo precisaram as fontes com as quais falámos. Uma das fontes, uma mulher que no domingo chegou à cidade de Pemba, contou que a sua viagem, da ilha Vamize para a capital provincial de Cabo Delgado, tinha durado sete dias de barco por causa do mau tempo.
Em condições normais, soubemos, uma viagem de Vamize a Pemba dura entre três a quatro dias, mas por causa do mau tempo e transportados por um barco à vela [dependente do vento], a viagem atribulada acabou sendo feita em sete dias.
De acordo com o marido da referida cidadã, os insurgentes raptaram mais de 10 pessoas e também se apoderaram de bens nas pequenas barracas de Nhonge. Os bens roubados foram carregados em cinco barcos para a zona do continente.
Um outro refugiado em Pemba, citando uma chamada recebida de um amigo que reside numa zona dos arredores de Mocímboa da Praia, confirmou a ocorrência na ilha Nhonge.
Entretanto, citando o amigo, falou de terem sido raptadas mais de 20 pessoas no ataque e não apenas as dez estimadas pela mulher que levou sete dias a viajar de Vamize para Pemba.
Além destas duas fontes, o ataque a Nhonge, igualmente, foi confirmado por um refugiado de Mocímboa da Praia, actualmente em Nampula. Este citou familiares que ainda continuam a residir na zona de Nkwamba e Luvula, apesar de estas, de noite, serem obrigadas a esconder-se na mata.( Artigo co-produzido com a Zitamar News, no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED)
MEDIA FAX – 27.08.2020
"É impressionante a facilidade com que Celso Correia surge referenciado em determinados fóruns públicos, não pelas melhores razões, sim apontado a eventuais ligações, no mínimo, suspeitas"
27/08/2020
ódio Grrrrr raiva por mayngana
É impressionante a facilidade com que Celso Correia surge referenciado em determinados fóruns públicos, não pelas melhores razões, sim apontado a eventuais ligações, no mínimo, suspeitas.
Paradoxalmente, o agora ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural não se dá ao esforço de esclarecer seja lá o que fôr, remetido ao silêncio.
Um silêncio que, diga-se, não tem, nem tão pouco, desanimado as tertúlias que vão aparecendo sempre que vem ao de cima mais um escândalo.
Não há aqui sequer o direito ao ‘benefício da dúvida’...
No anterior mandato, Celso Correia foi ministro numa outra casa que não a da Agricultura e Desenvolvimento Rural, onde está agora, consigo levando a vertente Desenvolvimento Rural.
Mas não somente. Correia arrastou igualmente com ele o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS), no imediato suscitando um coro de críticas vindo da sociedade civil, que nota no arrasto, mais uma daquelas iniciativas que visam alimentar os actuais servidores públicos, idos do sector privado.
Protestos ainda por a Agência Nacional Integrado do Norte (ADIN) estar, de igual modo, sob a alçada do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Isto para além do famigerado Sustenta, que de repente passou de um projecto de âmbito local – alguns distritos de Nampula e da Zambézia – para, de repente, ser de interesse nacional, sem que certa ONG perceba como foi possível tamanha viragem, uma vez que os tradicionais estudos não foram tidos em consideração e o rigor das instituições financeiras internacionais se resumiu num piscar de olho.
Mas há mais situações que colocam Celso Correia no epicentro das tertúlias que vão acontecendo na praça pública, prioritariamente sempre após o assinalar de mais um escândalo.
Se calhar para não variar, ainda que de leve, levezinho, o bom nome de Celso Correia terá sido veiculado no seguimento do sururu envolto da queima dos escritórios do Canal Moz e do Canal de Moçambique, na calada da noite de domingo último.
Há quem entende que os autores da queima cumpriram ordens vindas sabe-se lá de quem, supostamente motivadas pela recente polémica envolvendo o Ministério dos Recursos Minerais e Energia, de Ernesto Max Tonela.
Correia e Tonela estariam ligados aos negócios dos combustíveis, cujo processo de adjudicação tem sido caracterizado por avanços e recuos, acabando, em definitivo, pelo menos por ora, em standy by, enquanto os tribunais não darem provimento a um processo-queixa submetido há semanas por uma firma do ramo, concorrente.
É muita tinta preta para um jovem ministro que chegou a ser rotulado de superministro, não na verdadeira acepção da palavra, antes com ‘sabor’ a cinismo.
