"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 21 de fevereiro de 2021

 

APESAR DE CHUVAS E INUNDAÇÕES OS REBELDES DO NORTE FUSTIGAM AS FORÇAS DA FRELIMO

Por Francisco Nota Moisés

Cabo Delgado: Insurgentes efectuam dois ataques em diferentes distritos e com o mesmo propósito (2)

"Ao longo do dia de ontem (16-02), registaram-se dois ataques pela província de Cabo Delgado sendo o primeiro, no Distrito de Mocímboa da Praia e o segundo, no de Muidumbe. No primeiro Distrito, militares que estavam a caminho de rendição da Posição de Namili (última aldeia de Mocímboa da Praia e por sinal, habitada até ontem), foram reportados para aconchegar colegas seus que estavam a recuar. O facto da recua devia-se ao uso incessante de armamento pesado que inclui RPG7 contra toda a posição e nos dois lados da estrada asfaltada. Nos primeiros minutos do combate, Insurgentes já haviam danificado pneus de um dos carros blindados e o respectivo vidro, facto que não seria qualquer tipo de armamento a conseguir. A equipa de militares que recuou, recebeu pronto socorros na posição mais próxima, a de Namaua – Mueda. Houve pelo menos um militar ferido com algum projétil e socorrido, daquela posição. Por aqui, um batalhão inteiro encontra-se em prontidão combativa. Fontes do Pinnacle News apontam que ficaram para trás, o remanescente de material bélico, comida, a própria viatura blindada ora danificada e pertences pessoais de alguns militares. ..." In  Pinnacle News on 17 de Fevereiro

CADA vez que Felipe Nyusi, o líder do regime da Frelimo em Maputo, apela aos rebeldes do Norte para deporem as suas armas e se renderem, os combatentes lhe respondem com ataques de grande envergadura que humilham e desmazelam a sua soldadesca. Num dos ataques acima mencionados, os rebeldes cobriram uma das bases dos terroristas com um fogo intenso de armas pesadas.  

Parece-me que o Pinnacle News se enganou ou se esqueceu de que os homens da Frelimo diziam que os rebeldes estavam armados de catanas e doutros objectos contundentes que como numa cena de fantasia ficcional se transformam em armas  pesadas que cospem um fogo abrangendo a base inteira dos terroristas, forcando sobreviventes dentre os terroristas a se porem em fuga para se juntarem a outros que ja estavam em fuga.

Esses ataques rebeldes foram constituíram uma grande derrota da soldadesca da Frelimo. No entanto, a Frelimo não fala das baixas que sofreu que devem ter sido muitas e não só um ferido como se alega no artigo. Quando se toma em conta a descrição do cenário fustigador apocalíptico do fogo rebelde que se abateu contra os soldados da Frelimo com armas pesadas capturadas a ela, fica mais do que claro que a Frelimo não quis admitir as suas baixas, que é para não desmoralizar o seu exército. Os pobrezinhos da Frelimo, ou os seus sobreviventes, puseram-se em fuga precipitada em vez de contrapor o fogo inimigo com o seu próprio fogo. 

Mas quando se trata de agir contra população indefesa e desarmada como aquela mãezinha nua que fustigaram à paulada antes de abate-la com 36 balas, a soldadesca terrorista se torna em verdadeiros heróis macabros da Frelimo.

Os sobreviventes frelimistas dos dois ataques rebeldes meteram-se em fuga como ratos apavorados, deixando atras material bélico pesado e outro, comida, roupa e outras pertenças que caíram nas mãos dos rebeldes.  São esses rebeldes que castigam os seus bandos armados que a Frelimo descreve como famintos e sem munições? Há-de ser pior para os bandidos da Frelimo e o seu chefe Nyusi quando terão passado as chuvas e inundações.

O certo é que os rebeldes são uma força motivada e disciplinada que não age contra a população como a propaganda da Frelimo e os seus papagaios internos e externos repetem sem cogitar, mas a papagaíce não altera os factos a favor da Frelimo que age como terrorista como fazia na guerra civil com a Renamo quando atribuía a esta os crimes de guerra que  a sua soldadesca e dos seus aliados da Tanzânia e do Zimbabwe cometiam em Moçambique.

 

Extracto duma Carta a SExa Presidente da República e Chefe do Governo por Helder Martins

HELDER---MARTINSAssunto: Pedido de demissão da Comissão Técnico Científica para Prevenção e Resposta à Pandemia de COVID-19
Excelência
Pela Resolução do Conselho de Ministros nº 20/2020, de 25 de Março, assinada por SExa. o Primeiro Ministro (para quem portanto copio esta carta), fui nomeado membro da Comissão Técnico Científica para Prevenção e Resposta à Pandemia de
COVID-19.
Muito agradeço a VExas. a confiança que em mim foi depositada. Diante duma situação que ameaçava ser grave, não hesitei em aceitar o desafio, pois que me pareceu ser um dever de cidadania.
Ao longo destes quase 11 meses dediquei-me afincadamente a desempenhar as minhas funções no seio da Comissão como melhor sei e sou capaz. Trabalhei 12 horas por dia, sem interrupção de fins de semana ou de feriados. Tratando-se duma
doença nova, dediquei grande parte desse tempo a estudar. Como tive a oportunidade de, no quadro das minhas funções na Comissão, dirigir uma equipa multidisciplinar de investigação, compreendendo investigadores seniores e juniores, tive o privilégio de ter co-investigadores juniores que fizeram pesquisa bibliográfica para mim, o que enormemente potenciou a minha capacidade de estudar e aprender. A eles muito agradeço.
Lei aqui Download Carta a SExa Presidente da República Extracto Público_heldermartins

Comments

1
Frank dijo...

O sr. Hélder Martins julga que os moçambicanos têm memória curta ou que o seu passado desapareceu. É preciso ter lata para tornar pública uma carta em que se auto-promove a cientista reconhecido internacionalmente.

Só para refrescar a memória, o sr. Hélder Martins foi ministro da Saúde do primeiro governo da Frelimo depois de 25 de Junho de 1975. Ficou tristemente conhecido, pelo populares, como ministro das latrinas porque a única coisa que podia oferecer aos moçambicanos eram latrinas.

O sr. Hélder Martins mal tomou posse expulsou todos médicos que optaram pela nacionalidade portuguesa, e encerrou todos consultórios médicos, laboratórios de análises clínicas,centros de investigação médica e clínicas privadas. Não só encerrou os estabelecimentos, como também confiscou os bens dos médicos atingidos. Assim, de um momento para outro, Moçambique ficou reduzido a 20 médicos. Durante o período em que foi ministro da Saúde não fez qualquer investimento porque a sua obsessão eram as latrinas.

