Reabastecimento de Palma voltou a parar por falta de escolta
Mais de 50 camiões fazem fila em Nangade
Quando as coisas davam sinais de caminhar para o que se pode considerar “regresso à normalidade” no que ao abastecimento de produtos de primeira necessidade diz respeito, a vila distrital de Palma voltou a ver as prateleiras do pequeno comércio local vazias porque, há quase duas semanas, não recebe camiões de reabastecimento, contrariando o cenário que se assistiu no início deste mês.
Os camiões pararam de ir à vila de Palma descarregar produtos de primeira necessidade não por dificuldades dos transportadores ou dos comerciantes locais, mas, isso sim, de novo, por razões de falta de segurança no troço maioritariamente de terra batida, que liga as sedes distritais de Nangade e Palma, passando pelo posto administrativo de Pundanhar.
O que acontece é que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) pararam de fazer escolta que garantia uma viagem segura de Nangade a Palma.
Não existe informação objectiva do que é que está por detrás desta suspensão de escoltas, mas, reiteradamente, os transportadores têm ouvido promessas do tipo “amanhã vamos arrancar”.
Entretanto, os dias passam, mas as promessas de início de viagem, feitas por militares, nunca chega a concretizar-se. É uma realidade que está a desgastar e a corroer a capacidade de sobrevivência dos camionistas que há mais de dez dias acampam em Nangade esperando por luz verde das Forças de Defesa e Segurança. Fonte local conseguiu contabilizar, nesta terça-feira, mais de 50 camiões que há dias fazem fila na vila de Nangade.
Enquanto em Nangade são camiões carregados a fazer fila, em Palma também são camiões vazios a fazer fila e esperando o sim das autoridades para ir buscar mais produtos, actualmente necessários para abastecer os mercados de Palma.
Localmente, circulam informações dando indicação de que uma das razões por detrás da demora no arranque da coluna tem a ver com o facto de os helicópteros que, também participavam nas escoltas estarem actualmente atarefados nas operações de combate ao terrorismo, que decorrem em alguns pontos da província, a exemplo de Mocímboa da Praia e Macomia.
E, ao que tudo indica, os meios aéreos são fundamentais e indispensáveis, pois garantem também cobertura e dão maior campo de manobra aos elementos das FDS em terra. Relatos locais indicam que há camionistas que estão na vila de Nangade há quase duas semanas, passando por momentos considerados “difíceis”.
Não há lugar nem para dormir, pois, a única Pensão da vila de Nangade anda superlotada. Enquanto isso, os preços na vila de Palma, depois de sinais de estabilização, voltaram a subir, coma população local a acusar também os comerciantes de aproveitamento, visto que, alguns, mesmo com mercadoria do recente abastecimento, vendem a preços bastante altos.
MEDIA FAX – 18.02.2021
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