É que numa situação normal, o estatuto de superministro pertenceria a Adriano Maleiane, pelo peso que o Ministério da Economia e Finanças, de que é titular pelo segundo mandato consecutivo, assume aqui e na conchichina. Grrrrrrrrrr.
EXPRESSO – 27.08.2020
Órgãos privados vedados de cobrir
27/08/2020
Visita de Nyusi à Zambézia
O Chefe do Estado Moçambicano, Filipe Nyusi, escala nesta quinta-feira (27), a província da Zambézia, no âmbito da visita presidencial, que lhe vai levar ao distrito de Derre por apenas um dia.
Curioso é que nesta visita, apenas os órgãos de informação do sector público é que terão acesso à cobertura do que vinha fazer, quer dizer, apenas os alinhados é que terão acesso ao presidente, por isso mesmo que, até ao fecho desta edição, a redação do Diário da Zambézia, não recebeu nenhum programa da visita, notando-se um secretismo total por parte das autoridades governamentais.
Citado pela Nova Rádio Paz, o delegado do Instituto de Comunicação Social(ICS) na Zambézia, Flávio Chitsonzo, explicou que os órgãos de comunicação social privados sedeados em Quelimane, só terão acesso às informações da visita do presidente a esta província, através de plataformas digitais.
E mais ainda, Chitsonzo diz que será fornecido um Link, onde os privados e independentes poderão encontrar toda informação sobre a visita de Filipe Nyusi à província da Zambézia. Sabe o Diário da Zambéziaque em Derre, o alto magistrado da nação vai inaugurar a escola secundária Local, um posto de reabastecimento de combustível e uma agência Bancária. Depois dai, regressa a Quelimane e vai orientar duas sessões extraordinárias de forma separada, sendo uma com o Conselho Executivo Provincial da Zambézia e outra com o Concelho dos Serviços Provinciais de Representação de Estado na Província, para além das actividades partidárias que vai ter, onde o caso de gestão da autarquia de Gurúè estará no centro das atenções.
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 27.08.2020
NOTA: Haverá alguma lei em Moçambique que impeça os jornalistas de se deslocarem em qualquer espaço público? Não terão os almoços e outras benesses da comitiva presidencial, mas suponho que ninguém os pode impedir de estar em tudo o que seja público. Já agora, onde está a tão apregoada transparência?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
O povo moçambiçano ficará eternamente grato à Igreja Católica por ter estado sempre do seu lado nos tempos difíceis
Por Joao Cabrita
O regime da Frelimo trilha as pegadas do colonial -fascismo. Durante o regime
colonial, a Igreja Católica sofreu ameaças, vexames e perseguições. O contexto
de ontem é fundamentalmente o de hoje.
Dom Manuel Vieira, Bispo de Nampula, foi expulso por ordens do governo de
Marcelo Caetano por denunciar atrocidades da tropa colonial. A homilia,
Repensar a Guerra, foi o ponto de ruptura entre o regime fascista e o clérigo.
"Se queres a paz, elimina as causas da guerra", defendia Dom Manuel.
Na Beira, uns anos antes da expulsão do Bispo de Nampula, os Padres Sampaio e
Fernando, eram presos pela PIDE depois de Jorge Jardim tê-los acusado nas
páginas do "Notícias da Beira" de "crime contra a harmonia
racial". O verdadeiro "crime " foi na realidade a homilia
proferida do púlpito da Igreja do Macuti por ocasião do Dia Mundial da Paz em
que se denunciava o massacre de Mukumbura.
Padres de outras ordens Católicas foram igualmente expulsos de Moçambique pelas
mesmas razões.
Gustavo Mavie escreve no Facebook como antes escrevia na AIM e que
depois o agente do governo britânico ao serviço da mesma agência traduzia para
inglês. Jardim escrevia no "Notícias da Beira". A agência de notícias
do regime colonial, ANI (espécie de anagrama de AIM) também difundia a
prosa em inglês. Outros empregados, a mesma profissão.
Depois surgiam os "continuadores" da prosa jardiniana, tal como hoje
o fazem assalariados do regime nesta rede social.
A história repete - se. O colonial-fascismo cancelava ou revogava o DIRE de
então. Hoje, os assalariados ameaçam fazer o mesmo.