O sr. Hélder Martins é um hipócrita quando na sua carta insulta os portugueses chamando-os de neo-colonialistas. Ele esquece-se, que quando se candidatou para o posto de director da OMS viajou para Portugal para pedir o voto desse país na sua candidatura.

É realmente triste chegar à idade que chegou para agora fazer uma figura ridícula com a sua extensa carta de auto promoção.

 

Reconstrução Ciclone Kenneth

Está a chover. Vai fazer quase 2 anos que o ciclone Kenneth passou pelas Quirimbas e poucas ou nenhumas casas foram reconstruídas no Ibo, Quirimba ou Matemo. Em Matemo não conseguimos identificar nenhuma casa construída de alvenaria, tirando o hotel que está abandonado.

O governo pouco ou nada fez e as agências das Nações Unidas andam ao sabor das ordens do governo.

A Organização Internacional das Migrações, com o seu staff de iluminados lá no Maputo decidiu mandar fazer 100 casas em Pemba, pré fabricadas, que depois serão transportadas por barco para o Ibo.

Qual o custo de cada casa?? Qual o custo do transporte?? Foram necessários 2 anos até tomarem essa decisão??

Será que não ficaria muito mais barato e era mais rápido terem transportado cimento, barrotes e chapas para o Ibo e oferecido às populações, em 2 anos de tempo que perderam já muita casa tinha sido reconstruída!!!

No Ibo toda a gente é carpinteiro ou pedreiro.

A quantidade de material a transportar para as ilhas vai exceder a capacidade de transporte das lanchas à vela. Para quando um programa de apoio com oferta de motores para as lanchas à vela??

O Programa Alimentar Mundial, outra equipa de iluminados, lá do Maputo, logo a seguir ao ciclone Kenneth transportavam arroz e ervilhas de avião e helicóptero, a um custo enorme e as lanchas à vela paradas no Paquitequete, negavam a usar lanchas à vela, que há 500 anos fazem transportes ao longo da costa.

Depois de uma experiência, agora só usam as lanchas à vela para os transportes, colocando dinheiro nas comunidades locais, tanto que agora a PAM até oferece e paga os transportes para as outras agências e ONG's.

Qual a dificuldade de compreender que o mandato do PAM é distribuir comida?? Será que o PAM também cura doentes nos hospitais??

O PAM está a exceder o seu mandato e não o pode fazer, transportando materiais de construção de outras agências.

O dinheiro dos doadores para o PAM é para comprar comida e distribuir, não para oferecer transporte de outros materiais.

(Recebido por email)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

 

STV-Jornal da Noite 18.02.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

 

Papa resgata Bispo de Pemba

Por Edwin Hounnou

O Papa Francisco tomou, no dia 11 deste Fevereiro, a sábia decisão de transferir para o Diocese de Cachoeiro Itapameri, no Estado do Espírito Santo, Brasil, o corajoso Bispo de Pemba, Dom Luiz Fernando Lisboa, tendo-lhe conferido a dignidade de “arcebispo ad  personam" o que significa elevação hierárquica dada a título pessoal, ou seja, por mérito próprio e não pela diocese atribuída. Luiz Fernando Lisboa dirigiu os destinos da Diocese de Pemba desde 2013. Ele tem sido, desde que eclodiu o terrorismo, a voz que, de forma insistente, denuncia as atrocidades da guerra, o sofrimento dos deslocados e a maneira quase apática como o governo tem vindo a lidar com este problema. O governo pensava que os ataques dos terroristas fossem uma ventania dentro de um copo, assim, demorou responder e quando despertou a insurgência já se tinha disseminado.

A voz do Bispo Luiz Fernando Lisboa tem denunciado  os malefícios dos terrorista e tem dado a conhecer ao mundo as amarguras por que as populações têm estado a passar. Era a voz credenciada para falar da guerra de Cabo Delgado e isso criou ódio nos propagandistas do regime. Foi insultado, humilhado e chegaram a propor que o bispo fosse expulso do país por, aparentemente,  ter “abusado” da hospitalidade do povo moçambicano. Não se sabe bem de que o povo o G40, grupo inicialmente de 40 pessoas, composto por advogados, docentes universitários, historiadores, jornalistas, etc., recrutado para atacar ideias não-alinhadas com o pensamento oficial e enaltecer os feitos do governo e da Frelimo, se referia porque não havia outro povo para além das populações vítimas dos ataques dos terroristas.

Tudo quanto o mundo sabe do terrorismo  se deve, fundamentalmente, à coragem do Bispo Luiz Fernando Lisboa  que, sem cessar, dizia que as populações de Cabo Delgado estavam a sofrer os piores horrores da guerra. Para todos, incluindo para o Parlamento Europeu onde residem os grandes centros decisores dos nossos tempos, a voz do Bispo de Pemba fez despertar as atenções. Luiz Fernando Lisboa levou Cabo Delgado ao mundo e levou o mundo a Cabo Delgado e as suas ansiedades. Enquanto uns diziam que somos atacados por termos petróleo e gás, Luiz Fernando Lisboa sempre disse que se trata de terrorismo pelo escancaramento das vias do narcotráfico. Esta análise, quanto nós, é verdadeira. Em Cabo Delgado, há luta entre narcotraficantes, apimentada com a governação pouco inteligente que tornou as populações presas fáceis dos terroristas.

A costa de Cabo Delgado sempre foi o caminho para o narcotráfico e a descoberta de imensos recursos naturais – minerais, gás e petróleo – veio a aumentar a presença militar na região, dificultando, desse modo, o livre acesso para o negócio de droga. As teorias que se tentam espalhar de conluio dos produtores de gás e petróleo, parece não ter pernas para se manterem em pé nem tão-pouco convencem. Outras razões mais consistentes devem ser investigadas para explicar, de maneira mais convincente a guerra que, agora, devasta a província de Cabo Delgado. As várias que vimos, ao longo da nova ocupação das zonas com recursos minerais, podem ter contribuído bastante para que uma parte dos jovens abraçassem o terrorismo. Ainda nos lembramos como foram presos, açoitados e expulsos os garimpeiros de minas da Montepuez Ruby Mining a fim de beneficiarem empresas estrangeiras associadas às elites políticas do partido governamental. Soubemos por terem sido denunciados pela imprensa internacional enquanto o governo achava aquelas agressões como algo normal.

Não temos dúvidas de que a transferência do Bispo Luiz Fernando Lisboa faz esfregar as mãos de contentamento daqueles que, há muito tempo, lhe desejavam ver fora das fronteiras nacionais e contra ele moviam montanhas de calúnias e pragas. Mesmo aquele pisca-pisca do Presidente Filipe Nyusi ao visitar o Bispo na sua residência, em Pemba, não passava de um mero expediente de relações públicas, porém,  a vontade de dizer a Luiz Fernando Lisboa que : “ Não estamos a gramar as suas bocas", não faltou. O G40 ficou em silêncio, porém, não desarmou. Agora deve estar a abrir garrafas de champanhe para festejarem a partida de uma voz que incomoda o regime. Os cachorros não ladram nem mordem por sua iniciativa. Recebem um sinal de partirem ao ataque, só aí, ladram, mordem e até podem despedaçar as suas vítimas. É assim como funciona a matilha e os esquadrões da morte completam o trabalho.

