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terça-feira, 24 de maio de 2016

PGR moçambicana sem provas de valas comuns mas as investigações prosseguem

 
 
 
Destaques - Newsflash
Escrito por Lusa  em 24 Maio 2016
A Procuradoria-Geral da República de Moçambique disse hoje que ainda não encontrou a vala comum denunciada em abril por camponeses no centro do país, assegurando que vai continuar a averiguar o caso.
"A procuradoria provincial de Sofala foi ao terreno lá onde se diz que há valas, trabalhou juntamente com outras entidades e com a população local, constatou-se que não há vala comum. Pelo menos nos pontos onde o Ministério Público foi, não encontrou nenhuma vala comum", afirmou Taíbo Mucobora, porta-voz e procurador-geral adjunto da República, à margem da IX sessão do Conselho Coordenador da Procuradoria-Geral da República.
Segundo Mucobora, a Procuradoria-Geral da República na província de Sofala vai continuar a averiguar os relatos de existência de uma vala comum na região.
"Logo que tomámos conhecimento, a procuradoria provincial de Sofala trabalhou com outras entidades, fez um trabalho no terreno, para ver, de facto, o que é que estava a acontecer", acrescentou o porta-voz.
Em relação à descoberta de corpos abandonados no distrito de Macossa, província de Manica, centro de Moçambique, Taíbo Mucobora afirmou que uma equipa da Procuradoria-Geral da República enviada ao local identificou a existência de 11 corpos e instaurou um processo visando o apuramento das circunstâncias das mortes.
"A procuradoria foi ao local para ver o que estava a acontecer, acompanhada de outras entidades que são chamadas ao caso e com destaque para um técnico de medicina, que fez a vez de um médico legal. Já se instaurou um processo que está a correr seus termos, e os corpos encontrados foram em número de 11", disse Taíbo Mucobora.
Na semana passada, o ministro do Interior de Moçambique, Basílio Monteiro, afirmou que há vestígios de crime no caso de cadáveres descobertos ao abandono no centro do país, assinalando que, apesar de os corpos terem sido sepultados, as investigações vão continuar.
A 30 de Abril, jornalistas de vários órgãos de comunicação social, incluindo a Lusa, testemunharam e fotografaram 15 corpos espalhados no mato, apontando a localização da descoberta como o distrito da Gorongosa, província de Sofala.
Uma semana mais tarde, o canal televisivo moçambicano STV mostrou 13 corpos em decomposição no distrito de Macossa, província de Manica, confirmando a existência de cadáveres abandonados junto à principal estrada do país.
As zonas apontadas quer pela Lusa quer posteriormente pela STV ficam muito próximas, no limite das fronteiras entre os distritos de Gorongosa e Macossa e também entre as províncias de Sofala e Manica, e os corpos devem ser os mesmos.
Os corpos foram abandonados nas proximidades do local onde camponeses alegam ter observado uma vala comum com mais de cem cadáveres, até ao momento desmentida pelas autoridades, e sem confirmação dos jornalistas, numa zona de forte presença militar, no quadro do conflito que se vive no centro do país.
Apesar de vários desmentidos, a descoberta de corpos abandonados e as denúncias dos camponeses levaram a Comissão Nacional de Direitos Humanos de Moçambique, instituição estatal, a pedir o "acesso incondicional" de entidades nacionais ou internacionais aos locais.
O Escritório do Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos afirmou estar em contacto com as autoridades moçambicanas para aceder à zona dos corpos abandonados.

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