Carta aberta ao Presidente Nyusi!
Excelência, escrevemos-lhe para aliviar as nossas inquietações. Para termos coragem de quando amanhã enfrentarmos o espelho, encontrarmos aquele pobre moçambicano, mas digno, honesto. Nós não jogamos na mesma equipa de bajuladores por si treinada. Somos da opinião que alguém que se fez eleger a um alto cargo público, deve ser escrutinado e não bajulado. E também há-de convir que o preço que cobra um bajulador é muito elevado. Nenhum bajulador presta os seus serviços de borla!
Bom: o que nos leva a escrever hoje, Excelência, são essas novas revelações de Iskandar Safa, o dono da Privinvest, de que o senhor recebeu deles um milhão de dólares do dinheiro das dívidas ocultas que ditaram as prisões de Manuel Chang, Ndambi Guebuza, Gregório Leão, Renato Matusse, António Carlos do Rosário e outros… a lista é longa!
É verdade que Excelência recebeu esse dinheiro quando ainda não havia assumido o cargo de alto magistrado da nação, mas sabia que não era uma simples doação, mas antes um suborno para influenciar o futuro Presidente da República de Moçambique.
Convenhamos: é problemático que o Presidente da República esteja a ser acusado de ter recebido esse valor, resultante das dívidas que deixaram o País na pobreza. Que Presidente é esse?
Desculpa, Excelência: se ainda não é, o senhor está a seguir o caminho certo para ser qualificado com justiça como o pior dos Presidentes da nossa história republicana!
Talvez por não se tratar de um desses heróis da luta de libertação nacional, o povo acreditou tanto no que o senhor dizia durante a campanha eleitoral. O povo viu em si a sua esperança de um futuro melhor, Excelência. E no fim tem nos provado que tinha razão aquele indivíduo que um dia disse que os políticos em qualquer parte são os mesmos. Eles prometem construir pontes, mesmo quando não há rios.
Sabe, Excelência, essa vergonha de dívidas ocultas até dá-nos a sensação de que o senhor mandou prender malta Ndambi Guebuza porque odeia a concorrência. Como pode malta Helena Taipo, Paulo Zucula, querer roubar do mesmo cofre público onde o Presidente rouba? Que atrevimento!?
E sobre Manuel Chang: afinal em que ponto estão as coisas? É que nós temos conhecimento de que o senhor tem adiado o desfecho deste processo para que ele morra de morte premeditada. É o que acontece com os que estão no Língamo. Deviam ter saído em Janeiro passado, mas o senhor, à calada da noite, mandou mudar o Código Penal, alterando, desse modo, os prazos da prisão preventiva. Já não há prazo nenhum. Eles podem ficar na cadeia sem julgamento o tempo que o senhor precisar. Evita, assim, a concorrência no saque e, por outro lado, estando todos presos, quem dirá ao povo que o Presidente da República também não é sério. Que se beneficiou do dinheiro do calote?
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