Na grande senda de calúnia e difamação, chegamos a ler que o Bispo Luiz Fernando Lisboa seja racista e, admiravelmente, não ouvimos nenhuma voz do clero diocesano se insurgiu ou desmentiu tais mentiras. Concluímos de que aquilo fazia parte do menu que visava abate-lo psicologicamente. Não sabemos se foi por um mero conformismo ou cobardia que caracteriza algum sector da nossa sociedade onde se diz que “quem não connosco, é contra nós“. Não ouvimos uma palavra a desmentir a falácia. Nós sabíamos que o Bispo de Pemba era um grande amigo do povo e, por ele, era capaz de dar a sua vida em defesa do povo de Deus. Este foi o motivo por que foi odiado e caluniado.

Na Igreja Católica não se sabe haverá nos próximos tempos, uma outra voz que venha a falar tão alto, contundente quanto a de Luiz Fernando Lisboa que deixava de regalo não somente os cristãos mas a todo homem que pugna pela paz, justiça social e desenvolvimento, pois ele defendia o povo, defendia os mais fracos, desprotegidos e sem voz. Luiz Fernando Lisboa é bom grande pastor, corajoso e determinado, por isso, o admiramos, em particular, desde que a guerra terrorista eclodiu, a 04 de Outubro de 2017, com o ataque à Mocímboa da Praia. Homem de paz para si e para os outros.

O Papa estudou a situação e tomou a decisão de resgatar o Bispo Luiz Fernando Lisboa da boca dos lobos antes que fosse demasiado tarde. Poderia ser morto, tal como aconteceu com tantas outras vozes discordantes ou que primavam pela justiça e verdade. A Igreja é a mesma. O rebanho de Deus é o mesmo ainda que as necessidades locais sejam diferentes. Queremos herói vivo, que esteja entre nós e vive os nossos problemas do quotidiano do povo e lá para onde vai, continue a falar das vítimas desta guerra terrorista.

Ajude sempre ao povo a encontrar a paz. Leve no coração o povo de Cabo Delgado, Bispo Luiz Fernando Lisboa! Lamentamos que tenha que partir num momento em que o povo mais necessitava de si, do seu apoio, da sua voz e das suas orações. O povo tem  a esperança de que o Bispo vai continuar a mobilizar ajudas e  a difundir os horrores de uma guerra terrorista e estúpida.

Luiz Fernando Lisboa não era mais um bispo para completar o xadrez. Era o bispo dos pobres, das populações sofredoras de Cabo Delgado. Você é bispo da libertação, a vós dos sem voz. É respeitado e admirado pelo povo. É temido pelos inimigos do povo que sempre viram em si um inimigo. Continue lutando pelos injustiçados, como o conhecemos! Cabo Delgado e as suas populações terão saudades do seu apoio, da sua voz denunciando  as atrocidades terroristas e a inércia do governo.

A um grande amigo do povo, como o senhor sempre o foi, não se diz adeus, mas, apenas, tchau. Agradecemos ao Papa que o resgatou com vida e o tirou das garras dos lobos que já afiavam os dentes e aguçavam as unhas para lhe aplicarem o golpe final. Os anjos do mal, aqueles que o caluniavam na imprensa e o consideravam persona non grata, estão a festejar a sua transferência porque a sua presença atrapalhava algumas pessoas.

CANAL DE MOÇAMBIQUE – 17.02.2021

 

Economia moçambicana registou desempenho negativo de 2.37% no último trimestre de 2020

O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado (resultado final da actividade de produção das unidades produtivas nacionais) apresentou uma variação de menos 2.37% no quarto trimestre de 2020, comparado ao mesmo período do ano anterior, e situou-se em menos 1.28%, em todo o ano de 2020.

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Economia moçambicana registou desempenho negativo de 2.37% no último trimestre de 2020 (cartamz.com)

 

Moçambique: Comunidades preferem madeireiros ilegais "que dão dinheiro vivo"

Madeira_pau-ferro-arvore%20mapaComunidades das regiões moçambicanas onde se exploram recursos florestais preferem colaborar com operadores ilegais, sobretudo chineses, devido ao pagamento tardio dos 20% da taxa de exploração, conclui estudo do CESC.

Um estudo solicitado pelo Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC) constatou o envolvimento de operadores ilegais, sobretudo chineses, com as comunidades locais na exploração de recursos florestais e faunísticos, no norte e centro de Moçambique.

Essa aproximação deve-se ao facto de as comunidades das províncias de Niassa e Nampula, no norte, e da Zambézia, no centro do país, não receberem 20% da taxa de exploração dos recursos desde 2019.

Lázaro Mabunda, consultor do CESC, explica que as comunidades preferem entrar em esquemas com os operadores ilegais porque com estes não há burocracia. "É toma lá, dá cá", diz. "As comunidades passaram a legitimar os chineses que apareciam para comprar os troncos, cortam e dão dinheiro de imediato."

Negócios com quem "dá dinheiro vivo"

Havia um conflito entre as comunidades e os operadores florestais "e alguns vão bloquear o operador que é concessionário daquela zona, porque preferem negociar com o chinês ou um ilegal que dá dinheiro vivo em vez de esperar por um valor que nunca chega", explica Mabunda.

O consultor do CESC Dionísio Nombora, co-autor do estudo, disse que operadores licenciados pagaram a taxa no período entre 2019 e 2020 às entidades governamentais, mas as comunidades não viram o dinheiro.

"Como corolário disso, alguns tratores são vandalizados, os operadores florestais [legais] não conseguem aceder às áreas para explorar os recursos. O problema não é com eles, é com a entidade responsável pela libertação dos 20%", lembra.

Como evitar conflitos?

Para evitar conflitos com os operadores licenciados, Lázaro Mabunda recomenda que as comunidades sejam capacitadas na gestão dos recursos naturais. "É preciso incluir as comunidades em todos os processos de concessões florestais e faunísticas de modo a gerar confiança e evitar tensões entre as comunidades e operadores", defende.

Há situações em que as comunidades "fazem uma pressão muito forte às localidades sobre os valores das receitas" e "os chefes das localidades sempre dizem que ainda não receberam e não têm informação.", exemplifica o consultor do CESC.

Em relação aos 2,75% referentes à taxa sobre a exploração mineira, Dionísio Nombora refere que este valor deve contemplar também zonas que sofrem o impacto ambiental da indústria extrativa.

