"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sábado, 21 de janeiro de 2017

Os filhos do Presidente

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


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Nyimpine era mais violento em público; Samito Machel discreto de gema; Mussumbuluko agarra-se ofegante nos negócios e Florindo um “bon vivant” antes do tempo. Cada um com a sua façanha. Mas há façanhas e façanhas. Umas maiores, que a sociedade aprova, e outras menores, que meio mundo reprova em segredo, com cochichos de taberna ou zumbidos nas orelhas. Porque, no nosso caso, é política e socialmente incorrecto falar da vida privada de algumas figuras políticas, mesmo que, por princípio, a democracia abra flancos para um maior escrutínio das suas vidas (e das vidas dos seus) na esfera pública.
Há uma marca que distingue os filhos de cada um dos presidentes entre si?
Ontem, aconteceu que sonhasse sobre estas coisas, sobre os estilos, os comportamentos, as atitudes públicas dos filhos dos nossos presidentes e sobre como seus pais marcam seus destinos. Se eles podem ser usados como modelos? Se eles são o indicador perfeito de uma família estável? Se seus pais se preocupam demasiado com o percurso de cada um, para ajudar-lhes a fintarem destinos erráticos?
A vida dos filhos dos Presidentes, em democracia, é monitorada até o tutano. Na sua última conferência de imprensa, anteontem, Barack Obama teve de responder a uma pergunta picante da jornalista Christi Parsons, do LA Times, sobre as filhas. No fim ele disse que vai se recolher para Chicago, “estar um pouco no silêncio, fazer alguma escrita e cuidar das minhas meninas”. Aliás, ele permanece por DC porque Sacha, a mais nova, está terminando o colégio.
Isto diz muito, não?
Os media procuram desvios de comportamento nos filhos dos Presidentes e, quando encontrados, eles impactam tremendamente na vida dos pais. No nosso caso, não é assim. Aqui, quando os há, esses desvios vem ter de bandeja há mesa de cada um. E agora com as redes sociais, a velocidade da partilha dos excessos é sonora. Há quem possa querer recomeçar velhos debates: afinal o que é excessivo? O que é comportamento desviante? Que limites entre o privado e o público? 
Eu não estou numa empreitada filosófica. Pretendo apenas captar traços de distinção.
Um dos filhos do actual Filipe Nyusi, Florindo, é famoso por suas excentricidades: carros, dinheiro, meninas e uma atitude de arrogância perante o que lhe rodeia. O banimento no ATCM foi público e notório. E quem não acompanhou seu espectáculo na travessia do batelão, a caminho da Ponta do Ouro no fim do ano, onde esteve a exibir uma vida faustosa em plena crise, e nas barbas do pai, que passava na Ponta Mamoli?
Samora Machel foi mais incisivo com os filhos. Ntewane, o mais rebelde (talvez o único rebelde) foi à tropa, sem regalias, como uma forma de reabilitação. Machel engoliria um Samito se exibindo em carreira de tiro privada? Ou isso só é possível com este afrouxamento moral encoberto na democracia liberal?
Os filhos podem ser um espelho dos pais? Mussumbuluko talvez seja mais parecido com o pai que Nyimpine? E Florindo reincarna fielmente as peugadas de Nyusi? E a quem se parece Olívia Machel, com seus negócios mal parados?
Quaisquer que sejam as parecenças, cada um têm sua postura mas, nalgum momento, cada pai foi instrumental para colocar freios nos excessos dos filhos quando aqueles eram mais visíveis. É o que se espera que aconteça a Florindo. Ele podia ser um modelo. Mas está na boca do povao por motivos menos nobres, arrastando a família.
Camarada Presidente Nyusi não pode mesmo tentar alter o percurso errático do Florindo (enviando-lhe para uma boarding school lá longe, por exemplo)?. 
A nação agradeceria. 
O Florindo também!

2 comentários:

  1. Nesta classificação do desempenho de Nyusi onde deixam a horrível criação de Esquadrões de morte feita pela frelimo que está a dizimar pessoas indesejadas mas que não são criminosas. esta é a pior coisa que a Frelimo fez e mostra até que profundidade a Frelimo está atrapalhada.Por causa da criação de esquadrões de morte a frelimo está sendo repudiada em todos os cantos da humanidade. a pesar de ter dizimado por esta via muitos opositores, a Frelimo não ganhou nada, pelo contrário perdeu muito por esta prática.É por esta razão que a Frelimo tem medo de ceder á Democracia,mas não têm alternativa, tem que ceder mesmo.Samora Machel dizia o puder não se oferece, Arranca-se.Testemunhando forma rudimentar de governacao. nõs anceiamos um estado em que o povo é soberano e vive organizado de modo a participar na tomada de desisoes e na escolha dos seus dirigentes a todos os níveis. Para isso todos os governadores das províncias devem ser eleitos,e distritos transformados em Autarquias.

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