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Escrito por Adérito Caldeira em 12 Janeiro 2017 |
![]() Devido a redução do Investimento Directo Estrangeiro e a revelação dos empréstimos secretamente contraídos pelas empresas Proindicus e Mozambique Asset Managment(MAM) com Garantias do Estado, violando a Constituição e a Lei Orçamental, a chamada “Pérola do Índico” vai de mal a pior, de acordo com o mais recente relatório da instituição de Bretton Woods, intitulado “Perspectivas Económicas Globais: Investimento fraco em tempos incertos”, que prevê um crescimento económico de 5,2% em 2017, menos 2,5% do que previra em Junho último. ![]() Esta projecção é ligeiramente inferior a do Executivo de Nyusi que no seu Plano Económico e Social espera um crescimento de 5,5%, suportado pela “consolidação da paz, recuperação da confiança na relação com os Parceiros Internacionais através do reforço da transparência financeira, o que poderá levar a recuperação de um ambiente favorável para o incremento do fluxo do Investimento Directo Estrangeiro e para a melhoria da Balança de Transacções Correntes”. Recorde-se que durante dez anos, até 2014, a economia moçambicana foi muito aplaudida internacional por causa do seu crescimento a uma média de 7%. Todavia esse crescimento pujante não se traduziu na melhoria da vida do povo, durante esse período o número de moçambicanos pobres aumentou em mais de dois milhões de cidadãos.
“Se os atalhos usados no passado para manter as taxas de crescimento elevadas persistirem, o futuro não será diferente do passado”
Uma pesquisa do Grupo de Investigação Pobreza e Proteção Social do Instituto de Estudos Sociais e Económicos(IESE) constatou que o Governo de Filipe Nyusi está a implementar uma estratégia de crescimento económico idêntica ao do seu antecessor, “Uma estratégia focalizada na maximização da substituição da poupança interna pela poupança externa, visando gerar taxas elevadas de crescimento”.![]() Além disso, “Para o Governo continua a ser politicamente conveniente, apostar numa estratégia de crescimento com défices elevados das contas-correntes ou das poupanças externas. Simultaneamente, o crescente recurso ao crédito interno, supostamente destinado a financiar o défice orçamental, tem sido cada vez mais orientado para alimentar novos mecanismos de endividamento público, através de títulos de dívida pública sem qualquer lastro real ou positivo”, acrescenta o estudo do IESE. ![]() Entretanto as projecções do Banco Mundial indicam que o nosso País regista um dos mais altos rácios da sua Dívida Pública em relação ao PIB do continente africano, que deverá ultrapassar os 110% em 2017 devidos aos empréstimos das estatais Proindicus, EMATUM e da MAM. Um documento do Ministério da Economia e Finanças estimava que o rácio da Dívida Pública cresceria apenas até os 104,6% este ano. Paralelamente, Moçambique regista a segunda mais alta taxa de inflação da África sub-sahariana, apenas atrás de Angola.
“É vital acelerar o crescimento económico sustentável e inclusivo para acabar com a pobreza extrema”
Ainda para a região do nosso continente abaixo do Sahara, o mais recente relatório do Banco Mundial prevê um aceleramento de 2,9% em 2017, acima do PIB mundial que deverá ficar nos 2,7%.Em comunicado, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, assegura que é o “momento certo” para aumentar o investimento em infraestruturas. Mas, adverte que a guerra comercial que Donald Trump, o eleito Presidente dos Estados Unidos da América, lançou contra o México e a China poderá ter o efeito oposto e “minar a esperada recuperação do comércio mundial e do investimento”. Segundo o relatório, outras fontes de incerteza pairam sobre a economia mundial, especialmente na Europa, onde o Reino Unido se prepara para iniciar a discussão sobre a saída da União Europeia. De modo geral, refere o relatório, a Europa está ameaçada por uma tentação “populista”, que poderá ficar expressa em 2017 durante as eleições em França e na Alemanha, enquanto a zona euro parece consolidar a sua recuperação com um crescimento previsto de 1,5% para este ano. Para a segunda maior economia do mundo, a China, o Banco Mundial prevê um crescimento de 6,5%. Devido ao cocktail de incertezas nos países ricos, as economias emergentes e em desenvolvimento estão condenadas à expectativa. “É vital acelerar o crescimento económico sustentável e inclusivo para acabar com a pobreza extrema”, sublinha o presidente do Banco Mundial. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Moçambique deverá crescer apenas 5,2% este ano segundo Banco Mundial, Dívida Pública será superior a 110% do PIB
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