"É importante esboçar um documento robusto normativo que possa informar o processo de gestão dos 2,75% incluindo questões de equidade", destaca.

Por exemplo, diz Nombora, "Namanhumbire recebeu 22 milhões de meticais [pouco mais de 200 mil euros] e as comunidades vizinhas vão assistir Namanhumbire a receber e correndo-se o risco de receber, ou seja, passar a receber maior orçamento comparado com o que o distrito recebe."

DW – 18.02.2021

 

NOTÍCIAS de Maputo 18.02.2021

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Reabastecimento de Palma voltou a parar por falta de escolta

Mais de 50 camiões fazem fila em Nangade

Quando as coisas davam sinais de caminhar para o que se pode considerar “regresso à normalidade” no que ao abastecimento de produtos de primeira necessidade diz respeito, a vila distrital de Palma voltou a ver as prateleiras do pequeno comércio local vazias porque, há quase duas semanas, não recebe camiões de reabastecimento, contrariando o cenário que se assistiu no início deste mês.

Os camiões pararam de ir à vila de Palma descarregar produtos de primeira necessidade não por dificuldades dos transportadores ou dos comerciantes locais, mas, isso sim, de novo, por razões de falta de segurança no troço maioritariamente de terra batida, que liga as sedes distritais de Nangade e Palma, passando pelo posto administrativo de Pundanhar.

O que acontece é que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) pararam de fazer escolta que garantia uma viagem segura de Nangade a Palma.

Não existe informação objectiva do que é que está por detrás desta suspensão de escoltas, mas, reiteradamente, os transportadores têm ouvido promessas do tipo “amanhã vamos arrancar”.

Entretanto, os dias passam, mas as promessas de início de viagem, feitas por militares, nunca chega a concretizar-se. É uma realidade que está a desgastar e a corroer a capacidade de sobrevivência dos camionistas que há mais de dez dias acampam em Nangade esperando por luz verde das Forças de Defesa e Segurança. Fonte local conseguiu contabilizar, nesta terça-feira, mais de 50 camiões que há dias fazem fila na vila de Nangade.

Enquanto em Nangade são camiões carregados a fazer fila, em Palma também são camiões vazios a fazer fila e esperando o sim das autoridades para ir buscar mais produtos, actualmente necessários para abastecer os mercados de Palma.

Localmente, circulam informações dando indicação de que uma das razões por detrás da demora no arranque da coluna tem a ver com o facto de os helicópteros que, também participavam nas escoltas estarem actualmente atarefados nas operações de combate ao terrorismo, que decorrem em alguns pontos da província, a exemplo de Mocímboa da Praia e Macomia.

E, ao que tudo indica, os meios aéreos são fundamentais e indispensáveis, pois garantem também cobertura e dão maior campo de manobra aos elementos das FDS em terra. Relatos locais indicam que há camionistas que estão na vila de Nangade há quase duas semanas, passando por momentos considerados “difíceis”.

Não há lugar nem para dormir, pois, a única Pensão da vila de Nangade anda superlotada. Enquanto isso, os preços na vila de Palma, depois de sinais de estabilização, voltaram a subir, coma população local a acusar também os comerciantes de aproveitamento, visto que, alguns, mesmo com mercadoria do recente abastecimento, vendem a preços bastante altos.

MEDIA FAX – 18.02.2021

 

Semanário Canal de Moçambique nº 602 de 17.02.2021

Cmc 602 17.02Leia aqui

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FANFARRONICE DE FELIPE NYUSI CONTRA OS REBELDES DO NORTE E DO CENTRO SEM FUNDAMENTO

Por Francisco Nota Moisés

STV-Jornal da Noite 17.02.2021(video) (2)

Locutor: ' "Pelembe perdeu a vida no passado dia 14 de Fevereiro do mês em curso, vitima de doença, mas a sua memória  e seus ideais ficam carimbados na história. Um dos principais ideais e lembrado pelo presidente Felipe Nyusi." Felipe Nyusi: "Quando um compatriota tomba em combate, devemos pegar em sua arma e continuar com a luta. Major-General, pela independência pela qual lutaste contra a dominação estrangeira, continuaremos a combater o terrorismo em Cabo Delgado. Pela defesa da soberania que ajudaste a conquistar, vamos vencer os ataques armados da autoproclamada Junta Militar da Renamo no Centro do pais." '  

Acima estão na íntegra as palavras do locutor da STV antes de apresentar a gravação do Nyusi a falar no enterro do Major General Pelembe da Frelimo que faleceu no dia 14 de Fevereiro. As suas declarações sobre as duas guerras nas quais o seu regime está envolvido contra rebeldes moçambicanos não acarretam o recente triunfalismo com o qual ele e o seu regime falaram depois de terem alegado que os dias dos rebeldes do Norte e os da Junta militar no centro estavam contados e que eles deviam se render antes que seja demasiado tarde. 

Durante três anos, a Frelimo exibiu um triunfalismo contra os rebeldes do Norte enquanto o contrário sucedia e as suas forcas eram espatifadas pelos rebeldes. A verdade não se esconde e ela vem à superfície contra a mentira. Passado um tempo no Norte, as mentiras da Frelimo desfazem-se com a perda do terreno perante o avanço dos rebeldes. Para desfazer a sua vergonha e se explicar porque era batida, a Frelimo disse que os rebeldes, que ela dizia estavam armados de catanas e objetos contundentes, estavam melhor armados até com drones do que seu exército. Os rebeldes tomaram Mocímboa da Praia que até então continua nas suas mãos, apesar de boatos de que as tais forças da defesa da Frelimo já retomaram a vila sem no entanto mostrar nenhumas fotografias, coisa que a Frelimo gosta de fazer para exibir as suas ações que chocam a humanidade.

Bernardino Rafael, o polícia-mor dos frelimistas falou de ter tomado Muidumbe e aquilo era pura mentira dele.

E os frelimistas não conseguem explicar porque é que os bravos franceses saíram a correr de Afungi em vem de se renderem aos rebeldes.  E os bravos franceses dizem que a Frelimo deve assegurar um cordão de segurança de 25 quilómetros antes que a Total retome as suas operações.  Tentei fazer ideia disto.  Não compreendi e parece me que os franceses ainda não se libertaram do idealismo do principio da Linha Maginot, Uma fortificação que construíram do Atlântico até aos outeiros de Ardennes no Oriente sem cobrir as colinas visto que pensavam que os tanques alemães não passariam por lá em caso da guerra. As tropas nazis demonstraram que a Linha Maginot, que tinha o nome do ministro francês da defesa de então, era um tigre de papel.  Evitaram a intransponível linha e os seus tanques entraram e passaram pelos outeiros de Ardennes e apareceram atrás da fortificação.

