31 de Maio de 2016, 17:12
A Polícia da República de Moçambique (PRM) acusou hoje a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) de atacar uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança na província de Manica, centro de Moçambique.
Falando durante a conferência de imprensa de balanço semanal das atividades policiais, o porta-voz do Comando Geral da PRM, Inácio Dina, disse que o ataque aconteceu às 13:00 (12:00 de Lisboa), contra uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança no distrito de Barue.
"Neste momento, está em curso o processo de perseguição para a detenção dos homens da Renamo que continuam a semear terror", afirmou Inácio Dina, referindo que ainda não há informações sobre a existência de vítimas.
"Os colegas estão em processo de perseguição e em momento oportuno teremos o balanço", disse.
Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre a Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.
A Renamo tem sido acusada pelas autoridades de vários ataques nas principais estradas do centro do país, incluindo contra alvos civis, que o líder da oposição justifica com a circulação de militares em viaturas de transporte público.
O Governo moçambicano e a Renamo retomaram, na semana passada, em Maputo, o diálogo sobre o fim da crise política e militar no país, após vários meses de paralisação das negociações, depois de a Renamo se ter retirado do processo, alegando falta de progressos e de seriedade por parte do executivo.
O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
O nosso país que hoje importa até repolho já foi, antes da independência, uma das mais pujantes economias de África produzindo não só comida para o consumo interno mas também para a exportação, “(...) nós não comprávamos farinha milho de fora (...) arroz nós comíamos da província da Zambézia (...) nunca comprávamos laranja da África do Sul (...) éramos o segundo país produtor de copra no mundo”, afirma o professor João José Uthui em entrevista ao @Verdade onde aponta como solução para voltarmos a ser auto-suficientes “desenhar o modelo de desenvolvimento económico que nos permita produzir utilizando a matéria-prima que temos, investir na educação e na agricultura mecanizada”.
“Eu vou lhe dar um exemplo de um modelo de utilização das terras do Niassa. Quando Mandela (Nelson) entrou para o poder (como Presidente da África do Sul) convenceu o Chissano (Presidente de Moçambique) a utilizar as terras, mandando farmeiros (sul-africanos) para aqui. Porque a intenção de Mandela era de ter a região auto-suficiente em termos de agricultura, e sabia que Moçambique tinha extensões de terra muito grandes ociosas. Fizeram a fotometria, numa avião especializado, alguns farmeiros boers fizeram uma associação, chamada Mozagrius, para trabalhar terra em Majune, eu era um dos indivíduos que estava à frente desse processo do lado da Sociedade Civil”, relata o académico.