"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Ninguém se demitirá nem será exonerado


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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Mesmo que esteja demonstrado que são uma nulidade, do ponto de vista de competência e desempenho.
Os “pronunciamentos” de alguns ministros de Moçambique são a prova de que alguma coisa anda muito errada, no que se refere à cultura governativa. Dizem e desdizem, mas, em termos de factos e coerência, são uma mediocridade.
Reinventar parque de máquinas ao estilo da defunta “Mecanagro”, entregue agora a “camaradas”, não acrescenta valor nem promove mais produção agrícola, como se tem visto.
Substituir pão por mandioca e batata-doce, como disse um antigo comentarista tornado vice-ministro, não é exequível nem prático.
O selo “Made in Mozambique” trouxe produtos como “Frozy” e pouco mais.
A qualidade e competitividade agro-industrial está de rastos, e isso acontece porque reina tudo menos competência dos autores responsáveis.
Não há como não estranhar um Governo que não consegue fazer, mas mantém-se em funções.
Advoga-se não desestabilização, mas uma acção governativa real, efectiva e visível.
Não teremos Moçambique desenvolvendo- se enquanto o Conselho de Ministros for um clube de amigos que se autoprotegem.
O que faz um Governo para justificar tanta opulência, se, no fim do dia, não se verificam resultados?
O PR tanzaniano pode ser apelidado de populista, mas as suas acções ao nível da contenção de despesas e austeridade conquistaram apoio popular.
Contabilizar gastos e decidir onde cortar para financiar despesas com impacto social e económico é urgente.
Acabar com o estado de guerra pelos recursos é a medida mais racional que se pode tomar. A defesa da soberania alegada pelos promotores da dívida ilegal, que só beneficiou os bolsos de “lobistas” nacionais e internacionais, deve ser encarada tal como, um cancro a erradicar.
Enquanto se governar pelas aparências e não houver seriedade por parte dos partidos políticos em debater com sentido patriótico os “dossiers” nacionais, continuaremos à deriva.
Bobagens discursivas como a de certos ministros e seus vices devem merecer interrogação parlamentar, porque ofendem o bom senso e os interesses dos governados. Quando um governante se coloca acima dos governados, dá nisto. Milhões de pobres alimentando egos inflamados de ministros medíocres.
Esperar por PGR estrangeiras para que acusem e julguem casos de corrupção envolvendo moçambicanos significa cumplicidade activa. Combater a corrupção que dilapida ferozmente recursos públicos é algo inadiável que não pode esperar por arranjos partidários.
Havendo interesse por parte do Governo, este tem elementos mais do que suficientes para tomar decisões.
É preciso entender que governar exige e requer coragem. Receber financiamentos aparentemente fáceis da China ou da Índia já se revelou um desastre ecológico e financeiro. O que parecia uma porta para o desenvolvimento, produziu alguns elefantes brancos e obras de qualidade tão sofrível que até já mataram, como no caso da piscina do Zimpeto. Se há infiltração na Aldeia Olímpica, foi porque houve falcatruas na construção e na fiscalização. E, quando ninguém paga por isso, a tendência é que o mesmo se repita.
Não queremos ministros-mandioca e outros falsários que, das câmaras de televisão, se guindaram a posições de relevo no Governo e nas empresas públicas.
Também urge assumir que a CTA é um empecilho ao desenvolvimento na sua actual matriz. Uma grande célula do partido não pode ser confederação dos empresários do país.
Desmantelar as redes clientelistas que actuam ao nível do Governo e das empresas públicas vai trazer recursos até aqui desviados para engordar corruptos conhecidos.
Mas é preciso gostar e amar Moçambique para lutar por ele. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 30.01.2017

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