Sem querer minimizar a sua capacidade de imaginação, os franceses sabem que guerras modernas são guerras de movimentos e a mais móvel das guerras é a guerra de guerrilha que se torna em guerra sem frentes, o que confunde e desorienta exércitos regulares. Demonstra isso a historia das  guerras na China contra o Japão, no Vietname contra os franceses e os americanos, no Afeganistão contra os russos e mais tarde contra a OTAN até  ao ponto de agora os americanos reconhecerem que sofreram uma grande derrota na luta contra os talibãs, que não passam de guerreiros primitivos contra o poderio militar da OTAN e dos Estados Unidos cujas forças derrotaram as forcas de Saddam Hussein em confrontos regulares num abrir e fechar de olhos.

Quanto ao conflito no centro,  a Junta Militar está muito longe de ser derrotada como o triunfalismo nyusista alega.   E nessa declaração no enterro de Pelembe, e o próprio Nyusi que diz que o seu regime continuará a lutar contra "os ataques armados da Junta Militar" até derrota-los. Não diz que os derrotou. Uma semana atrás a Junta atacou e de acordo com a MediaFax, que aparentemente propala a propaganda da Frelimo houve sete feridos, sem precisar se os feridos eram civis, militares da Frelimo ou guerrilheiros da Renamo. Parece que foram baixas da Frelimo.  Se fossem do lado da Junta Militar, a MediaFAX teria cantado com toda a sua força como o galo faz à meia noite e na madrugada. 

Numa guerra há sempre reversos dum lado e do outro. Uma ou duas baixas da Junta não significam o fim dela. Quantas baixas infligidas pelas forças portuguesas e com reedições de seus comandantes esta mesma Frelimo sofria? Será que ela acabou por causa daquilo?

Neste tempo há uma certa acalmia devido as cheias e as chuvas intensas que impedem os guerreiros da Frelimo e os rebeldes no Norte e no centro actuar com força. Faço ideia do impacto de  inundações e chuvas numa guerra. Em Janeiro de 1989, andei com  combatentes da Renamo sob chuvas e nas inundações de Sofala para Zambézia passando por Tete. Aquilo não foi uma brincadeira.  Mas todos os militares da Renamo eram jovens naquela altura. Enquanto os guerrilheiros carregavam armas, eu tinha uma bengala forte e comprida para me apoiar na marcha e para fustigar cobras que visse.

A Frelimo deve esperar o pior depois das chuvas e inundações tanto no Norte como no Centro. A sua propaganda de que os rebeldes do Norte e do centro andam famintos não lhe valerá nada enquanto ela mesmo e o país dependem em grande parte de comida que vem de fora.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

 

Semanário Zambeze nº 940 de 11.02.2021

Zambeze 940 11.02Leia aqui

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STV-Jornal da Noite 11.02.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

 

SEGREDO DO ESTADO NOS «ARMAZÉNS ANITA»?

Por Armando Nenane

O Comando Geral da PRM e o Estado Maior General das FADM pagaram 600 milhões de meticais a um pequeno estabelecimento comercial de nome «Armazéns Anita» em Maputo supostamente para alimentar os polícias e militares que integram a Força Conjunta em Cabo Delgado. Até aí está tudo bem, mas o sentido da história muda quando da conta do referido armazém o dinheiro é posteriormente encaminhado para contas particulares. E porque não foi possível comprovar o que estava realmente a ser pago, dois bancos comerciais da praça classificaram tais transacções como «suspeita de corrupção e branqueamento de capitais», tendo reportado os factos para o regulador.

De acordo com o novo semanário «Evidencias», que revelou esses factos esta semana na sua primeiríssima edição, não obstante a cidade de Pemba, em Cabo Delgado, contar com dezenas de supermercados com capacidade para abastecer uma base militar, o Comando Geral da PRM e o Estado Maior General das FADM celebraram um contrato com um pequeno estabelecimento comercial no bairro do Alto Maé, em Maputo, denominado «Armazéns Anita».

O referido contrato tinha em vista abastecer a base militar da Força Conjunta que está na linha da frente do combate a insurgencia em Cabo Delgado. «Entretanto, em tão pouco tempo, sem que haja clareza dos produtos comprados, o dinheiro depositado nas contas daquele estabelecimento comercial foi drenado para outras contas e/ou levantado em cheques», relata o semanário.

Essa situação, segundo a mesma fonte, levou dois bancos comerciais, nomeadamente o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e o Banco Internacional de Moçambique (Millenium BIM) a alertarem o Banco de Moçambique, na qualidade de regulador da banca comercial, tendo classificado tais pagamentos como «transacção suspeita de corrupção e branqueamento de capitais».  

«Pesou para a suspeita o facto de o rastreio das movimentações financeiras efectuadas não conduzir as compras declaradas, pelo contrário, indicava levantamentos em numerário e transferencias as contas do casal de proprietários José Pinhal e Calssum Amad», revelou o jornal.

Outro facto referenciado na mesma matéria é que o volume das transacções diverge da capacidade do armazém e não há evidencias claras de ter havido fornecimento do que foi declarado. Entre as transferências suspeitas constam movimentos dos dias 14 de Maio de 2018, 09 de Janeiro de 2019 e 10 de Novembro do mesmo ano, que levaram os referidos bancos comerciais a reportarem a suspeita ao Gabinete de Informaçao Financeira de Moçambique (GIFIM).

De referir que os jornalistas Fernando Veloso e Matias Guente, Director e Editor Executivo do semanário «Canal de Moçambique», respectivamente, foram acusados por crime de «violação de segredo de Estado» em virtude de haverem publicado um contrato supostamente confidencial entre o Ministro da Defesa Nacional, Atanásio Salvador Mtumuke, e o Ministro do Interior, Basílio Monteiro, e as multinacionais Mozambique Rovuma Venture e a TOTAL  com vista ao pagamento de compensações aos polícias e militares que integram a Força Conjunta em Cabo Delgado para o fornecimento de serviços de segurança aquelas multinacionais, mas que segundo o «Canal de Moçambique» tais dinheiros foram comidos pelos bosses.

Com efeito, o autor destas linhas (Armando Nenane) efectuou um depósito de 50 meticais numa conta do BCI supostamente pertencente a direcção nacional da logística e finanças do Ministério da Defesa tornada pública pelo «Canal de Moçambique» como sendo aquela onde foram depositados os dinheiros decorrentes do famoso contrato confidencial, tendo confirmado através do talão de depósito que a referida conta está associada ao nome do antigo ministro da defesa nacional Atanásio Salvador M´tumuke. 

Com estes novos factos trazidos pelo semanário «Evidencias», constata-se facilmente que não se trata de nenhum segredo de Estado mas sim de segredos de pessoas que estão a comer dinheiro a custa da guerra em Cabo Delgado. Os dinheiros que deviam alimentar os polícias e militares em Cabo Delgado terminaram num armazém em Maputo.