O povo moçambicano ficará eternamente grato à Igreja Católica por ter estado
sempre do seu lado nos tempos difíceis do fascismo e do neo-fascismo.
CABO DELGADO-Como um paraíso se transforma em inferno
27/08/2020
CABO DELGADO-Como um paraíso se transforma em inferno
A Quirimba Grande foi atacada, 16 homens armados com catanas e armas de fogo chegaram às 22:00 vieram a pé do continente na maré baixa e depois de terem queimado cerca de 80 casas, foram embora às 9:00, o objectivo foi claro roubar comida das barracas, as barracas foram saqueadas e queimadas.
As casas dos dirigentes da Frelimo o partido no poder foram o alvo da ira desses macacos sem rabo, vinham com uma lista das casas a destruir e sabiam bem onde se localizavam, tratou-se de uma vingança??
Há uns anos atrás em Montepuez as pessoas viviam de catar e vender Rubis, era esse o modo de sobrevivência de alguns milhares de pessoas, a FIR e o governo chegou, expulsou-os e um tal Pachinuapa decidiu fazer uma mina de Rubis em consórcio com uma empresa cotada na Bolsa de Londres.
Será que o ataque da Quirimba foi uma vingança em relação às atitudes da Frelimo e do governo de Moçambique??
No Maputo grandes prédios têm sido construídos, o que a Frelimo construiu em Cabo Delgado ao longo dos últimos 45 anos??
Na retirada esses macacos sem rabo, levaram umas 50 pessoas da Quirimba para carregar a comida saqueada, os mais velhos foram mandados regressar, mas 15 meninas de 15 ou 16 anos, foram raptadas da Quirimba, até hoje estão desaparecidas.
O mundo tem que saber, essas meninas foram raptadas para serem escravas sexuais, carregar lenha, água, cozinhar, nada dá o direito a essas Alimárias de terem escravas sexuais ao seu serviço, em 2020 isso não pode acontecer, o mundo tem que saber e agir, esta gente tem que ser combatida e exterminada da face da terra.
Nenhum Deus pode permitir existirem escravas, mas existem meninas da Quirimba, Mocímboa da Praia, Macomia que estão a ser feitas escravas sexuais, o mundo tem que saber do que se passa e actuar, acabar com aquilo que está a acontecer.
(Recebido por email)
Criação de força conjunta entre Governo de Moçambique e Total levanta dúvidas
26/08/2020
O memorando assinado entre o Governo de Moçambique e a Total relativo à criação de uma força conjunta para a proteção do projeto de gás natural em Cabo Delgado está a suscitar alguma desconfiança porque não se sabe, por exemplo, qual é fatura que o Estado moçambicano terá de pagar desse entendimento.
O memorando estabelece os termos de intervenção da "Força Tarefa Conjunta", um contingente militar, na área de Afungi e na zona mais vasta de operação do projeto de gás natural liquefeito, segundo um comunicado emitido, esta semana, em Maputo.
O projecto Mozambique LNG providenciará apoio logístico à referida força.
Os detalhes do memorando não são conhecidos, mas o político Raúl Domingos diz que viria com bons olhos "uma força conjunta da SADC, de que Moçambique faz parte, até para salvaguardar os interesses nacionais".
"Não tenho detalhes, mas penso que uma força militar conjunta entre o Estado e uma companhia privada pode colocar em causa a soberania nacional", avançou Domingos.
O académico Calton Cadeado está de acordo, embora considere difícil falar hoje de soberania nacional em termos absolutos como se falava no passado.
"Alguns Estados defendem o seu princípio de soberania, mas sofrem pressões, até de atores não estatais, por exemplo, as companhias multinacionais, que acabam empurrando Estados a tomarem decisões, alegadamente por sua vontade, mas que no final do dia se percebe que é por vontade dessas companhias", afirmou.
Contudo, Cadeado referiu que neste caso específico há indicações de que houve uma negociação entre o Governo moçambicano e a Total, "mas não tenho detalhes para ver se se feriu o direito soberano de Moçambique de dizer não a algumas coisas, sobretudo quando se trata de introdução de forças armadas doutros países em Moçambique".
Cadeado considerou, entretanto, que para quem está em Moçambique, o grande medo não é apenas de forças armadas de outros países, "é também o que é que Moçambique vai pagar como fatura desse memorando de entendimento".
