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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Moçambique pode ser suspenso da Convenção sobre o Comércio Internacional


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ELEFANTESEMPONTASEspécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção
Moçambique pode ser suspenso durante a 17.ª Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção (CITES), que se realiza em Joanesburgo, África do Sul, de 24 de Setembro a 5 de Outubro deste ano.
Um documento do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), na posse do “Canalmoz|, indica que Moçambique tem sido objecto de uma recomendação para suspender o comérrcio do rinoceronte e o hipopótamo, e para ser mais incisivo no combate ao comércio de troféus de elefante e combate ao seu abate ilegal, mas o país continua a ser referência em termos de caça furtiva e de rota de tráfico de produtos da caça furtiva.
O documento considera Moçambique como um “país relevante”, em termos de comércio e de abate, e deveria, de forma regular, partilhar informações, mas poucas vezes o país se dignou a apresentar relatórios sobre os avanços nos esforços de conservação do elefante. E a situação tende a piorar.
Legislação violada
Segundo o documento, no que diz respeito à legislação, Moçambique tem a fama de não colocar em prática os documentos legais existentes e de ter uma legislação que não se adequa à realidade. Por exemplo, a Lei n.º 16/2014, que é considerada “um marco im­portante na defesa da biodiver­sidade em Moçambique”, ape­nas faz referência às áreas de conservação, mas as actividades ilegais que se passam fora delas não são abrangidas pela legislação.
“Se Moçambique for banido da CITES, terá impacto negativo so­bre várias indústrias nacionais fun­damentais, em especial o turismo cinegético e a pesca, a qual tem impacto directo nas comunidades rurais devido à geração de receitas das taxas de concessão e das taxas de abate na caça desportiva, das quais 20% se destinam às comunidades locais, para além da receita mais importante, o salário decorrente dos empregos providenciados”, lê-se no documento do Fundo Mundial para a Natureza.
Calcula-se que, até 2014, no país, a população de 20.000 elefantes tenha reduzido para metade, devido à caça furtiva, com maior incidência nas zonas norte e centro.
A Reserva Nacional do Niassa, por exemplo, tinha 12.000 elefantes em 2012. Actualmente só restam 4400, ou seja, em cerca de quatro anos foram abatidos 7600 elefantes. Estes números significam que, em média, só na Reserva Nacional do Niassa, em cada mês são abatidos cerca de 160 elefantes. (Cláudio Saúte)
CNALMOZ – 19.09.2016
NOTA: Há aqui coisas que não batem certo. Veja-se:
Nyusi distinguido nos EUA com prémio de mérito na conservação
16-09-2016
A organização International Conservation Caucus Foundation (ICCF) anunciou, quinta-feira, em Washington, a atribuição do seu Prémio de Mérito na Conservação ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que está em visita de trabalho aos Estados Unidos.
Um comunicado de Imprensa da ICCF refere que John Gantt, presidente desta instituição, justificou a distinção afirmando que o estadista moçambicano ganhou este prémio por promover um novo conceito de parque nacional no seu país, «o parque nacional enquanto motor de desenvolvimento humano».
«Não é segredo que a fauna bravia de Moçambique sofre com a caça furtiva. No entanto, o presidente Nyusi comprometeu o seu país a efetuar uma melhor protecção dos seus 13 Parques Nacionais e Reservas enquanto promove, simultaneamente, uma nova abordagem de desenvolvimento rural: utilizar os Parques e Reservas de Moçambique como motores de educação, desenvolvimento económico, e prestação de serviços para as comunidades tradicionais que compartilham ecossistemas com estes tesouros naturais», disse.
No passado, «algumas pessoas entendiam que a conservação da natureza e o desenvolvimento humano eram objetivos que competiam entre si. Agora, líderes visionários como o Presidente Nyusi reconhecem que o crescimento económico sustentável está intimamente ligado a um meio ambiente saudável e que os seres humanos e as economias naturais são interdependentes».
Gantt advertiu que «Moçambique seria menos Moçambique se olhássemos passivamente para o abate ilegal das florestas e da fauna».
Dá que pensar…
Fernando Gil

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