 

Dívidas Ocultas: grupos de investidores entram na guerra judicial em Londres e processam Credit Suisse e governo de Moçambique

Os grupos de investidores VR Capital Group Ltd. e Farallon Capital Partners LP entraram com acções judiciais contra o Credit Suisse Group AG e o governo de Moçambique por causa do escândalo de dívida de $ 2 bilhões.

O VR Capital, que é liderado por Richard Deitz, e o Farallon, estão processando o banco de investimento em Londres por seu envolvimento na obtenção de empréstimos para uma série de projetos marítimos mal sucedidos, de acordo com um processo legal que foi disponibilizado. Os dois fundos, que juntos possuem cerca de US $ 30 milhões em empréstimos, também estão processando o governo de Maputo numa acção separada na Grã-Bretanha.

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Dívidas Ocultas: grupos de investidores entram na guerra judicial em Londres e processam Credit Suisse e governo de Moçambique (cartamz.com)

 

NOTÍCIAS de Maputo 11.02.2021

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Justiça moçambicana considera que custo da corrupção no país " é violento"

Segundo o Gabinete Central de Combate à Corrupção de Moçambique, só em 2020, a corrupção resultou no desvio de cerca de 14,2 milhões de euros do Orçamento do Estado para benefício próprio dos gestores públicos.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) de Moçambique considerou "violento" o custo da corrupção no país, criticando a falta de mobilização da sociedade contra este tipo de delitos.  

"O custo da corrupção continua violento na administração pública e o seu impacto atinge o cidadão pacato", disse o porta-voz do GCCC, Estêvão Manjate, em entrevista à Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Só em 2020, a corrupção resultou no desvio 1,3 mil milhões de meticais (14,2 milhões de euros) do Orçamento do Estado para benefício próprio dos gestores públicos, avançou Estêvão Manjate. 

"Este prejuízo foi mais evidente no contexto da pandemia de covid-19, que mostrou a fragilidade das nossas infraestruturas sociais", acrescentou. 

Manjate apontou a grande e média corrupção caracterizadas pelo desvio de fundos na administração pública e protagonizadas por funcionários seniores e dirigentes como um dos maiores flagelos na administração pública.

Setores críticos

O porta-voz do GCCC apontou os setores da saúde, registos e notariados, Instituto Nacional de Transportes Terrestres (Inater), educação e alfândegas como os mais críticos, devido a uma maior procura de serviços pelos utentes.

Estêvão Manjate criticou a falta de mobilização social no combate ao abuso de recursos do Estado, apontando, em concreto, a ausência de compromisso por parte dos quadros dirigentes.

"Quando se trata de lançamento de campanhas agrárias, de vacinação ou de processos eleitorais, observamos um envolvimento de todos, incluindo os governantes ao mais alto nível. No dia que conseguirmos isso [em campanhas de combate à corrupção], vamos melhorar o índice de perceção [sobre a corrupção]", frisou.

Responsabilização

Apesar dessa lacuna, prosseguiu, a justiça tem conseguido que 95% de processos sobre corrupção cheguem a julgamento, resultando na condenação dos implicados. 

"Felizmente, 95% dos processos de corrupção que são objeto de acusação tiveram arguidos responsabilizados", referiu o porta-voz do GCCC. 

Estêvão Manjate elogiou as inovações introduzidas no Código Penal, porque agrava as molduras penais aplicadas aos crimes de corrupção.

Moçambique perdeu um ponto, passando de 26 para 25, e caiu três posições, da 146.ª para 149.ª, na edição relativa a 2020 do Índice de Perceção da Corrupção da Transparência Internacional .

DW – 10.02.2021

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 

STV-Jornal da Noite 08.02.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

 

Semanário Dossiers&Factos nº 401 de 08.02.2021

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Morreu Eugénio Mussa, Chefe do Estado Maior General das FADM

Eugénio_MussaA informação foi tornada pública esta tarde através de um comunicado do Gabinete de Comunicação do Ministério da Defesa Nacional. O documento indica que Mussa encontrou a morte na Cidade de Maputo, vítima de doença.
Mussa perdeu a vida semanas depois de ter sido nomeado e empossado ao novo cargo pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, tendo igualmente sido promovido ao posto de General do Exército.

 

Mondlane não foi o nacionalista como a Frelimo conta (7)

MondlanePor Francisco Nota Moisés

MONDLANE E A NÃO REALIZAÇÃO DO SEGUNDO CONGRESSO DEVIDO A UM BOMBARDEAMENTO PELA FORÇA AÉREA PORTUGUESA

... "Carecudo e com lábios grossos, Mondlane era um homem que se mantinha de boa saúde visto que fazia exercícios físicos quase que diariamente e gostava muito de marcha corridas na Praia de Oyster Bay onde vivia em Dar Es Salaam. A sua actividade física lhe serviu bem quando no segundo congresso da Frelimo no Niassa em Julho de 1968, aviões portugueses apareceram e obrigaram os congressistas a debandar com muito arrepio nos seus cabelos.  A fuga precipitada do Mondlane e dos congressistas foi uma coisa que a Frelimo nunca anunciou."

Porque é que a Frelimo mente e mente em tudo? O próprio Eduardo Mondlane era um grande mentiroso. Nunca dizia a verdade. Fazia promessas somente para alegrar as pessoas e não as cumpria. 

A Frelimo não admitiu o fracasso do tal segundo congresso donde o próprio Mondlane saiu a correr para o Rovuma antes de se enfiar numa almadia e atravessar o rio para a Tanzânia para salvar a sua vida enquanto que os outros guiados pelos guerrilheiros debandavam escondendo-se na floresta no seu esforço de fugirem para a Tanzânia enquanto aviões militares portugueses descarregavam bombas para tentar os eliminar.  A debandada tomou lugar enquanto a reunião estava para começar. 

Eles vieram a mentir mais tarde quando emitiram um comunicado para dizer que o seu segundo congresso tinha sido um grande sucesso e que os dirigentes da Frelimo tinham sido re-eleitos para as suas respectivas posições.

A verdade é que não realizaram nenhum congresso e muito menos eleições. E não era de admirar que a Frelimo liderada por Eduardo Mondlane tivesse mentido assim. 

Julho, quando os líderes da Frelimo decidiram fazer o seu congresso no interior de Moçambique foi o mês quando eu e os outros jovens fomos exilados de Dar Es Salaam pelo governo da Tanzânia para o campo de refugiados de Rutamba depois de termos travado uma boa luta contra a ditadura e a tirania de Eduardo Mondlane na Frelimo. Estivemos, portanto, atentos as manobras dos líderes da Frelimo sem esperar nenhuma coisa positiva sair da sua reunião.