"Para além disso, não se sabe também que tipo de apoio logístico vai ser dado, será aquele normal que nós estamos habituados a ver serviços mínimos?", interrogou-se aquele académico, acrescentando "que nós já recebemos barcos de borracha para fazer treinamento, mas neste caso, estamos a falar de uma zona de alta tensão militar", em Cabo Delgado.
VOA – 26.08.2020
NOTA: Algo que achei estranho, tratando-se da área da segurança, foi a ausência dos ministros da defesa e do interior. Ou será que só o são já em nome e não em efectividade?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Recolham vossos cachorros raivosos!
26/08/2020
Por Edwin Hounnou
A postura de humanismo assumida pelo Bispo de Pemba, Dom Luiz Fernando Lisboa, em defender as vítimas das barbáries do terrorismo, está a deixar os “culambistas do G40”, ou seja, os guarda-costas do governo Filipe Nyusi e do regime corrupto do partido Frelimo com os nervos à flor da pele. Já não conseguem esconder, quer nas redes sociais, quer na imprensa onde têm as portas escancaradas, que estão ameaçados porque o povo está saturado. Vimos, na semana passada, o “cabeça de lista" da matilha a atirar pedras contra o Bispo de Pemba, acusando-o, na sua página do Facebook, de forma injusta de estar a difamar o governo de Filipe Nyusi, e de atribuir às Forças Armadas de Defesa de Moçambique a responsabilidade da execuções das populações perpetradas pelos terroristas do Al-Shabab, em Cabo Delgado. Esta acusação é grave e constitui uma tentativa de meter a cabeça na areia, pensando que se livra dos problemas.
Tal como num passado bem recente, os mesmos tipos se atiram contra as vozes mais lúcidas e mais comprometidas com a verdade e justiça. Eles desejam ver uma igreja que, apenas, se limite a ensinar a catequese aos catecúmenos, a celebrar missas e a fazer baptismo e um tanto quanto longe dos problemas das comunidades. Eles odeiam a igreja que denuncia os males que apoquentam o povo, que denuncia a guerra, a injustiça social, a ineficácia e impreparação de quem tem o dever de defender, com bravura e estoicismo, a Pátria, como temos vindo a assistir. Querem a igreja que se acomodada aos seus interesses egoístas, que navegue nas suas águas nauseabundas, que vê no terço o seu fim último. Desejam uma igreja que fale, apenas, de Deus, anjos, dos sacramentos e não do sofrimento por que o povo vem passando, das suas dificuldades, da falta de protecção efectiva, das suas aspirações, do seu sonho de viver em paz e de passar as noites tranquilas. Pretendem conviver com uma igreja à sua imagem e semelhança, servil que mia debaixo da faustosa mesa do poder de onde caem as migalhas ou de uma igreja mansa e cúmplice.
Como o Bispo de Pemba não alinha com a falsidade que os caracteriza e fingimento de que tudo está bem, virou um alvo dos arremessos de pedras do G40, ora pintando-o das cores mais feias e mais berrantes que se conhecem e até apelam para a sua excomunhão do sacerdócio. Eles – O G40 ou quem esteja por detrás deles – pensam que o Papa Francisco seja um boneco maleável nas suas mãos para cair na fita de uma matilha leviana que ladra para, apenas, agradar o dono dos cachorros vira-latas. Telefonema do Santo Padre Papa Francisco ao Bispo de Pemba.
Como sinal de solidariedade, o Papa Francisco e o Bispo de Pemba falaram ao telefonema sobre a difícil situação por que as populações de Cabo Delgado vêem passando, nos termos que se sequem : “Hoje, dia 19 de Agosto de 2020, às 11h29’, para minha surpresa e alegria, recebi um telefonema de Sua Santidade, o Papa Francisco que me confortou muito. Ele disse que está bem próximo do Bispo e de todo o povo de Cabo Delgado e acompanha a situação vivida na nossa Província com muita preocupação e que tem rezado por nós.
