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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Dhlakama recusa-se a participar na cimeira nacional sobre paz

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Afonso Dhlakama pode prolongar trégua desde que as negociações sejam céleres

                                Líder da Renamo recusa-se a participar na cimeira nacional sobre paz
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, diz que poderá prorrogar a trégua desde que o Presidente da República corresponda com os acordos que teve consigo via telefone. A informação foi revelada durante uma teleconferência decorrida, hoje, na cidade de Chimoio. 
Dhlakama assumi que a trégua de 60 dias são poucos e admite a possibilidade de decretar uma trégua sem prazos, mas condiciona o facto à celeridade nas negociações. 
“Estou a planificar uma maneira de alargar a trégua, 60 dias são poucos, sim, foi apenas um sinal de paz. 60 dias serão poucos, vamos alargar para mais. Poderei dar até uma trégua sem prazos desde que a Frelimo corresponda, porque há coisas que eu tenho combinado com o meu irmão Nyusi e ele não têm vindo a cumprir nos termos combinados. Tenho paciência porque comecei com (os Presidentes) Chissano, Guebuza, se calhar ele é o último. Quero garantir que poderei dar trégua sem prazo se, a partir de hoje até por aí os dias 20 ou 25 de Abril, o meu irmão Presidente da República corresponder com aquilo que temos vindo a falar”, disse o líder da Renamo.
Reagindo sobre o convite a si formulado por um grupo de organizações da sociedade civil para ser painelista na cimeira sobre a paz, a qual terá lugar na cidade da Beira, o líder da “perdiz” disse que não estará presente por razões de segurança.
“Eles sabem que por razões de segurança não posso ir à Beira participar nesta conferência, mas quero acreditar que alguns membros, ou mesmo o secretário-geral, chefes de departamentos, a chefe da bancada ou outros quadros do partido tenham sido convidados. Portanto, não estarei presente nesta conferência porque ainda me encontro nas matas. Participarei em várias conferências quando estiver já a andar aí na cidade”, explicou Afonso Dhlakama.
O líder da Renamo comentou sobre a visita da Governadora de Sofala ao seu pai. Para Dhlakama, o seu progenitor foi visitado na qualidade de régulo da região de Mangunde e não como pai de um político.

PARA BREVE PAZ EFECTIVA EM MOÇAMBIQUE: DHLAKAMA

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Afonso Dhlakama, líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, anunciou hoje que as hostilidades militares caminham para o fim, asseverando que, está para breve uma paz efectiva em todo o país.
Dhlakama fez estas declarações em teleconferência havida com jornalistas residentes na cidade de Chimoio, capital da província central de Manica, durante a qual manifestou a sua satisfação com o curso das negociações que tem vindo a estabelecer com o Presidente da República, Filipe Nyusi, com vista a trazer uma paz duradoura para o país.
Tenho mantido contactos com o meu irmão Filipe Nyusi para ver se encontramos uma saída para a paz efectiva porque não queremos ver mais sangue a derramar em Moçambique, disse Dhlakama. 
O líder da Renamo referiu que os moçambicanos devem circular livremente e desenvolver as suas actividades sem recear pela morte ou pelo risco de perder seus bens. 
A guerra está no fim. Voltaremos a abraçar nossas famílias, a circular pelas estradas, visitar nossos familiares e trabalhar para produzir. Isso é que nós desejamos, disse Afonso Dhlakama, dirigindo-se a jornalistas numa sala onde também estiveram de membros do seu partido.


Sobre a trégua de 60 dias que termina no próximo dia 5 de Maio, Dhlakama, afirmou que se depender de si e se a Frelimo cumprir com tudo o que está a ser colocado na mesa das negociações, a mesma poderá ser alargada indefinidamente. 
Actualmente, segundo Dhlakama, estão em curso discussões sobre as modalidades para o alargamento da suspensão temporária de ataques para permitir a circulação livre de todos os cidadãos em Moçambique. 
Estou a estudar como é que será alargada a trégua sem prazos, mas tudo depende da própria Frelimo (Governo) obedecer o que estamos a acordar nas negociações. Se isso for cumprido darei trégua sem limite, frisou Dhlakama.
Sem avançar detalhes sobre o teor dos contactos mantidos nos últimos tempos com o Presidente da República, o líder da Renamo assegurou que visam a reconciliação entre os moçambicanos.
Muitos pensam que há acordos secretos que estão ser estabelecidos entre mim e o meu irmão Filipe Nyusi, mas não há nada disso. Os moçambicanos irão saber brevemente as modalidades dessa mesma negociação. Tudo será divulgado para o conhecimento do povo, disse. 
Questionado sobre a sua participação e do seu partido nas eleições autárquicas de 2018 e gerais de 2019, o líder da Renamo respondeu que a pretensão é concorrer em todos os pleitos com os olhos postos na vitória. 
Vamos concorrer e prometemos ganhar porque o povo está connosco. Queremos governar democraticamente este país. Esse é o nosso principal objectivo. Não guardamos mágoas para ninguém. Mesmo com a Frelimo não guardamos nenhuma vingança porque este é momento de reconciliação, disse.
Dhlakama afirmou ainda que a sua aparição para actividade política depende do curso das negociações e garantias de segurança para si e para os membros do seu partido.
Se garantirem a minha segurança mesmo hoje posso sair e fazer política pública. Caso contrário continuarei aqui nas matas de Gorongosa para onde me refugiei e me encontro bem de saúde, disse. 
Refira-se que já passam cerca de 18 meses desde a última aparição pública de Dhlakama.
Nestor Magado (colaboração)
AIM – 19.04.2017

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