Alguns dias depois da data quando o tal congresso devia ter começado, um velho maconde que tinha uma loja no campo dos refugiados e que se tinha tornado meu amigo riu-se a bom rir quando me viu a entrar na sua loja.  Eu não fazia ideia do que ele se ria antes dele surpreender com a informação que ele tinha a me dizer. Como eu, o velho maconde não gostava dos líderes da Frelimo

"Umesikia kwamba Mondlane na majambazi wengine kama yeye wamerudi Tanzania kama wanakimbia kwa sababu ndege za wareno zimewashambulia kali kabisa?" ele perguntou-me em Swahili para dizer: "já ouviste que Mondlane e os outros bandidos como ele regressaram para a Tanzânia a correr com os aviões dos portugueses a bombardeá-los fortemente?"

Ele e eu rimo-nos muito da desgraça dos líderes da Frelimo antes dele me dar de graça uma garrafa de fanta e ele abrir uma para si próprio para celebrarmos a falha da Frelimo 

O velho que tinha ouvido de pessoas da fronteira do Rovuma deu me mais detalhes sobre o bombardeamento contra os lideres da Frelimo enquanto bebíamos as fantas. A informação da debandada dos líderes da Frelimo era conhecida por muita gente no campo e as pessoas la falavam disso. 

E depois mais tarde em Nairobi, no Quénia, vim a me encontrar com ex-guerrilheiros que estiveram no lugar onde a reunião dos líderes da Frelimo devia ter tido lugar. Eles confirmaram que eles e os congressistas passaram mal com bombardeamentos e que aviões portugueses bombardearam o local por três dias consecutivos.   E todos concordavam que o ataque não foi uma brincadeira com bombas que deixavam covas e com explosivos incendiários. 

A tradição de mentiras da Frelimo baseia-se na sua crença de que admitir a verdade é um ponto fraco. Daí que para eles falar a verdade em que seja que seja é revelar fraqueza.

 

NOTÍCIAS de Maputo 08.02.2021

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Reabastecimento de Palma continua

Mais 34 carros partiram sábado

Depois dos gritos de socorro dos residentes de Palma, o que obrigou as autoridades a Mais 34 carros partiram sábado Reabastecimento de Palma continua introduzirem escolta militar, o reabastecimento da vila de Palma continua, isto para a satisfação e alívio daqueles que estavam há mais de três semanas sem comida e, por isso, na iminência de morrer à fome.

Com efeito, depois de os primeiros carros de transporte de carga, essencialmente produtos alimentares, terem feito, com segurança, no anterior fim-de-semana, o trajecto vila de Nangade – vila de Palma, ao longo da semana seguiram outras colunas que garantiram que a vila de Palma voltasse a ter o comércio e já com alguma diversidade de produtos alimentares.

No sábado, segundo soube o mediaFAX, mais 34 camiões partiram de Nangade sede. Ontem, domingo, devem ter chegado à Palma.

Segundo relatos recebidos, para a partida dos 34 camiões não foi só necessária a mobilização de homens e carros das FDS, mas também de meios aéreos para garantir que os produtos chegassem à Palma sem muitos constrangimentos.

Milicianos, tanto de Nangade, assim como de Palma, têm também estado a fazer parte das escoltas de reabastecimento.

Por outro lado, soubemos, um navio partiu de Pemba em direcção a Palma, isto no âmbito de se assegurar um maior reabastecimento de Palma, tendo em conta a capacidade de carga do navio, assim como a redução dos custos, comparando com o transporte terrestre.

Em algum momento, as autoridades locais tentaram justificar o esgotamento de stock de produtos alimentares, associando questões de segurança a questões de natureza meteorológica. Ou seja, disseram que também se deve à precipitação excessiva, que supostamente terá degrado as vias de acesso.

MEDIA FAX – 08.02.2021

 

Operações de grande vulto em curso

Mocímboa da Praia, Muidumbe e Macomia

Numa altura que circulam com alguma insistência indicações de algum enfraquecimento de grupos terroristas que actuam em Cabo Delgado, particularmente do ponto de vista logístico, operações de grande vulto das Forças de Defesa e Segurança (FDS) podem estar a ocorrer nos distritos da Mocímboa da Praia, Muidumbe e Macomia, centro e norte da província.

A ideia central parece ser continuar a “apertar o cerco” aos grupos terroristas em bases montadas naqueles distritos, realidade que está a obrigar as FDS a usarem tudo de melhor que têm do ponto de vista de homens e meios militares.

As informações que circulam apontam que as autoridades mobilizaram até helicópteros que “estão a fazer trabalhos” na zona de Awasse, Mbau, Chinda, Magaia, Antadora, Chitunda, Mocímboa da Praia, Muidumbe e Macomia Operações de grande vulto em curso Xitaxi, Miangalewa, Litamanda velho e Ruarua.

O que se diz é que nesta lista de aldeias continuam a ser vistos sinais de circulação de terroristas. Alguns residentes da vila de Macomia disseram ter visto dois helicópteros em direcção à zona de Mocímboa da Praia.

Em Mueda, um residente disse-nos estarem a ser ouvidos bombardeamentos na zona baixa de Muidumbe, isto nos últimos cinco dias.

Fala-se ainda da descoberta de uma suposta base de insurgentes em Nchinga, distrito de Muidumbe, mas as informações carecem ainda de confirmação e indicações mais objectivas. Entretanto, uma fonte na cidade de Pemba confirmou ter ouvido a informação, mas não tinha qualquer detalhe do assunto.

MEDIA FAX – 08.02.202

 

DDR: “Com um dirigente como Mariano Nhongo, as coisas não correm bem” – João Machava

Até finais de 2019, era “braço-direito” de Mariano Nhongo – durante a formação e afirmação da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, grupo dissidente do maior partido da oposição, Renamo, que protagoniza ataques militares nas províncias de Sofala e Manica – porém, hoje, apresenta-se como “detractor” do seu anterior Chefe.

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DDR: “Com um dirigente como Mariano Nhongo, as coisas não correm bem” – João Machava (cartamz.com)

domingo, 7 de fevereiro de 2021

 

STV-Jornal da Noite 07.02.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

 

Renamo e Frelimo encontram-se pela 1ª vez em Colónia(Alemanha) em Junho de 1990

Damas_colonia1Damas_colonia2Damas_colonia3PARTICIPAR, COMO ASSESSOR, EM MISSÃO DE PAZ

Sei que a esmagadora maioria das pessoas não sabe que, em junho de 1990, na cidade de Colónia-Alemanha, realizou-se a primeira reunião formal entre o governo da Frelimo e a Renamo, visando criar as bases para um entendimento que pusesse fim à guerra civil em Moçambique.

O governo da Frelimo foi representado pelo Ministro do Trabalho, pelo embaixador Armando Panguene (que prestava serviço em Paris), pelo General Mpfumo e mais duas pessoas do seu staff.