Disse ainda que o bispo lhe diga se há mais alguma coisa que ele possa fazer. Agradeci muito a ele por esse gesto e por ter mencionado a crise humanitária que vive a Província de Cabo Delgado durante a bênção Urbi et Orbi que ele pronunciou no dia da Páscoa, 12 de Abril. Eu disse a ele que depois de sua menção a Cabo Delgado, houve muito mais interesse por parte de todos (países, dioceses de várias partes do mundo, congregações religiosas, organizações internacionais, individualidades) tanto de dentro como de fora de Moçambique e que, a partir daí, Cabo Delgado voltou para o mapa porque parecia que já não estava. Ele disse: “Que bom!” Falei sobre a difícil situação de Mocímboa da Praia que, neste momento, está tomada pelos insurgentes e que duas religiosas da Congregação de São José de Chamberry que lá trabalham estão sem contacto com a Diocese há uma semana, ao que o Papa respondeu: “Que triste!” Prometeu rezar também nessa intenção.
O Santo Padre afirmou que lembrava muito bem da sua Visita a Moçambique em 2019 e que já naquela altura se preocupava por Cabo Delgado. Ele pediu que, aquilo que precisarmos, poderemos encaminhar ao Cardeal Czerny, do Dicastério do Desenvolvimento Humano e Integral. Garanti nossa proximidade a ele, Papa Francisco, e afirmei que rezamos todos os dias por ele. Por fim, ele disse que está connosco e nos encorajou: Adelante!, que significa Avante!, Continuem! Para encerrar a nossa conversa, enviou a sua bênção apostólica a todo o povo de Cabo Delgado e de Moçambique. Luiz Fernando Lisboa, cp. Bispo de Pemba”. Tudo quanto o Bispo esteja a fazer fá-lo em nome da Igreja que representa e não deixa de servir as comunidades por ser estrangeiro. Um missionário nunca é estrangeiro, é servidor das comunidades. Aquele que separa os missionários em nacionais e estrangeiros está ao serviço de forças ocultas.
O diálogo entre o Papa Francisco e o Bispo de Pemba. Mostra, de maneira cristalina que tudo quando o Bispo Dom Luiz Fernando Lisboa tem vindo a fazer e a dizer está em sintonia com a Santa Sé e nada vai contra a fé cristã. Isso não entra nas cabeças do G40 por perseguirem interesses. O Bispo de Pemba é um profeta que não ousa abandonar o rebanho de Deus em momentos difíceis como os que as populações de Cabo Delgado está a passar. A persistência na fé em provação não é coisa de gente com problemas estomacais. O Papa disse “Adelante", quer dizer não recue, não vacile. sabemos como termina esse tipo de ameaças - depois do papo, vêm os esquadrões da morte.
As pessoas não levaram a peito as ameaças que o G40 proferia contra o professor Gilles Cistac, porém, terminaram em tragédia. Eles não têm medo de cometer crimes hediondos quando se trata de proteger os seus interesses. Podem até simular uma emboscada e atribui-la aos terroristas e aí dirão eles que o Bispo foi morto por aqueles a quem tem estado a defender. Esses tipos são capazes de tudo. Não devemos subestimá-los nem perdê-los de vista. Temos que analisar o alcance de cada palavra que eles pronunciam em público ou escrevem nas redes sociais devem porque são perigosos. Eles servem de rebenta-minas – limpam o caminho para os outros trabalharem.
Enganamo-nos quando pensámos que o autor dessas ameaças havia de se manter calado pelo facto de integrar um órgão que zela ética publica, em nome do equilíbrio nos seus pronunciamentos públicos, eis que nos surpreende com insultos contra o Bispo de Pemba. Podemos esperar que continue a ameaçar gente de bem. Não vai parar por aqui com os seus ataques. Um gato pode sentar-se à mesa de honra, mas é capaz de entornar molho sobre a toalha para sair a correr atrás de um rato que lhe passe pela frente. As honras que tem da comissão da ética não lhe confere nenhuma mais-valias.
Um gato não muda por se apresentar de fato completo, gravata e chapéu. Não cresce nem se sente civilizado por se sentar à mesa de honra com outros convivas. É capaz de largar tudo deixando os convivas envergonhados. O gato é capaz de abandonar tudo para sair às corridas atrás de um rato, mostrando que não é o hábito que faz o monge.
Não matem o Bispo tal como fizeram com o professor Gilles Cistac! Deixem-no em paz e a trabalhar para o seu povo! É necessário e urgente que o sistema ponha coleiras no pescoço dos seus cachorros para não continuarem a ladrar de qualquer maneira contra gente de bem!
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 26.08.2020
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