Do lado da Renamo,  Raul Domingos, Sebastião Temporário, Sam Sarcan e os restantes não me recordo dos nomes e eu que fui na qualidade de assessor da delegação.

A reunião foi patrocinada pela Comunidade Sant´Egídio e financiado pelo SPD alemão.

Quando as delegações entraram na sala, o chefe da delegação do governo da Frelimo (Ministro do Trabalho), dirigiu-se logo a mim, cumprimentando-me com grande cortesia e deferência, começando logo por dizer-me ter sido meu colega na escola primária Roberto Ivens de Nampula.

Fiquei com ideia que aquela reunião se preparava para bons compromissos. Quanto às conversas havidas naquela sala, resumiram-se a trocas de acusações para, simultaneamente, abordarem os pontos da discórdia política.

Mas o objetivo final era o de conduzirem os seus esforços para a realização da paz, pois a nação moçambicana exigia deles responsabilidade. Moçambique precisava que o conflito terminasse.

Mas a paz só veio a ocorrer em 1992, com a assinatura do primeiro Acordo Geral de Paz. Nunca mais soube daqueles amigos que, com eles, pude partilhar a responsabilidade de criar condições concretas para a paz do País que me viu nascer, brincar, estudar, namorar e que guardo o maior carinho por aquela terra e pelo seu povo.

Raul Damas no Facebook

 

ondlane não foi o nacionalista como a Frelimo conta (6)

MondlanePor Francisco Nota Moisés

Antes que proximamente aborde a questão do Triunvirato que sucedeu Mondlane depois da sua morte e que foi uma manobra para impedir Uria Simango que se tornasse o presidente da Frelimo, vou traçar um pequeno retrato sobre o primeiro presidente da Frelimo. Pessoas que nunca o viram, ou conheceram de perto,  não podem fazer ideia da sua estatura física e da sua personalidade.

Mondlane era um homem gigante com uma altura muito elevada, para além de 2 metros e alguns centímetros. Com o seu grande corpo e altura comprida, pouco se assemelhava aos moçambicanos que em geral são duma altura média ou baixos -- e alguns um pouco como pigmeus. 

No meio de africanos americanos, ele passaria muito bem por um africano americano com a sua altura como a de jogadores de basketball negros americanos.

Carecudo e com lábios grossos, Mondlane era um homem que se mantinha de boa saúde visto que fazia exercícios físicos quase que diariamente e gostava muito de marcha corridas na Praia de Oyster Bay onde vivia em Dar Es Salaam. A sua actividade física lhe serviu bem quando no segundo congresso da Frelimo no Niassa em Julho de 1968, aviões portugueses apareceram e obrigaram os congressistas a debandar com muito arrepio nos seus cabelos.  A fuga precipitada do Mondlane e dos congressistas foi uma coisa que a Frelimo nunca anunciou. 

Foram os guerrilheiros que lá estiveram como o malogrado Inácio Chondzi que vieram depois a nos contar o que aconteceu. Mondlane correu os poucos quilómetros do sítio da reunião para o rio Rovuma em pouco tempo, acompanhado e protegido por alguns guerrilheiros para quem correr era parte das suas vidas nas matas Moçambique.

O episódio foi na verdade a ironia do Mondlane que era considerado como agente dos portugueses a fugir de aviões portugueses cujas bombas podiam carbonizá-lo.  Penso que os portugueses não pensaram nele ou queriam sacrificá-lo para os eliminar o bando dos lideres da Frelimo. Quando os portugueses souberam que a Frelimo tinha dito que iria fazer o seu congresso no interior, coisa que foi causado pela revolta contra a liderança da Frelimo em 1968, em vez de na Tanzânia onde queríamos que o evento tivesse lugar para nós os rebeldes participarmos, estiveram alertos com voos de aviões de reconhecimento mais do que nunca dantes realizados.  Um avião de reconhecimentos detectou os congressistas, ou os terroristas segundo os portugueses, e não levou muito tempo antes de aviões de ataque aparecer em e atacar o lugar.

O Alto Comando das forças armadas portuguesas em Lourenço Marques assegurou ao governo em Lisboa que "os dirigentes terroristas não sairão vivos do território português." Eles queriam eliminar os dirigentes da Frelimo.  E Mondlane também sabia que bombas largadas por aviões não haviam de o poupar e teve que cavalgar e as suas pernas compridas ajudaram-lhe a cobrir os três  quilómetros do sítio do congresso para o Rovuma em pouco tempo antes de atravessar numa almadia para a Tanzânia.

Mas o curto Uria Simango, então barrigudo e obeso, que não podia correr, chorou enquanto gritando aos guerrilheiros: "ponha me palha na cabeça, ponha me palha na cabeça," que era para o camuflar dos aviões em cima deles que largavam bombas que produziam grandes covas nas quais mais tarde alguns guerrilheiros que tinham sido destacados para ficar e defender o lugar se metiam para se esconderem ou para a sua proteção quando os aviões regressavam.

Enquanto outros estiveram a se esconder debaixo de árvores frondosas, Samora Machel fez-se de palhaço quando se lançou para o chão e começou a rastejar e a disparar a sua pistola para o ar de qualquer maneira. Um guerrilheiro foi lhe puxar do lugar onde ele queria demonstrar que era o comandante supremo e lhe disse: "camarada chefe, o que você esta fazer vai atrair estes aviões em cima e vai nos por em perigo."

Quanto a sua personalidade, Mondlane era educado, mas nunca jamais o vi com um livro nas mãos. Ele não fascinava pessoas.  Era na verdade odiado globalmente. Pessoas não gostavam dele em geral por causa das historias que corriam por ai que ele era agente dos americanos e dos portugueses.

Mas era um homem aberto e gostava de falar com as pessoas, mas as pessoas não gostavam dele, ao contrario do que acontecia com o Padre Gwenjere que era como uma luz no meio das trevas.  A gente congregava-se em seu redor quando o viam para ouvi-lo falar.  Militantes iam a ele para lhe informar sobre os crimes contra a humanidade e outros malfeitos dos líderes da Frelimo. Gwenjere era muito carismático enquanto Mondlane não era. 

Numa eleição livre, onde Gwenjere, se participasse e se quisesse, Mondlane havia de perder sem forma para o Gwenjere. Mas a posição do Gwenjere era  muito clara: ele era um homem de Deus. Não estava para o poder politico. Queria que as coisas andassem bem na Frelimo sem o terrorismo dos  seus líderes e com liberdades e respeito dos direitos humanos dos militantes e do povo.

E Mondlane, infelizmente, metia-se em decisões sobre quem devia morrer como ele fez com Chissano, Machel e outros para a eliminação do comandante Felipe Magaia e de muitos outros.